FAB inicia o Exercício Conjunto Escudo-Tínia 2023
Ao todo, participam do treinamento mais de 1200 militares das Forças Armadas e cerca de 30 aeronaves
Céu com poucas nuvens e a companhia do caça F-5M, do avião radar E-99 e da aeronave H-36 Caracal. Esse foi o cenário que embalou o primeiro dia de atividades do Exercício Conjunto Escudo-Tínia 2023, segunda-feira (30/10), na Base Aérea de Canoas (BACO).
Com atividades aéreas e terrestres também na Base Aérea de Santa Maria (BASM) e na cidade de Santana da Boa Vista (RS), até o dia 17/11, o treinamento operacional visa ao adestramento dos militares e das aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para as missões aéreas compostas, chamadas também de COMAO (do inglês Composite Air Operation) no que tange à garantia da soberania, à integridade territorial e à defesa patrimonial, em cenários de conflitos regionais ou externos ao Brasil na América do Sul.
O Comandante do Quinto Comando Aéreo Regional (V COMAR), Major-Brigadeiro do Ar Marcelo Fornasiari Rivero, ressaltou os aspectos importantes do treinamento. “Esse Exercício é muito importante porque coloca em prática tudo aquilo que a gente trabalha durante todo o ano, não só a parte aérea, mas toda a infraestrutura da Base Aérea de Canoas e de Santa Maria”, disse o Oficial-General.
Ao todo, participam do Exercício mais de 1.200 militares da Marinha do Brasil (MB), do Exército Brasileiro (EB) e do efetivo de Unidades da FAB distribuídas por todo o País, além do emprego de cerca de 30 aeronaves das aviações de Caça, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), Asas Rotativas e Transporte, a exemplo do F-5M, A-29 Super Tucano, A1-M, KC-390 Millennium, E-99, C-105 Amazonas, RQ-900 e helicópteros H-60 Black Hawk.
O evento é, ainda, uma oportunidade de proporcionar a manutenção e desenvolvimento de capacidades de emprego em cenário tático, fictício e dinâmico, simulando um conflito regional de guerra convencional e regular.
Nessa conjuntura, o treinamento envolve ações que vão desde alerta em voo, assalto aeroterrestre e ataque, até ao reabastecimento em voo, reconhecimento aeroespacial, ressuprimento aéreo, defesa antiaérea, varredura, coleta e defesa cibernética.
A edição deste ano, diferente das anteriores, traz uma significativa mudança estratégica que contribui para tornar o EXCON Escudo-Tínia 2023 ainda mais complexo e tecnológico. “O Exercício Escudo-Tínia 2023 traz componentes da área cibernética e espacial que estão sendo agregados às ações de Força Aérea para maximizar a nossa capacidade operacional dentro do contexto que foi colocado para o Exercício este ano”, finalizou o Comandante da BACO e Diretor do EXCON Escudo-Tínia 2023, Coronel Aviador Marcelo Zampier Bussmann.
Missão Aérea Composta
A COMAO significa o envolvimento de várias aeronaves e Esquadrões em uma missão com diversas ações simultâneas. Um pacote COMAO é um grupo de aeronaves fortemente coordenado, que reúne várias funcionalidades, agindo em apoio mútuo e garantindo a superioridade aérea.
Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica visita instalações do ESCUDO-TÍNIA 2023
O Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), Tenente-Brigadeiro do Ar João Tadeu Fiorentini visitou, no dia 03/11, o Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (2º/1º GCC), sediado na Base Aérea de Canoas (BACO), no Rio Grande do Sul (RS), com o objetivo de conhecer e acompanhar as ações e manobras realizadas no Exercício Conjunto Escudo-Tinia 2023.
Na ocasião, o Chefe do EMAER foi recebido pelo Comandante da BACO e Diretor do EXCON Escudo-Tínia 2023, Coronel Aviador Marcelo Zampier Bussmann, que apresentou detalhes da Operação desde os objetivos até os meios empregados, ações e manobras planejadas. “É uma satisfação muito grande sempre estar presente nesse exercício operacional da Força Aérea Brasileira”, enfatizou o Tenente-Brigadeiro do Ar Fiorentini.
