Força Aérea dos Estados Unidos envia aeronaves A-10 Thunderbolt II para o AMARG
A Força Aérea dos Estados Unidos enviou pelo menos 39 aeronaves A-10 para o depósito na Base Aérea de Davis-Monthan, no Arizona, ao longo deste ano, mais do que o dobro do número de unidades aposentadas em 2023. O processo de retirada gradual dos A-10, conhecidos como Warthogs, está avançando de forma consistente, com o objetivo de desativar completamente o modelo antes do final da década, possivelmente até antes disso. Apesar disso, essas aeronaves ainda continuam a ser empregadas em operações de combate no momento.
Dados sobre as aposentadorias dos A-10 estão disponíveis em relatórios mensais oficiais do 309º Grupo de Manutenção e Regeneração Aeroespacial (AMARG), divulgados entre janeiro e setembro. O 309º AMARG, responsável pelo gerenciamento do depósito, recebeu 17 Warthogs em 2023. Até setembro de 2024, o depósito armazenava um total de 50 A-10A e 107 A-10C, muitas das quais em condições não operacionais. Não há informações sobre quantas outras unidades podem ter sido aposentadas nos últimos três meses.
No início do ano fiscal de 2024, em 1º de outubro do ano passado, havia 218 A-10 em operação na Força Aérea, conforme dados divulgados em março como parte da proposta anual de orçamento de defesa dos EUA. As 39 unidades enviadas ao depósito este ano representam cerca de 20% desse total. A Força Aérea planeja retirar os últimos A-10 até 2030, argumentando que essas aeronaves apresentam capacidades limitadas de sobrevivência e utilidade em operações de alta intensidade, como um possível conflito no Pacífico contra a China.
A aposentadoria dos A-10 começou de forma significativa apenas em 2023. Durante anos, membros do Congresso bloquearam os planos de desativação dessas aeronaves, levantando dúvidas sobre a capacidade de outros modelos, especialmente os F-35 stealth, de preencher a lacuna na capacidade de apoio aéreo aproximado. Parte do debate se concentrou na perda iminente do icônico canhão de sete canos GAU-8/A Avenger, de 30 mm, que equipa os A-10.
Embora o canhão interno de 25 mm dos F-35A também tenha enfrentado problemas técnicos ao longo dos anos, ainda não está claro se essas questões foram completamente resolvidas. Ao mesmo tempo, vale destacar que as operações dos A-10 têm evoluído, priorizando o uso de munições guiadas por precisão em vez de ataques de metralhamento, tendência observada nas últimas duas décadas.
Um avião especialmente projetado para apoio aéreo aproximado
O A-10 Thunderbolt II, conhecido como “Warthog”, é um avião de ataque ao solo projetado para suporte aéreo aproximado (CAS), introduzido pela Fairchild-Republic em 1976. Desenvolvido para atacar veículos blindados e concentrações de tropas inimigas, ele é reconhecido por sua robustez, com uma fuselagem blindada que protege o piloto e sistemas essenciais em combate.
A principal arma do A-10 é o canhão GAU-8/A Avenger, de 30 mm, capaz de disparar até 3.900 projéteis por minuto, projetado para destruir tanques e outros alvos blindados. Suas asas retas proporcionam manobrabilidade a baixas velocidades e altitudes, permitindo o transporte de uma ampla gama de armamentos, incluindo bombas guiadas, foguetes e mísseis.
O A-10 se destacou em conflitos como a Guerra do Golfo (1990-1991), onde destruiu centenas de veículos blindados iraquianos e ofereceu suporte direto a tropas terrestres. Desde então, foi usado em guerras no Afeganistão, Iraque e Síria, demonstrando sua capacidade de operar em condições adversas e resistir a danos significativos, o que o torna uma plataforma confiável em combates intensos.
Apesar de sua utilidade comprovada, o A-10 enfrenta propostas de aposentadoria devido às prioridades da Força Aérea dos EUA e à introdução de caças modernos, como o F-35. No entanto, programas de modernização atualizaram seus sistemas eletrônicos e armamentos, prolongando sua vida útil e mantendo sua relevância em operações recentes.
FONTE: The War Zone
SAIBA MAIS:
Relatório de teste de comparação de Apoio Aéreo Aproximado entre o F-35 e A-10