Projeto britânico ‘Excalibur’ inicia processo de alterações na aeronave de teste
Após uma bem-sucedida fase inicial de design, uma segunda estrutura de Boeing 757 foi adquirida para ser transformada num laboratório aéreo de combate pela PME britânica 2Excel
Fairford, 14/07/2023 – Leonardo, empresa britânica líder em sistemas eletrônicos de defesa, anunciou um contrato com o Ministério da Defesa do Reino Unido no valor de cerca de 134 milhões de euros (725 milhões de reais) para lançar a próxima fase do projeto Excalibur Flight Test Aircraft (FTA). O FTA apoiará a entrada em serviço de um novo avião de combate, que será a base do Future Combat Air System (FCAS) do Reino Unido. Este caça de nova geração será entregue em 2035 pelo Global Combat Air Programme (GCAP), uma colaboração internacional entre Reino Unido, Itália e Japão.
O projeto Excalibur é uma parte essencial do FCAS, no qual se inclui o caça tripulado e mais um leque abrangente de recursos, como aeronaves não tripuladas, F-35, sistemas de informação e sistemas de armas. No centro do desenvolvimento do caça tripulado está o FTA; uma aeronave Boeing 757 que será completamente renovada e transformada num laboratório voador de tecnologia aérea de combate.
Como membro fundador da parceria Tempest no setor de combate aéreo do Reino Unido, a Leonardo utilizará a aeronave principalmente para testar novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas pelo programa trilateral. Os parceiros britânicos do Tempest, a BAE Systems, a Leonardo UK, a Rolls Royce e a MBDA, cooperam com o Ministério da Defesa do Reino Unido e continuarão a trabalhar numa série de atividades de teste e demonstração, incluindo o Excalibur, a fim de permitir a entrega bem-sucedida do GCAP dentro dos prazos exigidos pelo programa.
Na primeira fase do projeto Excalibur, a 2Excel realizou um estudo de engenharia sobre a estrutura do 757 para compreender a sua construção em profundidade, processo que implicou na desmontagem completa do avião por especialistas da indústria britânica. Isto foi necessário para que a equipe pudesse fornecer à Autoridade de Aviação Civil (CAA) as provas regulamentares e as especificações de projeto adequadas que permitissem que a segunda aeronave modificada fosse certificada para voar.
Após a conclusão desta fase do projeto, a equipe britânica adquiriu os conhecimentos necessários para realizar a modificação de uma segunda aeronave. Esse avião, um jato comercial comprado da empresa de vôos charter Titan Airways, já chegou às instalações da 2Excel em Lasham, Hampshire, e está pronto para a engenharia. O novo contrato abrangerá a modificação física do 757, bem como os testes de voo, a certificação e os trabalhos necessários para obter a aprovação da CAA.
A aeronave Excalibur será adaptada para receber os sensores integrados, os efeitos não cinéticos (ISANKE) e os sistemas de comunicações integrados (ICS) que a Leonardo e os seus parceiros internacionais estão desenvolvendo como parte do GCAP. A previsão é que esta aeronave voe com a nova tecnologia nos próximos três anos, momento em que os cientistas e engenheiros a bordo testarão os sensores e os sistemas de comunicação durante o voo.
“O programa Excalibur irá nos ajudar a acelerar o desenvolvimento de componentes eletrônicos avançados para os domínios ISANKE e ICS por meio de testes de voo iniciais, que podem ocorrer em paralelo com o desenvolvimento mais amplo da plataforma principal. Isto imprimirá um ritmo suplementar ao programa e apoiará o nosso ambicioso objetivo de fornecer um avião de combate da próxima geração até 2035” afirmou Andrew Howard, diretor do programa Future Combat Air/GCAP, da Leonardo no Reino Unido.
Richard Berthon, Diretor do Future Combat Air, da MOD do Reino Unido, destacou: “Este contrato é um marco importante para o projeto FTA e demonstra nosso compromisso em apoiar o Sistema Aéreo de Combate do Reino Unido. Estou entusiasmado com o fato de que este trabalho nos permitirá testar, em um ambiente de vôo e em tempo real, algumas das tecnologias altamente avançadas que deverão estar presentes nas aeronaves que serão entregues pelo GCAP”.