Com uma abordagem voltada, especialmente, para as mudanças estratégicas empregadas nessa edição do treinamento, o Diretor do EXCON Escudo-Tínia 2023, Coronel Aviador Bussmann destacou o uso de multidomínios, em especial, o cyberespaço, a cibernética e a guerra eletrônica (GE) para potencializar as atividades aéreas no Exercício, o que torna o EXCON Escudo-Tínia 2023 ainda mais complexo e tecnológico. “Saímos do contexto do combate direto entre meios aéreos e terrestres e empregamos diversas ações que complementam o uso dos meios aéreos no teatro de operações”, destacou o Diretor do Exercício.
Sobre o tema, o Tenente-Brigadeiro do Ar Fiorentini também pontuou essa ser uma realidade diferente da sua época como Tenente operacional. “Tudo isso mostra a capacidade que nós temos de evolução. Apesar de não vivermos um momento de guerra real, essa é uma maneira de podermos trabalhar, ao mesmo tempo, seja em conjunto com as demais Forças Armadas, seja com as diversas aviações, onde é possível empregar diferentes vetores e otimizar as informações para futuras missões da FAB”, completou.
Após a apresentação, o Oficial-General visitou as instalações que dão suporte ao Exercício, entre elas o Centro de Operações de Artilharia Antiaérea do Exército; duas estruturas de Órgão de Controle de Operações Aéreas Militares (OCOAM), que inclui o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), as Equipes de Ligação de Artilharia Antiaérea (ELAAe) e uma célula de showtime, sob a coordenação da Direção do Exercício (DIREX).
FONTE / FOTOS / VÍDEO: FAB (Agência Força Aérea)
NOTA DO EDITOR: na imagem de abertura e no vídeo é possível ver a presença de jato AF-1 da Marinha do Brasil no exercício, ainda que a aeronave não seja mencionada no texto (o qual menciona a participação de militares da MB e do EB). Na tela de apresentação do diretor do exercício, é possível ver a quantidade de cada aeronave participante – no caso do AF-1 da MB, são mencionados dois aviões. O jato de combate com maior número presente ao exercício é o F-5M: 14 caças.
Se não existisse esse “conflito” entre MB e FAB, a primeira poderia pensar em um lote de 12 aeronaves para substituir todos os A-4, baseados em terra.
Inclusive na questão dos que não foram modernizados.
EDITADO:
COMENTÁRIO BLOQUEADO DEVIDO AO USO DE MÚLTIPLOS NOMES DE USUÁRIO.
A primeira tem que pensar em ter navios suficientes para defender a costa brasileira.
Exato. Primeiro o dever de casa.
Exato. Em um momento em que a MB vem a público dizer que pode não ter nem combustível no ano que vem, é uma maluquice manter esses A4 para o que quer que seja.
Não discordo. Mas tbm penso que 12 aeronaves, sobretudo se forem de segunda mão, seriam muito mais baratas e mais rápidas de adquirir que um único navio de escolta, por menor que esse seja.
E convenhamos, a MB não vai conseguir repor sua capacidade mínima de combate tão cedo. Pode colocar no mínimo uma década para termos o mínimo de escoltas. Portanto, 12 aeronaves como o Super Hornet armados com mísseis antinavio de grande capacidade noa daria um reforço bem-vindo
Seria coerente que fossem aviões da FAB de patrulha/ataque naval repassados para a marinha e não caças. A marinha precisa primeiro é do feijão com arroz, que esta escasso na mesa, digo no mar, primeiramente de capacidade de patrulhar, juntamente com escoltas novos para ter minimamente uma esquadra moderna, seguido de aviões modernos de patrulha e ataque naval sediados em terras com excelente alcance e entrar no século XXI com drones de patrulha, ataque etc… e parar de sonhar com caças e Porta Aviões. Sobre os A-4 a marinha poderia ter um choque de realidade dar baixa ou passar para… Read more »
O A4 não serva mais pra praticamente nada além de alvo. Meu sonho é ver todos no Musal.
