IAZ amplia instalações para atingir meta de produção de 36 MC-21 em 2027
A Fábrica de Aviação de Irkutsk (IAZ) está avançando com a preparação para a produção em série das aeronaves MC-21, instalando estações de montagem adicionais nas áreas de montagem de aeronaves civis. Essas novas estações reduzirão a carga sobre os equipamentos atuais, aumentando a eficiência dos processos e a capacidade de produção da fábrica, conforme relatado pela Yakovlev PJSC.
Como parte da expansão, uma estação de montagem dupla S31 será instalada na Oficina 255, acelerando a fabricação do compartimento F3, que inclui o suporte do trem de pouso principal e o sistema de ar-condicionado. A previsão é que o gabarito de montagem esteja pronto até o final de novembro, permitindo que os montadores comecem a produção do compartimento da fuselagem em dezembro.
Novas estações também estão sendo instaladas na oficina 246 para a montagem final da meia-fuselagem, com a intenção de distribuir o trabalho por quatro estações, o que permitirá uma redistribuição mais eficiente da mão-de-obra. A entrada em operação dessas estações adicionais está programada para dezembro deste ano, proporcionando maior flexibilidade e capacidade de resposta na produção.
Para 2025, há um plano de modernização adicional, que inclui novas estações de montagem para portas de emergência e de passageiros, além de uma nova estação na oficina 255. Essas mudanças buscam otimizar a alocação de recursos e garantir que a produção das aeronaves MC-21 atinja a meta de 36 unidades até 2027, conforme exigido pelo governo russo.
Em agosto, o Diretor-Geral da IAZ, Alexander Veprev, informou que nove fuselagens MC-21 estão em diferentes estágios de montagem, com partes para outras quatro aeronaves em fabricação e materiais para as próximas unidades já preparados. A fábrica busca estabilizar a produção em três aeronaves MC-21 por mês nos próximos anos, o que dependerá da conclusão das atualizações nas instalações e da introdução de sistemas nacionais para substituir os importados.
Sistemas
Em agosto de 2009, a Hamilton Sundstrand, uma subsidiária da United Technologies, anunciou que forneceria o sistema de geração e distribuição de energia elétrica para a produção do MC-21, com um valor estimado em US$ 2,3 bilhões ao longo de 20 anos. A Rockwell Collins e sua parceira russa Avionika foram selecionadas para fornecer os aviônicos do MC-21. Honeywell, Thales e Elbit Systems também foram escolhidas para fornecer aviônicos, incluindo nove telas multifuncionais de 12 polegadas, bolsas eletrônicas de voo, sistemas de visão sintética e visão aprimorada. O MC-21 foi planejado para ser o primeiro avião comercial com side-sticks ativos, fornecidos pela UTC Aerospace Systems, e controles fly-by-wire. Seu design apresenta um glass cockpit com controles side-stick e a opção de um head-up display.
A Goodrich Corporation, também subsidiária da United Technologies, junto com a Aviapribor, foi inicialmente selecionada para fornecer os atuadores do sistema de controle de voo. Zodiac Aerospace, Eaton e Meggitt estavam planejadas para fornecer outros componentes. Os acabamentos internos seriam fornecidos pela Zodiac Aerospace, coordenados pela C&D Zodiac em Huntington Beach, Califórnia. Inovações da Zodiac Aerospace em Carson, Califórnia, seriam incorporadas aos sistemas de água e resíduos.
Dois tipos de unidades auxiliares de energia (APU) foram projetados com especificações adequadas para o MC-21: o HGT750 da Honeywell Aerospace e o TA18-200 desenvolvido pela Aerosila.
Fornecedores de Componentes
Inicialmente, assumiu-se que a participação de componentes domésticos no MC-21 seria de 38%, mas devido a sanções resultantes do conflito entre Rússia e Ucrânia em 2022, o governo russo estabeleceu uma meta de 98% de componentes nacionais até 2023, tornando a aeronave independente de componentes importados.
Em julho de 2021, uma asa composta, feita com materiais russos, foi acoplada à fuselagem da aeronave. A fuselagem foi projetada e fabricada pela Irkut Corporation e Yakovlev Design. O trem de pouso foi fornecido pela empresa Hydromash de Nizhny Novgorod.
O cockpit e parte dos aviônicos da aeronave foram desenvolvidos e fornecidos pelo Concern Radio-Electronic Technologies e Rockwell Collins, com participação da empresa russa Avionika. É possível utilizar unidades auxiliares de energia tanto importadas quanto unidades russas, desenvolvidas e produzidas pela NPP Aerosila.
