Embraer demonstrará C-390 à Força Aérea Sul-Africana
A empresa aeroespacial brasileira Embraer demonstrará ainda este mês sua aeronave de transporte C-390 Millenium para a Força Aérea Sul-Africana (SAAF).
A aeronave estará na Base Aérea de Waterkloof na sexta-feira, 24 de novembro, informou a SAAF em comunicado, onde será mostrada ao Ministro da Defesa e Veteranos Militares Thandi Modise; Chefe da Força de Defesa Nacional, General Rudzani Maphwanya; e o Chefe da Força Aérea, Tenente General Wiseman Mbambo. Representantes de vários departamentos governamentais também estarão presentes, “uma vez que irão beneficiar-se desta aeronave multimissão ao necessitar de apoio à mobilidade aérea”.
A SAAF disse que o objetivo do evento será mostrar a capacidade de ponta do C-390 para reabastecimento ar-ar, entrega de ajuda humanitária, busca e salvamento e combate aéreo a incêndios.
A demonstração ocorre após uma visita ao Brasil em abril de 2023 para discutir o envio do C-390 para a África do Sul para testes e demonstração, disse a SAAF. Em maio, Modise disse ao Parlamento que o seu departamento esperava anunciar publicamente em breve uma parceria com a Embraer, mas deu poucos detalhes além de que incluiria a fabricação e reparação de aeronaves na África do Sul.
Seus comentários foram feitos semanas depois que o comandante da Força Aérea Brasileira, tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, disse ao Comitê de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado brasileiro que o Brasil estava negociando com vários países a venda do C-390, incluindo a África do Sul.
A SAAF gasta milhões de rands no fretamento de aeronaves para fazer a rotação de tropas e equipamentos da República Democrática do Congo e de Moçambique, uma vez que não possui aeronaves de transporte em condições de aeronavegabilidade suficientes. Embora R1 bilhão tenha sido alocado pelo Tesouro Nacional para tornar a frota de transporte aéreo médio de C-130BZ Hercules da SAAF em condições de aeronavegabilidade, em janeiro Mbambo disse que “há muita conversa em torno da capacidade de transporte estratégico. Não é nenhuma surpresa o motivo pelo qual essa capacidade está sendo mencionada. A realidade que enfrentamos é que a África do Sul não está numa posição estratégica. Nossa localização não pode ser alterada. Precisamos de ter pernas muito fortes para nos ligarmos ao resto do continente e ao mundo.”
A Embraer acredita que uma aeronave multimissão capaz como o C-390 é a melhor opção para muitas nações africanas, pois executa uma ampla gama de tarefas, desde o transporte de carga e tropas até a evacuação médica, busca e salvamento, reabastecimento aéreo (caças e helicópteros configurado como KC-390), combate aéreo a incêndios e assistência humanitária.
A Embraer afirma que o C-390 pode transportar mais carga útil (26 toneladas) em comparação com outras aeronaves militares de carga de médio porte e voa mais rápido (870 km/h) e mais longe. Técnicas digitais de design e fabricação, aliadas a um design aerodinâmico, tecnologia fly-by-wire e propulsão turbofan comprovadamente eficiente, contribuem para alta eficiência e desempenho, redução de custos do ciclo de vida e maior disponibilidade, afirma a empresa. Ter dois motores a jato comerciais IAE V2500 prontamente disponíveis (em vez de quatro como o Il-76 ou C-130) significa menos manutenção – usar os mais recentes aviônicos (Rockwell Collins Pro Line Fusion) e sistemas também resulta em menores requisitos de manutenção.
A Embraer estima que África necessitará de 105 aeronaves na classe do C-390 durante os próximos 20 anos, com a procura global para esta categoria a ascender a 490 aeronaves. No ano passado, o C-390 percorreu dois países da América e oito países do Oriente Médio, alguns dos quais pediram especificamente para ver a aeronave, indicando forte interesse no tipo. Ruanda, em particular, acredita que o C-390 é um bom candidato para as nações da União Africana que poderiam utilizá-lo para missões humanitárias e outras em todo o continente – possivelmente numa unidade multinacional.
A Embraer está acumulando rapidamente novas vendas de suas principais aeronaves de transporte, com a Áustria se tornando o mais recente cliente em setembro. A Áustria irá adquirir quatro C-390, avaliados em cerca de 600 milhões de euros, para substituir os seus C-130K. A Áustria e a Holanda estão comprando juntas nove aeronaves. Outros clientes existentes incluem Brasil (19), Hungria (dois) e Portugal (cinco). Em Outubro, a República Checa iniciou negociações sobre a potencial aquisição de dois C-390.
