O transporte é realizado pela aeronave KC-390 Millennium do Esquadrão Zeus, nesta sexta-feira (21/03)

O Brasil avança na modernização de sua defesa com a integração entre poder aéreo e mísseis de longo alcance. Em uma operação conjunta, a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Marinha do Brasil (MB) demonstram a capacidade do KC-390 Millennium de transportar o Sistema ASTROS II acoplada ao míssil antinavio MANSUP (Míssil Antinavio Nacional de Superfície).

A ação representa um salto estratégico para as Forças Armadas, que passam a contar com maior interoperabilidade, flexibilidade, pronta resposta e alcance no deslocamento de armamentos pesados, como o míssil antinavio MANSUP. O transporte do ASTROS pelo KC-390 garante que o Brasil possa reposicionar rapidamente seu poder de fogo para qualquer região do país, reforçando a capacidade de defesa e dissuasão.

“Essa missão em conjunto com a Marinha do Brasil é fundamental tanto para a realização do exercício operacional em Fortaleza quanto para o fortalecimento dos laços entre as Forças”, destacou o Comandante da aeronave, Capitão Aviador Israel Amorim Barbosa Leal.

Mobilidade Estratégica

A Operação coordenada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) por meio do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) – Esquadrão Zeus – unidade da FAB responsável pela operação do KC-390, realiza, pela primeira vez, nesta sexta-feira (21/03), o transporte do sistema de artilharia ASTROS, com saída na Base Aérea do Galeão (BAGL) e destino à Fortaleza (CE), realizando uma escala técnica em Salvador (BA). O ASTROS, que pesa aproximadamente 24 toneladas, será embarcado na aeronave e deslocado para o Nordeste em poucas horas, demonstrando a rapidez com que as Forças Armadas podem redistribuir seus meios de combate.

Essa mobilidade estratégica permite que o Brasil projete seu poder militar com rapidez, seja para a defesa de suas fronteiras terrestres, seja para a proteção da Amazônia Azul, área marítima de 5,7 milhões de quilômetros quadrados sob jurisdição brasileira.

Operação “Jeanne d’Arc 2025”

O envio do sistema de mísseis Astros está relacionado à operação da Marinha do Brasil (MB) e da Marinha Nacional da França (MNF), que iniciaram, no dia 16/03, a Operação “Jeanne d’Arc 2025”. O exercício conjunto, que ocorre até 02/04 nas proximidades de Fortaleza, tem como objetivo aprimorar a interoperabilidade entre as Forças e fortalecer a cooperação bilateral.

Interoperabilidade entre as Forças

A operação reflete um novo paradigma na defesa nacional, em que Exército, Marinha e FAB atuam de forma integrada. O ASTROS II, desenvolvido no Brasil, é um dos mais avançados sistemas de lançamento de foguetes do mundo e, agora, pode ser reposicionado rapidamente pelo KC-390 para reforçar pontos estratégicos do país.

Além disso, o sistema é capaz de disparar o míssil antinavio MANSUP (Míssil Antinavio Nacional de Superfície), projetado para atingir alvos a distâncias superiores a 70 quilômetros. Essa capacidade amplia a defesa do litoral brasileiro, permitindo que o Exército e a Marinha possam neutralizar ameaças navais.

Pronta Resposta

Com o uso do KC-390, a FAB pode posicionar o ASTROS em qualquer local do território nacional em até 24 horas. Além da velocidade no deslocamento, o KC-390 tem capacidade de operar em pistas não preparadas, o que significa que pode pousar em regiões remotas e estratégicas. Isso amplia as possibilidades de emprego da artilharia de foguetes, que pode ser usada em qualquer ponto do Brasil em um curto espaço de tempo.

Capacidades Operacionais do KC-390 Millennium

O KC-390 Millennium é um cargueiro estratégico com capacidade para transportar até 26 toneladas de carga, incluindo veículos pesados, equipamentos e até mesmo cargas humanitárias, sendo capaz de realizar diversas missões, como transporte aéreo logístico, reabastecimento em voo, evacuação aeromédica, busca e salvamento, entre outras. A aeronave é reconhecida por sua alta capacidade de carga, velocidade e alcance, características que a posicionam como uma das mais avançadas de sua categoria.

FONTE: Força Aérea Brasileira

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amarante

Muito bom.

