VÍDEO EXCLUSIVO: A história do caça F-5 – ‘Plano Fênix’, decisão pela modernização, o que mudar no caça?

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DOMANDO O TIGRE – A HISTÓRIA DO CAÇA F-5 PARTE 30

PLANO FÊNIX

Na metade da década de 1990, o fantasma da obsolescência da Aviação de Caça começou a rondar a FAB, Força Aérea Brasileira, assim como havia ocorrido no final de década de 1960. Mas a situação era mais grave, pois a aviação de caça era apenas parte de uma força em rápido processo de envelhecimento.

Aviões como o P-16E Tracker, o C-115 Buffalo, o Mirage III e o Xavante seriam retirados de serviço dentro de dez anos, aproximadamente. Portanto, somente a renovação da Aviação de Caça não resolveria os problemas da FAB. Era necessário algo maior e mais amplo.

Em 1996 o Estado-Maior da Aeronáutica, comandado pelo brigadeiro Ferolla, lançou o Plano Fênix, um amplo programa que visava modernizar a FAB, substituir os vetores mais obsoletos e aumentar a operacionalidade da Força.

O plano incluía a aquisição de aeronaves de patrulha, de transporte, de ataque leve, complementação da frota de AMX, modernização dos F-5E e F, além da aquisição de um novo vetor de caça.

O ambicioso programa previa o renascimento da parte operacional da Força com recursos da ordem de três bilhões de dólares.

DECISÃO PELA MODERNIZAÇÃO

A proposta de modernização do F-5 rivalizava com a possibilidade da FAB adquirir um caça totalmente novo. Porém, um novo vetor implicava em gastos elevados com recursos em moeda estrangeira. Além disso, até o recebimento das primeiras aeronaves novas haveria um hiato de pelo menos dez anos. A solução mais econômica era, sem sombra de dúvida, a modernização da frota de F-5. Isso permitiria à aeronave operar com sistemas e armamentos mais novos e efetivos, voando pelo menos até 2015, quando então seria substituída por um novo caça.

Os requisitos para a modernização do F-5 ficaram prontos durante a administração do ministro Lélio Viana Lobo, ainda durante o governo do presidente Itamar Franco. Eles visavam basicamente a modernização do sistema de navegação e ataque. O seu sucessor no cargo, o brigadeiro Mauro José Gandra, assumiu a pasta em janeiro de 1995 e deu prioridade aos planos de modernização.

Em agosto daquele ano o Conselho de Defesa Nacional se reuniu e determinou que o projeto tivesse maior celeridade. Começaram assim as negociações com a Embraer para definir o papel da empresa no programa de modernização. Paralelamente, a Aeronáutica lançou no mercado internacional o Pedido de Informações, mais conhecido pela sigla em inglês RFI (Request For Information), solicitando que as empresas interessadas no processo enviassem seus documentos técnicos.

ESCÂNDALO

No mês seguinte, um grande escândalo afetou o programa SIVAM – Sistema de Proteção da Amazônia. A empresa vencedora, a americana Raytheon, foi acusada de espionagem e o caso respingou no então Ministério da Aeronáutica. Mesmo sem ter a menor relação com o programa de modernização do F-5, o escândalo colocou sob suspeita as demais concorrências internacionais da Força Aérea Brasileira. Constrangido com a repercussão do caso, Gandra deixou o cargo e seu antecessor reassumiu a pasta.

Até o início de 1997 o programa foi tocado sem muito alarde, quando então foi apresentado, finalmente, ao presidente Fernando Henrique Cardoso. Faltava apenas mais um item para dar início ao processo, e ele veio no segundo semestre.

Em agosto daquele ano entrou em vigor o Decreto presidencial 2.295 que dispensava de licitação compras que “comprometam a segurança nacional”. Este instrumento jurídico acabou por alterar a Lei 8.666 e abrir caminho para que o programa de modernização do F-5 fosse definido segundo critérios puramente técnicos.

O QUE MUDAR?

A célula do F-5 era resistente e sua manutenção era amplamente dominada pela FAB. Os motores, embora com pouca potência, ainda eram úteis. O calcanhar de Aquiles do caça era a defasagem tecnológica dos seus aviônicos.

Portanto, a FAB concentrou os seus esforços e os seus recursos na substituição da suíte aviônica, com destaque para um novo painel do tipo “glass cockipt”, composto por telas multifunção, e compatível com óculos de visão noturna. Além disso, os caças seriam equipados com um moderno radar multimodo, sistemas de contramedidas, de comunicação e de navegação atualizados.

Todos os assentos ejetáveis seriam substituídos por um modelo padrão mais moderno para toda a frota. As sondas para reabastecimento em voo seriam adicionadas aos F-5 E e F do segundo lote que operavam em Canoas. Por fim, a garrafa de oxigênio líquido daria lugar a um sistema autônomo de geração contínua de oxigênio, conhecido como OBOGS.

