Brincando com fogo: os F-4G ‘Wild Weasel’ na Operação Tempestade do Deserto – Parte II

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Sérgio Santana*

O artigo que se segue dá continuidade à série de artigos sobre missões SEAD voadas pelos McDonnell Douglas F-4G da USAF na “Operação Tempestade do Deserto”, publicada há alguns dias.

Breve descrição histórico-técnica do McDonnell Douglas F-4G Advanced Wild Weasel

Após a Guerra do Yom Kippur, em outubro de 1973, a USAF decidiu trocar o F-4C pelo F-4E como base para um novo vetor de missões SEAD, já que a fuselagem desse último oferecia mais capacidade interna de combustível, motores J79-GE-17 mais potentes, um radar de controle de fogo AN/APQ-120 mais recente e slats de bordo de ataque que melhoraram substancialmente o desempenho de curva. A Força Aérea norte-americana selecionou o F-4E “Block 41” de 1969 como a plataforma de base para o novo Wild Weasel e a designação EF-4E (depois simplesmente F-4G) foi adotada para as 116 conversões. O primeiro F-4G voou em 1975, a primeira aeronave operacional foi entregue três anos depois.

A conversão do F-4E para o padrão F-4G envolveu uma infinidade de mudanças na fuselagem e nos sistemas. A maioria delas resultou da instalação do sistema de Localização e Aviso Radar AN/APR-38, que retirou o canhão General Electric M-61 A1 Vulcan de 20 mm do F-4E e causou reprojeto da seção inferior do nariz para acomodar as 25 caixas do sistema. As antenas do AN/APR-38 somavam um total de 52 e podiam ser encontradas na parte externa do “queixo” do novo Phantom, à frente do canopi, no topo da fuselagem e no estabilizador vertical. O posicionamento foi escolhido para fornecer cobertura de sinal quase esférica, permitindo a detecção de ameaças em todos os aspectos. Outra mudança associada ao AN/APR-38 foi o cockpit traseiro, que recebeu uma série de telas dedicadas para o Operador de Armas Eletrônicas (conhecido pela sigla EWO, Electronic Weapons Officer). Pequenas também mudanças ocorreram na nacele dianteira.

As modificações não associadas ao AN/APR-38 foram menores. O pilone da linha central foi modificado para transportar um tanque de combustível 600 litros como o do F-15, permitindo ao F-4G uma capacidade de manobra de 6G quando o tanque estivesse cheio e até o limite da fuselagem (8.5Gs) quando vazio. Isso liberava pilones laterais internos e externos para o transporte de armas. O F-4G possuía cabeamento conectado para transportar o AIM-7F e AIM-9 de  modelos posteriores, embora o primeiro fosse frequentemente substituído por um pod jammer de autoproteção. Os Sidewinders podiam ser transportados de acordo com o tipo de material bélico nos pilone internos.

O F-4G podia lançar o míssil AGM-65A/B/D Maverick e normalmente carregava bombas Mk.82 de 500 libras ou bombas fragmentadoras CBU-52. Mísseis como o Shrike eram previstos e, com uma correção de software e um novo trilho de lançamento, o novo AGM-88A HARM também podia ser transportado. Uma modificação significativa, mas relativamente barata, na fuselagem básica envolveu a instalação de motores J79-GE-17E sem fumaça que produziam unitariamente 11.870 libras (5.384kg) de empuxo em potência militar máxima e 17.900 (8.119kg) libras em pós-combustor, eliminando o rastro de fumaça característico de outras versões do F-4. Isso tornava a vida mais difícil para os mísseis que usam rastreadores ópticos.

IBM/MDC/TI/Loral/Dalmo Victor AN/APR-38 RHAW

O dispositivo AN/APS-38 era o coração do sistema de armas do F-4G e também representava a maior parte do custo da atualização para o padrão G. Inicialmente desenvolvido pela IBM Federal Systems no âmbito do programa TAC Pave Strike, o AN/APR-38 era estruturado em um computador de uso geral TI, um conjunto de indicadores de controle Loral e vários conjuntos de receptores IBM. Os conjuntos de receptores eram os “olhos” do AN/APR-38, detectando sinais de radar conforme eles atingiam a aeronave.

