B-21 escoltado por CCAs

O Comando Global de Ataque da Força Aérea dos EUA está considerando o uso de aeronaves autônomas colaborativas (CCAs) como escoltas para sua frota de bombardeiros. No entanto, o general Thomas A. Bussiere afirmou em 5 de dezembro que, antes de integrar o conceito à família de sistemas de ataque de longo alcance, a ideia será testada inicialmente com a força de caças. Segundo Bussiere, a integração das CCAs aos bombardeiros é uma possibilidade lógica, mas ainda não faz parte dos planos imediatos.

Uma limitação para o uso das CCAs em missões de longo alcance é o alcance limitado das aeronaves atuais, otimizadas para funções ar-ar. Embora o secretário da Força Aérea, Frank Kendall, tenha considerado a ideia em 2021, ele posteriormente a abandonou devido ao alto custo. Analistas, no entanto, acreditam que os drones ainda podem contribuir para missões de ataque de longo alcance.

Sobre a frota de bombardeiros B-21 Raider, Bussiere destacou a necessidade de reavaliar tanto o número total de aeronaves quanto a taxa de produção, considerando o cenário de segurança global em constante mudança. Atualmente, o programa prevê “pelo menos” 100 B-21s, mas estudos indicam que uma frota ideal seria de 145 aeronaves, com um total de 220 bombardeiros quando incluídos os B-52Js.

O general afirmou que o número de 100 aeronaves pode não ser suficiente à luz das demandas atuais. Ele sugeriu que o Departamento de Defesa e o Congresso considerem acelerar o ritmo de produção para atender às necessidades estratégicas. Apesar disso, ampliar a produção por meio de outro fabricante não parece ser a opção mais eficiente; o mais provável seria abrir um novo complexo de produção com a contratada principal, Northrop Grumman.

Ilustração conceitual da LongShot Collaborative Combat Aircraft (CCA) da DARPA

O chefe do Estado-Maior, general David Allvin, declarou em abril que acredita que, até a conclusão das entregas planejadas para meados da década de 2030, novas tecnologias já poderão oferecer soluções melhores. Ainda assim, Bussiere argumentou que, devido ao envelhecimento das frotas de B-1 e B-2 e ao avanço das capacidades estratégicas de Rússia e China, o ritmo e o número de B-21s permanecem questões válidas para discussão.

Se o cronograma atual for mantido, as entregas do B-21 podem não ser concluídas até o final da década de 2030, sugerindo uma taxa de produção de apenas sete a oito aeronaves por ano, embora o ritmo exato seja classificado. A baixa taxa de produção reflete a complexidade do programa, mas também reforça a necessidade de acelerar o processo.

No que diz respeito à força terrestre da tríade nuclear, Bussiere comentou que a ideia de mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) móveis foi estudada ao longo das décadas. Embora tenha sido prototipada com o míssil Peacekeeper nos anos 1980, a proposta ainda não foi adotada como política nacional. Ele destacou que, caso a mobilidade dos ICBMs seja implementada no futuro, novas estratégias e conceitos serão desenvolvidos.

A Força Aérea continua explorando conceitos inovadores, como a mobilidade de ICBMs, para aumentar a capacidade de sobrevivência de sua força terrestre. A decisão, no entanto, depende de políticas nacionais e futuras orientações estratégicas.

O foco no B-21 Raider e nos CCAs reflete a busca contínua da Força Aérea dos EUA por soluções avançadas que garantam a superioridade estratégica frente a potências rivais. Tanto a modernização da frota de bombardeiros quanto a renovação da tríade nuclear são pilares fundamentais para enfrentar desafios globais crescentes.

A integração de CCAs à frota de bombardeiros e a expansão da produção do B-21 destacam o compromisso da Força Aérea em adaptar-se às demandas de um ambiente de segurança cada vez mais complexo, mantendo sua vantagem estratégica no futuro.

FONTE: Air & Space Forces Magazine

Subscribe
Notify of
guest

23 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
MMerlin

Certa vez li que a USAF pretende chegar ao conceito de um aeronave tripulada gerenciando drones autônomos de escolta. Mas o artigo se referia ao F-35 que teria, com as atualizações constantes, recursos adicionados para se transformar também numa plataforma de controle destas aeronaves. Se já existia o caminho para o F-35, é a tendência a mesma implementação tanto para o B-2 e B-21.

Last edited 1 mês atrás by MMerlin
Rodolfo

O programa CCA dentro da 6a geração previa aquisição de 1000 aeronaves que trabalhariam com 300 F35 block4 e os cerca de 200 NGADs que eram previstos. Com o provavel cancelamento do NGAD, vem ganhando a ideia do B21 Raider assumindo algumas das funcionalidades do NGAD incluindo a capacidade de operar os CCAs. Interessante que até alguns anos existia a hipotese de B21s nao tripulados.
Quanto ao B2, esse deve ser aposentado visto a necessidade de corte de gastos. A manutenção do RAM coating do B2 é extremamente cara e complicada.

