Exportações de produtos de defesa somam US$ 1,1 bilhão este ano e superam em mais de 60% o total do ano passado

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Brasília, 26/9/23 – Nos primeiros nove meses deste ano, as exportações brasileiras de produtos de defesa somam US$ 1,1 bilhão, 63% a mais que em 2022, quando o país registrou US$ 648,5 milhões em venda de produtos de defesa para o exterior. O acumulado de 2023 é o terceiro melhor resultado quando comparado às cifras atingidas na série histórica 2013-2023. Entre os itens mais exportados no ano estão armas, munições, explosivos e aeronaves de asa fixa e rotativas.

Neste mês, a Embraer realizou a venda de mais cinco aeronaves KC-390 para a Áustria e outras cinco para a Holanda, reafirmando o aquecimento da indústria nacional de defesa, setor que, no Brasil, representa cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) e gera 2,9 milhões de empregos, diretos e indiretos. O Brasil é o maior exportador de produtos de defesa da América do Sul.

“No início do governo, o presidente Lula nos deu uma missão: impulsionar a Base Industrial de Defesa (BID), um setor que é extremamente estratégico para o país, com alta capacidade de geração de renda e empregos. Os resultados, até aqui, dão mostras de que estamos no caminho certo. Com o Novo PAC, teremos mais investimentos e, consequentemente, isso nos ajudará a desenvolver ainda mais a indústria brasileira de defesa”, ressaltou o Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro.

PAC Defesa – Os recursos destinados à Defesa por meio do Novo PAC somam R$ 53 bilhões e serão utilizados para equipar o país com tecnologias de ponta e aumentar a capacidade de defesa nacional, além de fortalecer a Base Industrial de Defesa (BID), gerando mais empregos e renda. O eixo Defesa do PAC abrange projetos estratégicos para as Forças Armadas, como equipamentos navais, terrestres, aéreos e sistemas integradores.

O secretário de Produtos de Defesa do MD, Rui Chagas Mesquita, atribui os resultados positivos de exportações à intensificação de parcerias e relações comerciais. “Para alcançar esse patamar, atuamos na promoção comercial dos nossos produtos, serviços e sistemas de defesa. Participamos de feiras e exposições no Brasil e no exterior, estreitamos o diálogo com o BNDES, um parceiro estratégico, bem como houve intensa interlocução do Ministério da Defesa com a BID, parlamentares e órgãos de fomento. É importante destacar, ainda, o elevado valor tecnológico agregado dos nossos produtos de defesa, reconhecidos internacionalmente”, disse.

BID – É o conjunto de empresas estatais ou privadas que participam de etapas de pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição e manutenção de produtos estratégicos de defesa (bens e serviços) que contribuam para os objetivos relacionados à segurança ou à defesa do país.

A BID possui 290 empresas cadastradas no MD. O portfólio brasileiro é composto por 1.365 produtos, como aeronaves, embarcações, soluções cibernéticas para proteção de dados, radares, sistemas seguros de comunicação e armamentos, entre outros itens de alta tecnologia.

DIVULGAÇÃO: Ministério da Defesa

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Acompanhe o seminário ‘4ª Revolução Industrial: Desafios para a Defesa, Segurança e Desenvolvimento Nacional’

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Camargoer.

Olá Colegas. A partir da figura, percebemos que a média de exportações é da ordem de US$ 1 bilhão. É preciso uma politica mais efetiva para aumentar as exportações. Cada Kc390 representa algo como 10% das exportações anuais. Será que as peças estruturais do F39 entram nestas conta?

Willber Rodrigues

Se essas peças forem produzidas aqui, imagino que sim, da mesma forma que as peças do 390 feitas na Argentina conte pra balança comercial deles, ou o pós-venda dos jatos da Embraer que são feitos aqui.

Camargoer.

Olá Wilber. De modo amplo, elas são contabilizadas nas balança, Concordo com você. Fico na dúvida se elas entram na contabilidade dos produtos de defesa. Talvez falta uma segunda conta sobre o saldo comercial neste setor. Qual o superavit ou déficit do setor de defesa?

Neto

Excelente questão Camargoer.

Willber Rodrigues

Além do 390, quais outros produtos BR foram exportados?
Como comentei numa matéria anterior sobre a BID e BNDES, deveríamos discutir 1° quais produtos brasileiros realmente tem chances no mercado externo e interno e que merecem investimentos, pra evitar desperdicar recursos com projetos que se arrastam a décadas e que vão do nada a lugar nenhum, igual aquele projeto de ATGM do EB.

deadeye

Brasil exporta muita munição, produtos táticos, eletrônicos e componentes. Então, entram no cálculo.

Rafael Oliveira

Teve exportação do Guarani, né?
Talvez foguetes da Avibrás e armas não letais da Condor.
Além disso, armas da Taurus e munições da CBC são exportadas constantemente.

Von Richtoffen

Essa é uma das funções do GF, vender, vender, vender. Viajar, viabilizar e financiar não é brincadeira.

Frederick

No intuito de enriquecer o debate, indico aos confrades um artigo muito interessante, assinado por Bruno da Silva Suhett e Giovannna Bernardes Ferreira e publicado no periódico “A Defesa Nacional”, volume 847 do 1º quadrimestre de 2022.

É um panorama dos mecanismos, instrumentos e estruturas necessárias para o tema desta matéria, além de outras interessantes reflexões. Recomendo.

https://www.calameo.com/read/006045427a8c5074d7eec?authid=azEkUUZmAd3F

Frederick

Em tempo; o artigo encontra-se na página 56.

Frederick

53, perdão.

L G1

O Brasil tem que bater o recorde de 2021 esse ano. O KC 390 é o grande produto hoje.