Você pensa o mesmo sobre os A-1M?
Amigo, não existe mais, há décadas, nenhum tipo de conflito entre FAB e MB. Havia, até os anos 90, quando servi na 2a ELO. Se houvesse conflito, o caçadores da MB não eram formados na AFA e no 2,°/5°. Você sabia disso? Sabia que na AFA tem aviador naval ministrando instrução pra Cadetes?
A questão não é mais essa, o principal a se considerar para os substitutos dos A-4 é quais serão as características do navio em que eles deverão no futuro operar. Mesmo que se decida pela aquisição de um lote pequeno de Gripens para operar em terra, pelo decreto que concede o direito a MB de operar aeronaves de asa fixa, eles tem que ser da versão naval.(E só para saber, os A-4 foram adquiridos devido a sua capacidade de operar abordo do ex NAeL A11 Minas Gerais).
Dentro de quanto tempo devemos ver o F-39E nesses exercícios? Rumores que na CRUZEX 2024 ele vai participar.
Show!
Parabéns aos envolvidos.
Um exercício em Canoas com aeronaves de diversas bases pelo Brasil, além de militares.
Para se ter ideia, pelas distâncias, se fosse na Europa, seriam militares de diversos países que teriam se deslocado para um.
Importante notar as capacidades envolvidas. Meios que cumprem diversas e distintas tarefas todos juntos, coordenados por nossas Forças, ressaltando a “agência líder” da Operação, a FAB.
ShoW!!
Canoas e Santa Maria.
O Gripen não participa deste treinamento…
Faz um ano este mês que o F39-E recebeu a certificação MRTC no Brasil
Mas MRTC é um certificado militar restrito. É basicamente a liberação para realizar os voos de treinamento dos novos tripulantes e continuar a campanha de certificação para o IOC.
Creio que a participação em exercícios desse tipo só no ano que vem, com o IOC chegando a tempo da próxima Cruzex.
Tem palestras e entrevistas aqui do comandante do 1º GDA falando dessas etapas:
https://www.aereo.jor.br/2023/04/23/laad-2023-palestra-do-comandante-do-1o-grupo-de-defesa-aerea-1o-gda-sobre-a-implantacao-dos-novos-cacas-gripen/
https://www.aereo.jor.br/2022/11/16/entrevista-com-o-tenente-coronel-aviador-gustavo-de-oliveira-pascotto/
Entendi..
Mas não poderia fazer uma participação restrita que servisse para a campanha de certificação para o IOC?
Seria Bacana d+, ainda mais que muitos dos F-5M desta tinia não voltarão para o Exercício Tinia de 2024.
“ Mas não poderia fazer uma participação restrita que servisse para a campanha de certificação para o IOC?” Acho difícil num momento em que os esforços estão em qualificar mais pilotos ainda na operação da aeronave, em Anápolis, e não em exercícios de combate envolvendo outros aviões. “ Seria Bacana d+, ainda mais que muitos dos F-5M desta tinia não voltarão para o Exercício Tinia de 2024.” Acredito que a FAB terá que mudar o ritmo de baixa anteriormente planejado dos F-5M, já que o planejamento foi em boa parte feito antes das duas últimas revisões do cronograma de entregas… Read more »
“… ainda mais que muitos dos F-5M desta tinia não voltarão para o Exercício Tinia de 2024.”
Não é bem assim. Tem 14 F-5M participando do Exercício. Pode ser que um ou outro sejam desativados até ano que vem, mas muitos permanecerão em operação até o ano que vem e vários anos mais. A FAB deverá manter ao menos 1 esquadrão equipado com o F-5M (provavelmente o Pampa) até ao redor de 2030/32.