Os mais proeminentes eram os conjuntos de interferômetros de fase dupla de banda média-alta dianteira/bombordo/estibordo situados sob os painéis dielétricos na frente do “queixo”. Juntamente com uma quarta unidade voltada para a popa no conjunto de aletas, esses arranjos forneciam informações de azimute altamente precisas sobre qualquer fonte que os iluminasse (os interferômetros comparam a fase relativa de um componente de sinal específico em vários pontos físicos). Os emissores de banda baixa eram acomodados com um conjunto de antenas, bombordo e estibordo, abaixo do pára-brisa e na frente da cauda.

Outras antenas omnidirecionais eram instaladas na coluna e abaixo do “queixo”. Os sinais dessas antenas eram alimentados em receptores especializados que, sob o controle do pod situado no computador de localização e alerta, eram classificados e identificados. Os dados eram então passados do “queixo” para o conjunto de exibição Loral através de uma interface dedicada. O AN/APR-38 era integrado aos computador de dados aéreos, sistemas inerciais e de controle de fogo da aeronave e gerava uma imagem abrangente da aeronave em relação à ameaça. O software do AN/APR-38 priorizava automaticamente todas as ameaças, exibindo as de maior prioridade. A biblioteca de ameaças era totalmente programável por software.

Uma vez designada uma ameaça e uma arma selecionada, o AN/APR-38 calcularia e exibiria uma trajetória dinâmica da arma para ajudar a tripulação, com o sistema podendo ‘lembrar’ ameaças para que o F-4G pudesse fazer uso total do mascaramento do terreno enquanto movendo-se para a neutralização. Os modos de bombardeio cego, mergulho e lançamento nivelado estavam disponíveis para determinados tipos de munição.

O software do AN/APR-38 era otimizado para fornecer as informações mais críticas sobre ameaças no menor tempo possível, embora atualizações de software fossem introduzidas com bastante frequência. Significativamente, a capacidade de monitorar múltiplas ameaças permitia um rápido “re-ataque” de alvos na área imediata, ao mesmo tempo que facilitava a tarefa de selecionar uma rota de fuga segura. O AN/APR-38 também continha um gravador de alta velocidade para registrar dados digitais sobre os parâmetros da missão com tempo e voz incluídos, recurso usado para análise pós-voo. A capacidade do AN/APR-38 de analisar emissões de radar normalmente a partir de uma posição isolada permitia seu uso tanto para coordenação de ataque quanto para reconhecimento.

As estações de tripulação F-4G

Cockpit dianteiro do McDonnell Douglas F-4G Wild Weasel no Museu Nacional da Força Aérea dos EUA

O papel especializado do F-4G tornava-se muito aparente ao examinar os cockpits do piloto e do EWO. A cabine frontal mantinha a maior parte da instrumentação do F-4E, mas um painel de alerta e controle foi adicionado junto com um indicador de posição plana (Plan Position Indicator, PPI) que repetia os dados de alcance e azimute do display do EWO. A mira computacional principal foi modificada para aceitar entradas do RHAW: o retículo vermelho indicava a localização do emissor designado, enquanto a cruz verde estava conjugada em elevação à mira do radar e em azimute à trajetória terrestre da aeronave. O bombardeio cego era realizado direcionando a cruz para o retículo, pressionando o botão da bomba e iniciando uma puxada do manche, com o sistema de controle de fogo iniciando a cronometragem do lançamento da munição.