Foi adicionado ao caça o conceito HOTAS, do inglês “Hands on Throttle and Stick”, onde o piloto permanece o tempo todo do combate com as mãos no manche e na manete de potência, acionando os diversos controles dos sistemas embarcados utilizando teclas em ambos os controles. Desta maneira, tanto o manche como a manete de potência receberam comandos diversos para selecionar os modos do radar, sistemas de armas, de comunicações e outros. Associado ao conceito HOTAS, a antiga mira deu lugar a um moderno HUD – Head Up Display, que é um visor ao nível dos olhos do piloto, instalado sobre o painel, que projeta não só a mira quanto os diversos parâmetros de voo e de combate.

Todas estas modificações serão vistas com mais detalhes nos próximos episódios desta série.

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RDX

O grande erro foi empurrar com a barriga durante anos o FX. Provavelmente a modernização do F-5 tenha contribuído….Para piorar a FAB decide comprar o M2000 e modernizar o AMX. Lembrando que o projeto FX nasceu na década de 90 e deveria ser concluído em 2001.

Last edited 1 ano atrás by RDX
Marcos

OFF

A FAB desistiu de converter o A330 para o padrão MRTT

Luleco pegou um dos aviões. A FAB nem vai tentar comprar um terceiro avião. Parabéns aos envolvidos, isso mostra que não existe planejamento algum na FAB, e nem mesmo necessidade, pois nunca vi algo necessário ser descartado tão facilmente.

Na verdade existem duas coisas uma começa com C e a outra com P. O que começa com P entra todo dia no orifício dos pagadores de impostos.

A com C faz muita gente levar vida boa, aumentando a grossura da coisa que começa com P

DanielJr

É sério isso? Então pra que comprou o A330? Agora vai usar o outro avião com capacidade capenga? Onde estão os planos de projeção de força, que “o gripen poderá chegar à África com o A330 MRTT?”

O avião que será o VIP, será VIP 100% do tempo ou será convertido e desconvertido a cada uso?

É uma piada atrás da outra.

Marcos

Sim, é seríssimo. A informação já está circulando em revistas impressas. Não vão ser convertidos para o padrão MRTT

Um dos A330 vai ser convertido para o padrão VIP, os fabianos vão servir o comandante em chefe com muito afinco e luxo.

O outro será colocado à disposição da força para qualquer coisa, menos para a função que ele deveria ter.

Andre Luiz Domingues

Sites de verificação colocam como fake. Por gentileza coloque as “revistas impressas”. Assim não fica parecendo fofoquinha.

Last edited 1 ano atrás by Andre Luiz Domingues
Andre Luiz Domingues

Até onde vi em sites de verificação é fake.

Marcos

Revista ASAS, última edição.

Last edited 1 ano atrás by Marcos
Rinaldo Nery

Se a ordem veio do Planalto o Damasceno vai fazer o quê? Uma nova rebelião em Jacareacanga? Passar o chapéu pra outro (eu passaria)? Invadir o Alvorada?

Rinaldo Nery

Parece até que essa decisão absurda partiu da FAB…

Marcos

Isso mesmo, obedeça o seu comandante em chefe. E fiquem calados.

Rinaldo Nery

Ficar calado vai do caráter e da ombridade de cada um. Uns têm, outros não.

Santamariense

Isso era visto que aconteceria…cresceu o olho das criaturas que ocupam o planalto hoje em dia…viram aqueles dois A330 e compararam com o A319….”eu quero um desses pra mim”, disse o molusco. E a FAB vai converte o único restante pra que? Dois é o mínimo necessário para que se justifique o investimento, criação de toda a doutrina de operação, etc, pois enquanto um estiver em manutenção, o outro está disponível, mas com apenas um, não tem nem constância operacional. A ordem vindo do planalto, a FAB no pode fazer nada. GTE é uma das Unidades Aéreas mais operacional e… Read more »

Andre Luiz Domingues

EDITADO
NÃO É NECESSÁRIO ENVIAR A MESMA MENSAGEM VÁRIAS VÊZES.

RDX

2 A330 presidenciais. Um voando e o outro na reserva.

Andre Luiz Domingues
Santamariense

Aqui, a conversão de um dos dois C-30 em aeronave presidencial é aventada como uma das opções:

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/06/aviao-usado-e-opcao-favorita-para-substituir-o-aerolula.shtml

Andre Luiz Domingues

Com todo o respeito, “aventada” não é confirmada. Atente para a data do link que passou, e a data do link que coloquei. Sem ” as revistas impressas” do autor desse comentário, continua a ser boato, ou seja Fifi, a fofoqueira, está ON.

