F-35 e F-18

O “Lanchester Assessment” é uma ferramenta de jogo de guerra utilizada pelo governo dos Estados Unidos para simular cenários de combate e analisar a eficácia das forças militares em diversas situações táticas. Baseado nos Princípios de Lanchester, que foram formulados durante a Primeira Guerra Mundial pelo engenheiro britânico Frederick Lanchester, este modelo matemático ajuda a prever o impacto do poder de combate entre forças adversárias.

Os Princípios de Lanchester consistem em duas leis principais: a Lei Linear de Lanchester, que se aplica a combates de alcance próximo (como em batalhas terrestres), e a Lei Quadrática de Lanchester, que é usada para descrever combates de longo alcance (como batalhas aéreas e navais). Essas leis consideram fatores como a quantidade de unidades, a eficácia de combate individual e a taxa de engajamento para determinar o resultado de uma batalha.

No contexto do “Lanchester Assessment” usado pelo governo dos EUA, este jogo de guerra simula confrontos entre forças militares de diferentes gerações e capacidades tecnológicas. Um exemplo típico é a simulação de um cenário em que forças de quarta geração enfrentam forças de quinta geração. Neste tipo de análise, são considerados aspectos como a disponibilidade dos equipamentos, a taxa de atrito, a capacidade de reposição de forças e a eficácia dos sistemas de armas.

Tela do Radar AESA AN/APG-81 do F-35 em funcionamento

Um caso prático é a simulação de um combate aéreo entre caças de quarta geração e caças de quinta geração. As forças de quarta geração são modeladas com suas capacidades máximas, incluindo armamentos e sistemas defensivos, contra as forças de quinta geração que possuem avanços tecnológicos significativos, como stealth, sensores avançados e maior capacidade de engajamento em múltiplos alvos.

F-35C Lightning IIs e F/A-18E/F Super Hornets

Os resultados dessas simulações geralmente mostram que, apesar das forças de quarta geração poderem obter algumas vitórias iniciais, as forças de quinta geração tendem a prevalecer devido à superioridade tecnológica e operacional. Por exemplo, um cenário onde 40 caças de quinta geração enfrentam 120 caças de quarta geração pode revelar que as forças de quinta geração têm uma taxa de sobrevivência muito maior e conseguem neutralizar todas as ameaças adversárias com perdas mínimas.

F-35C lançando AMRAAM
F-35C lançando míssil ar-ar AIM-120 AMRAAM

Simulação

O slide acima fornecido pela Lockheed Martin (LM), parte de uma apresentação desclassificada baseada em uma análise de batalha anteriormente classificada, apresenta um cenário em que forças azuis (Blue Forces) estão em desvantagem numérica de 3:1 contra uma força adversária vermelha (Red Force). O adversário voaria caças de 4ª geração e enfrentaria diferentes cenários de caças aliados (Blue).

O cenário começa com 40 caças Blue contra 120 caças Red. Assume-se 80% de disponibilidade dos jatos Blue voando uma vez por dia. Assume-se também o melhor das capacidades para os caças avançados de 4ª geração para as forças Blue. O limite tolerado de perdas para a força Blue é 20 caças. A ferramenta usada na simulação é um jogo de guerra do governo dos EUA com análise ‘Lanchester Assessment’.

Nos cenários, a força Blue começa apenas com caças de 4ª geração e eles abatem apenas 6 Reds antes de perderem 20 jatos Blue. Quando caças de 5ª geração começam a ser introduzidos na força Blue, as proporções de troca melhoram com uma crescente quantidade de caças de 5ª geração em relação aos de 4ª geração.

Quando 75% dos caças Blue são de 5ª geração, todos os 120 adversários são destruídos, mas ainda há 19 perdas Blue. Apenas quando há exclusivamente caças de 5ª geração na força Blue é que ela neutraliza todos os adversários, perdendo apenas 9 de seus próprios caças.

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