Cockpit traseiro do McDonnell Douglas F-4G Wild Weasel no Museu Nacional da Força Aérea dos EUA

A estação do EWO diferia consideravelmente da de um F-4E padrão. A tela do radar APQ-120 foi mantida. O painel de instrumentos foi ampliado, quase até a estrutura do canopi, com todos os instrumentos de vôo dispostos horizontalmente na parte superior, incluindo dados de atitude, velocidade aérea, altímetro e algumas telas de navegação. Os três monitores do APR-38 estavam dispostos abaixo deles. O grande display retangular do osciloscópio PPI estava à esquerda, a tela menor panorâmico/de análise estava no centro e o pequeno display de ataque estava no canto superior direito. A tela do PPI exibia até 15 ameaças de maior prioridade, como símbolos ‘A’ para locais de Artilharia Anti Aérea, 3 para mísseis SA-3 e designação de banda de emissor, por exemplo, J para ameaças desconhecidas. As ameaças era designadas pelo EWO com um cursor em forma de diamante sobre o símbolo da ameaça. O alcance da ameaça, o rumo e o rumo magnético da aeronave eram então exibidos; se uma arma fosse selecionada, uma exibição da sua trajetória também poderia ser apresentada.

Algumas táticas e armas do F-4G Wild Weasel

Em combate, o F-4G cairia para uma altitude muito baixa à medida que se aproximava da área alvo para evitar a detecção visual ou por radar. Colinas e até linhas de árvores poderiam ser usadas com a aeronave aparecendo apenas para atualizar o RHAW com emissões hostis. A velocidade aérea era mantida no máximo. Em um ataque típico com o míssil AGM-45 Shrike, o F-4G se aproximaria do alcance da arma, depois subirá em 4.5Gs, rolaria invertido, puxaria 5Gs e lançaria o míssil. O F-4G iria então rolar na vertical e mergulharia para um bombardeio ou para escapar. No primeiro caso, o Shrike permitia que a aeronave se movesse para um bombardeio, geralmente empregando CBUs que eram bastante eficazes contra alvos fáceis. Na sua versão inicial, o Shrike tinha alcance de 16km e a manobra de lançamento necessária poderia, portanto, deixar a aeronave em uma posição relativamente vulnerável. A introdução do AGM-88A HARM como a arma principal dos Weasels mudou isso.

Desenvolvido como uma versão anti-radar do míssil superfície-ar SM-1 Standard para suplantar o Shrike, o AGM-88 era superior ao AGM-45 em todos os aspectos, incluindo no alcance (90km) e ogiva (97kg), usando um receptor de banda larga, com todo o processamento estando sob controle de software.

O HARM tinha três modos operacionais básicos: no “Self Protect” ele travava em uma ameaça designada pelo RHAW; no “Seeker-Search” ele buscava ameaças de forma autônoma e no “Pre-Brief” ele subiria após o lançamento para procurar ameaças que haviam sido carregadas em sua memória pelo RHAW antes do lançamento. Estas últimas capacidades eram um grande ganho para as operações do Wild Weasel, já que os F-4Gs podiam voar mais tempo de missão. Adicionalmente, O buscador do HARM poderia detectar ameaças fora da faixa de frequência do APR-38.

Um míssil antirradiação de alta velocidade (HARM) AGM-88A conectado ao pilone da asa de uma aeronave F-4G Phantom II Advanced Wild Weasel

Quando um lançamento do AGM-88 forçava um desligamento do radar adversário, o míssil AGM-65 Maverick poderia ser usado para evitar o sobrevoo da área do alvo. A nova versão AGM-88D tinha a capacidade de travar a assinatura de calor residual de um conjunto de radar após ele ser desligado já que é fisicamente impossível eliminar todo o calor do sistema nos poucos segundos disponíveis e os Weasels iriam usar o RHAW para indicar aos alvos aos Maverick. A grande quantidade de tubos eletrônicos de vácuo no inventário russo facilitava a tarefa; com uma boa fonte de infravermelho, o Maverick pode ser usado diuturnamente até o limite de alcance aerodinâmico de 25.9km.

O F-4G também poderia transportar bloqueadores de autoproteção ALQ-119-12, 14 e ALQ-131 e cápsulas de chaff/flare ALE-40, este último nos racks ejetores MAU-12, com os bloqueadores sendo frequentemente desligados para não interferir no RHAW.

Até então, o teatro de operações europeu era visto como a principal área de atuação da força de Wild Weasel, que antes da Operação Tempestade no Deserto estavam sob pressão com novos destacamentos russos do SA-8 “Gecko”, do SA-9 “Gaskin” e do novo SA-13 “Gopher”. Ao contrário dos anteriores SA-4 “Ganef” e SA-6 “Gainful”, que usavam radares e veículos lançadores separados , esses tipos mais novos carregavam radares no veículo lançador, o que aumenta muito o número de emissores a serem suprimidos.


