Sébastien Lecornu, ministro das Forças Armadas, comemorou o sucesso do lançamento do satélite militar de observação CSO-3 (Composante Spatiale Optique). O CSO-3 foi colocado em órbita no dia 6 de março de 2025, a partir do Centro Espacial da Guiana, utilizando o foguete Ariane 6, às 17h24, horário de Paris.

Este é o terceiro e último satélite do programa MUSIS (Multinational Space-based Imaging System), conduzido pela Direção Geral de Armamento (DGA) e pelo Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES), em benefício do Comando do Espaço (CDE) da Força Aérea e Espacial francesa.

O lançamento marca a conclusão do ciclo de renovação completa das capacidades espaciais militares francesas, conforme previsto na Lei de Programação Militar (LPM). Esse processo começou com o lançamento do CSO-1 em 2018 e reforça o compromisso da LPM em manter e expandir a capacidade da França no domínio espacial.

O ministro Sébastien Lecornu declarou:
“Parabenizo todas as equipes envolvidas no sucesso deste lançamento. O CSO é um programa essencial para o apoio às operações militares, a autonomia estratégica e a soberania da França e de seus parceiros europeus na condução de operações.”

Este lançamento conclui a modernização dos satélites de observação da defesa francesa. O sistema CSO, composto por três satélites, sendo os dois primeiros lançados em 2018 e 2020, representa a nova geração de satélites militares de observação.

Os satélites CSO fornecem às forças armadas imagens de altíssima qualidade, permitindo a identificação de alvos menores, tanto de dia no espectro visível quanto à noite no infravermelho. Isso representa um avanço significativo para operações militares, inteligência e missões de ataque. Além disso, o sistema CSO é altamente ágil, permitindo a captura de mais imagens por sobrevoo de uma mesma área geográfica. Sua capacidade de resposta rápida também facilita a adaptação ao ritmo das operações.

O sistema é um componente essencial da estratégia de defesa francesa, garantindo autonomia na análise estratégica e soberania na tomada de decisões no espaço.

Parcerias Europeias

O sistema CSO, desenvolvido no âmbito do programa MUSIS pela DGA, em colaboração com o CDE, está aberto a parcerias europeias por meio de acordos bilaterais. Até o momento, oito países já aderiram ao programa por meio de acordos de cooperação:

  • Alemanha (2015)
  • Suécia (2015)
  • Bélgica (2017)
  • Itália (2019)
  • Espanha (2021)
  • Suíça (2023)
  • Polônia (2024)
  • Grécia (2024)

A DGA supervisiona o programa MUSIS em colaboração com o CDE, que é o principal comando da Força Aérea e Espacial. A DGA também gerencia a infraestrutura terrestre para os usuários e os acordos de cooperação internacional.

O CNES foi encarregado pela DGA da gestão do desenvolvimento e do lançamento dos satélites CSO, além da implementação do segmento terrestre de missão (SSM). A construção dos satélites CSO foi realizada pelo consórcio Thales Alenia Space e Airbus Defence and Space, enquanto a Arianespace forneceu os serviços de lançamento.

FONTE: DGA – Direction générale de l’armement

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adriano Madureira

Quantos satélites militares a França tem além desses três?



Aéreo

Além dos CSO, eles possuem uma série de 3 ou 4 satélites ELINT, dois satélites GEO de comunicações estacionárias locais, além de um compartilhado com a Itália.

Vítor

Você saberia informar o custo de fabricação do satélite da matéria?

Aéreo

É difícil um valor muito exato, porque nesse caso existem custos de desenvolvimento e por ser um programa totalmente militar muita coisa não é completamente publicizada.
Mas como referência um satélite de alta resolução na faixa de 400kg vai custar algo como US$ 100 mi, ai com seguro e lançamento uns 150-180.

Underground

França: 17 satélites.
EUA: 247
China: 157
Rússia: 110
Israel: 12
Itália: 10
Índia: 9
Alemanha: 8
Inglaterra: 6
Espanha: 4
Evidente que teríamos de verificar o que cada um desses satélites possuem em termos de sensores, a qualidade desses sensores, idade desses equipamentos e o que está operacional.

Aéreo

Normalmente estas estimativas escondem duas coisas importantes. 1 – quantos realmente estão ativos e quantos estão inativos. 2 – quantos são civis e quantos são militares. Mas a estimativa está razoável.

Como referência no Brasil,considerando satélites governamentais atualmente ativos, são 8, a conta é a seguinte.

INPE: SCD-1 e SCD-2 (funcionam desde a década de 90), CBERS-4 (2014)  e CBERS-4A (2019),  Amazônia-1 (2021).

FAB: SGDC (2017, comprado da França) e Carcará I e II (2022, comprados da Finlândia).

Hamom

Enquanto isto ↓

”A NASA e a SpaceX lançaram nesta sexta-feira (14) a missão Crew-10, para a Estação Espacial Internacional (EEI), para trazer de volta dois astronautas que estão presos no espaço há mais de nove meses após problemas técnicos com a nave espacial Starliner, da Boeing.”
[…]

”Sem água e bebendo urina reciclada, tripulação do Boeing Starliner presa na ISS finalmente deve retornar à Terra”

Que sorte os astronautas chineses tiveram ao serem barrados na EEI…
Hoje em sua estação espacial eles tem até uma ”hortinha” fornecendo alface e tomate cereja frescos.

Last edited 8 horas atrás by Hamom
Wellington R. Soares

É percepção minha ou fica evidente que de todos os países da Europa, a França é o país com maior domínio militar do continente ?
Hoje vemos tantas nações europeias dependente dos EUA e a França parece despontar como um ponto fora da curva.
Alguns exemplos: Caças, Fragatas, Tanques, Aviões diversos, etc…Praticamente quase tudo fabricado localmente e com tecnologia própria.

Rinaldo Nery

E tem participado de todos os conflitos: Kosovo, Chade, Guerra do Golfo, Afeganistão.

Wellington R. Soares

Bem observado Sr. Nery, experiência em combate possuem de sobra também rsrr….