Banco americano prevê forte desempenho com crescimento da demanda por aeronaves comerciais

Analistas do Morgan Stanley elevaram as suas previsões para a Embraer e ajustaram o preço-alvo dos ADRs da companhia de US$ 19,50 para US$ 40,  conforme relatório enviado a clientes no qual reiteraram “overweight” para a ação e afirmaram que ela é sua nova “top pick” no setor aeroespacial.

“Nós enxergamos a Embraer como um terceiro player aeroespacial comercial à altura da situação e forçando a entrada no duopólio da Boeing e da Airbus”, escreveram Kristine Liwag e equipe. “Após décadas de investimentos, a Embraer entra em período de colheita.”

Eles observam que, enquanto a Boeing enfrenta dificuldades com a produção e entrega de aeronaves, e com o backlog da Airbus já preenchido até o final da década, a Embraer é a terceira fabricante de aeronaves comerciais à altura da ocasião.

“Nós esperamos que a Embraer se beneficie dos pedidos de aviões comerciais em um ambiente onde a demanda por aeronaves excede a oferta”, afirmaram no relatório.

A equipe do Morgan Stanley ressaltou que a Embraer sobreviveu a vários ciclos de mercado, incluindo pandemia de Covid-19 em 2020, bem como desafios de dinâmica competitiva de concorrentes significativamente maiores e mais bem financiados, no caso, Boeing e Airbus.

“Após vários ciclos de investimentos para ampliar e aprofundar o portfólio em aviação comercial, aviação executiva, defesa e segurança e serviços, a Embraer está preparada para prosperar neste ciclo ascendente”, reforçaram.

Para 2024, os analistas agora preveem receita total de US$ 6,3 bilhões, com Ebitda de US$ 702 milhões e lucro por ação de US$ 1,38 . O fluxo de caixa livre é estimado em 329 milhões.

Em 2025, a receita total é calculada em 7,5 bilhões, com Ebitda de 850 milhões e lucro por ação de US$ 2,38. O fluxo de caixa livre deve ficar em 341 milhões de dólares.

“A Embraer deixou de ser um fabricante de aeronaves de nicho para se tornar uma empresa diversificada de destaque global no setor aeroespacial e de defesa, preparada para conquistar participação de mercado”, avaliam Liwag e equipe.

As ações da Embraer disparavam 6,49%, a R$ 28,38, na bolsa paulista nesta começo de tarde, tendo renovado máxima intradia em oito anos a R$ 28,41 no melhor momento, enquanto os ADRs (recibos de ações negociados nos Estados Unidos) subiam 6,02%, a US$ 22,73, em Nova York.

Em 2024, as ações negociadas na B3 acumulam valorização de cerca de 27%.

A companhia reporta seu desempenho do último trimestre e do ano de 2023 na segunda-feira.

FONTE: forbes.com.br

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Thiago Marques

Onde estão os patriotas que diziam que a Embraer quebraria sem a Boeing?

Ozires

Vira o disco…

Marcelo

Essa previsão a Boeing ja sabia na época que decidiu comprar a Embraer.
Sorte nossa foi que o governo americano nao aceitou a Boeing comprar a Embraer com o dinheiro emprestado pelo governo.

Jadson S. Cabral

Podemos dizer que fomos salvos pelo governo americano, ainda que o interesse deles não fosse esse, pq se dependesse dos nossos governos para proteger os nossos interesses…

paulo cesar

EDITADO:
COMENTÁRIO BLOQUEADO DEVIDO AO USO DE MÚLTIPLOS NOMES DE USUÁRIO.

Willber Rodrigues

Eles se focaram quase exclusivamente na aviação comercial pra essa análise. Mas tenho certeza que eles perceberam que o 390 é um “inimigo” a altura pro Hércules.