*Bacharel em Ciências Aeronáuticas (Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL), pós-graduado em Engenharia de Manutenção Aeronáutica (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG). Colaborador de Conteúdo da Shephard Media. Colaborador das publicações Air Forces Monthly, Combat Aircraft e Aviation News. Autor e co-autor de livros sobre aeronaves de Vigilância/Reconhecimento/Inteligência, navios militares, helicópteros de combate e operações aéreas.

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Joao

Os Esquadrões Wild Weasel são umas das capacidades mais impressionantes da USAF. Para quem não sabe, uma Força Aérea “busca evitar” as Def AAe. Se um Posto de Comando é defendido por Def AAe, e alguma estrutura que o apoie, não, essa estrutura q é atacada. Se várias usinas fornecem energia elétrica, as menos defendidas são atacadas, em prioridade as mais defendidas, mesmo que seja menor o prejuízo na produção de luz. Isso tudo a grosso modo, obviamente. Os Esqd WW permitem q alvos bem defendidos “entrem” na relação de alvos com mais incidência, apoiando a diminuição da capacidade inimiga… Read more »

Rinaldo Nery

Espero que a FAB entre para esse time SEAD com a entrada em serviço do F-39. Há que se adquirir um míssil compatível, visto que o MAR-1 não foi adiante.

Leandro Costa

Concordo. Estamos inclusive presenciando a falta que isso faz no campo de batalha aéreo.

Santamariense

Essa capacidade foi buscada com a tentativa de desenvolvimento do MAR-1 e sua integração nos A-1, mas o míssil não foi adiante e o vetor tem os dias contados. Agora, o F-39 deveria receber algum míssil desse tipo, mas qual? O HARM duvido que os EUA nos vendam. O ALARM britânico já deve estar obsoleto, o mesmo cado do ARMAT francês. Não existem muitas opções desse tipo de míssil no mundo.

Bruno Vinícius

“O HARM duvido que os EUA nos vendam”

Não faz sentido não venderem se quisermos. Pode até ser que não nos vendam a versão mais atual, AGM-88G, mas o AGM-88E já foi vendido para uma dúzia de países e foi ofertado até mesmo para a Índia.

O Brasil opera uma lista grande de armamentos americanos, mas para alguns foristas aqui até parece que somos embargados por eles…

Last edited 9 meses atrás by Bruno Vinícius
Santamariense

“…para alguns foristas aqui até parece que somos embargados por eles…”

Não sou um desses, com certeza. Posso estar errado e eles nos forneçam o HARM. Eu só citei a possibilidade de não nos fornecerem.

Sergio

A Índia é “gente grande”, my friend…

Carlos Campos

Muito legal, imagina um F18Growler, supostamente o F35 pode chegar perto e cegar os radares das baterias AA, ao mesmo tempo que vasculha por novas ameaças.

Leandro Costa

Sérgio, se estiver lendo, novamente parabéns pela matéria. Excelente como sempre. Porém, avistei o que podem ser uns ‘typos’ em que acredito que confunde o AGM-78 com o AGM-88 e vice-versa que torna a compreensão um pouquinho mais complicada. Se alguém puder corrigir o ‘typo’ fica tudo mais tranquilo 🙂

Alexandre Galante

Valeu, corrigimos! abs

Bruno Vinícius

Excelente matéria. Promete ser uma série de artigos muito interessante e informativa. Parabéns ao autor.

Paulo

Senhores, a USAF pelo que notei, previa a penetração dentro da AA Soviética com os “Wild Weasels” e manteve essa doutrina no pós guerra fria, porém, a URSS/Rússia não tinha nenhum equivalente para operações ofensivas sobre a Europa?