Todos os clientes existentes do C-390 estão adquirindo o jato para substituir suas frotas de C-130. Embora o C-130 e o C-390 sejam semelhantes, o C-390 tem um compartimento de carga um pouco maior e transporta 26 toneladas contra 20 toneladas do C-130J. Uma análise conduzida pela Holanda descobriu que o C-390 oferecia carga útil/alcance superior, custos reduzidos de manutenção e operação e maior disponibilidade e eficiência geral quando comparado ao C-130J.
O C-390 pode não ser capaz de ir exatamente em todos os lugares como um turboélice menor como o C-130, mas é capaz de operar em pistas não pavimentadas e em velocidades lentas (graças aos controles de voo fly-by-wire e aos enormes flaps), e também voar alto, rápido e longe.
FONTE: defenceWeb
Quantas unidades do 390 a África do Sul teoricamente precisaria? 5? 8?
Operam seis C130. Demandariam talvez quatro KC.
Pela condição econômica da África do Sul, mais que 4 é inviável, infelizmente.
A venda de 5 kc390 para Portugal custou cerca de US$ 900 milhões. É muito dinheiro, sem dúvida, mas tudo vai depender das condições. 1 o BNDES tem uma linha de financiamento para exportações deste avião. Isso permite que a África do Sul pague em parcelas. 2. é possível oferecer algum tipo de offset mais amplo. Por exemplo, a África do Sul importa US$ 1,2 bilhão do Brasil e exporta cerca de US$ 850 milhões. Se o Brasil se comprometer a equilibrar a balança, isso representaria uma compensação muito maior que o valor dos aviões. 3. Pode ser uma janela… Read more »
Como sabemos, o produto é competente. Resta à área de vendas da Embraer aliada a diplomacia e a canais de financiamento brasileiros estimular essas vendas. E, também, contar com que o “bicho papão” não atrapalhe.
A África do Sul pode ser uma porta de entrada para a África, o C-390 foi planejado para operar no Brasil e aqui temos algumas regiões com geografia semelhante a geografia africana, com certeza tecnicamente vamos impressionar aos sul-africanos, agora vamos ver se politicamente conseguimos levar essa, eles são parceiros dos BRICS e isso pode ajudar.
Possivelmente os Sul Africanos irão solicitar alguma contrapartida do Brasil para a sua indústria de defesa.
É muito provável que uma venda deste tamanho envolva algum offset, mas pode ser em qualquer outro setor, inclusive na composição de importações brasileiras. O Brasil representa apena 0,6% das exportações da África do Sul, ou cerca de US$ 800 milhões. Dá para dobrar ou triplicar isso em pouco tempo. Por outro lado, o Brasil corresponde a 1,3% das importações da África do Sul, ou US$ 1,2 bilhão. É possível ao menos igualar as exportações e importações, o que seria suficiente para compensar com folga a venda dos Kc390. Isso pode incluir partes do Kc390 construídos localmente, ou pode envolver… Read more »
PT-ZNG está em Ruanda. O C-390 está voando cada vez mais alto. Em 4 de dezembro a Coreia do Sul deve confirmar a escolha pelo modelo.
Que assim seja! E quantas unidades seriam compradas?
Até 6 aeronaves.
Imagina ai se a Embraer conseguir fechar a venda dos C-390 para Coréia do Sul e Índia.
Tentaria mirar no Egito, Argélia, Ruanda, Angola, A do Sul é país quebrado, tem coisa mais importante que comprar avião de Tranportes, aliás, lá seria um país Ideal para arrumar parceria na Área de Energia, Fotovoltaica e Nuclear, coisas que eles precisam mais.
Essas demonstrações não são a toa… são feitas nos países que indicaram interesse em conhecer o produto. Não significa que vão adquirir, mas não se gasta esta grana alta para levar avião e equipe para lá se não tem convite e interesse do país em conhecer o produto.
Meu amigo é muito mais provável vender qualquer coisa para África do Sul do que pra Ruanda …
Deveria se informar quanto a Ruanda para mudar seus conceito ou preconceito… A economia do Ruanda cresceu 9,2% no primeiro trimestre de 2023, após um crescimento de 8,2% em 2022. E já faz um tempo que estão crescendo. Com uma taxa média de crescimento de mais de 7% por ano desde 2000, Ruanda é agora um dos principais países africanos em crescimento econômico. Segundo dados oficiais, seus investimentos em agricultura, energia, infraestrutura, mineração e turismo tiraram mais de 1 milhão de pessoas da pobreza. A educação e a saúde são atualmente setores prioritários, que têm absorvido 30% do orçamento nacional… Read more »
O crescimento de Ruanda deve ser comemorado, como todo crescimento nesse percentual, entretanto, quando se tem uma economia tão pequena, o crescimento real, em resultados, custam a aparecer. Um índice bastante útil para analisar o desenvolvimento de um país é o IDH:
Burundi: 0,426
África do Sul: 0,713
Ruanda: 0,422 <<—-
Nigéria: 0,539
Brasil: 0,754
O PIB de Ruanda é de uns E$ 12,6 bilhões (2022).