“A 2Excel está entusiasmada e orgulhosa por desempenhar o seu papel num projeto de vanguarda, tão único e de importância nacional. Concebido pela Leonardo, em Bedfordshire, e pela 2Excel em Northamptonshire, desenvolvido em Yorkshire e construído em Hampshire, o Excalibur já esta contribuindo para a recuperação econômica do Reino Unido, nos ajudando a criar empregos altamente qualificados e valiosos, incluindo a capacitação de aprendizes. O projeto ajudará a promover a prosperidade nacional e liderança tecnológica por muitas décadas” acrescenta Chris Norton, diretor e responsável pelo programa Excalibur na 2Excel Aviation.
Sobre a Leonardo
A Leonardo, uma empresa global de alta tecnologia, está entre os principais players mundiais em Aeroespacial, Defesa e Segurança e a principal empresa industrial da Itália. Organizado em cinco divisões de negócios, a Leonardo tem uma presença industrial significativa na Itália, Reino Unido, Polônia e EUA, onde também atua por meio de subsidiárias que incluem Leonardo DRS (eletrônica de defesa), e joint ventures e parcerias: ATR, MBDA, Telespazio, Thales Alenia Space e Avio. A Leonardo compete nos mais importantes mercados internacionais aproveitando suas áreas de liderança tecnológica e de produtos (Helicópteros, Aeronaves, Aeroestruturas, Eletrônica, Segurança Cibernética e Espaço). Listado na Bolsa de Valores de Milão (LDO), em 2020, a Leonardo registrou receitas consolidadas de € 13,4 bilhões e investiu € 1,6 bilhão em Pesquisa e Desenvolvimento. A empresa faz parte do Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI) desde 2010 e está confirmada entre os líderes globais de sustentabilidade em 2021. Leonardo também está incluído no índice MIB ESG.
DIVULGAÇÃO: Leonardo no Brasil / Approach Comunicação
Muito legal, se não estou enganado no desenvolvimento do F35 também tinha uma aeronave para desenvolver, aprimorar e certificar os sistemas, acho que também era da Boeing.
Angelo, não sei em relação ao F-35, mas em relação ao F-22 um 757 foi utilizado, inclusive com enxerto do nariz e superfície de controle que deixaram o 757 com uma aparência, digamos, singular hehehehe
Outras aeronaves fizeram esse papel no passado. Lembro que a Hughes usou um A-3 Skywarrior para testar o AIM-54, inclusive com um nariz diferente, parecido com o que seria usado no F-111B para acomodar o AWG-9, e posteriormente modificaram a aeronave com o nariz do F-14 para os mesmos tipos de teste.
Como o Reino Unido é parceiro nível 1 do F35 e a Itália produz partes do F35 creio que terão de percorrer um caminho bem mais curto para sua aeronave de 5°geração do que a França que parte com menor percentual de tecnologias e soluções já prontas e desenvolvidas.
Para quê a Inglaterra e Itália quer outro caça de 5 geração, ja não tem o f35 ?
Interessante a opção por 757, creio que o reino unido vai ser o único operador dessa aeronave.
Ainda existem centenas de B.757 em operação regular.
Aliás, na minha opinião, o B757 foi um dos melhores aviões que a Boeing construiu.
O erro da Boeing foi não ter feito uma versão nova deste modelo…..agora a Airbus domina o mercado nesse segmento com o A321LR/XLR.
Eu não discordo de você, Franz. Acho que poderiam ter substituído a família 737 com uma expansão de modelos na família 757. Mas acho isso sem conhecimento de causa, já que aeronaves civis não são exatamente a minha praia, mas parecia ser algo viável a não muito tempo atrás.
Eu penso que o melhor é B767, o que aliás poderia ser uma excelente plataforma para AEW&C.
Também é um excelente avião…..no momento muitos estão sendo convertidos para cargueiros.
Tendo a vantagem dos pilotos poderem pilotar tanto o 757 como o 767.
Nilton, a diferença é que o B.767 é wide body. É outra categoria de aeronave, com dois corredores, maior. Já o 737 e 757 são de corredor único, com o 757 tendo algumas vantagens em relação ao 737, mas não chega à substituí-lo em matéria de custo operacional, se não me engano.
