Força Aérea dos EUA planeja investir US$28,48 bilhões em 5 anos para desenvolver novos caças avançados e drones de escolta

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A Força Aérea dos EUA planeja aumentar drasticamente os gastos com o programa de caças de próxima geração para supremacia aérea (Next Generation Air Dominance – NGAD) nos próximos anos, atingindo a cifra de US$28,48 bilhões no período fiscal de 2025-2029, segundo documentos orçamentários recém-divulgados. Essa quantia inclui o programa de Aeronaves de Combate Colaborativas, que produzirá aeronaves de escolta não tripuladas e semiautônomas para voar ao lado do NGAD.

O NGAD é o programa de supremacia aérea de mais alta prioridade da USAF e está previsto para substituir o F-22 a partir de 2030 aproximadamente. É caracterizado como uma “família de sistemas”, que inclui as Aeronaves de Combate Colaborativas (CCAs), das quais o Secretário da Força Aérea, Frank Kendall, disse que serão construídas pelo menos 1.000 unidades, com as primeiras prontas para combate em 2028.

Nunca foi estabelecido um objetivo oficial de compra para o NGAD, mas líderes do serviço insinuaram tamanhos de frota na faixa de 200-250 unidades. Kendall também mencionou que o NGAD tripulado custará “várias centenas de milhões” de dólares por aeronave. Espera-se que o primeiro lote de drones CCA custe cerca de US$30 milhões cada.

A aeronave tripulada no centro da formação NGAD deverá ser uma plataforma ultra furtiva, escoltada ou auxiliada por CCAs que desempenharão funções de detecção, interferência, retransmissão de comunicações e mira. Elas também carregarão munições adicionais que podem ser direcionadas pelo único piloto na formação ou atacar alvos de forma independente. Líderes da Força Aérea disseram que podem existir duas variantes do NGAD: uma para o teatro europeu e uma versão de longo alcance otimizada para o teatro do Pacífico.

A Força Aérea espera conceder contratos de desenvolvimento a duas empresas para o NGAD e a três para o CCA ainda este ano.

Em 2025, o serviço está solicitando quase US$2,75 bilhões para o NGAD, um aumento de US$1,2 bilhão em relação ao montante solicitado no orçamento fiscal de 2024, que ainda não foi aprovado pelo Congresso. O programa CCA tem um orçamento de aproximadamente $577 milhões, um aumento de $170 milhões em relação a 2024.

Durante o plano de defesa para os próximos anos (2025-29), a Força Aérea planeja US$19,6 bilhões apenas em pesquisa, desenvolvimento, teste e avaliação para o NGAD, além de $8,9 bilhões somente para o CCA.

A LongShot Collaborative Combat Aircraft (CCA) da DARPA operando em conjunto com caças convencionais. A CCA é vista como crucial para dissuadir a China de tentar tomar Taiwan. – General Atomics
Segmento 2025 2026 2027 2028 2029
Elemento total do programa NGAD US$3,306 bilhões US$3,684 bilhões US$5,396 bilhões US$7,247 bilhões US$8,289 bilhões
NGAD somente US$2,749 bilhões US$3,189 bilhões US$3,742 bilhões US$4,201 bilhões US$5,723 bilhões
CCA somente US$577,1 milhões US$494,9 milhões US$1,654 bilhão US$3,046 bilhões US$3,106 bilhões
FONTE: Air Force budget documents

Embora os drones CCA estejam programados para ser operacionais já em 2028, e o NGAD por volta de 2030, nenhum financiamento para aquisição ou preparação antecipada para produção foi especificado no pedido de orçamento de aquisição da Força Aérea. Um oficial do serviço disse que isso provavelmente se deve a preocupações com o sigilo operacional.

A Força Aérea também está solicitando US$300 milhões ao longo do FYDP para o Programa Colaborativo Autônomo, no qual explorará a equipe de operação conjunta entre tripulados e não tripulados, táticas de enxame e colaboração entre as CCAs. Essa linha de financiamento aumenta de US$51 milhões em 2025 para US$65,2 milhões em 2029.

Os documentos de justificativa de orçamento de P&D da Força Aérea indicam que, após a seleção de um contratado para o desenvolvimento de engenharia e fabricação do NGAD, as atividades incluirão a construção de uma estrutura de arquitetura aberta para sistemas de missão e “projeto, construção e teste de” sistemas de armas completos, incluindo “desenvolvimento, integração, teste e construção de protótipos demonstrativos.”

O programa “continuará a realizar análises, identificar candidatos à tecnologia e executar aprimoramentos de conceito”, e haverá a fabricação de “plataformas de dominação espectral”, sugerindo uma escolta de guerra eletrônica não tripulada para a plataforma.