Comprar um KC-390 seria um gasto enorme proporcionalmente a esse PIB. Mas é claro que um país africano, se quiser, pode fazer uma compra dessas sem maiores problemas com sua população, assim como pode financiá-lo.
O do Egito é de E$ 451 bi e da África do Sul é de E$ 385 bi, aproximadamente. Não tem comparação. São economias muito maiores. É como comparar São Paulo com Rondônia.
Colocaria nesse bolo ai a Nigéria.
Sim a Nigéria é a maior economia do continente africano. A segunda maior economia é a da África do Sul.
A África do Sul é segunda a maior economia da África. E só não é o primeira devido as exportações de petróleo pela Nigéria, contudo este país possui uma grande parcela da sua população na extrema pobreza. Enquanto que a África do Sul é um país com uma economia muito mais diversificada, com uma população menor e melhores indicadores sociais. Além disso têm uma das FFAA mais bem equipadas do continente.
Caro fernando, creio que fique muito atrás do Egito, Argélia..
Segundo o Banco Mundial (2022)
PIB da África do Sul = US$ 405 bilhões
PIB do Egito = US$ 476 bilhões
PIB da Argélia = US$ 191 bilhões
PIB da Nigéria = US$ 477 bilhões
Dos países que você citou só o Egito tem um PIB maior que o da África do Sul.
Não acho que “vai rolar a magia” com os sul africanos. Eles não têm dinheiro para manter seus caças.
Torço por uma venda do KC, mas…
O texto cita gastos significativos com o aluguel de aeronaves de transporte e a vontade de substituir essa situação. Talvez seja uma indicação do desejo real de adquirir aeronaves.
Não é uma questão de ter ou não ter dinheiro, mas sim uma questão de prioridades. Talvez a África do Sul precise mais de uma aeronave de transporte do que de caças. 26 Gripens mais 24 Hawk talvez sejam demasiados para um país um pouco maior que o RS extensão e sem mais inimigos próximos como no passado.
Se eles não tem grana para comprar KCs-390, acho que commodities não faria mal, especialmente para quem tem diamantes, ouro, minério de ferro, platina, manganês, cromo, cobre, urânio, prata, berílio e titânio.
O C-390 é um produto do qual o brasileiro tem que se orgulhar.
Krugerrand na mão, KC no hangar…
A África do Sul depois de uma sequência de governos socialistas está indo rápido para a pobreza e o caos.
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https://www.aereo.jor.br/home/regras-de-conduta-para-comentarios/
Bah! O CNA partido do Nelson Mandela está no poder desde o fim do regime do Aparthaid, este partido está longe de ser um partido socialista. Trata-se de um partido social-democrata e que ao longo dos anos implementou uma série de reformas liberais na economia do país, apesar de buscar superar as mazelas da concentração de renda através de políticas sociais, a condução econômica da África do Sul segue uma agenda liberal com privatizações, redução do estado, e liberdade econômica. A África do Sul é a segunda maior economia do continente. Um de seus gargalos econômicos está na dependência energética… Read more »
Vá estudar!!!!
AVISO DOS EDITORES: MANTENHA O RESPEITO.
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COMENTÁRIO APAGADO. AVISO DOS EDITORES:
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VOCÊ JÁ FOI ADVERTIDO ANTERIORMENTE. LEIA AS REGRAS DO BLOG:
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“O C-390 pode não ser capaz de ir exatamente em todos os lugares como um turboélice menor como o C-130”. Quais por exemplo?
Isso se chama efeito Holanda/Otan. Uma coisa é vender pra Portugal e pra Chéquia. Que tinham interesse, porque produzem partes. Outra coisa é vender para a criteriosa e racional Holanda. A imagem que passa por mundo é que deve ser melhor mesmo o produto.
Se o chefe da South African Air Force honrar seu nome, ele comprará o KC-390!
Ele estará se mostrando um verdadeiro “homem sábio” … hehehehe
Acredito que o Brasil e a África do Sul poderiam entrar em um acordo de offset prevendo a industrialização e produção o A-Darter no Brasil compensado no valor do KC-390.
Mas esse míssil está vivo ainda?
Alguém sabe sobre o interesse da Grécia em também adquirir o KC? Sabem como andam as negociações?