Last edited 2 dias atrás by amarante
Bueno

Noticia top d+

o FAB 2855 Fez escala na BA , Acaba de chegar no CE

https://www.flightradar24.com/ZEUS55/3990f0fe

Fabio Araujo

Três exemplos de nossa capacidade de produzir meios de defesa o KC-390, o sistema Astros II ( infelizmente a Avibras esta em processo de falência) e o Mansup! Espero que a Avibrás consiga se reerguer pois se falir vai fazer muita falta!

Matheus

No caso do MANSUP, “não deve ser dificil” achar um chassi substituto.

Fabio Araujo

Sim, talvez até já tenham um projeto para tal como plano “B” ou talvez até um plano “A” já que o Astros II pode estar sendo usado como plataforma de testes enquanto desenvolvem o seu próprio veículo lançador até porque nos sistemas similares além dos veículos lançadores veículos existem veículos equipados com radar para localizar os alvos e repassar as informações para os veículos lançadores.

Camargoer.

De fato.. acho que é impossível manter uma estratégica de dispersão de tropas pelo país… é preciso focar na tecnologia, flexibilidade e mobilidade e aprofundar a integração das forças… as forças armadas brasileiras já estão 25 anos atrasadas para entrar no Sec.XXI

Lucas

Posso estar enganado, mas o exército brasileiro não tem direito ao projeto do astros? Não foi uma parceria nesse sentido?

Vitor

Não. O ASTROS foi projetado pela Avibras para o finado ditador Sadam Hussein. A propriedade intelectual é toda da Avibras.

O exército tem direito ao projeto do missil MTC.

Filipe Prestes

Mas aí refere-se ao Astros I. Tem que ver se o II, que foi integralmente financiado pelo BNDES, não tem alguma participação/ golden share do EB.

Salomon

Nem de longe é a minha área, mas essa ancoragem traseira no 390 não estaria um tanto bamba? Ou é assim mesmo? A carga trabalha tanto assim? Obrigado e desculpem a pergunta de leigo.

Jadson S. Cabral

Acredito que não ficou daquela forma. Ou eles ainda iam puxar na frente usam algum mecanismo de catraca, ou aquilo ali foi só para tirar foto

Pablo

Kc tem dois estabilizadores, um de cada lado (estilo ao do astro, que aparece na foto fazendo o disparo), que baixam na hora do carregamento ou descarregamento.
Tem um video no canal “areo por trás da aviacao” que mostra bem.

Last edited 1 dia atrás by Pablo
Jadson S. Cabral

Então a MB vai disparar o Mansup no exercício? Espero que sim.

Agora, me impressiona a MB utilizar num exercício um sistema ainda em desenvolvimento, que ainda não é operado.
Isso mostra que a MB está mesmo comprometida com o projeto, coisa rara de se ver por aqui.

Renato Alves

Excelente.

carvalho2008

Para quem não sabe..e deixar claro…

A Avibras tem zero participação na integração do Mansup na plataforma Astros….

A integração foi feita pela SIATT Edge…

Vitor

Outros fazendo o que a Avibras não teve competência para fazer. Triste fim da Avibras.

Fabio Araujo

Sim, mas ainda assim o Astros II da Avibras é a plataforma usada!

Rommelqe

Sim, mas lembrar que é apenas uma plataforma rústica de um caminhão Tatra. A integração de todos os sistemas digitais, analógicos e mecânicos entre o míssil e o sistema opercional responsável pela operação do missil é da SIATT (a qual possui alguns profissionais oriundos da AVIBRAS, mas aí é outra história)…. a EDGE fornece a grana

Carlos Pietro

Lindas fotos!!! Parabéns FAB e MB.

José Pereira

70 km de alcance não é pouco ?

marcos.poorman

Pode verificar na quarta imagem da matéria (maquete) que há dois misseis. O ManSup (~70Km) e o ManSup ER (~200Km). O Grupo Edge e a SIATT já estão promovendo as duas opções aos operadores. Em breve teremos boas notícias.

Last edited 1 dia atrás by marcos.poorman
José Pereira

Obrigado pela explicação
Torcemos por dias melhores nas forças amadas.

Filipe Prestes

Espero que a MB adquira tb o ER pq até agora nem um pio sobre isso

Camargoer.

Creio que o ER ainda está em desenvolvimento ainda sem capacidade de ser testado em lançamento real.

Gilson Elano

O míssil falhou, após o lançamento?