Rússia retoma operações com aeronaves de alerta aéreo A-50U na Ucrânia

Após perder duas aeronaves A-50U em 2024, a Rússia retomou suas operações na região de Sumy, conforme relatado em 10 de março de 2025. Ainda não está claro se apenas uma aeronave está operando com longos intervalos de ausência ou se duas a três aeronaves estão sendo revezadas. O retorno do A-50U pode indicar uma missão contínua de reconhecimento por radar no nordeste, possivelmente como preparação para operações de grande escala. Comparado aos drones, o A-50U oferece maior precisão na identificação de alvos e no monitoramento do campo de batalha.

Desde o início da guerra, a frota russa de aeronaves A-50 e A-50U sofreu várias perdas. Em 14 de janeiro de 2024, um A-50U foi abatido perto de Berdiansk por um míssil MIM-104C. Em 23 de fevereiro do mesmo ano, outro foi derrubado sobre Krasnodar Krai por um míssil S-200. Além disso, um ataque com drone em fevereiro de 2023 atingiu uma aeronave em Machulishchi, Belarus. Essas perdas reduziram significativamente a disponibilidade operacional da frota, levando a Rússia a adotar novas estratégias, incluindo o uso de caças Su-30SM para escolta.

O impacto dessas baixas foi significativo, limitando a capacidade de alerta antecipado e afetando a coordenação entre caças russos e sistemas de defesa aérea. Em resposta, a Rússia posicionou os A-50U a mais de 200 km das linhas de frente, fora do alcance dos sistemas de defesa aérea ucranianos. A confirmação britânica da destruição de um A-50U por um míssil Patriot PAC-2 próximo a Berdiansk, além de danos a um IL-22M russo, trouxe novos desafios operacionais, incluindo a necessidade de redistribuir tripulações e ativos remanescentes.

A eficácia dos sistemas ocidentais ficou evidente quando um oficial do Exército dos EUA confirmou que a Ucrânia usou o sistema Patriot para abater o A-50U. O míssil PAC-2 possui radar capaz de rastrear alvos a até 160 km, com interceptação eficaz em 70 km e altitudes de até 24 km. Esse abate, o primeiro de um A-50U em combate, impactou significativamente as capacidades russas de reconhecimento e coordenação aérea.

Para compensar as perdas, a estatal russa Rostec anunciou, em fevereiro de 2024, a retomada da produção do A-50U. O projeto, conduzido pela Vega Concern e pela Beriev Aircraft Company, busca modernizar e reabastecer a frota AEW&C da Rússia. O A-50U recebeu novos sistemas digitais de processamento de dados e rastreamento de alvos, além de integração aprimorada com os sistemas de defesa aérea S-400 para maior eficiência na detecção e rastreamento de alvos aéreos e terrestres.

Baseado no IL-76MD, o A-50U tem um radar dorsal Shmel-M, capaz de detectar veículos blindados ucranianos a até 250 km e mísseis ATACMS a 550-600 km. Ele fornece dados de alvo para sistemas de defesa aérea russos, como o S-400, permitindo engajar alvos de baixa altitude além do horizonte de rádio. Relatos sugerem que a aeronave recebeu melhorias, possivelmente incluindo um radar de matriz ativa em banda X, aumentando sua capacidade de detectar alvos menores e fornecer dados para sistemas de artilharia de precisão, como os foguetes Tornado-S e mísseis Iskander-M.