Na apresentação eu vi 16 F-5M, Ai o “muito” está na perspectiva que temos poucos , se destes 16, 4 células de F-5M ir para o espeto já é muito
Revendo o Plano de desativação dos F-5M , este ano darão baixa em 3 células (acredito que ainda não foram as 3) e 2024 darão baixa em 4 células…
Em 2024 a FAB terá em carga “teoricamente” 23 células, sendo que este ano, “teoricamente” a FAB tem 26 , este 16 que estão a Tinia são 61% de toda a Força de Caça do Brasil!! É Mole!
https://www.aereo.jor.br/2023/04/30/o-plano-de-desativacao-dos-cacas-northrop-f-5-da-forca-aerea-brasileira/
Abraço!!
No slide da apresentação, que aparece na matéria acima, constam 14 F-5M participando do Exercício. Já pelo link que você colocou, no final de 2023 serão 32 aeronaves na frota e, no final de 2024, quando desativarem mais 4 aeronaves, restarão 28 na frota. Entretanto, como o Nunão falou acima, com o alongamento do cronograma de recebimento do Gripen, talvez esse planejamento de desativação dos F-5 tenha que ser revisto e menos aeronaves serem desativadas nos próximos anos.
Abraço.
Sim, correto.
Confundi com o TDA… Parece que a distribuição não é em quantidades iguais para os 2 GAV , Eu deduzi que a diferença que faltava eram das aeronaves em manutenção/revisão , da uma media da 25% , e a Coluna TDA seria de aeronave em pronta condição de voo .
“a previsão de quantas estarão efetivamente distribuídas às duas unidades (1º GAVCA e 1º/14º GAV) que ainda operam a aeronave, com a sigla TDA (Tabela de Distribuição de Aeronaves):”
Sim, é isso. Pela tabela, para este ano de 2023 são 35 aeronaves ativas e 26 aeronaves distribuídas nos esquadrões. As 9 restantes considera-se em manutenção.
Mestre Santamariense,
baixe a Imagem e Alta resolução, e veja que serão 16 F-5M.
https://www.fab.mil.br/noticias/mostra/41788/EXCON%20T%C3%8DNIA%202023%20-%20Chefe%20do%20Estado-Maior%20da%20Aeron%C3%A1utica%20visita%20instala%C3%A7%C3%B5es%20do%20ESCUDO-T%C3%8DNIA%202023
Abraço,
Tens razão. Abraço,
Interessante que, ao contrário das edições anteriores, onde havia participação de 12 ou mais unidades do A-29, nesse ano apenas 1 exemplar está participando.
“Volta a ter a sua capacidade plena.”
O que o Comandante do Quinto Comar quis dizer com isso? Ele quis dizer que a BACO está usando toda a sua infraestrutura com a capacidade máxima de aeronaves? Seria isso, ou a baco estava com algum tipo de restrição?
Capacidade de pessoal: comida, hospedagem, saúde, transporte. Avião é o que couber no pátio. E cabe bem mais.
Impressionante a envergadura do RQ-900.
Essa pintura do C-295 é muito feia. E desgastada é ainda pior. Quero ver alguém dizer que esses anéis que deixam a aeronave parecendo o anfíbio mais chamativo da floresta sem para camuflagem…
Não tem uma matéria em que apareçam aeronaves da FAB que tu não fale na “beleza” ou “feiúra” da camuflagem.
14 F-5M e 4 A-1M no mesmo exercício, isso equivale a 1/3 dos jatos de caça que temos no inventário da FAB hoje ( 43 F-5M e 11 A-1M)
São 16 F-5M e 4 A-1M no Exercício. No inventário, pelo que foi divulgado no planejamento da FAB no início do ano, hoje são 35 F-5M e, pelo que vi em outubro na BASM, são 9 A-1M. Assim, o total de F-5M e A-1M é de aproximadamente 44 aeronaves.
Então, não é um erro substituir todas estas aeronaves apenas por um tipo de aeronave? Ficaremos apenas com os gripens e tucanos, (comentário sem nenhum tipo de critíca)
Não. Logisticamente é mais barato. É errado a França possuir somente o Rafale? Os Mirage serão desativados um dia.