O datalink militar brasileiro vai permitir que aviões troquem, em pleno voo, dados entre si e com estações de Comando e Controle

A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou, em março, na Base Aérea de Canoas (BACO), a Operação IRIS 2024, um importante avanço no Projeto Link-BR2, o datalink militar brasileiro que visa permitir a troca segura de informações, em tempo real, elevando as capacidades de Comando e Controle. A atividade, prevista no Plano de Operações do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), foi crucial para o desenvolvimento e certificação do equipamento Rádio Terminal Data Link (RTDL) e a sua integração à aeronave F-5M.

Campanha de Ensaios em Voo

A primeira fase da Operação teve como foco os ensaios complementares de desenvolvimento do projeto, que utilizou duas aeronaves F-5M integradas ao Sistema Link-BR2. As atividades permitiram um aprimoramento das análises já realizadas em ensaios anteriores.

“A implementação do Link-BR2 envolve um conjunto complexo de engenharia e desenvolvimento tecnológico, que contou com mais de 50 especialistas em diversas áreas. O sistema fortalece a interoperabilidade entre diferentes plataformas aéreas e terrestres, aumentando a consciência situacional dos participantes da rede, além de maximizar a eficácia no cumprimento da missão”, ressaltou o Coordenador Operacional dos Ensaios e piloto do IPEV, Major Aviador Vinicius Marcel Holdorf.

Durante os ensaios, estiveram presentes o Diretor-Geral do DCTA, Tenente-Brigadeiro do Ar Mauricio Augusto Silveira de Medeiros; o Presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), Major-Brigadeiro do Ar Mauro Bellintani; e o Comandante do Quinto Comando Aéreo Regional (V COMAR), Major-Brigadeiro do Ar Vincent Dang.

Em sua passagem pela Operação, o Tenente-Brigadeiro do Ar Medeiros ressaltou sobre a importância da tecnologia para o Poder Aeroespacial Brasileiro. “A Força Aérea Brasileira e a AEL Sistemas construíram, ao longo de 40 anos, uma parceria no desenvolvimento de projetos estratégicos. Os testes que foram realizados durante a Operação IRIS atestaram o alto nível tecnológico e operacional do Link-BR2”, destacou.

A Operação contou com a participação de várias organizações e unidades militares da FAB, como a BACO, o Primeiro Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (1°/14° GAV) – Esquadrão Pampa, o Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV), a Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), a Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico (DIRMAB) e o Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI).

Projeto Link-BR2

A visão a longo prazo da FAB, em parceria com a AEL Sistemas, objetiva a autonomia na guerra centrada em redes (NCW), destacando o Brasil no cenário internacional como um dos poucos países capazes de desenvolver e operar tecnologias de enlace de dados táticos de alta segurança. O Link-BR2 demonstra capacidade de transformação operacional, permitindo que a FAB obtenha superioridade informacional e tática em operações, destacando-se pela capacidade de redução do ciclo de tomada de decisão durante o combate.

Com a Operação IRIS 2024, a FAB reforça seu compromisso com a modernização e aprimoramento de suas capacidades operacionais, garantindo a segurança e eficácia de suas missões futuras.

FONTE: Força Aérea Brasileira

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Leandro Costa

Um dos projetos mais importantes está avançando. Isso é bom de se ver.

BLACKRIVER

Dinheiro do contribuinte bem investido.

Um link de comunicação seguro, rápido e eficiente é essencial e faz muita diferença na hora do “pega pra capar”

👏👏👏👏👏👏👏👏👏

Last edited 7 meses atrás by BLACKRIVER
Ramon Grigio

Não quero jogar sal na ferida, mas acho que lá por 2009/2010 foi noticiado que até 2014 teríamos o LINKbr2 operacional…

Imagino que não seja nada simples integrar diferentes plataformas/hardwares em um único sistema coeso. Mas é realmente assustador como as coisas são lentas por aqui.

Marcelo Andrade

defesa aqui não rende voto nem emendas parlamentares

ln(0)

Algumas perguntas de leigo: este LinkBR2 é um software? Ou envolve hardware também? Ele é tipo um ráio criptografado?

Last edited 7 meses atrás by ln(0)
Guilherme Poggio

Sim,trata-se de um software. Porém, feito para rodar em hardwares específicos de comunicação. Eu não diria que é um “rádio criptografado”, mas uma forma de enviar e receber dados de forma criptografada usando uma interface (que pode ser um rádio).

Se você digitar “link-br2” no campo de busca do site vai encontrar muitas matérias sobre o assunto.

Last edited 7 meses atrás by Guilherme Poggio
ln(0)

Muito obrigado, irei procurar!

Rinaldo Nery

É um chat com criptografia. Resumindo de forma bem simples. Os E/R-99 foram as primeiras aeronaves militares brasileiras a utilizar comunicação criptografada. No início (início dos anos 2000), a chave criptográfica vinha num chip, que eu, como Oficial de Inteligência do 2°/6°, guardava no cofre. Agora a criptografia dos rádios é via software. O Centro Amazônico (CINDACTA 4) é o único, por enquanto, com sistema data link integrado, onde os E-99 podem enviar e receber visualização radar. E comunicação criptografada em UHF.

PY3TO - Rudi

Saudações Cel. …” E comunicação criptografada em UHF.” em VHF Não? ja que
VHF teria um alcance maior!

Rinaldo Nery

Hoje não sei. À época não.

ln(0)

Muito obrigado Cel. É muito bom ouvir (ler?) de quem vivenciou essas experiências.