Taxas de prontidão da Força Aérea dos EUA caem em 2023, lideradas por declínios no F-15C e B-1

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Jatos F-35, F-15, F-16 e A-10 da Força Aérea dos EUA

As taxas de prontidão das frotas da Força Aérea dos EUA caíram em 2023, continuando uma tendência de declínio. A queda foi mais acentuada em aeronaves de alta demanda e em algumas próximas da aposentadoria, embora algumas aeronaves antigas ainda mantenham boa disponibilidade.

As taxas de prontidão medem o tempo em que uma aeronave pode realizar pelo menos uma de suas missões principais. Por exemplo, as missões do F-16 incluem combate aéreo, ataque ao solo e supressão de defesas aéreas inimigas. A Força Aérea tem focado mais na prontidão de aeronaves já destacadas ou prestes a serem destacadas.

A Força Aérea busca uma média de prontidão de 75-80%. A média não ponderada em 2023 foi de 69,92%, uma queda em relação aos 71,24% de 2022. De 64 tipos de aeronaves, 44 viram um declínio na prontidão, incluindo as maiores e mais ativas frotas da Força Aérea.

O F-15C, com restrições de voo devido a problemas estruturais, teve a menor taxa de prontidão entre frotas com pelo menos uma dúzia de aeronaves, com 33%. Outras aeronaves com menos de 50% de prontidão incluem o bombardeiro B-1B, o cargueiro estratégico C-5M, o tiltrotor CV-22, o E-3B AWACS, o C-130H e o drone RQ-4B Global Hawk.

A taxa do B-1B caiu de 54,8% para 47%, apesar da redução da frota e manutenção adicional para aumentar sua disponibilidade. O C-5M também viu uma queda, de 52,6% para 46%, mesmo após um programa de modernização de US$ 10 bilhões.

Em 2022, a Força Aérea tinha:
– Nenhum tipo de aeronave com taxas abaixo de 25%
– Cinco entre 26 e 50%
– 38 entre 51 e 75%
– 26 entre 76 e 100%

Em 2023, esses números mudaram para:
– Um tipo abaixo de 25% (o MC-130H, com taxa zero)
– Nove entre 25 e 50%
– 26 entre 51 e 75%
– 28 entre 76 e 100%

As aeronaves com melhor desempenho foram as de carga/utilidade pequenas e médias e tipos de inteligência, vigilância e reconhecimento, como o drone MQ-9, com taxa de 86%.

A frota de bombardeiros teve desempenho abaixo de 60%, com o B-1 a 47%, o B-2 a 56% e o B-52 a 54%. Os caças variaram entre 52% (F-22) e 69% (F-16C), com a nova frota de F-15EX registrando 86%.

A Força Aérea não divulgou a taxa de prontidão do F-35A, mas o GAO relatou 51,9% em 2023, uma queda em relação aos 56% de 2022.

O novo tanque KC-46A teve uma taxa de 65%, abaixo dos quase 70% do ano anterior. O KC-135, que será substituído, ficou em 69%.

A frota de treinadores supersônicos T-38, que será substituída pelo T-7A Red Hawk, teve taxas entre 58 e 70%. O E-8C Joint STARS, agora aposentado, teve uma taxa final de 64%.

Embora a Força Aérea aponte para baixas taxas de prontidão, obsolescência e problemas de fornecedores como razões para aposentar tipos como AWACS e JSTARS, outras variantes do C-135 estão se saindo bem, com taxas entre 76 e 87%.

A Força Aérea priorizou a modernização sobre a prontidão no orçamento de 2025, mas incluiu pedidos de prontidão em sua Lista de Prioridades Não Financiadas, buscando melhorias específicas que poderiam produzir grandes ganhos em prontidão.