“Detalhes adicionais… não podem ser fornecidos neste nível de classificação”, observam os documentos.

Para o CCA, o plano para o ano fiscal de 2025 pede análises adicionais para “identificar candidatos à tecnologia, realizar estudos de aprimoramento de conceitos, desenvolvimento, integração, teste, prototipagem e demonstrações, bem como integração de sistemas tripulados para reduzir riscos e amadurecer conceitos de CCA e tecnologias relacionadas à supremacia aérea em apoio ao NGAD.”

Os valores do NGAD não incluem o programa Next Generation Adaptive Propulsion (NGAP), que desenvolverá novos motores para o NGAD que fornecerão melhorias em aceleração e alcance em relação ao motor F135 do F-35. O NGAP será derivado do Adaptive Engine Transition Program (AETP), no qual a GE Aerospace e a Pratt & Whitney da Raytheon desenvolveram motores que poderiam se adequar ao F-35 e proporcionar maior empuxo e alcance. Esse programa foi abandonado porque não traria benefícios para os usuários das variantes de decolagem curta/pouso vertical F-35B, e porque a Força Aérea não poderia custear o desenvolvimento do motor para seus F-35As sozinha.

Os itens orçamentários do NGAD também não incluem novas armas em desenvolvimento para ele, como o míssil tático avançado conjunto AIM-260 (JATM).

A Força Aérea citou números ligeiramente diferentes para o NGAD e o CCA em seus gráficos de briefing orçamentário do que em seus livros de justificativa, afirmando nos gráficos que o item de linha geral do NGAD é de US$3,390 bilhões para 2025, dos quais US$2,831 bilhões são para a plataforma NGAD e US$559 milhões são para o CCA. Também foi mencionado que está investindo US$116 bilhões “em vários outros elementos de programa para testes de autonomia do CCA e soluções não materiais, totalizando US$675 milhões em direção ao desenvolvimento do CCA.”

Um porta-voz do serviço não pôde explicar imediatamente a discrepância, mas sugeriu que os gráficos incluíam elementos de alguns esforços tecnológicos relacionados.

FONTE: Air & Space Forces Magazine

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Willber Rodrigues

É só não cometerem a mesma burrice de fazer o mesmo tipo de contrato que fizeram com a LM, aonde cada erro e atraso no F-35 a LM era “punida” com mais cheques em branco pra resolver o problema, que agora será mais “tranquilo”….

Marcelo M

Poderia ter sido pior. O contrato poderia ter ido pra Boeing.

Willber Rodrigues

É aquele negócio:

Sempre dá pra piorar o que já está ruim…

Chris

Se existem avioes no mundo, que parecem durar para sempre… Sao os americanos… É F-16 que parecem nunca aposentarem… E nossos F5 e A4 que o digam…

O que reparei… É que não é o caso do F-22 !

Marcelo M

Há outros exemplos, de aeronaves que, pela imensa sofisticação, não conseguem ser operacionais por muito tempo. Podemos citar o SR 71 e F111, este aqui com pouco mais de 20 anos de operação.

Giora Epstein

Pelo menos não vai para a Sukhoi, que até o presente não conseguiu transformar o Su-57 em um aparelho operacional não é mesmo!?

NEMOrevoltado

Será que se a Sukhoi tivesse apenas um terço do dinheiro jogado no F35 já não haveria um SU-57 e mesmo um SU-75 maduro e operacional?

Não sou FanBoy de quem nem sabe que eu existo, mas sei de uma coisa, os americanos gastam demais para aquilo que entregam!

Chris

Certamente sim ! Mas tudo depende da complexidade envolvida…. O F-35 é muito mais computador que caça (Se isso é bom ou ruim, é uma outra historia). Dai vem a dificuldade não encontrada ate em seu predecessor F-22

Last edited 7 meses atrás by Chris
Leandro Costa

Acho que o problema da Boeing não é a parte de Defesa, herdada da McDonnel Douglas, mas sim a parte de aeronaves civis. Muito por uma questão de controle de qualidade mesmo. A Boeing precisa focar urgentemente em capacidade de engenharia, ao invés de capacidades ‘Wallstreeteanas’

Underground

O problema chama-se Douglas mesmo. Muitos F15 fabricados ainda pela MD apresentaram problemas estruturais, que levaram a vários acidentes.
Os processos de terceirização vieram da MD, resultando nos inúmeros problemas conhecidos.