Santamariense

Não sei se é verdade ou não…mas, na matéria que eu coloquei, o molusco teria determinado à FAB que faça o estudo e levantamento de aeronaves para substituir o VC-1 e as opções seriam adquirir uma aeronave nova ou uma aeronave usada ou ainda converter um dos dois C-30 que a FAB já possui. O resto do teu comentário é por tua conta, inclusive essa história de fofoqueira e outros blábláblá.

Marcos

Caro Andre Luiz Domingues, você postou uma notícia publicada há quase 2 meses. A nova informação foi publicada por uma revista especializada que está no mercado há 20 anos. Compre a última edição e leia você mesmo ou espere alguns dias ou semanas para receber a notificação em sites de fofoca e politicagem barata como é o estadão e afins

Andre Luiz Domingues

Entendo a sua chateação. Mas desqualificar a história de um jornal Centenário, já que gosta de dar ênfase aos 20 anos da revista, é de torcer o rabo da porca. Mas concordo com algo: vamos esperar.
Em tempo: acredito ser mais racional o uso compartilhado da aeronave.

Douglas Rodrigues

A desistência de conversão em MRTT e quem sabe a conversão de um deles em VIP é um grande revés para a FAB, embora sabemos que isso pode realmente acontecer… No caso o valor que antes foi usado para compra dos aviões, era recuperado da Lava Jato, volta como vantagem para o “operador” do esquema. Essa classe política é uma vergonha enorme, e resta a FAB apenas bater continência e aceitar decisões dessa maneira? Quer avião maior e com mais alcance? Vende o(s) que usa e vai atrás de um usado no mercado, mas tenho quase certeza que vai deixar… Read more »

Willber Rodrigues

Duas coisas que chamam a atenção:
A FAB ter previsto que a modernização/troca de vetor com uma década de antecedência, e já ter começado a trabalhar nisso, pra evitar sustos de última hora.
Trocaram de comandantes, mas os planos originais continuaram, ao invés de refazer do zero. Continuidade, a palavra chave.

É por isso que a FAB tem, de modo geral, a situação mais “confortável”, não enfrentando obsoletismo em bloco de seus meios.

Aéreo

Funciona assim. Se não mexer nos efetivos, na previdência dos militares, nos processos de promoção internos para Generais, Brigadeiros e Almirantes e nos processos de compra. Então tá tudo certo, o Governo manda, os comandantes obedecem e tá tudo mundo feliz. É muito jatinho pra autoridade pra cá, muito adido militar no exterior e cargo de confiança pra lá, e o baile segue.

Em tempos de bonança, ainda sobre uma medalhada de honra para agradar a primeira dama, como honra ao mérito Santos Dumont, entregue a Dona Marisa Letícia pela FAB em 2007.

Rinaldo Nery

E o F-39? É o que?

JClaudio

Deveria começar pela pintura (horrível).

Emmanuel

O Brasil podia ter um PIB de 50 trilhões de dólares e, ainda assim, teríamos defesas acanhadas. O problema é cultural, não militar. A cultura não armamentista de nossos governantes. Para que gastar dinheiro em defesa se somos pacíficos? Existe a ONU para resolver litígios. Confia. Nunca teremos investimentos sérios em defesa. Talvez, quando acontecer uma nova guerra mundial e ela bater à nossa porta, mudem de opinião. Apesar que já tivemos duas guerras mundiais e a coisa não foi para frente. Pelo contrário, foi bem pontual. Passou a guerra, passou a necessidade de atualização. Daqui a 30 anos estaremos… Read more »

Santamariense

Manter em condições originais e operando até hoje, não servem para praticamente nada. A modernização do nossos F-5 foi o que permitiu sua operação, de forma crível, até os dias atuais.

Santamariense

Eu conheço muito bem a história dos F-5 na FAB….tenho alguns livros sobre essa aeronave no Brasil e mais tudo que se encontra em revistas e sites no acumulado de anos e anos. Gosto muito dessa aeronave e de sua história na FAB. A modernização do F-5 o colocou num outro patamar como aeronave de combate. Esse vetor foi modernizado aqui, no Chile, na Tailândia e outros países. Os ganhos operacionais foram enormes em relação à versão original. Mas, é claro que ele não pode ser comparado com um Mirage 2000-5 ou um F-16 50/52. A modernização feita no Brasil… Read more »

Antonio Marcio Leao

Essa prática de modernizações de armamento antigo, muito comum nas forças armadas brasileiras, não me parece ser vantajoso. Por exemplo, os caças F-5, alguns já estão com quase 50 anos de utilização e seriam facilmente derrubados numa guerra atual, vide a guerra na Ucrânia. Melhor ter um caça moderno do que dezenas de caças antigos.