Leandro Costa

Tinha, porém o que havia de doutrina antes foi meio que perdido nos anos após a queda da URSS. Ao longo do tempo os treinamentos SEAD da Força Aérea Russa se tornaram infrequentes e mecânicos, nunca como parte de um pacote de ataque. Os pilotos treinavam os procedimentos para fazerem uso de armamento ARM, mas de forma não realista, seja lá por qual fator, se é econômico, doutrinário, corrupção ou o que for, mas o resultado estamos vendo.

Nostra

Off topic

Drdo Rudra-M2 anti radiation/anti surface missile was 1st tested sometime back

Peak velocity: hypersonic @5.5mach

Range: 330km

Anti radiation version with dual seekers: Passive Homing Head (PHH) + IIR

Mid course guidance: INS + GPS/GAGAN/NAVIC + PHH

comment image

In drdo RudraM family of ARMs/ASMs
Rudra-M1 has range of 200km
Rudra-M2 has range of 330km
Rudra-M3 has range of 550km

Last edited 9 meses atrás by Nostra
Bruno Vinícius

Dos armamentos indianos, esse é o que eu acho um dos mais interessantes para o Brasil

Last edited 9 meses atrás by Bruno Vinícius
Overandout

Baita aviao, queria ter visto voando na FAB

Sergio

A FAB bem o quis, Mas nos negaram.

Por isso os mirage aportaram aqui.

O sonho, no entanto era o PHANTOM.

Overandout

Nao negaram, o Brasil nao tinha dinheiro mesmo

Rinaldo Nery

Negativo. Negaram mesmo. Ressaltando que o Brasil foi convidado a enviar tropas para o Vietnã. Costa e Silva negou. Tivesse aceitado, teríamos voado o F-4 lá, ou o F-105. Por outro lado, muitos brasileiros teriam morrido naquelas selvas.

Last edited 9 meses atrás by Rinaldo Nery
Leandro Costa

Corroboro. Em 1966, um dos meu tios, na época Capitão do EB fazendo curso em Fort Bragg foi sondado sobre se o Brasil estaria aberto ao envio de tropas para lá.

Overandout

Sobre uma possível participação na guerra acredito 100%, até mesmo pq tenho total desconhecimento sobre o assunto. Agora, sobre o F-4, posso dizer que não houve algum tipo de bloqueio à venda para o Brasil e realmente não sei onde começou essa lenda, talvez uma questão de narrativa política na época?

Fonte disso é um ex-colega q trabalhava na MD e alguns textos técnicos na biblioteca histórica da empresa

Leandro Costa

Over, não sei se a MD teria alguma ingerência sobre isso, já que não acredito que a empresa recusaria a venda à qualquer cliente com boas relações com os EUA, mas cabe com o que normalmente o Congresso Americano faz no tocante à ‘manter o equilíbrio de forças’ em uma determinada região. Caso o Brasil tivesse conseguido o Phantom, a Argentina se sentiria ameaçada e tentaria comprar algo parecido. E se conseguisse, o Chile também teria se sentido ameaçado e corrido atrás de algo para ‘conter’ a Argentina. É bem capaz de o Congresso dos EUA estivesse preocupado em não… Read more »

Alonso

O F-4 era um sonho sim dos brasileiros, mas naquela época os EUA tinham uma política de não vender equipamentos no estado da arte para países em desenvolvimento ou que não fizessem parte da OTAN. Lembro de uma entrevista do coronel Potengy na revista Força Aérea. Nos ofereceram A-4 e F-5A, o que não interessou à FAB, que inclusive considerou o Lightning inglês. No final fomos de Mirage III e o resto é história.

Fernando "Nunão" De Martini

Um avião americano que foi testado por piloto da FAB, e que normalmente era oferecido para defesa aérea de países da OTAN, foi o F-104.

Lembro de matéria bem completa a respeito numa revista Força Aérea de uns 20 anos atrás.

Mas não me lembro de voo de teste de Phantom na mesma ocasião. Teria que procurar a revista e checar.

O F-104 no início dos anos 70 ainda era primeira linha em boa parte dos países da OTAN. Mas entre ele e o Mirage III, que era primeira linha na França, creio que a FAB fez uma escolha acertada.

Heli

No texto diz que o tanque externo central levava 600 litros. tá certo isso? Não seriam 600 galões?