Força Aérea dos EUA reconsidera necessidade de caça tripulado de 6ª geração para superioridade aérea

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A Força Aérea dos Estados Unidos está revisando suas estratégias para alcançar a superioridade aérea e avaliando se realmente precisa de um caça tripulado de sexta geração para cumprir essa missão, segundo Andrew P. Hunter, chefe de aquisições, e o vice-chefe do Estado-Maior, General James C. “Jim” Slife.

Em julho, o Secretário da Força Aérea, Frank Kendall, anunciou uma pausa no programa Next-Generation Air Dominance (NGAD), destinado ao desenvolvimento de um caça avançado. No entanto, ele expressou confiança de que “ainda faremos uma aeronave tripulada de sexta geração”. Em 4 de setembro, Hunter e Slife indicaram que a pausa seria usada para revisitar questões fundamentais sobre o futuro do NGAD.

Slife sugeriu que a Força Aérea está reavaliando os requisitos, perguntando-se se o objetivo é garantir a superioridade aérea em um ambiente contestado ou simplesmente desenvolver uma plataforma tripulada de sexta geração. As duas perguntas não necessariamente se sobrepõem. A doutrina da USAF define a superioridade aérea como o controle do espaço aéreo em um local e momento específicos, permitindo que as operações sejam conduzidas sem grandes interferências.

Hunter mencionou que os avanços tecnológicos desde a análise inicial do NGAD superaram as expectativas, especialmente no campo da autonomia, o que está impulsionando o desenvolvimento de aeronaves colaborativas de combate (Collaborative Combat Aircraft – CCA). A USAF pretende começar a implementar as CCAs rapidamente, de forma incremental, aproveitando as novas tecnologias emergentes.

Hunter sugeriu que, com a pausa no desenvolvimento da plataforma tripulada do NGAD, a Força Aérea pode ajustar toda a família de sistemas. Ele destacou que o foco agora é garantir que a combinação dessas capacidades ofereça uma superioridade aérea eficiente e acessível.

Slife falou também sobre uma abordagem de “engenharia de missão”, focada mais na integração em nível de sistemas do que em plataformas específicas. Hunter complementou, afirmando que a superioridade aérea virá da força total, incluindo o F-35, o F-15EX e os F-22s, e que o papel do NGAD deve complementar essas capacidades.

A possibilidade de manter os caças F-22 em operação até meados da década de 2030 foi mencionada, apesar de planos anteriores para aposentá-los por volta de 2030.

FONTE: Air & Space Forces Magazine

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RenanZ

Apertem os cintos, o piloto (ainda) não sumiu

Santamariense

Eu investiria em uma modernização da eletrônica e revisão/reconstrução estrutural profundas do F-22, permitindo mantê-lo na vanguarda da aviação de caça por muitos anos mais. Isso seria conseguido com uma fração do dinheiro que seria gasto no desenvolvimento, aquisição e operação do NGAD.

Danilo

Essa pausa no projeto NGAD me parece uma mudança de paradigma na USAF e FA americanas em geral. Estamos no início do boom da IA. Qualquer esforço no emprego de tecnologia nesse momento corre o risco de ser um projeto nativamente obsoleto. Ainda mais em se tratando de um NGAD, onde gasta-se muito tempo e dinheiro no desenvolvimento. Além do mais o projeto financeiro do F35 foi, e está sendo, um fiasco. Esse passo pra trás mostra que estão dispostos a pensar mais e aceitar mais coisas na mesa, como um caça “menos é mais”, mais adaptável e tolerante a… Read more »

Emmanuel

Traduzindo: “Não vamos pagar U$ 200 milhões por unidade de um caça desse”.

JHF

Significa que aprenderam alguma coisa com o programa coletivo de coleta de dinheiro do F35.

Rodolfo

A USAF apresentou também recentemente o conceito de uma aeronave furtiva mais simples que o F35 e capaz de passar por upgrades de maneira mais rápida. Talvez seja esse o futuro da aviaçao de caça pilotada.

Willber Rodrigues

Tudo isso é fruto do aprendizado com o programa F-35, principalmente aprendizado sobre “o que NÃO fazer”.

Welington S.

Assim como o F-35, o próprio F-22 ensinou a eles que é preciso ter senso e pé no chão. Por mais que sempre almejam por estarem na vanguarda tecnológica-militar mundial, nem sempre é válido ou racional se gastar tanto assim. Eles têm F-35 que, provavelmente, terá que ser gasto milhares e milhares de dólares para corrigir os erros. O fim do programa F-22 foi extremamente prematuro. Bom, é aquela. Se eles estão pensando dessa forma, outros países que estão visando caças de sexta geração, também pensarão da mesma forma.

