O primeiro lote de 18 satélites da constelação apelidada de “mil velas” foi lançado em órbita

Em um esforço para desafiar o domínio espacial dos Estados Unidos e o Starlink da SpaceX, a China lançou uma constelação de satélites de órbita baixa com capacidade de vigilância.

Segundo a mídia estatal chinesa, o primeiro lote de 18 satélites da constelação “Qianfan” foi lançado em órbita em 6 de agosto pela empresa estatal Shanghai Yuxin Satellite Technology. O projeto completo prevê uma rede futura de 14.000 satélites, oferecendo diversos serviços, incluindo conectividade direta a dispositivos. Metade desses satélites deve ser lançada até o final do próximo ano e a outra metade até o final de 2027.

O Starlink, da empresa americana SpaceX, tem sido fundamental ao fornecer serviços de internet e comunicação para a Ucrânia em sua guerra com a Rússia. Em 2 de agosto, a rede contava com cerca de 7.000 satélites em órbita, tornando-se a maior constelação de órbita baixa do mundo.

A capacidade do Starlink atraiu a atenção do Departamento de Defesa dos EUA, que contratou a SpaceX em 2021 para criar uma rede de satélites conhecida como Starshield, destinada a servir as agências de defesa e inteligência americanas. O Partido Comunista Chinês (PCC) também notou essa movimentação.

Em abril, o jornal PLA Daily, porta-voz oficial do Exército Popular de Libertação do PCC, acusou os Estados Unidos de “militarizar o espaço”. Pesquisadores militares chineses analisaram as capacidades do Starlink em 2022 e alertaram que ele representa “perigos e desafios potenciais” para o PCC, pedindo o desenvolvimento de contramedidas para desativar alguns satélites Starlink e interromper o sistema operacional da constelação.

Além disso, publicações de defesa chinesas analisaram as operações ucranianas e o potencial uso de tecnologias americanas, como o Starlink, em um futuro conflito contra Taiwan. O general Stephen N. Whiting, chefe do Comando Espacial dos EUA, alertou em abril que os avanços da China no espaço eram “incrivelmente rápidos”.

O projeto da constelação Qianfan não é a primeira tentativa do PCC de lançar uma rede própria. Em 2019, o lançamento dos satélites Starlink marcou a introdução de um sistema de internet via satélite com cobertura global, o que representava uma ameaça potencial ao firewall da internet na China. Em resposta, o PCC apresentou o plano de constelação “GW” à União Internacional de Telecomunicações (UIT), visando lançar cerca de 13.000 satélites em órbita baixa, mas o progresso foi lento.

Por meio do projeto Qianfan, a China busca ocupar o espaço em órbita baixa e os recursos de frequência, supervisionados pela UIT com base no princípio “primeiro a chegar, primeiro a ser servido”. Devido à proximidade com a Terra, a órbita baixa é vantajosa para imagens, comunicações e compartilhamento de informações em tempo real no campo de batalha.

Especialistas indicam que o desenvolvimento da constelação de satélites da China tem fins militares, mas que é improvável que a China consiga alcançar os Estados Unidos no curto prazo, dado o atual avanço tecnológico e força militar dos EUA. Apesar do cenário econômico desfavorável, a China continua investindo no Qianfan, destacando sua ambição de desenvolver um “Starlink chinês” e se preparar para potenciais conflitos com os Estados Unidos.

FONTE: The Epoch Times

Subscribe
Notify of
guest

22 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Carlos Ribeiro

Rapaz pra bater os 7000 satélites mantendo a mesma qdo seriam quase 390 lançamentos…meio puxado mas não duvido de mais nada dos chineses…rsrsrs

Rodolfo

Bater a cadencia da spacex é dificil, vao ser quase 150 lancamentos esse ano. E em alguns anos deve ser diaria. E sem 1o estagio reutilizavel fica muito caro competir.
O CEO da Arianne riu há 10 anos quando ouviu que a spacex tinha planos em 2014 de chegar em 100 lançamentos/ano, feito alcançado em 2023. Hoje tao passando perrengue pra certificar o Arianne 6.

Chris

Ha uns 10 anos… Tambem teve CEO de montadora famosa da Alemanha dizendo ate que a Tesla iria falir..

Como dizem por aí.. É melhor não duvidar de um cara que faz foguete dar marcha à ré !

Last edited 30 dias atrás by Chris
Marcelo

De onde você tirou que fica caro para competir ?
Esqueceu que quem paga os lançamentos dos foguetes e satélite chineses é os americano pagando juros para os Chineses que investiu 1 trilhão de dólares nos papéis do tesouro americano que paga 7 %.

Cristiano GR

E os europeus e latinos que compram quase tudo que a China fabrica.

Rodolfo

Rapaz, meu deus, a Spacex é privada e o Starlink é um projeto deles e que da lucro porque é comercial, vai ser o maior provedor de acesso a internet no planeta. É financiado pela propria empresa que hoje ja é a a aerospacial mais valiosa do planeta. A divida americana é de 35 vezes maior, os Chineses ja tao vendendo papeis faz tempo, e o que isso tem a ver com o fato dos chineses nao terem um lançador reutilizavel e ter que fazer im foguete inteiro novo pra cada lançamento enquanto a Spacex utiliza cada 1o estagio 10… Read more »

Rinaldo Nery

E ainda acham que os EUA vão entrar em conflito com a China… Conversa furada pro eleitorado yankee.

