Cientistas brasileiros do programa ‘Aeronave Silenciosa’ da Embraer são indicados ao European Inventor Award

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  • Os inventores Micael Carmo e Fernando Catalano vão representar as equipes da Embraer e instituições de pesquisas que colaboraram com o projeto
  • Financiado pela Embraer, FAPESP e FINEP, os estudos envolveram mais de 200 pesquisadores, gerou diversas patentes e teve importante contribuição para desenvolver aeronaves mais eficientes

São José dos Campos-SP, 16 de maio de 2024 – Os cientistas brasileiros Micael Carmo e Fernando Catalano foram selecionados pelo Escritório de Patente Europeu (EPO), como finalistas da premiação europeia de inovação, o “European Inventor Award”, em reconhecimento às suas contribuições para uma aviação sustentável. A indicação é para a categoria de países não pertencentes à Europa. A edição deste ano teve mais de 550 candidatos e o anúncio dos vencedores acontece no dia 9 de julho, em Malta. Voto popular está disponível no link: European Inventor Award (cstmapp.com).

Os dois inventores representam respectivamente as equipes da Embraer e dos centros de pesquisa, coordenados pela Universidade de São Paulo (USP), que participaram dos estudos de soluções e metodologias de engenharia para o desenvolvimento de aeronaves mais silenciosas. As novas tecnologias contribuíram para reduzir o ruído da nova geração de jatos comerciais da Embraer, o E2, em 65% e a emissão de carbono por passageiro em até 25%, quando comparado com a geração anterior. A redução de emissões pode chegar a até impressionantes 85% quando abastecido com 100% combustível sustentável (SAF).

Financiado por meio de uma iniciativa colaborativa entre Embraer, Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), o programa “Aeronave Silenciosa” foi liderado pela empresa em conjunto com outros centros de pesquisas do Brasil, Inglaterra, Alemanha e Holanda, envolvendo mais de 200 pesquisadores que geraram diversas patentes e importantes contribuições para o desenvolvimento de aeronaves mais eficientes.

“É uma imensa honra para a Embraer e toda comunidade científica brasileira ser representada pelo nosso engenheiro Micael Carmo e pelo Professor Catalano, da Escola de Engenharia de São Carlos – EESC-USP. Nós acreditamos fortemente que a colaboração entre empresas e centros de pesquisas pode produzir inovações para melhorar a vida das pessoas e este programa é um grande exemplo disto”, disse Henrique Langenegger, Engenheiro-Chefe da Embraer. “Parabéns a todos que fazem a indústria aeronáutica brasileira ser globalmente respeitada por sua eficiência e sustentabilidade”.

Como um dos mais prestigiados prêmios de inovação, o European Inventor Award é organizado pelo EPO para reconhecer pessoas e equipes que desenvolveram soluções para os grandes desafios da atualidade. A indicação destaca as contribuições do programa “Aeronave Silenciosa” para o desenvolvimento dos jatos E2 da Embraer, que são ideais para operações em lugares com restrição de ruídos, beneficiando as regiões aeroportuárias densamente povoadas, companhias aéreas e impactando positivamente as comunidades locais.

Os finalistas são escolhidos por um júri independente que é composto por profissionais já indicados ao prêmio e que avaliam as contribuições das pesquisas para o progresso científico, desenvolvimento social e sustentável, e prosperidade econômica. Todos os inventores devem ter patentes registradas na Europa.

Os inventores

Micael Carmo é graduado em Engenharia Mecânica e mestre em Acústica. Ele atua no departamento de interiores, ruído e vibração da Embraer há mais de 20 anos e é co-inventor de sete patentes relacionadas à redução de ruído aerodinâmico. Esteve envolvido no programa “Aeronave Silenciosa” desde o início, em 2006.

Fernando Catalano possui amplo e profundo conhecimento de aerodinâmica desenvolvido por anos à pesquisa e ao ensino. Foi Professor e ex-Chefe do Departamento de Engenharia Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos, da USP, onde iniciou atividades em 1982. Hoje ocupa o cargo de diretor da EESC-USP. Sua pesquisa se concentrou em áreas como projeto de túneis de vento, estratégias de mitigação de arrasto e refinamento da aerodinâmica das asas. Além disso, suas contribuições se estendem ao domínio da aeroacústica experimental.