Rodolfo

Talvez a Europa esteja indo pro mesmo sentido. Os britanicos estao sem dinheiro e o projeto do novo caça ja foi colocado em risco pelo novo premie britanico. Os alemaes agora fazem parte do F35 e o caça franco alemao de 6a tem tudo pra virar um novo Rafale de 5+ geracao, com os franceses sozinhos mais uma vez. Talvez a ideia da SAAB nao ter assinado com ninguém foi a mais acertada. E os japoneses vao seguir sem um substituto pro F15.
Já quanto aos chineses e seus programas, não duvido nada que siga em frente.

Iran

A China tem um projeto de sexta de geração? Sei que a Rússia tem em mente um substituto para o Mig-31 que supostamente seria de sexta geração voaria Mach 3 e mais um monte de história mirabolante kkk mas não vi nada da China

Aéreo

Uma versão atualizada do F-22 é um caminho mais barato e seguro para manter a superioridade aérea da USAF nesta  primeira metade de século. Em termos comparativos, a Europa ainda não produziu uma aeronave furtiva, a Rússia produziu um projeto que não convenceu ninguém até agora. A China ainda tem projetos que parecem mais demonstradores de tecnologia do que aeronaves nos níveis do F-22 e F-35. A vantagem dos EUA ainda é razoável, não precisam ter pressa com uma sexta geração. Eles tem uns 20 anos de vantagens na quinta geração ainda.

Iran

Acho que é tarde para dizer que estão 20 anos adiantados, isso por conta da China, tem estimativas que dizem a China pode operar mais caças de quinta geração que os EUA até 2040. O NGAD serviria para devolver aos EUA a capacidade de operar uma aeronave que está uma geração a frente de todo mundo, vantagem esse que os EUA manteve desde o fim da URSS e da implementação do F-22.

Hcosta

Talvez possam surgir gerações paralelas de caças, como aconteceu com os submarinos (convencionais e nucleares).

Uma geração de caças sem stealth, eletrónica avançada, (um avanço da 4,5), etc…
3ª geração de caças stealth (1ª F-117, 2ª F-22/35…)
e a 2ª geração de drones

MMerlin

Depende. Vamos levar em consideração apenas a China e não a Rússia (pelos motivos óbvios). A diferença entre os lançamentos dos primeiros protótipos (F-22 e Chengdu J-20) fica pouco acima de 10 anos. Mas é preciso levar em consideração a experiência de uso no conceito stealth e do nível de avanço da tecnologia embarcada. Naquela época, coloque aí pelo menos 20 anos de diferença – que daria uns 30 anos. Mas o investimento em educação e P&D da China é sem precedentes e seu avanço tecnológico espanta. Nem o Japão, em se tratando de percepção, avançava tanto durante seu boom… Read more »

Regis

Talvez seja mais útil desenvolver um drone supersônico furtivo controlado a distância por um F-22/35 modernizado, ou até mesmo sistema de inteligência artificial. Até mesmo os russos estão criando o tal Otnik…sei lá o nome(rsrsrs).

Iran

Os russos pretendem fazer isso também com o SU-75, esse conceito está bem popular, até onde sei os americanos também visavam isso com o NGAD, senão me engano os alas seriam drones que apoiariam a aeronave tripulada.

Daniel

Será que ainda vai valer a pena desenvolver caças de sexta geração 𝘁𝗿𝗶𝗽𝘂𝗹𝗮𝗱𝗼𝘀? Com os gastos e o tempo necessários para formar um piloto, faz mais sentido formar “pilotos de drone”.

Sensato

Por enquanto o caminho ainda parece ser das opcionalmente tripuladas. Os constantes avanços de todos em guerra eletrônica explicam isso. Por mais que IA já tenha mostrado que vence humanos em dogfight, essa não é a única arena do combate aéreo. O ser humano, por enquanto, ainda tem a vantagem de não sofrer jamming eletrônico nem ter bugs de programação que possam dar uma tela azul e congelar tudo. Já no futuro…

Jose Pereira

O Brasil precisa com a máxima urgência ter entre seus caças modelos de 5º geração e iniciar estudos para caças de 6º geração

Rinaldo Nery

Assim que reduzirem o déficit público de 1,128 trilhão….

Marcelo Baptista

Porque?

Abymael

“máxima urgência”?
Por qual razão? Estamos para ser atacados por quem?

Tuxedo

EUA sendo EUA, domínio total do poderio aéreo…

Orphel

Seria mais interessante fazer upgrades no F-22, com um desses sendo a inclusão de motres GE XA100

Engenheiro Diogo Matos

Infelizmente o F-22 foi prematuro, já se passaram mais de 20 anos desde o seu lançamento e ainda continua soberano. Só em 2022 que o J-20 uso motores novos e atualizados, o GAP de tecnologia entre chineses e russo frente aos americanos é brutal.