Conectar drones a aviões tripulados de um só lugar: uma das áreas de interesse para Brasil e Suécia
Este é um dos temas da chamada para candidatos a pesquisas de doutorado e pós-doutorado na Suécia, em áreas definidas por CNPq, CISB e SAAB
Na última sexta-feira, 8 de dezembro, uma chamada pública para concessão de bolsas nas modalidades Pós-Doutorado no exterior (PDE) e Doutorado-Sanduíche no Exterior (SWE) foi publicada pelo CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). A iniciativa faz parte de Acordo de Cooperação firmado entre o CNPq, o Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileira (CISB) e a empresa Aeroplano Sueco Limitada (SAAB AB).
A Chamada Pública CNPq/MCTI/CISB/SAAB AB nº 37/2023 é financiada, segundo nota divulgada pelo CNPq, com recurso previsto no valor global de R$ 1,5 milhão (oriundo do orçamento do CNPq, conforme detalhamento da chamada na íntegra), e o prazo de submissão vai até 29 de fevereiro de 2024. A título de contrapartida, o CISB, com apoio da SAAB AB, concederá um adicional de 50% às mensalidades de cada bolsista.
Ainda segundo a nota, estão previstas 7 bolsas de Pós-doutorado no exterior (PDE) e até 3 bolsas de Doutorado-sanduíche no exterior (SWE) em instituições suecas. O objetivo é “ampliar a colaboração científica e tecnológica entre grupos de pesquisadores brasileiros e suecos nas áreas de pesquisa” apoiadas pela chamada.
Entre os temas, está o que resumimos no título desta matéria (conexão de sistemas autônomos com fatores humanos e cockpit de piloto único), mas as áreas de interesse para apresentação do projeto vão muito além disso: são seis áreas – redes de comunicação, sistemas autônomos, engenharia aeronáutica, propulsão, materiais e desempenho humano – envolvendo diversos temas relacionados.
Segue abaixo a relação das áreas e respectivos temas:
a) Redes de comunicação: soluções de comunicações e redes para aplicações automatizadas/autônomas.
b) Sistemas autônomos: análise operacional e desenho conceitual, avaliação de tecnologias/sistemas de sistemas; colaborações entre plataformas tripuladas e não tripuladas, incluindo suporte à decisão e replanejamento dinâmico; conexão com fatores humanos e cockpit de piloto único; Conceitos de operação / Níveis de automação/Inteligência on board sense-and-avoid / Microeletrônica e metodologia para sistemas reconfiguráveis embarcados /Autonomia / aeronavegabilidade / Certificação. Sensores / Fusão de dados de sensores / Gestão de Dados / Inteligência Artificial.
c) Engenharia Aeronáutica: metodologias de avaliação de aerodinâmica instável no regime transônico, e uso de tais metodologias em análises aeroelásticas e previsão de cargas dinâmicas; fluxo laminar; tecnologias ativas para controle de fluxo; arquiteturas de redes de sensores e acionadores; conceitos de design de asa laminar.
d) Propulsão: gestão de energia; gerenciamento de energia do motor / modelagem eficiente da interação entre o motor e o sistema do veículo; previsão de fluxo de entrada de aeronaves, previsão de pluma de jato e aeroacústica usando métodos de simulação de fluxo de resolução de turbulência (CFD).
e) Materiais: materiais multifuncionais nano-reforçados para aplicações aeronáuticas.
f) Desempenho humano: incluindo interface homem-máquina, fatores humanos – segurança aérea / carga de trabalho / stress / consciência situacional / cockpits de nova geração / coordenação de tripulação.
Para saber mais sobre os detalhes da chamada pública, em sua íntegra, clique aqui para acessar arquivo pdf de 16 páginas. O publicação da relação dos pesquisadores selecionados, no Diário Oficial da União, está prevista para 31 de maio de 2024.
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Este acordo da FAB com os suecos é excepcional, agora é manter parcerias relativos a produtos que venham a agregar mais poder de combate ao Gripen E.
Seria interessante a possibilidade do um drone como o Tupan com motor turbofan.
Não é da FAB. É entre um órgão de fomento brasileiro, CNPq, e outro sueco, CISB. A FAB poderá ser beneficiária destas pesquisas.
Bom dia, obrigado pela correção, estava querendo me referir ao acordo FAB e SAAB de aquisição do Gripen E. Este acordo com a CNPq e a CISB com envolvimento da SAAB, tem objetivo de aprimorar os conhecimentos de novos profissionais nas áreas de desenvolvimento de produtos que atenda às demandas atuais e futuras da indústria aeroespacial, me parece bem especifico para atender ao Gripen E e sua futura geração. Nunão abaixo cita a importância de alguns cursos.
Prezado Nilo, esses setores avançando, ganha a academia, ganha o setor privado e ganha a FAB. Abraço.
São cinco meios dissuasório que o Brasil deveria investir … de médio a longo prazo: Em submarinos nuclear, drones, mísseis de médio e longo alcance , em satélites e meios para guerra eletrônica ( ante satélites especialmente ). . Os drones já há algumas empresas brasileiras que já há algumas experiência no assunto, se investirem em drones marítimos e aéreo …. como meios de aviso antecipados e que podem ter grandes autonomias em horas . . A marinha deveria investir em mais submarinos do que em navios por enquanto, em especial aqueles com mísseis embarcados; . E também…. logo pensando… Read more »
Uma coisa que ninguem cita, mas que a FAB já trabalha nisso a anos, é o DataLink BR.