Na época, eu achava que o 757 iria substituir tanto o 727 quanto o 737, mas no caso foi só o 727 mesmo.
Interessante que a Boeing substituiu os B767/200/300/400 respectivamente com os 787-8/-9/-10…
Mas não fez um substituto para o B757.
Não se pode comparar o B737 com o B757….são segmentos diferentes.
Sim, embora ambos sejam narrow bodies, o 757 tem alcance bem maior e é de tamanho bem maior mesmo, principalmente quando surgiu. Mas os avanços em motores principalmente, entre outros fatores, que expandiram as capacidades do 737, tornaram as duas aeronaves mais próximas, mesmo que ainda visivelmente diferentes em termos de capacidades. Há uma preocupação de que o 737 tenha chegado ao limite do quanto o projeto pode ser evoluído e de que necessitaria de uma aeronave nova para ocupar seu lugar. Então penso que, caso o 757 recebesse a mesma atenção do 737, poderiam ser feitas versões menores, baseadas… Read more »
O substituto do B757 é para ser o B737 Max 10. Mas, está enrolado.
Entendi, faz sentido.
Ninguém vai falar nada da nova motorização do su57 ou da versão mais furtiva do checkmate ?
Ainda não ouvi falar da motorização do Su-57. O motor definitivo dele finalmente ficou pronto?
E o Su-75 é vaporware. Ainda não existe fora de uma maquete e ainda deve demorar bastante até ter um protótipo, se é que existe financiamento de verdade para ele, então só nos resta aguardar.
Ja vi canais afirmando qui o su57 ganhou novo motor.
E o su 75 ganhou uma nova configuração maus furtiva, porém realmente acho qui não passa de mackete.
SU-75 é maquete ainda.
SU-57 só saiu essa informação no canal ÁGUIAS DE AÇO até agora, nenhum outro lugar.
https://estrategiaglobal.blog.br/2023/07/russia-inicia-testes-de-novo-motor-de-6a-geracao-do-su-57.html
Off Topic: Finalmente o MAFFS II foi testado a bordo do KC-390, achei bem interessante o fato de não precisar voar com a rampa traseira aberta, o que possibilita voar com a cabine pressurizada, mantendo a performance e o conforto da tripulação.
Rafael,
Você deve estar se referindo a exercícios feitos pela própria FAB na semana passada.
Porque a Embraer já tinha realizado testes para certificação do sistema no ano passado. Nós publicamos aqui, na ocasião:
https://www.aereo.jor.br/2022/09/05/embraer-conclui-testes-em-voo-da-capacidade-de-combate-a-incendios-do-c-390-millennium/
Obrigado Nunão, foi isso mesmo, não lembrava dessa matéria aqui do site… Importante ressaltar que o treinamento foi realizado com o último KC-390 recebido pela FAB, ou seja, o primeiro KC-390 com Capacidade Operacional Total (FOC – Full Operational Capability).
O FOC não é “por avião”. É por modelo, ou seja, pra frota inteira.
Interessante essa informação, eu sempre acreditei que as capacidades e, incluindo aí alguns sensores e equipamentos, seriam incorporados às aeronaves no decorrer do desenvolvimento, até chegar no produto final e daí ia se incorporando os equipamentos nas primeiras aeronaves produzidas.
Dias atrás portugueses reclamavam do C-390 não estar combatendo incêndios em Portugal. Ao menos foi o que eu entendi. Além dessa do opção do C-390, gostaria de ver a opção dos Canadair bombeiros. A possibilidade de pousar em um lago e reabastecer de água é importante.
Provavelmente se trata de crítica nível midias sociais, onde a maioria absoluta não entende nada de implantação de aeronaves. Lá ainda estão no processo de entrega definitiva do primeiro avião, com o esquadrão se preparando e tudo o mais. Daí ainda têm que adquirir o equipamento, treinar etc. No momento, só se a FAB for convidada pela contraparte portuguesa a deslocar para lá um KC-390 do 1º GTT, após esse exercício mencionado pelo Rafael (ainda em andamento) em que suas próprias tripulações foram treinadas na missão, e combater incêndios por lá. Porque ainda falta um bom tempo até a Força… Read more »