Orlando Rios

Impossível para chineses por uma simples razão:
Seus foguetes não são reutilizáveis e não dão ré kkk

Leandro Costa

Estão tentando fazer reutilizáveis também. Mas até agora, sem sucesso. E parece que o mais novo foguete deles funciona, mas vai largando pedaços no caminho.

Rodolfo

O proximo reutilizavel deve ser o New Glenn da Blue Origin que deve ser lançado mes que vem. Vao tentar recuperar o primeiro estagio no 1o lançamwnto, o que tem grande chance de dar errado logo na 1a tentativa, mas quando der certo deve ser a pa de cal em cima do programa Arianne que nao vai ter nenhum sucesso comercial.

Iran

Arianne 6 já fechou contratos pra vários lançamentos, mesma coisa o Vulcan da ULA, então mesmo que o booster não seja reutilizável, fracasso completo não é.

Rodolfo

O maior contrato da Arianne foi com a Blue Origin que também vai lançar uma constelação de satelites e o Jeff Bezos jamais usaria os serviços da SpaceX (tambem contrataram o Vulcan da ULA). Mas fora isso, até os operadores de satelite europeus estão migrando pra SpaceX, ainda mais depois do 1o lançamento do Arianne 6 nao ter tido sucesso na entrega da carga. Fora isso, a estimativa inicial de redução do custo do foguete foi superestimada, vai ficar bem acima dos 75 milhoes de euros que esperavam. O Arianne vai seguir como projeto importante de soberania europeia no espaço,… Read more »

Iran

Concordo, mas na medida que o New Glenn não estiver 100% operacional com recuperação do primeiro estágio e em produção em massa igual a Falcon 9, o Arianne 6 e o Vulcan vão continuar tendo contratos do Bezos porque ele precisa compensar o tempo perdido na corrida contra o Stalink, fora ele os governos da UE vão usar o Arianne por questão de soberania, e a NASA vai continuar injetando dinheiro no Vulcan pra não deixar a SpaceX e eventualmente a BLUE Origin com o monopólio.

Iran

Senão me engano a Space Pioneer da China já testou um protótipo de booster que “da ré” e teve sucesso, pelo que me lembro o primeiro voo vai ser, 2025 ou 2026, tem outras 2 empresas privadas na China tentando o mesmo.

Leandro Costa

Deu errado. Já teve primeiro teste e caiu relativamente perto de uma área populada. Eles vão chegar lá, mas ainda deve demorar um tempo.

Gabriel Pereira Lima

https://youtu.be/zV2TJsTycJg?si=Ko6k33jbztmMiJJ4 eles já testaram uma outra, mas é impressionante quando acontece um erro é já dizem ser um fracasso, se fosse assim a spaceX já tinha desistido faz tempo.

Aéreo

Concorrer com a Starlink os chineses não vão, isso é sensacionalismo da matéria. O que atualmente está em jogo é um novo modelo de utilização de satélites militares. Ao invés de meia dúzia de satélites do tamanho de um ônibus e com custo de bilhão de dólares, o que se faz atualmente é ter dezenas (eventualmente centenas) de satélites pequenos, baratos e que fornecem cobertura quase em tempo real de um teatro de interesse, embora com resolução menor. É esse tipo de inteligência que está sendo fornecida para a Ucrânia. A SpaceX revolucionou o mercado de lançamentos e também está… Read more »

Cristiano GR

Eu gosto de ler como tem sabichão que sabe mais que os chineses de seu dinheiro e de suas tecnologias.
A arrogância e a humildade nos comentários são palavras desconhecidas.
Simplesmente cravam frase com “é impossível” e outras hipérboles, sem nem conseguir ter uma noção aproximada do capital disponível para os chineses investirem no que quiserem.

Depois se o que duvidaram se confirma de forma contundente e impressionante, não voltam aos lugares que comentaram para se redimir ou mostrar seu espanto ou admiração.

Diego

Tantas coisas que a China disse que iam fazer em um curto período de tempo e conseguiram e os especialistas da internet dizendo que era impossível…

SmokingSnake 🐍

Impossível a China concorrer com a SpaceX com esses foguetes ultrapassados dela, sairia caro lançar tantos satélites e deixariam uma grande quantidade de lixo já que descartam os foguetes no oceano. O único que vai ter condições de concorrer com a Starlink é o cara da Amazon se o foguete que estão desenvolvendo tiver sucesso.

Carlos Henrique Lucena

Ainda bem que não temos mais um governo que antagoniza com a China! Quem sabe, ainda desenvolveremos uma joint venture com os inventores dos artefatos que antecederam a corrida espacial.

Marcelo M

Não tenho nenhuma dúvida do interesse militar, em reduzir a vulnerabilidade de eventual ataque aos satélites chineses. Afinal, com milhares de alvos disponíveis vai ser mais dificil colocar os sistemas chineses fora do ar.