A Lockheed Martin foi eliminada da disputa pelo programa de caça de sexta geração da Marinha dos EUA, conhecido como Next Generation Air Dominance (NGAD) ou F/A-XX. Segundo fontes do setor, a empresa apresentou uma proposta, mas não atendeu aos critérios estabelecidos pela Marinha, deixando Boeing e Northrop Grumman como os dois concorrentes restantes.

Com a saída da Lockheed, a competição agora se concentra entre a Northrop Grumman e a Boeing para substituir os caças F/A-18 e E/A-18. Para a Northrop, vencer o contrato significaria seu primeiro grande projeto de caça desde o F-14 Tomcat, famoso pelo filme Top Gun. Já para a Boeing, o projeto é crucial para o futuro de sua divisão de aeronaves de combate, que recebeu grandes investimentos em sua unidade de St. Louis apostando na vitória no contrato da sexta geração.

A Lockheed, que dominou o mercado de caças de quinta geração com o F-35 Joint Strike Fighter e o F-22 Raptor, ainda tem chances na competição paralela da Força Aérea para seu próprio programa NGAD, onde enfrenta a Boeing. No entanto, sua saída da disputa da Marinha representa uma derrota significativa.

O programa F/A-XX é a competição aeronáutica mais importante da Marinha em 20 anos, mas seus detalhes permanecem altamente sigilosos. Sabe-se que o caça será desenvolvido para operar a bordo dos porta-aviões da frota, complementando o F-35, e terá um design e motorização diferentes do projeto da Força Aérea.

John Phelan, indicado pela administração Trump para ser o próximo secretário da Marinha, descreveu o F/A-XX como uma aeronave de “próxima geração, oferecendo avanços significativos em alcance operacional e capacidade em ambientes contestados”. Ele destacou que o programa visa manter a superioridade aérea da Marinha, em colaboração com a Força Aérea e o Corpo de Fuzileiros Navais, envolvendo tecnologias autônomas, sistemas de missão avançados e drones de combate.

Apesar da importância do programa, a Marinha reduziu cerca de US$ 1 bilhão em financiamento para pesquisa e desenvolvimento do F/A-XX no orçamento fiscal de 2025, redirecionando os recursos para outras prioridades operacionais. O vice-secretário adjunto da Marinha para orçamento, contra-almirante Ben Reynolds, afirmou que o compromisso com a capacidade e letalidade das forças navais permanece inalterado.

A Marinha mantém o objetivo de conceder um contrato para o F/A-XX ainda este ano, contrastando com a Força Aérea, que suspendeu temporariamente seu próprio programa NGAD no ano passado para reavaliá-lo. O futuro do caça de sexta geração da Força Aérea agora depende de uma decisão do secretário de Defesa Pete Hegseth ou do presidente Donald Trump, conforme indicado por Stephen Feinberg, indicado para vice-secretário de Defesa.

FONTE: Breaking Defense

Subscribe
Notify of
guest


31 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Willber Rodrigues

LM fora da diaputa: a USNavy ficou com medo deles fazerem um vetor que não fica 100% peonto nunca, e que precisa de um caminhão de cheques em branco toda vez que tem problema;

Boeing: tá numa via-cruscis tão grande, que não conseguem fazer nem a conversão de um avião de 40 anos virar um KC sem encontrarem erros de projeto;

N. Gruman: provavelmente a empresa com “menos problemas” entre todas as empresas citadas. Seus projetos com a NASA e o B-21 Raider parecem caminhar bem.

Rodolfo

Talvez o NGAD da USAF siga em frente, nesse LM ainda estaria em jogo. Como esperado, os aviões chineses que apareceram em Dez/24 vao forçar a USAF a responder com o seu vetor de 6a. A conta vai ser salgada.

https://www.twz.com/air/next-generation-fighter-critical-to-future-air-superiority-key-usaf-study-concluded

Rodolfo

Outra possibilidade Wilber é que essas empresas se acertem com uma das outras e saiam da disputa e fiquem como “subcontractor”, como no caso da Boeing que também participa do F22. A Northrop tinha uma proposta junto com a BAE logo no início do JSF e quando essas desistiram da licitação, ambas viraram subcontractors do vencedor F35. Interessante que há um ano, Northrop tinha anunciado que estava for do NGAD da USAF (provavelmente pra se concentrar no B21 raider e no FA/XX da US Navy)… de repente Northrop e Lockheed já tem um acordo pra apoiar uma a outra em… Read more »

Plinio Jr

Vale ressaltar as criticas do Elon Munsk a LM sobre o F-35 e como ele está muito influente no atual governo, não causa surpresa esta decisão ..

Chris

Depois do F-14… Acho que sempre será bem difícil agradar a Marinha americana…

Muitos deles ja olharam com desconfiança para o F-18, mesmo com seu ótimo alcance… Não gostaram do F-35C principalmente por limitações de alcance operacional e raio de combate (Que imagino ser importantíssimo pra quem opera de porta-aviões)…

Leandro Costa

Que façam como o F-4. Deixem a USN fazer o dela e depois empurrem para a USAF mesmo que seja na marra. Se opera bem em CVN’s, vai operar bem de terra.

GuiBeck

Verdade. Nem que seja uma versão “desnavalizada”, à lá F18/Cobra dos anos 80.