Para o treinamento de pessoal, a empresa científica e de produção russa Systems of Complex Simulators desenvolveu e fabricou uma série de simuladores, incluindo simuladores de voo com diferentes graus de realismo, simuladores de procedimentos de emergência, de combate a incêndios, de serviço e simuladores de engenharia para treinamento de técnicos.
Sobre esse tema, recomendo esse video: https://www.youtube.com/watch?v=EnKVOuQv71M
Faz um tour pela fabrica e tem uma conversa bem franca com engenheiros e gerentes da fabrica.
Abs!
Bom vídeo.
Valeu! incluímos o vídeo na matéria. Abs
Essas sanções foram péssimas para a indústria aeronáutica russa. Por outro lado fez os russos investirem na sua própria indústria. Há males que vem pra bem.
Interessante que o engenheiro comenta que ao longo dos anos a indústria aeronáutica Russa perdeu capacidade e foi d deixada de lado em troca do leasing de aeronaves ocidentais.
Quando eu era criança, “tudo” era MADE IN USA 🇺🇸, hoje tudo é made em China 🇨🇳
Esse projeto é fantástico do ponto de vista técnico, matérias, eficiência no consumo de combustível, conforto, enfim é uma máquina que realmente foi projetada para ser superior aos seus concorrentes diretos B737 e A320 que vale lembrar são aviões projetados em outras épocas. Infelizmente esse projeto é russo, e aí já sabemos e conhecemos os problemas que ele enfrentou, enfrenta e enfrentará. Uma coisa é fato, esse projeto sob direção de uma das marcas: EMBRAER / BOEING / AIRBUS, com certeza seria um sucesso mundial, e substituiria tanto à família B737 como à família A320 Uma vez quem nenhuma das… Read more »
É um projeto avançado, mas não sei se em termos de eficiência é melhor do que o 737 Max e o 320Neo. Os motores russos são inferiores aos motores ocidentais. O PD14 é o mais avançado deles, mas não sei se está no nível do GE LEAP ou do PW GTF. Além do mais o sucesso de um aparelho comercial não depende apenas das suas características técnica, a disponibilidade, o intervalo entre revisões, a qualidade do suporte são fundamentais e ajudam a explicar, por exemplo, o fracasso do Sukhoi Superjet nos países ocidentais (companhias do México e da Irlanda chegaram… Read more »
O fracasso do SuperJet 100 foi o motor. Um motor fabricado em parceria com os franceses. Agora os russos tem o SuperjetNew com o motor PD-8 fabricado 100% na Rússia.
O fracasso do Superjet foi devido ao pós-venda
O problema é o Leasing com poucas opções pois vendeu pouco se fosse mais vendido não haveria isso.
Se os projetistas parassem para escutar estas hipóteses de fracasso presumido não haveria aviação comercial na Rússia e mesmo não haveria hoje a Airbus.Ele é focado para o mercado russo primeiramente depois verá se vai vender para outros países. Esta torcida não disfarçada pelo fracasso me parece mais rancor por que o ocidente esta perdendo o mercado oriental da Rússia, China e futuramente a Índia encomendas que farão diferença no balanço da Boieng em crise ou da Airbus.
Então, sobre o tema e o que ele gerou. Gerou mais investimentos, mais capacidade interna. Obrigou o país a investir ainda mais na sua capacidade técnica e diminuir independência. Podem sofrer agora, mais depois vão colher bons frutos. Podem falar que é ditadura, que é tudo corrupção, mais não da pra negar que são unidos em causas comum. O que falta pra gente aqui, que só temos olhos para emendas e orçamentos secretos.
Se a embraer entra junto nesse projeto. Mata a boeing.
E morre a Embraer também
Único jeito desse projeto fazer sucesso é ocidentalizando ele!
Motores PW/GE
Aviônica
Freios
Pneus
APU
Trazer o projeto, original, antes das sanções contra a Rússia 🇷🇺 e fabricar aqui com os componentes e parceiros que lançaram o projeto, seria a única possibilidade de tentar algum sucesso.
Mas é um desafio e tanto, tá mais fácil a Boeing lançar um novo 737.
A Rússia tem a versão ocidental dessa aeronave:MC 21 300.
A intenção é tomar parte do mercado da Boeing e da Airbus se conseguir já é a primeira meta atingida. O duopólio beneficia a quem? Só aos EUA e UE não o resto do mundo.
Sim. E de bate pronto motores e avionicos não cruzam mais as fronteiras em direção à São José dos Campos e fim da fantasia chamada Embraer.
Tenho notado que cada empresa parece ter adotado um padrão para o nariz de suas aeronaves…. a gente olha um avião e sabe se é Boeing, Airbust ou Embraer….
O nariz desta aeronave é feito.
Sem ser bairrista ou falso patriota, o desenho da Embraer é o mais bonito
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