Joaquim Araujo

Prezado Willber, eu tenho acompanhado desempenho da Embraer e percebo que as análises econômico-financeiras sobre a empresa têm ignorado o potencial de crescimento das áreas de defesa e mobilidade aérea urbana, esta última com um longo caminho pela frente ainda. Caso se confirmem as expectativas em torno do KC-390 e do carro voador da Embraer, essas áreas podem passar a capitanear o seu crescimento nos próximos anos. A aviação comercial terá terá o seu papel limitado pela concorrência com o A220, embora o E175 continue com um papel importante para a geração de receitas. A ver! 2024 e 2025 prometem… Read more »

Willber Rodrigues

Sobre aquele eVTOL da Embraer, embora em acompanhe notícias sobre isso, ainda não entendí qual é, exatamente, a vantagem desse veículo sobre um heli civil qualquer que tem por aí no mercado. Mas acredito que, pra Embraer ter “entrado de cabeça” nisso, eles viram algo que mais ninguem viu, então aguardemos.
Sobre a área de Defesa, se a Embraer levar na AS ou Índia, isso será o “pulo do gato” que colocará o 390 como concorrente de peso no mercado.

Fernando "Nunão" De Martini

Foi projetado para ter um custo operacional muito menor, podendo assim oferecer um preço de viagem também menor para os usuários. Assim, poderá ampliar um mercado limitado pelos custos muito maiores de helicópteros para transporte em curtas distâncias num ambiente urbano.

Além disso, devido à propulsão elétrica veículo já nasce adequado a um contexto de restrições de emissão de carbono e poluição sonora, entre outros aspectos.

Não foi apenas a Embraer que viu essa oportunidade de mercado, outras empresas estão investindo nisso. Trata-se não apenas de uma aeronave, mas de um sistema de mobilidade urbana.

CRISTIANO DE AQUINO CAMPOS

Mais silencioso, econômico e a maioria dos modelos tem o dobro de motores elétricos necessários para sustentar a aeronave no ar, assim ele pode continuar voando com metade dos motores parados.
Já viu algum helicóptero com essa capacidade?

EduardoSP

O dia em que os sindicatos de pilotos permitirem às empresas aéreas americanas operarem o E175 E2, mesmo que com número máximo de 76 lugares, as perspectivas passarão de ótimas para excelentes.

Joaquim Araujo

No que diz respeito a este mercado, a Embraer está numa posição muito confortável! Domina o setor com o E1, e já com E175 E2 em estágio de desenvolvimento suficiente para entrar em operação em prazo curto, caso a cláusula de escopo seja alterada.

LucianoSR71

Esse pensamento é um erro que muitos cometem porque a Embraer não está perdendo nenhuma venda por não certificar o E175-E2. O E-175-E1 é a única aeronave comercial na sua faixa disponível no mercado – o chinês Comac ARJ21 não consegue grandes vendas nem nos países satélites da China, quanto mais nos EUA – então as cias aéreas continuarão comprando este modelo até uma eventual mudança nas Scope Clause, é um mercado exclusivo da Embraer, na prática é uma reserva de mercado não institucionalizada.

RenanZ

Não se preocupe, acionistas e analistas de mercado estão cagando pro produto ofertado, seja qual ou de quem for.

O que eles querem é saber do lucro, venha de onde ele vier

Leonardo Bastos

Quero saber quando vai sair o nosso caça nativo… rsrsrs

Abimael

Eu conto ou vocês contam?

Underground

Perdemos o bonde.
Fizemos o Tucano, depois o AMX. Então… mais nada!
KAI, que entrou no mercado bem depois, produziu a versão deles do Tucano, depois o T50, agora o KF21.
Desenvolvimento tem de ser continuado.

Ozires

A EMbraer bem que tentou, mas não houve interesse por parte da FAB/governo.

Rodolfo

A Embraer ta ganhando know how com o Gripen. Teria condições de participar de um programa de 6a com a SAAB ou com os Britanicos e Italianos. Acho mais urgente retomar o ucav loyal wingman apresentado em 2021, que mingou por falta de recursos federais.

Underground

Para isso ela já deveria estar participando das fases de pré-projeto. Não está!

