Em 6 de dezembro de 2024, a Força Aérea Alemã (Luftwaffe) realizou com sucesso o primeiro teste de disparo do míssil ar-ar de longo alcance MBDA Meteor a partir de um Eurofighter, marcando um importante avanço nas capacidades operacionais da Alemanha. O teste ocorreu no Oceano Atlântico, utilizando a base militar britânica em Lossiemouth, na Escócia, devido à ausência de instalações adequadas na Alemanha para testes dessa magnitude. Este evento reforça a colaboração europeia no desenvolvimento de defesa e destaca desafios logísticos enfrentados pela Alemanha em sua infraestrutura militar doméstica.

O Meteor, um míssil além do alcance visual (BVRAAM), é equipado com radar avançado e sensores de proximidade, permitindo neutralizar alvos a até 200 km antes de entrarem no espaço aéreo operacional. Pesando 180 kg e medindo 3,67 metros, o Meteor melhora significativamente a eficácia e a sobrevivência em combate do Eurofighter. A inclusão desse sistema no arsenal da Luftwaffe, que já conta com os mísseis IRIS-T e AIM-120 AMRAAM, eleva as capacidades defensivas da Alemanha frente a ameaças aéreas modernas.

O Meteor também está integrado em aeronaves de outros países europeus, como o Dassault Rafale francês, o Saab Gripen sueco e as frotas de Eurofighter do Reino Unido, Itália e Espanha. Além disso, o míssil está sendo adaptado ao caça KF-21 da Coreia do Sul, ilustrando sua crescente importância no âmbito da OTAN e de aliados globais. Paralelamente, a Luftwaffe validou melhorias recentes no software do Meteor sob o programa P3E(b), aprimorando a capacidade de enlace de dados e protocolos de engajamento.

VÍDEO: Eurofighter alemão lança Meteor

A Alemanha reforçou seu compromisso com a defesa aérea ao aprovar um investimento de €521 milhões para a aquisição de mais mísseis Meteor, com entregas previstas para 2027. Um programa de atualização de meia-vida (MLU) está em andamento, focado em aprimorar o sistema de propulsão, guiamento e enlace de dados do míssil, garantindo que ele permaneça eficaz diante de ameaças futuras.

Essas iniciativas estão alinhadas com a Estratégia Nacional de Segurança e Indústria de Defesa da Alemanha, que busca fortalecer as capacidades nacionais, estimular a inovação e promover a cooperação europeia em defesa. O teste bem-sucedido do Meteor reflete a abordagem proativa da Alemanha em integrar tecnologia avançada e manter parcerias robustas para enfrentar os desafios de segurança contemporâneos.

Meteor Beyond-Visual Range Air-to-Air Missile
1 – Cabeça de radar ativo autoguiado; 2 – Espoleta, sistema de segurança e disparo para BC; 3 – Cabeça de combate; 4 – Unidade de linha de comando por rádio; 5 – Atuador de controle dos lemes aerodinâmicos; 6 – Unidade eletrônica do sistema de controle do motor; 7 – Gerador de gás RVD; 8 – Baterias; 9 – Equipamento de fornecimento de energia elétrica; 10 – Bloco do sistema de controle inercial.
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PACRF

A Alemanha não para de investir em suas forças armadas desde que a Rússia iniciou sua “operação militar especial” na Ucrânia. Aquela proximidade que tiveram a Alemanha e a Rússia na época da Angela Merkel foi sepultada pela invasão.

Jadson S. Cabral

Eu ainda tenho dificuldade de entender como funciona esse motor do Meteor, sendo Ramjet, mas com combustível sólido.
Só conheço o funcionamento de ramjet com combustível líquido. Se alguém souber que combustível o míssil usa, o tempo de queima, eu agradeceria.

Ainda em tempo, muito bom ter em nosso arsenal o melhor míssil do mundo. Esse alcance me impressiona. E me impressiona também o fato dos americanos não terem desenvolvido num míssil igual.

Aéreo

O Meteor não é tecnicamente um ramjet, no sentido puro do termo. Ele é um CWDE (Continuous Wave Detonation Engine). Nesse tipo de projeto o propelente é sólido normalmente rico em boro e contém um pouco de oxidante em sua formulação, mas não o suficiente para detonação completa, ele entra em ignição por um gerador de gás de alta pressão e é pré-queimado para formar um plasma que é então injetado no ar atmosférico estrangulado pelo canal aerodinâmico onde o plasma realiza a queima do oxigênio formando os gases de escape.

Jadson S. Cabral

Me parece ainda mais complicado que um ramjet. Não que o ramjet seja complicado, já que estamos falando de possivelmente o motor mais simples do mundo, no sentido de não possuir nenhuma parte móvel.

Muito obrigado pela resposta!

Aéreo

Continua simples também. Nesse tipo de motor não existe partes móveis, a grosso modo é como um propulsor de combustível sólido de mistura pobre com um pós combustor que também não tem partes móveis. Preserva a simplicidade dos motores sólidos com um perfil de queima mais interessante. Os Ramjet a querosene tinham uma válvula para liberar combustível para o queimador, uma válvula para pressurizar o tanque de propelente, um bocal de abastecimento e drenagem, um tanque tipo bexiga para evitar a formação de bolhas no fluxo de combustível. Apesar de bastante simples, ainda vão mais partes móveis que nesse tipo… Read more »

Marcelo Andrade

Nossa, eles têm o Eurofighter ha tempos e o Meteor ja existe ha alguns anos tb e somente agora testaram?

Clésio Luiz

Cada míssil desses custa uns 2 milhões de euros. Se os testes de integração com o Eurofighter dos outros países já foi efetuado, não tem porque você se preocupar se vai funcionar no seu. É capaz de ter sido feito o disparo para homologar alguma modificação no míssil e plataforma, em relação aos testes nos sistemas originais.

Quando a USN fez o famoso teste de 6 mísseis Phoenix no F-14, ela foi criticada porque aquele teste tinha custado 1 milhão(~6 milhões hoje) por míssil , sem contar os drones.

Willber Rodrigues

É bom que esse míssil seja bom mesmo, já que também o compramos e pagamos caro nele.

Welington S.

A FAB está muito bem equipada com esse míssil. Simplesmente o que há de melhor.

Pet

Só precisamos adquirir mais unidades do Meteor.

Rinaldo Nery

Temos 100.

Jefferson Henrique Souza da Silva

Isso é pouco ou muito? No caso de 36 Gripens a conta aponta pra menos de 3 mísseis por caça. Lógico, existe a questão da disponibilidade, onde nem todos estariam disponíveis. E qual a validade de um artefato destes armazenado?

Aéreo

Uma curiosidade sobre esse tema. Os Meteor e IRIS-T foram todos entregues já, ou virão por lotes a exemplo dos caças?

Rinaldo Nery

Creio que já foram entregues. No caso do Meteor, entramos numa grande fila. Se não os tivéssemos comprado naquele ano, não teríamos recebido, ainda.