Israel usa caças F-35I para abater míssil de cruzeiro

Embora este seja o primeiro uso conhecido de um F-35 para derrubar um míssil, o conceito, pelo menos no papel, não é novo

JERUSALÉM – As Forças de Defesa de Israel disseram que usaram caças F-35I Adir para abater um míssil de cruzeiro esta semana, a primeira interceptação de míssil de cruzeiro conhecida pelo caça furtivo de fabricação americana.

“Nos últimos dias, um míssil de cruzeiro lançado do sudeste em direção ao espaço aéreo israelense foi detectado pelos sistemas de controle e detecção da IAF. Depois de rastrear a trajetória do míssil de cruzeiro, os caças Adir foram mobilizados e interceptaram o míssil com sucesso”, disse a IDF em 2 de novembro, ao divulgar o vídeo do incidente.

O míssil de cruzeiro provavelmente foi lançado pelos Houthis apoiados pelo Irã no Iêmen, embora as IDF não tenham especificado o local de lançamento. Embora Israel não tenha especificado qual arma foi usada para interceptar o míssil de cruzeiro que se aproximava, as variantes F-35I de Israel estão armadas com os mísseis AIM-9X Sidewinder e AIM-120 AMRAAM.

Os F-35 de Israel foram declarados operacionais em 2017 e foram utilizados em combate em 2018 pela primeira vez. Israel assinou um acordo para comprar mais 25 aeronaves em julho. O país eventualmente terá 75 aeronaves de quinta geração.

As IDF também detêm o título de primeira abate conhecido por um F-35, quando em março de 2021 abateu dois drones que afirma terem sido lançados do Irã.

Desde o ataque do Hamas, em 7 de Outubro, que matou mais de 1.400 pessoas em Israel, a ameaça aérea do Iêmen tem aumentado. Em 18 de outubro, os Houthis no Iêmen lançaram drones e mísseis de cruzeiro em direção a Israel, com o Pentágono dizendo que o destróier USS Carney interceptou 15 drones e quatro mísseis de cruzeiro em 9 horas. Outro ataque foi lançado em 27 de outubro, mas os projéteis atingiram o Egito. E em 31 de Outubro, Israel utilizou o seu sistema Arrow, que foi desenvolvido em conjunto com os EUA, para interceptar um míssil balístico do Iêmen.

Embora esta seja a primeira vez que se sabe que um F-35 destruiu um míssil de cruzeiro, a capacidade tem sido discutida há muito tempo.

A Revisão de Defesa contra Mísseis da administração Trump, lançada em janeiro de 2019, incluía linguagem pedindo que o F-35 fosse desenvolvido e armado para uma missão de interceptação de ICBM. E em 2019, o Jerusalem Post informou que “em meio a preocupações de que o Irã possa atacar Israel com mísseis de cruzeiro, um alto representante da Lockheed Martin revelou na terça-feira que o caça furtivo F-35 Adir pode detectar e interceptar tais ameaças”. Na época, Gary North, vice-presidente de requisitos do cliente e aeronáutica da Lockheed, “disse aos repórteres que o radar AN/APG-81 AESA permite que o jato avançado identifique e intercepte ameaças aéreas voando em baixa altitude e em altas velocidades, como mísseis de cruzeiro .”