Rodolfo

O que eu quis dizer é acho que a EMBRAER teria condições de participar, mas concordo com você e duvido muito que isso ocorra. Dependeria de convite pro Brasil entrar no programa e do interesse e capacidade do estado brasileiro em arcar com os custos de tal empreitada que provavelmente ficaria na casa de alguns bilhoes de dolares… seria um investimento no futuro. Ainda daria tempo de entrar. A SAAB quase entrou e o governo sueco está para decidir qual será a sua opção para a proxima geraçao de caças. O CGAP é um projeto para entrar em operação depois… Read more »

Heli

Seria mais pragmático, devido ao imenso custo financeiro e de know-how tecnológico , se juntar ao projeto do Tempest ou coisa do tipo do que fazer um caça de 5a/6a geração nacional. Só lembrando que não produzimos motores aeronáuticos da categoria necessária a um caça.

Jadson S. Cabral

Não sabemos e não temos tecnologia de materiais para produzir nada stealth, não produzimos aviônicos e nem motores. Como poderíamos contribuir num programa de 6 geração??? Lembrando que 6 geração é um conceito que ninguém sabe o que é ainda.
A gente mal chegou na quarta geração e não conseguiríamos fazer um caça nacional com um bom incide de nacionalização dessa geração e vocês já querem que façamos um de 6???
Desenvolvimento exige etapas. Anos e bilhões de dólares investidos. E quem vai bancar isso? O governo brasileiro é??? Esquece!

Rodolfo

Hoje projetar sozinho todos os componentes de um caça desse nivel, so EUA e China. Europa nao tem. Talvez a Russia tambem tenha, mas depende de uma serie se componentes eletrônicos e chips do exterior que hoje recebe via mercado negro.
O caça turco é outro exemplo, parece um F22 mas usa turbina de um caça de 4a geraçao dos EUA.

Rodolfo

Espero que o governo federal mude de ideia quanto ao programa “loyal wingman” da Embraer apresentado há 3 anos e retome-o. A Embraer precisa de um produto nesse segmento pra FAB mas também para exportação.

Junior P.

Faltou a tradução de ‘top pick’, que deve ser algo como ‘pica das galáxias’.

fewoz

Hahahaha

Michel C

Acho que a Embraer podia atalhar e comprar a Boeing que perdeu o rumo.

Rodolfo

Nao tem como, eles são contractors do dep de defesa e ainda produzem Poseidon e F18 pra USNavy e F15 pra USAF, Starliner pra NASA, fora manutenção do Airforce one, C17… o congresso jamais autorizaria esse negócio. O mais provavel é que se a empresa estiver proxima de falir, o governo americano injete dezenas de bilhões de dolares pra manter a empresa em pé.

fewoz

Sei que não é objetivo da Embraer concorrer em outros segmentos de aviões maiores, mas que isso iria sacudir o mercado, iria. Aproveitar a atual má fama da Boeing para ganhar parte do mercado dela, futuramente. Me pergunto até quando a Embraer vai continuar a atuar apenas em nichos.

Jadson S. Cabral

Não tem como competir diretamente com a Boeing e Airbus, por causa do dinheiro americano e europeu, amigão. A Boeing mesmo caindo das pernas consegue pegar um empréstimo de 10bi de dólares a qualquer momento que desejar, desenvolver uma nova aeronave do zero, que vai atrasar, vai acabar custando o dobro, mas eles vão lá e conseguem mais um empréstimo de 10bi e a vida segue. Aí quando o governo perceber que estão ainda pior, dão um contrato bilionário com cheque em branco para eles desenvolverem alguma coisa, como a starliner e o SLS, que já custaram muito mais que… Read more »

fewoz

Pois, estou ciente de tudo isso. Meu comentário é muito mais “wishful thinking”, um cenário ideal…

Orivaldo

Gosto muito dessa empresa, ela tem um potencial enorme quando o governo não se intromete na adm

Last edited 8 meses atrás by Orivaldo
Sergio

Não é ser pessimista…Moro quase ao lado e tive – tenho – parentes e amigos que trabalharam lá.

Mas sempre me causa desconforto pensar na fragilidade da empresa.

Não dominamos tecnologia crítica, como os motores.

Um embargo e…

Rafael Oliveira