Willber Rodrigues

Negativo.
As 3 áreas da Boeing, aviação civil, militar e aeroespacial, apresentam centenas de problemas, erros, atrasos e estouros de orçamentos.
Aquele problema do 747Maxx é só a ponta mais visível disso.

Franz A. Neeracher

737Max.

Rodolfo

O contrato final ainda nao saiu, espera-se que até o final do ano saiba quem
irá construí-lo. Só se sabe que a Lockheed já soltou sketches do seu protótipo e a Northrop já desistiu, imagina-se que a Boeing ainda está na disputa. Ao contrário de programas anteriores como o JSF onde X32 e X35 disputaram o contrato e a mídia
cobriu, o NGAD segue em segredo.

Rafael Coimbra

É só arranjar mais umas 3 …4 guerras por procuração que já paga a conta….

Samuel Asafe

Os caras estão vendo a sociedade deles ruir na frente dos olhos, pessoas morando em carros, gente morrendo nas ruas por falta de assistência médica, pessoas tendo overdoses, e tudo que conseguem fazer é projetar um avião novo, o governo americano é uma coisa bizarra.

Giora Epstein

Talvez você queira que os EUA assistam de braços cruzados a China e Rússia fazerem o que quiserem não é mesmo!?

Samuel Asafe

Não tô falando isso, mas, poxa, nem um aceno sobre esses problemas, uma manifestação pública, qualquer coisa, isso é muito estranho.

AVISO DOS EDITORES:

6 – Mantenha-se o máximo possível no tema da matéria, para o assunto não se desviar para temas totalmente desconectados do foco da discussão

LEIA AS REGRAS DO BLOG:
https://www.aereo.jor.br/home/regras-de-conduta-para-comentarios/

Bosco

Agora, falando sério , falir a indústria americana, seja civil ou militar , só irá aumentar o problema dos cracudos e sem teto.
Você tem ideia de quanto estas indústrias pagam de impostos e de quanto elas fomentam a economia e geram emprego?

Bosco

Sinceramente não sei onde eu infringe alguma regra do blog. O Ocidente (mais precisamente , as democracias ocidentais) há 200 anos recebe miseráveis e desamparados do mundo todo e não sei qual o problema de sugerir que outros países com regimes políticos diferentes agora façam o mesmo com os miseráveis americanos, franceses, etc. RESPOSTA DOS EDITORES: O TEOR DE SEU COMENTÁRIO FOI DE PROVOCAÇÃO IDEOLÓGICA, COMO MUITOS OUTROS QUE TÊM SIDO EDITADOS E APAGADOS, INDEPENDENTEMENTE DA IDEOLOGIA DEFENDIDA (CASO DESTA MESMA SEQUÊNCIA DE COMENTÁRIOS). NÃO INSISTA E NÃO SE FAÇA DE DESENTENDIDO. NÃO É SUA PRIMEIRA ADVERTÊNCIA. LEIA AS REGRAS… Read more »

Bosco

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COMENTÁRIO APAGADO. NÃO INSISTA. VOCÊ JÁ TEVE INÚMERAS OPORTUNIDADES PARA LER AS REGRAS DO BLOG, APROVEITE MAIS ESTA.

LEIA AS REGRAS DO BLOG:
https://www.aereo.jor.br/home/regras-de-conduta-para-comentarios/

Last edited 7 meses atrás by Bosco
Samuel Asafe

_____

COMENTÁRIO APAGADO POR INSISTÊNCIA EM DESVIAR TOTALMENTE DO TEMA DA MATÉRIA.
OS EDITORES AVISARAM MILHARES DE VEZES E A PACIÊNCIA ACABOU.
LEIAM AS REGRAS DO BLOG:
https://www.aereo.jor.br/home/regras-de-conduta-para-comentarios/

Felipe Morais

Se grandes problemas sociais for um impeditivo para desenvolver tecnologias militares, pouquíssimos países teriam condições de se dar esse luxo.
As principais potências militares (EUA, China, Índia e Rússia) teriam que interromper imediatamente seus custosos programas de desenvolvimento.

C G

A galera nao entende que guerra da lucro para os EUA, toda essa dinheirama retorna em impostos, salarios, exportações, economia girando… o básico do básico, dinheiro não apenas se cava do solo ou se planta, dinheiro se inventa e a indústria bélica americana é um caso de sucesso para até cego ver!

BraZil

Samuel, concordo e o seu comentário, complementa o que fiz a pouco. Com tantos problemas internos para resolver, é bizarro, gastar essa baba em um programa e ainda mais, usando a justificativa que usam. OS EEUU estão ruindo. Como sociedade, como potência industrial, como farol do mundo (em termos de ser o modelo a se seguir). falta capacidade de produção industrial, falta um sistema de saúde digno e humanizado, as drogas e obesidade são algo crônico, a criminalidade varre o país…está difícil elogiar…

Maurício.