Um sistema de data-link 100% nacional nos dá uma enorme vantagem em conflitos, e é fundamental como meio dissuasório.
Muito bem lembrado, Wilber… aí incluído o projeto de rádio definido por software, tecnologia que poucos dominam e nem pensam em passar… abraço..
Prezado Willber, já vi várias menções em posts da Trilogia e em comentários dos foristas. Abraço.
Sim, tem várias matérias a respeito.
Se tem projeto de vários países de controlar drones de combate através de caças, mas isso para funcionar bem deve ser num caça biplace? Imagino que o piloto do caça já deva ter muita coisa para fazer e controlar um drone sobrecarregaria muito o piloto.
Sou favorável ao uso de Gripen-E biplace como o Ala comandante de drones, seria um grande uso para o caça( fotos ilustrativas)…
Você quis dizer Gripen F, biplace, certo?
Sim…
Mais 50% acima da mensalidade da bolsa? Olha… aí sim. Ser bolsista no Brasil é um sufoco, mas na Suécia é outra coisa. Imagino que a bolsa pra quem sai do país seja bem maior, definida pelo custo de vida do local e com esses 50% a mais fica melhor ainda. Sortudos são aqueles que forem selecionados. E digo sortudo porque a concorrência deve ser grande e todos que se escreverão certamente serão qualificados.
Olá Jadson. A bolsa de doutorado no Brasil do CNPq/CAPES é R$ 3.100,00 mensal durante até 4 anos. O doutorado sanduíche (começa no Brasil, no meio fica no exterior e depois volta ao Brasil para concluir e defender) na Suécia é de Sek$ 11.750, equivalente á US$ 1150 por mês, mais ou menos o mesmo que o governo japonês paga para um estudante estrangeiro fazer doutorado no Japão (Y$ 140 mil, ou US$ 950,00) Creio que os estudantes que serão selecionados são por mérito. Se fosse por sorteio, ai sim eu concordaria que seriam sortudos. A inscrição demanda um projeto… Read more »
O diretor do Sirius e o Sacani, em uma entrevista no “Ciência sem Fim” falaram sobre este processo de seleção, que também é usado para escalar os projetos que serão incluídos para uso do acelerador. Pelo jeito é um processo padrão.
Sim. Este processo é usado pela FAPESP e também por agências estrangeiras, o NSF nos EUA. É mais ou menos padrão na maioria dos países.
Achei bem interessantes os temas de pesquisa de “materiais multifuncionais nano-reforçados para aplicações aeronáuticas” e também de “colaborações entre plataformas tripuladas e não tripuladas, incluindo suporte à decisão e replanejamento dinâmico”, especialmente essa ideia de replanejamento dinâmico.
Top, mas a fuga de cerebro ta gigante, povo de engenharia forma e ja vaza
As empresas pagam mal.
Isso sempre aconteceu. Uma parte dos jovens profissionais buscam experiências em outros países. Aliás, isso acontece na China, no Japão, em Portugal, Argentina….
Em muitos caso, as próprias empresas estimulam seus funcionários a atuarem em unidades no exterior.
Na área acadêmica tem uma coisa curiosa. Os jovens pesquisadores tẽm mais liberdade no Brasil que nas universidades no exterior. Eventualmente, uma carreira em uma boa universidade no Brasil pode ser mais satisfatória que uma carreira em outro país, até porque a mobilidade entre universidade é muito grande sem necessariamente ter uma posição permanente no exterior.
Olá Nunão. È um tema bem legal. Há alguns anos, um comitiva do governo japonês esteve no Brasil exatamente para estabelecer uma colaboração no setor de materiais estruturais para a industria aeronáutica.
Lembro que um dos pesquisadores sêniores comentou comigo, durante o coquetel, que eles conversaram uma vez com a Boeing, mas a empresa americana queria engolir os japoneses, inclusive impondo os temas que os japoneses iriam estudar, que era de interesse da Boeing. Eles estavam procurando o Brasil porque sabiam que as industrias dos dois países são complementares.
Pois é.
Pelas áreas e linhas de pesquisa dessa chamada CNPq / CISB / SAAB, dá pra ver que há temas que provavelmente interessam ao Brasil um pouco mais, outros mais à Suécia, e outros tantos a ambos.
Posso estar errado, mas achei o conjunto de áreas e temas bem equilibrado para o interesse acadêmico e industrial dos dois países, e com temas realmente fundamentais para aplicabilidade tanto hoje quanto no futuro próximo.
Verdade. O edital está bem amplo. Talvez (eu suponho) vão escolher um projeto em cada tema…. e se tiver duas propostas muito boas em um determinado tema, pode ser que escolham dois, dependendo da demanda. O CNPq tem um tendência de pensar sempre em demanda. Se uma área tem 20 pedidos e a outra tem 10, uma vai levar mais ou menos 2/3 dos recursos e a outra ficará com 1/3. Como o número de bolsas é relativamente pequeno, acho que eles vão tentar escolher um projeto em cada linha, a não ser que uma linha tenha muitos pedidos e… Read more »
Este chamamento da Saab, me lembra dos mestrados oferecidos pela Embraer com foco no desenvolvimento de seus produtos.
Isso demonstra uma escolha acertada da FAB, ao oportunizar os suecos, em específico para os brasileiros, esses doutorados é como diz o Sávio, ganham todos.