Neto

Opa GuiBeck o YF17 Cobra foi um projeto que concorreu com o F16 para USAF. Perdendo, foi absorvido em um projeto pela USN e virou o F18. Nunca existiu uma versão do F18 “desnavalizada”. . Não sabia que o F4 tinha nascido navalizado e foi desnavalizado para a USAF. Legal isso. . Acho que o F39 foi projeto pensando em uma navazalização, mas não materializando-a. O Rafale, me parece que, como projeto já foi pensado em três versões, monoplace, biplace e naval. . É um tema interessante para um artigo, isso de aeronaves desnavalizadas e/ou projetos conjuntos para marinha e… Read more »

Leandro Costa

Neto, o Guibeck se refere à uma proposta da Northrop (que era parceira da McDonnel Douglas) chamada F-18L, que seria um F/A-18 mais leve, sem o peso extra adicional necessário para operações embarcadas (trem de pouso reforçado, sistema de dobra das asas, eletrônicos específicos, etc.). A idéia era concorrer com o F-16, mas houveram problemas em relação à parceiria com a McDonnel Douglas que estava oferecendo o F/A-18A ao mesmo tempo e tudo acabou na justiça. Já o caso do F-4 é mais interessante. Ele foi projetado para ser um interceptador naval, sucessor do F3H Demon (originalmente o F-4 seria… Read more »

GuiBeck

Obrigado! Na verdade, nem lembrava do F-18L… fiz confusão com o protótipo do Cobra… abraço.

Neto

Grande contribuição Leandro. Obrigado.

GuiBeck

Sim!! Tens razão. Eu tinha pensado no raciocínio contrário kkk Obrigado pela correção, forte abraço.

BlackRiver

Com certeza não será um projeto simples, a Lockheed atualmente tem um grande conhecimento herdado dos projetos F22 e F35
Ja a Northrop Grumman foi visionária quando fez o YF23, e deu um passo importante com o B21
Já a Boeing, essa uma gigante da engenharia, já fez de tudo é mais um pouco, foi pioneira em muita cuida, sabe gerenciar e integrar grandes projetos, mas nos últimos tempos tem visto seu nome sendo abalado por erros que poderiam ter sido evitados.

Mas a grande pergunta é: quem vai ser o fornecedor de motores? GE ou PW?

Rodolfo

A única coisa que saiu dos motores do FAXX é que a Marinha quer manter os custos sob controle e a turbina de ciclo adaptativo que está sendo desenvolvida pro programa NGAD da USAF não seria usada pela US Navy, ela iria com uma turbina mais convencional mesmo.

Tallguiese

Pega o projeto do YF-23 e dá uma repaginada nele e pronto. Um sexta geração saindo do forno

adriano Madureira

Depois da botada que eles levaram da LM no programa JSF, claro que eles não iriam se aventurar novamente…

Agora ficará entre Boeing e Northrop, mas do jeito que as coisas andam com a Boeing,melhor escolher a segunda opção mesmo…

Rodolfo

Acho que a Boeing vai ficar na geladeira um tempo. Rachaduras no nove reabastecedor da USAF. Atraso no novo Air Force one. SLS da NASA e Starliner possivelmente cancelados… tá ruim

Leandro Costa

Para a USAF até que não está sendo tão ruim, afinal de contas o contrato do KC-46 foi melhor e tem um custo fixo e, caso prazos e custos não sejam atingidos, quem paga é a Boeing.

EduardoSP

Sim, a Boeing paga e quem fica com os aparelhos imobilizados à espera de uma solução ou operando com limitações é a USAF.

Leandro Costa

Leia de novo, eu falei que ‘não estava sendo tão ruim,’ e não que estava um mar de rosas.

Rodolfo

E pensando bem, com a Northrop tendo anunciado que estava fora do NGAD da USAF há um ano, vou chutar aqui que Lockheed leva o NGAD com a Northrop como subcontractor e a Northrop leva o FA/XX com a Lockheed como subcontractor… minha especulação. E Boeing vai ficar chupando o dedo.

Underground

E nós com sete (?) Gripens.

Santamariense

Não que mude alguma coisa, mas são 9. UM em GPX e oito em Anápolis.

Tomcat
Last edited 1 mês atrás by Tomcat
Guizmo

“…para a Northrop, vencer o contrato significaria seu primeiro grande projeto de caça desde o F-14 Tomcat,…”

Que gol de mão hein….a época do Tomcat foi antes da fusão….crédito exclusivos à Grumman

Tutu

Vão meter um Tomcat II

Marcos R

Se for a altura do nome teremos um vendedor… Afinal o Tomcat marcou época!

JuggerBR

Foi o que eu pensei, esse nome é icônico demais.

Tomcat

Sou suspeito para dizer que seria legal, mas acho que também seria bacana manter a tradição dos felinos, mas com um novo nome. Como será um caça furtivo, “Shadowcat” seria um excelente nome 🙂

Last edited 1 mês atrás by Tomcat
Diego

Alguém aprendeu alguma coisa com o F-35 que deveria custar x, e custou 10x não entregou o resultado esperado (no caso da US Navy) não estou dizendo que o avião é ruim, mas o fato de a US Navy não ter substituido toda frota de F-18 por F-35 como era o plano original, e ter cortado pedidos do segundo fala por si só.

Last edited 1 mês atrás by Diego