“Líderes da Força Aérea disseram que podem existir duas variantes do NGAD: uma para o teatro europeu e uma versão de longo alcance otimizada para o teatro do Pacífico.”

Faltou a variante para o OM, até porque, pelo histórico “recente”, vai ser a única a entrar em guerra…

Last edited 7 meses atrás by Maurício.
Mr.Guara

Não comentando nas capcidades, mas no processo de desenvolvimento, umas das coisas mais divulgadas é que esse projeto usa muito digital desing e teste/simulações digitais, proximo, mas num nivel mais avançado do que foi usado no projeto do B-21. Agora a pergunta é, quando será que vamos ver aquelas imagens na região da Area-51 desse projeto voando, se é que já não tenha, afinal o projeto começou em 2015

Rodolfo

2022…. O aviao (possivel da Lockheed) voou ainda na administração Trump em 2020. Provavelmente com a turbina XA100 da GE.

https://www.twz.com/44057/mysterious-aircraft-spotted-at-area-51-in-unprecedented-satellite-image

Giora Epstein

Enquanto os EUA pensam ativamente no sucessor do F-22 a Rússia continua patinando com o Su-57, que teima em não passar da condição de protótipo

TJLopes

Esse drones serão reutilizáveis? Pelo preço imagino que sim, porem terão que contar uma baita autonomia para o teatro do pacífico.

Bosco

São sim! Na verdade são mais precisamente denominados de “atritáveis” porque são comparativamente de baixo custo e podem realizar missões unidirecionais (sem volta).

Leandro Costa

Cara, eu fico pensando nas possibilidades de um drone autônomo ou semi-autônomo desses, principalmente em funções de apoio, como SEAD ou EW stand off support. Capacidades que seriam assombrosas. Some-se isso à uma versão da USAF do Stingray e a coisa fica ainda mais interessante.

Carlos Campos

2028 nem pensar, esse avião, vai voar depois de 2030

Leandro Costa
Rodolfo

The USAF flew a full-scale flight demonstrator as part of the NGAD programme in September 2020.

https://www.airforce-technology.com/projects/next-generation-air-dominance-programme-us/

Carlos Campos

interessante, eles diziam que tinham um protótipo virtual do avião, ou seja sabiam já de cada parafuso, e todos os aviônicos, mas acredito que tem certas coisas que não estão prontas ainda, muito legal essa matéria que vc postou, parece um Mockup, talvez para avaliar RCS? espero que a Idéia de um caça 3 fornecedores continue, assim quem fizer melhor e mais barato vende mais para USAF

Leandro Costa

Provavelmente uma prova de conceito nas linhas gerais da aeronave, algo parecido com o ‘Have Blue.’

Jorgemateus77

vai estar voando antes de o Gripen receber o certificado de operacionalidade 100% na FAB

Carlos Campos

duvido, eles tem mulas de testes, nao o avião pronto ainda voando

RUDOLFO

EDITADO:
COMENTÁRIO BLOQUEADO DEVIDO AO USO DE MÚLTIPLOS NOMES DE USUÁRIO.

adriano Madureira

opa ! mais um contrato da Lockheed a vista?!

JapaSp Jantador

Prestaram atenção na parte que os drones poderão ser usados como retransmissão de sinal? Imagina o alcance que esse caça enxergará.
Drones que retransmite sinais para outros drones ja estão sendo usados na Ucrânia. Mas nada como esse da Usaf com alta velocidade e furtividade e tecnologia de sinais.

Last edited 7 meses atrás by JapaSp Jantador
BraZil

Bom dia. Gente. É muito “nonsense” essa atual política de defesa dos EEUU. Gastar 29 bilas (previsto e divulgado, deverá ser muito mais). para impedir a China de ocupar Formosa é piada de mau gosto com o contribuinte americano. Disse erepito, Formosa é indefensável, quando os Chineses quiserem atacar e defender a idéia de que a China não tem direito de reivindicá-la é ilógico. Enquanto isso os Chinas e Russos vão ganhando cada vez mais terreno em áreas do mundo em que eles EEUU dominaram por 70 anos. E fazem isso sem gastar um terço do que os americanos gastaram… Read more »

Bispo

Quando dizem 1000 unidades na realidade fazem 100… quando estimam em $30mi um drone , vira $70mi…quando o prazo inicial é 2028…considere 2035…🙃