Bruno Vinícius Campestrini

Não sei se já existe confirmação oficial, mas supõe-se que o B-21 poderá operar sem tripulação em algumas missões.

Bruno Vinícius

Tudo aponta para um grande protagonismo do B-21 no futuro da USAF, indo para além de sua função de bombardeiro estratégico.

Marcelo

Não parece viável com essa 1a geração de CCAs que são muito pequenos com alcance limitado. Para acompanhar os bombardeiros, precisarão ser maiores e levar mais combustível. Uma idéia seria equipar alguns dos B-21 com armas ar ar, se o radar deles for compatível com essa função.

109F-4

Número ideal de 145😳. Comparado aos cerca de 19 B-2 atuais é uma grande diferença.

Franz A. Neeracher

O plano é de substituir todos os B-1, B-2 e os B-52…..pelo menos uns 100 B-21 serão necessários.

Willber Rodrigues

B-52? Duvido.
Mais fácil o B-52 continuar voando ao lado do B-21 e aposentar o resto…

Franz A. Neeracher

Os B-1 serão os primeiros a serem retirados de serviço, seguidos pelos B-2 e por último os B-52…..

Mas para qualquer modelo, um dia chega a hora de parar de voar!!

Rodolfo

The B-52 upgrades include new engines, a digital cockpit, AESA radar, updated avionics, improved pylons, electronic warfare enhancements and advanced weapons. Upgraded B-52s, designated the B-52J, will remain in service until the 2050s, serving alongside the B-21 Raider.

https://www.twz.com/news-features/b-52-future-stratofortress-the-upgrades-that-will-transform-the-b-52h-into-the-b-52j

Bosco

E um novo míssil nuclear de cruzeiro (subsônico??) está sendo desenvolvido para o B-52 (também o B-21 poderá levá-lo) para substituir o atual AGM-86B, é o LRSO AGM-181.
É esperado um alcance bem maior que o disponível com o AGM-86B de 2500 km.

Last edited 1 mês atrás by Bosco
Maurício.

Esse B-21 da ilustração está mais bonito que o original.

Santamariense

Pois é! A corda da asa da ilustração é bem maior que da aeronave real.

Fabio

Taí um conceito que não sai nunca do papel

Felipe Augusto Batista

Com este tipo de aeronave autônoma, o antigo conceito de porta aviões voador ou aeronave parasita pode finalmente sair do papel. Dois problemas da idéia sempre foram a diminuição do espaço útil nos bombardeios, caso eles precisassem levar a própria escolta, e a grande dificuldade de recolher o caça no ar depois que cumprisse sua tarefa. Com os drones uma possibilidade seria que um bombardeiro dedicado a ser “porta drones” iria voar em formação com os bombardeiros de ataque, quando chegassem na área de ação, caso fosse necessário se defender, ele iria lançar os drones e não seria necessário se… Read more »

carvalho2008

pois é……

tambem acho e na oportunidade, postei as imagens do projeto

H.Saito

O número de 8 aeronaves B-21 produzidas ao ano está bom, se comparado aos cerca de 2 por ano do B-2.
Isso demonstra maturidade no processo de fabricação.

Quanto ao CCA, ainda há a necessidade de combater e superar a guerra eletrônica russa, que é o maior inimigo das aeronaves não tripuladas.

Bruno Vinícius Campestrini

No caso dos CCA a ameaça da guerra eletrônica é muito menos relevante, dado o elevado nível de automação e o fato de estarem acompanhados por aeronaves tripuladas que podem lhes dar ordens através de antenas direcionais (muito difíceis de serem jammeadas). Enfim, guerra eletrônica contra drones high-end é uma empreitada muito mais limitada do que contra os drones e loitering munitions que vemos na Ucrânia.

carvalho2008

Em algum momento, voltam a desengavetar….pois antes, pensavam em micro-caças tripulados…..

Mas agora estes drones miniaturizaram o suficiente para se tornar uma realidade….

Resolve o alcance….sim…..quem sabe….
comment image

Last edited 1 mês atrás by carvalho2008
carvalho2008

comment image

carvalho2008

comment image

Maurício

A guerra moderna está ficando financeiramente inviável até para os EUA que tem critérios extremamente custosos, mesmo a China tão logo ela continue aumentando seus gastos, tbm vai ter dificuldade em manter essa infraestrutura gigante que custa bilhões por dia de manutenção.

Bosco

A instalação de ICBMs Sentinel em lançadores móveis mudaria totalmente a atual função dos mesmos que é a de atrair grande volume de ogivas dos russos , funcionando como uma “esponja”. Em o New START prevendo apenas cerca de 1500 ogivas estratégicas em mísseis ICBMs e SLBMs e em havendo 400 silos reforçados com mísseis onde cada um vale uma ogiva, sobrariam bem menos ogivas para os outros alvos.
A instalação em lançadores móveis colocam os ICBMs americanos na linha de frente para combate e os retiram da principal função de esponjas.