 

AIRCRAFT TYPE 2023 MC% 2022 MC%
A-10C 67% 69.70%
AC-130J 76% 80.80%
AT-38B 70% 74.20%
B-1B 47% 54.80%
B-2A 56% 52.80%
B-52H 54% 59.30%
C-12C 99% 98.70%
C-12D 100% 100.00%
C-12F 99% 95.60%
C-12J 100% 100.00%
C-130H 44% 68.40%
C-130J 72% 74.90%
C-17A 76% 77.50%
C-21A 100% 100.00%
C-32A 88% 88.40%
C-37A 93% 94.50%
C-37B 91% 91.20%
C-40B 88% 89.90%
C-40C 91% 90.10%
C-5M 46% 52.60%
CV-22B 46% 51.90%
E-3B 47% 40.20%
E-3G 60% 63.90%
E-4B 61% 55.40%
E-8C 63% 49.20%
EC-130H 33% 68.90%
EC-130J 63% 67.20%
F-15C 33% 45.70%
F-15D 55% 58.50%
F-15E 55% 51.60%
F-15X 85% 84.60%
F-16C 69% 70.70%
F-16D 65% 68.90%
F-22A 52% 57.40%
F-35A 51% 65.40%
HC-130J 72% 76.40%
HH-60G 67% 68.90%
HH-60W 67% 60.80%
KC-10A 79% 80.40%
KC-135R 69% 72.00%
KC-135T 67% 69.60%
KC-46A 65% 69.90%
LC-130H 48% 54.70%
MC-12W 100% 100.00%
MC-130H 0% 68.50%
MC-130J 76% 79.40%
MQ-9A 86% 89.90%
RC-135S 73% 80.60%
RC-135U 85% 79.50%
RC-135V 71% 70.00%
RC-135W 77% 67.70%
RQ-4B 50% 70.80%
T-1A 78% 76.30%
T-38A 63% 69.50%
T-38C 58% 57.20%
T-6A 62% 71.40%
TC-135W 82% 76.10%
TE-8A 79% 83.00%
TH-1H 60% 71.70%
U-2S 76% 73.50%
TU-2S 81% 69.60%
UH-1N 78% 81.80%
UV-18B 100% N/A
WC-130J 68% 64.10%
WC-135R 87% 73.30%

FONTE: Air & Space Forces Magazine

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Victor Filipe

Por isso a USAF tá correndo pra atualizar seus meios, olha a prontidão do F-15X

a economia nos custos dessas aeronaves legacy vão impactar a frota inteira.

A substituição dos B-1 pelos B-21 também vai causar um alivio na questão de manutenção.

Akivrx

Segundo dizem existe falta de semicondutores para agilizar a modernização dos F-15 os japoneses estão na fila de espera.
Dizem que da para ampliar as linhas de fornecimento, porem vai elevar o $$$ custo do pacote de modernização em alguns bilhões.
Pois depois de encerrar esta modernização como existe poucos operadores do F-15 as linhas de produção de componentes seriam encerradas.

Fábio CDC

Essas informações deveriam ser Ultra-Secretas mas são divulgadas para o mundo. Sendo verdade, fornece um extrato completo de uma informação vital para a segurança do Espaço Aéreo daquele país, que jamais deveria se tornar de domínio público…
.
Mas eles o fazem. Traz até insegurança para a nação mostrar a potenciais agressores como eles estão nesse aspecto sensível, até porque aviões cheios de querosene de aviação são, também, bombas voadoras com grande poder de destruição como vimos em New York.

Camargoer.

Caro. A disponibilidade de uma aeronave em tempos de paz é um dado aberto, principalmente considerando o tamanho da frota. Perceba que um dado sensível que é a disponiblidade do F35 foi mantido sem segredo. Isso ajuda a pressionar o congresso dos EUA por mais aeronaves e até justificar junto á população o uso de recursos públicos. Em tempos de guerra, pode ser uma informação classificada. Seria óitmo se a FAB produzisse um relatório parecido, inclusive com o número de horas voada por tipo de aeronave e da capacidade ociosa da frota. Isso evitaria aquelas ideias indigestas de comprar Sherpas… Read more »

Rinaldo Nery

Sim e não, Camargo. Não achamos que a USAF está correta ao divulgar isso. Forças Aéreas européias, salvo melhor juízo, não o fazem. Na América Latrina NINGUÉM divulga.

Alecs

Cel. Corrijam-me se estiver errado, por favor. Essa disponibilidade é de aeronaves 100% prontas para decolar. Uma parte sempre está em manutenção programada, digamos 25%. Outra parte pode não estar 100% pronta, mas não quer dizer que não ficaria disponível em pouco tempo com manutenção na própria base, em caso de necessidade. Já li matérias sobre a disponibilidade da Força Aérea Alemã, mas não me recordo de outras forças europeias em matéria de disponibilidade.

