De acordo com um artigo de hoje de Igor Gielow na Folha de São Paulo, o governo brasileiro reduziu o número planejado de aeronaves Saab Gripen de 66 para 50 unidades. Essa decisão visa acelerar a compra por meio de um aditivo ao contrato atual de aquisição dessas aeronaves da Suécia. Além disso, como parte das negociações, o Brasil está explorando a possibilidade de vender até quatro aeronaves de transporte militar Embraer KC-390 para a Suécia.

Na terça-feira (26), o Ministro da Defesa, José Mucio, anunciou que viajará a Estocolmo no próximo mês para discutir a venda dos KC-390, embora não tenha compartilhado detalhes específicos sobre a proposta. Segundo informações obtidas pela Folha de São Paulo de fontes envolvidas nas negociações, a estratégia brasileira envolve a utilização de uma cláusula presente no contrato firmado entre os dois países em 2015.

Essa cláusula permite ao Brasil aumentar o pedido de caças, que atualmente é de 36 unidades, dentro de certos parâmetros, incluindo um aditivo de até 25% do valor inicial da compra, que equivale a 39,3 bilhões de coroas suecas, ou aproximadamente R$ 17,7 bilhões com a taxa de câmbio atual. Em termos simplificados, considerando que os pagamentos serão efetuados ao longo de 25 anos e serão deduzidos do financiamento concedido pelo governo sueco, isso poderia representar um gasto potencial adicional de mais R$ 4,5 bilhões pelo Estado brasileiro.

A Suécia já encomendou 60 unidades do modelo E do Gripen, e essa quantidade pode ser aumentada, dadas as mudanças no ambiente de segurança europeu devido à situação na Ucrânia. No entanto, ainda não foi solicitado o modelo biposto F. O governo brasileiro busca integrar todas essas negociações com a venda dos KC-390 para a Suécia. O KC-390 tem se mostrado competitivo no mercado europeu, que é dominado por cerca de 140 aeronaves de carga americanas C-130 Hércules em diferentes estágios de envelhecimento.

Recentemente, a Embraer concretizou a venda de aproximadamente quatro aeronaves KC-390 para a Áustria. Antes disso, Portugal adquiriu cinco unidades, a Holanda fechou acordo para comprar o mesmo número, e a Hungria comprou duas unidades. Todos esses países fazem parte da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ou têm uma relação próxima com a aliança militar liderada pelos Estados Unidos.

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