O Project On Government Oversight (POGO) teve acesso ao relatório de teste de comparação entre F-35A e A-10C

Os líderes do Pentágono venderam o conceito do F-35 ao Congresso e ao povo americano, dizendo que seria um substituto acessível para o F-16 na função de supremacia aérea e o A-10 na função de apoio aéreo aproximado. Quase 22 anos depois, a noção do F-35 como um substituto acessível para qualquer programa já foi destruída há muito tempo.

Sérias questões permanecem sobre se o não confiável F-35 pode ser um substituto eficaz para o bem-sucedido F-16. Quanto ao apoio aéreo aproximado, permanecem dúvidas sobre a capacidade do F-35 de preencher o papel do A-10, e um relatório detalhando os resultados dos testes comparativos realizados em 2018 e 2019 entre os dois programas, obtidos com muito esforço pelo Project On Government Oversight (POGO), lança ainda mais dúvidas sobre o assunto.

O POGO recebeu uma cópia do relatório “Teste de comparação F-35A e A-10C” por meio de uma solicitação da Lei de Liberdade de Informação (FOIA) e litígio subsequente após a solicitação original em abril de 2022 ter ficado sem resposta.

Os resultados aparentemente não foram o que os líderes da Força Aérea dos EUA esperavam, porque lutaram durante anos para os esconder completamente. O gabinete de testes do Pentágono só elaborou o relatório em fevereiro de 2022, quase três anos após a conclusão dos testes, e mesmo agora recusa-se a divulgar muitas das principais conclusões: O relatório divulgado está fortemente editado. Ainda assim, a informação que divulgaram não pinta uma imagem muito positiva da capacidade do F-35 para cumprir o papel altamente crítico que o A-10 desempenhou de forma competente nas últimas três grandes guerras terrestres dos Estados Unidos.

A partir das informações fragmentadas agora disponíveis, fica claro que o plano da USAF para substituir as capacidades do A-10 será insuficiente. No entanto, o Congresso está prestes a autorizar a reforma de 42 A-10 no próximo ano fiscal, uma decisão que estão tomando num vácuo de informação, uma vez que o relatório não foi amplamente divulgado.

Os testes

Os testes, que foram projetados para avaliar a capacidade dos A-10 e do F-35 de desempenhar todas as funções de aviação de ataque, incluindo apoio aéreo aproximado, controle aéreo avançado aerotransportado e busca e resgate em combate, ocorreram entre abril de 2018 e março de 2019, após o Congresso incluiu uma disposição na Lei de Autorização de Defesa Nacional do ano fiscal de 2017. Eles ocorreram sob a oposição veemente dos líderes da Força Aérea: o então Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General Mark Welsh, chamou os testes propostos de “exercício bobo”, alegando que o F-35 nunca foi planejado para ser um substituto do A-10.

Na verdade, o F-35 sempre foi designado como substituto do A-10, bem como do F-16. As reportagens da imprensa na época da adjudicação do contrato original em 2001 deixaram esse ponto claro.

O POGO deu a notícia de que os testes estavam em andamento em julho de 2018, após receber documentos detalhando como estavam sendo conduzidos. Ficou imediatamente claro que os testes foram projetados para fazer com que o F-35 tivesse a melhor aparência possível. Na época, o POGO relatou as deficiências do programa de testes.

Clique aqui para ver a análise do POGO do relatório de teste de comparação entre F-35A e A-10C, no site do POGO.

Clique aqui para ver o relatório completo (48 páginas em PDF, bastante redigido) no fly-off de comparação.

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