Rinaldo Nery

Disponibilidade é aeronave na linha vôo. Pronta pra missão. Pode ter algum item indisponível que não impeça o vôo

Alecs

Kkkkkkkk então me conta por que a Rússia, China, Irã… e outros não atacam logo? É cada um que aparece.

Fábio CDC

“Kkkkkkkk então me conta por que a Rússia, China, Irã… e outros não atacam logo?” = Os Estados Unidos tem armas nucleares. Ataca eles lá, vai…
.
Contei.

André Macedo

51% de prontidão na bomba voadora kkkkkkkkkkkkkk é mais fácil e barato jogar um cara ou coroa, quanto mais atualiza mais problemático fica

bjj

E detalhe: sendo operado pela força aérea mais rica do mundo e com uma frota com tempo médio de serviço bem inferior a 10 anos.

Rinaldo Nery

Também foi um dado que chamou a atenção. Se lá, no País que fabrica, na Força Aérea mais rica do mundo, é 51%, imagina nos demais operadores. Marea voador.

Matheus R

E ainda tem país comprando, o último Portugal, que nem é um país tão grande e rico.

Rafael Coimbra

Marea Voador kkkk

Angus

Em que pese a taxa de prontidão ter caído, conforme as informações, só é possível fazer uma avaliação mais completa com a comparação das mesmas taxas (parâmetros) de outro país com quantidade semelhante de modelos.

Aparentemente, por exemplo, é mais fácil a Suécia ter uma taxa de prontidão superior, por operar menos tipos e quantidade de aviões.

Enfim, se dados parecidos fossem divulgados pela China e Rússia, por exemplo, seria mais fácil verificar se efetivamente os números são baixos ou aceitáveis.

Rafael Coimbra

A Rússia segundo o piloto ucraniano nem existe mais… ele abateu tudo.. em batalhas de de 1 vs 150 russos hehehe …cada uma… e a China é tudo mockup … não deram um tiro rela em guerra até hj…

Camargoer.

Olá. Chama a atenção que a disponibildiade do T6A seja de apensa 71%… acho que o A29 é superior.

Willber Rodrigues

Aquela história de ficar usando F-15, A-10 e AC-130 a torto e a direito em sh*t-holes como Afeganistão e outros buracos pelo mundo nas últimas décadas cobra seu preço….

É nessas horas que um ST mostra seu valor.

Bispo

Teoricamente vai sobrar mais F-16SP (soltando pecinhas 😆) para a Ucrânia.

Blogueiro (militares) russos dizem: Rússia vai começar a abater drones de vigilância que sobrevoam as fronteiras da mesma para fornecer “dados” ao inimigo…em resposta ao uso de armas da OTAN em solo russo.

RQ-4B Global Hawks – U$220mi a unidade … ☠️ 🙃

Machado

Parece que já abateram o primeiro

Aéreo

O B-1 sempre foi problemático quanto ao custo por hora voada. Em um determinado momento na década de 90, a USAF realizou um experimento que consistia em pegar uns poucos B-1, em torno de 6, e investir todos os recursos naquelas células para que elas tivessem uma disponibilidade alta. Ai fizeram as contas do quanto custou para manter elevada a disponibilidade daquelas poucas células e concluíram que era uma aeronave muito cara de se manter em relação as suas capacidades. Eu não lembro os números de cabeça agora, preciso procurar a fonte novamente. Mas em resumo, muito da longevidade do… Read more »

Bachini

Velho Hercules pedindo uma substituição pelo KC390….

Maurício Veiga

Em suma e para não complicar, entende-se que as aeronaves mais caras e sofisticadas são as que tem menor disponibilidade e isso todos já sabiam que ia acontecer, por isso continua sendo muito relevante a combinação HI/LO principalmente na aviação de combate, alô alô FAB…

Last edited 3 meses atrás by Maurício Veiga
Luís Henrique

A frota de aeronaves da USAF está velha, principalmente a frota de caças. A redução da compra do F-22 de 750 para apenas 186 e os atrasos do F-35 estão cobrando o preço hoje. A USAF parou de adquirir caças de 4a geração, esperando os novos F-35 que demoraram para chegar… O último F-15 E produzido para a USAF foi entregue em 2001. O último F-16C produzido para a USAF foi entregue em 2005. O último F-22 foi entregue em 2011. Os únicos caças novos são os cerca de 230 F-35A que ainda possuem problemas de desenvolvimento e de manutenção.… Read more »