Sobre o programa “Aeronave Silenciosa”

A Embraer iniciou em 2006 o programa “Aeronave Silenciosa” para estudar e avaliar a geração e propagação de ruído aeronáutico. Financiado pela FAPESP e FINEP, as principais ênfases do programa foram no ruído aerodinâmico gerado pelo fluxo de ar sobre e sob as asas, no trem de pouso e na fuselagem da aeronave, bem como nas fontes de ruído do motor e suas partes móveis.

A pesquisa contou com a colaboração da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP); Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP); Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Universidade de Brasília (UnB); Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Além disso, outras quatro instituições internacionais tiveram papel importante no projeto: Universidade de Twente, na Holanda; Imperial College e Universidade de Southampton, ambas na Inglaterra; e o Centro Aeroespacial Alemão (DLR), na Alemanha.

O estudo foi realizado com foco na área de aeroacústica por meio de três abordagens distintas que se complementam, sendo uma frente experimental, com testes em voo e em túnel de vento, uma segunda frente onde são gerados modelos analíticos e empíricos, e uma terceira frente de aeroacústica computacional.

A partir da compreensão do complexo fenômeno da geração de ruído aerodinâmico, a Embraer ajustou a geometria de partes das aeronaves, como asas, flaps, trem de pouso, entre outros e realizou ensaios em voo na Unidade Gavião Peixoto, interior de São Paulo. Microfones foram instalados em uma das extremidades da pista para registrar o ruído gerado pela aeronave durante os procedimentos de decolagem e pouso.

Como resultado, o extenso programa conseguiu acelerar o conhecimento de especialistas altamente qualificados na área de acústica e combinar outras tecnologias avançadas que apoiaram o desenvolvimento de uma nova geração de aeronaves mais silenciosas, como os jatos comerciais E-Jets E2.

Sobre o European Inventor Award

O European Inventor Award (Prêmio Europeu de Inventor) é um dos prêmios de inovação mais prestigiados da Europa. Lançado pelo EPO (European Patent Office, ou Escritório Europeu de Patentes) em 2006, o prêmio homenageia indivíduos e equipes que desenvolveram soluções para alguns dos maiores desafios de nosso tempo. Os finalistas e vencedores são selecionados por um júri independente composto por ex-finalistas do prêmio. Juntos, eles examinam as propostas quanto à sua contribuição para o progresso técnico, desenvolvimento social e sustentável e prosperidade econômica. Para todos os inventores, deve ter sido concedida uma patente europeia para a sua invenção. Saiba mais aqui sobre as diversas categorias, prêmios, critérios de seleção e cerimônia transmitida ao vivo, que será realizada em 9 de julho de 2024 em Malta.

Sobre o EPO

Com 6.300 funcionários, o Escritório Europeu de Patentes (EPO) é uma das maiores instituições de serviço público na Europa. Com sede em Munique e escritórios em Berlim, Bruxelas, Haia e Viena, o EPO foi fundado com o objetivo de fortalecer a cooperação em patentes na Europa. Por meio do procedimento centralizado de concessão de patentes do EPO, os inventores podem obter proteção de patente de alta qualidade em até 45 países, abrangendo um mercado de cerca de 700 milhões de pessoas. O EPO também é a principal autoridade mundial em informações e busca de patentes.

DIVULGAÇÃO: Embraer

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Adriano RA

Excelente notícia. Deixo aqui meu parabéns aos professores.

EduardoSP

Parabéns aos professores e pesquisadores!
Não é à toa que os E2 são aeronaves muito silenciosas. Tem estudo, pesquisa e investimento por trás.

Luiz Antonio

Prova cabal e inequívoca que, se o incentivo e as verbas vêm, o brasileiro não fica devendo nada a ninguém em questão de evolução tecnológica.

Jagdverband#44

EPO é parceiro do INPI.

Fagundes

A comunidade científica brasileira mostrando mais uma vez sua grande competência, inspiradora conquista para as novas gerações.

curioso

Notícia importante. Pena que não tenha despertado muita atenção (nem comentários).
Temos que ter muito mais programas ambiciosos e bem sucedidos como esse, em pesquisa e ciência aplicada à indústria, se quisermos mesmo “reindustrializar” o país e deixar de ser só exportadores de commodities agrícolas e minerais.
Mas aviãozinho do Tio Sam que aparece sem combustível e sem convite em base aeronaval é mais emocionante. Além de render uns delírios juvenis e teorias conspiratórias bem legais.