O voo de 60 metros que rendeu a Alberto Santos-Dumont (1873-1932), o aviador brasileiro, um prêmio de 3.000 francos, em Chateau de Bagatelle, Bois de Boulogne, Paris, França. Um voo posterior também em seu biplano '14-bis' em 12 de novembro de 1906 de 220 metros rendeu-lhe o prêmio Aero Club de France de 1.500 francos e estabeleceu o primeiro recorde mundial reconhecido pela FAI para distância voada

Alberto Santos-Dumont, nascido em 20 de julho de 1873 em Palmira, Minas Gerais, é uma figura icônica na história da aviação mundial. Ele não apenas contribuiu para a evolução do voo, mas também capturou a imaginação do público de sua época com suas invenções e proezas aéreas.

Desde jovem, Santos-Dumont teve uma paixão por máquinas e o sonho de voar. Mudou-se para a França na década de 1890, onde dedicou sua vida ao estudo da aviação. Na virada do século, ele já era amplamente reconhecido por seus dirigíveis pioneiros e tinha um objetivo ainda mais ambicioso em mente: criar uma máquina mais pesada que o ar que pudesse voar por seus próprios meios.

Em 23 de outubro de 1906, em um campo nos arredores de Paris, Santos-Dumont fez história com seu avião, o “14-Bis”. O voo do 14-Bis, embora tenha durado apenas alguns segundos e alcançado uma distância de 60 metros, foi uma conquista monumental para a época. Foi um dos primeiros voos públicos e verificáveis de uma aeronave mais pesada que o ar sem a ajuda de catapultas ou de ventos fortes para decolar. Em voos subsequentes, ele melhorou seu recorde, chegando a voar mais de 200 metros em 12 de novembro do mesmo ano.

O 14 Bis era uma estrutura peculiar, feita de madeira e bambu, com grandes asas de superfície curva e uma hélice na parte traseira. O avião era propulsado por um motor Antoinette de 50 cavalos de potência. Seu design e estrutura podem parecer rudimentares hoje, mas o 14-Bis incorporou muitos princípios fundamentais da aviação que ainda são usados em aeronaves modernas.

O voo do 14 Bis teve repercussões profundas. Representou um dos momentos cruciais na transição da humanidade de sonhadora do voo para verdadeira aviadora. Além disso, o feito de Santos-Dumont foi realizado sob as vistas do público e de especialistas, diferentemente de outros inventores que alegaram voos anteriores, mas em condições não verificadas.

A importância de Santos-Dumont na história da aviação não pode ser subestimada. Enquanto os irmãos Wright são muitas vezes creditados como os pioneiros do voo controlado em uma aeronave mais pesada que o ar, foi Santos-Dumont quem popularizou e demonstrou a viabilidade do voo diante do público europeu e mundial.

Alberto Santos-Dumont não foi apenas um engenheiro ou inventor, ele foi um visionário. Ele acreditava firmemente que a aviação não deveria ser apenas para competições ou demonstrações, mas deveria servir para melhorar a vida das pessoas. Seu legado é sentido até hoje cada vez que olhamos para o céu e vemos a maravilha do voo humano.

O voo do 14 Bis, e a dedicação incansável de Santos-Dumont à aviação, pavimentaram o caminho para o rápido desenvolvimento da tecnologia aérea no século XX. Ele não apenas deu à humanidade asas, mas também inspirou gerações de inventores, engenheiros e sonhadores a olhar para o céu e ver o infinito potencial do espírito humano.

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