Gabriel Moreira

Existe um erro na informação…está dizendo que foram vendidos 05 kcs para Holanda e 05 kcs para a Áustria esse mês, sendo que nenhuma das vendas foi concretizada. Mesmo se fossem, a “venda” para Holanda ocorreu 2022…

Camargoer.

Olá Gabriel. Vocẽ tem razão. O autor se empolgou um pouco com a notícias da venda dos Kc390 para a Áustria. Ainda que o Kc390 talvez seja o principal produto de exportação do setor de defesa, o valor contabilizado nas exportações é sobre o valor já faturado. Então, ele incluiria os aviões que tenham tenham sido exportados, não dos contratos de venda firmados ou anunciados. Uma coisa interessante a ser notada é que a vendas atingiram em 2023 cerca foi US$ 1 bilhão praticamente no terceiro trimestre do ano Podemos esperar que o ano feche entre US$ 1,3~1,4 bilhão, quem… Read more »

EduardoSP

Quando o autor empolgado trabalha para um Ministério entramos no campo da propaganda governamental.

Camargoer.

Pois. Há anos eu alerto que o MinDefesa precisa de um departamento de comunicação social profissional, inclusive que faça o trabalho de comunicação dos comandos militares. A comunicação do MinDefesa e dos comandos militares é bem mequetrefe.

Rafael Cordeiro

Infelizmente acredito que tenha muito mais informação distorcida por aí, são apenas números para justificar as inúmeras viagens ao exterior do atual presidente, porém muitos desses números estão ligados a acordos anteriores, como por exemplo o acordo com os sauditas para a construção da fábrica de explosivos. Outra coisa que pergunto é quanto desses R$ 53 serão utilizados efetivamente para alavancar a base industrial de defesa e quanto será destinado para o caixa da corrupção.

Camargoer.

Caro. Os R$ 53 bilhões destinados para a Defesa serão alocados em programas escolhidos pelas forças armadas como prioritários, como por exemplo concluir os Scorpenes, concluir a aquisição dos F39 do primeiro lote, os KC390 remanescentes da FAB, a construção das FCT, sistema Astros para o EB, blindados Guarani, HBR e os helicópteros de treinamento, além de outros programas menores. Em quais destes programas (escolhidos pelas forças armadas), qual deles estaria corrompido? Considerando que a maioria destes programas já estão em execução, alguns há praticamente 10 anos, esta sua suspeita de corrupção estaria nas próprias forças armadas que gerenciam os… Read more »

Rafael Cordeiro

Caro, se você coloca sua mão no fogo pelos que estão no governo (seja nesse ou no passado) e pelo alto comando das Forças Armadas, eu não coloco. Infelizmente a corrupção é sistêmica no Brasil e acontece de diversas formas, se formos falar do tema defesa, basta olharmos os projetos que já estavam praticamente prontos e simplesmente sumiram, não existe ninguém para cobrar uso racional dos recursos e resultado final com aplicação efetiva, um bom exemplo é o míssil MAR-1, praticamente finalizado e que simplesmente, ao que tudo indica, foi abandonado pelo alto comando. Como contribuinte, gostaria que as informações… Read more »

Samuel Asafe

só na viagem pra china foram 50 bilhões em acordos. tem mais é que viajar mesmo.

arcanjo

Dúvida: Serão 5 KC-390 para a Áustria ou 3+1 (4) como anunciado na coletiva de imprensa pela ministra austríaca?

Bachini

Data da venda KC 390 Holanda com data de 2022, matéria com claro viés politico.

RPiletti

Descontando os holandeses de 22 além dos austríacos que ainda não possuem contrato, esse gráfico perde todo sentido…

Santamariense

Se considerarmos contratos assinados e em vigor, são 26 KC-390:
– 19 para o Brasil;
– 05 para Portugal;
– 02 para a Hungria.
Os contratos para a Holanda e para a Áustria, apesar de muitíssimo prováveis, ainda não foram assinados. E, como já vimos acontecer em mais de uma oportunidade, nem sempre o que vence uma concorrência é o que leva. Torço muito para que esses dois países assinem logo com a Embraer, mas nesse tipo de negócio não é bom contar com o ovo antes da galinha pôr.

EduardoSP

Não teve venda para a Holanda nem para a Áustria, por enquanto.
A nota não é política, é apenas marketing governamental.
Segue o jogo.

Felipe Morais

Nada ver com o comentário, mas vi teu nome, não tinha visto ainda, lembrei de um comentarista muito ativo na trilogia quando comecei a acompanhar, por volta de 2011. Bacchi. Infelizmente, faleceu há alguns anos. Me pergunto por onde está a turma que era assídua na trilogia a época. Algumas dezenas deixaram de participar ou, não sei, talvez estejam comentando com outros Nicks. De toda forma, como eram boas as discussões por aqui. Sempre um aprendizado. Mesmo com as chatices constantes de alguns, como o Juarez ou o Vader, que viviam sendo suspensos. Mas era uma chatisse diferente. Tinha argumentação.… Read more »

sub urbano

Resultado de boa diplomacia e do BNDES trabalhando junto com a industria. Pra mim não é nenhuma surpresa.

Santamariense

Esse resultado de agora, pouco ou nada tem a ver com o governo atual. Observe também o desempenho de 2021. Tu acha que aquele foi por boa diplomacia? Se foi , tu estarás te contradizendo. Se não foi, foi por qual motivo?

Renato

Atenção, contrato de venda não é exportação. Apenas aeronave entregue para o importador se enquadra como exportação. Assim, salvo engano, no caso do KC390 acredito que temos apenas uma unidade entregue/exportada para Portugal.
Provavelmente as entregas de Tucanos e dos componentes do Gripen (embraer e AEL) devem responder por boa parte.