Heróis da Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra Mundial foram homenageados na Cerimônia do P-47

A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou, nessa sexta-feira (21/04), na Base Aérea de Santa Cruz (BASC), no Rio de Janeiro (RJ), a cerimônia militar alusiva ao Dia da Aviação de Caça, com imposição da medalha “Mérito Operacional Brigadeiro Nero Moura”.

O evento contou com a presença do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, que foi recebido pelo Comandante da Base Aérea de Santa Cruz, Coronel Aviador Juliano Barros Cota. Também participaram do evento ex-Comandantes da Aeronáutica, o Comandante de Preparo, Tenente-Brigadeiro do Ar Sergio Roberto de Almeida, entre outros Oficiais-Generais do Alto-Comando da Aeronáutica.

Para o Comandante de Preparo, a bravura, a coragem, a abnegação e o amor à Pátria desses guerreiros conduziram ao crescimento de toda a FAB. “Hoje é um dia no qual todos nós somos Jambocks. Parabéns aos integrantes da aguerrida Aviação de Caça! Parabéns, Força Aérea Brasileira! Senta a Púa! Brasil!”, vibrou.

Como parte das homenagens feitas na cerimônia, o Major Aviador Gusttavo Freitas de Souza recebeu o Prêmio Pacau – Magalhães Motta, que estimula o estudo e a pesquisa de assuntos referentes à aviação de caça. O trabalho vencedor de 2022 teve como tema a análise do Impacto de Intercâmbios Internacionais Operacionais na Doutrina da Aviação de Caça.

A solenidade também contou com a entrega do título de “Membro Honorário da Força Aérea Brasileira” para Vicente Vazques Fernandes, pela valiosa ajuda e cooperação ao Comando da Aeronáutica. Já os Comandantes dos Esquadrões Flecha, Poker, Joker e Jaguar foram agraciados com a medalha “Mérito Operacional Brigadeiro Nero Moura”, destinada aos veteranos do Primeiro Grupo de Aviação de Caça e aos militares que exerceram ou exerçam o cargo de Comandante de Unidade Aérea.

Uma atração à parte foram os sobrevoos das aeronaves de caça A-1M, A-29, F-5M e F-39 Gripen, que chamaram a atenção de todos os presentes.

Para o Tenente Aviador Matheus Becker Motta, do Primeiro Esquadrão do Décimo Quarto Grupo de Aviação (1º/14º GAV) – Esquadrão Pampa, é motivo de orgulho participar da RAC pela terceira vez. “Aqui a gente reencontra os amigos, recorda o papel fundamental que os veteranos tiveram na Segunda Guerra Mundial para o Brasil e para a Força Aérea Brasileira e, ainda, renova as energias para seguir em frente. A Aviação de Caça vem evoluindo muito, agora nós temos aeronaves modernas como o F-39 Gripen, mas a gente não pode perder nunca o espírito que foi forjado no calor da batalha, chegando a custar a vida de alguns caçadores. Um exemplo máximo de amor pela Pátria”, falou.

A solenidade foi encerrada com o desfile da tropa, composta pelos grupamentos da Base Aérea de Santa Cruz, pelo grupamento dos pilotos de caça da ativa e da reserva, e pelos ex-integrantes do Primeiro Grupo de Aviação de Caça, ao som da canção “Carnaval em Veneza”.

Cerimônia do P-47

A cerimônia foi iniciada com o acendimento da pira pelo Oficial Aviador mais moderno do Primeiro Grupo de Aviação de Caça, o Tenente Aviador Jessé Campagnoli Rosa. A pira simboliza a chama do ideal, eternamente presente no espírito do piloto de caça.

Em seu discurso, o Comandante do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA), Tenente-Coronel Felipe da Silva Ribeiro, destacou os feitos dos bravos Jambocks. “Por tudo aquilo que nossos heróis representam para nós, ficamos com as mais singelas lembranças, rendemos a mais sincera homenagem e guardamos a nossa eterna gratidão, pois, hoje, podemos olhar para o céu e contemplá-lo, conscientes de que, ali, um punhado de irmãos brilharam de forma incontestável”, disse.

Na sequência, durante uma salva de tiros, os nomes dos nove brasileiros mortos durante a Segunda Guerra foram lidos pelo Tenente-Coronel Ribeiro.

O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, acompanhado do veterano de guerra, Major Especialista João Rodrigues Filho, e do Tenente-Coronel Ribeiro, depositou flores no túmulo do Brigadeiro do Ar Nero Moura, primeiro Comandante do 1º GAVCA. O veterano também hasteou a “Flâmula do Jambock”, utilizada nos acampamentos na Itália durante o conflito.

Histórico

Há exatos 77 anos, no dia 22 de abril de 1945, os aviadores do Primeiro Grupo de Aviação de Caça realizaram nos céus da Itália, entre o nascer e o pôr do sol, 44 missões de guerra em um único dia. Em um enorme esforço, aquele seleto e reduzido time de pilotos e mecânicos brasileiros estabeleceu uma impressionante marca, a qual não foi suplantada ao longo de toda a campanha na Segunda Guerra Mundial e foi talhada em livro de ouro. Dessa forma, o dia 22 de abril foi determinado como o Dia da Aviação de Caça brasileira, Aviação que agora conta com o aumento do poder de combate das modernas aeronaves F-39 Gripen.

FONTE: Força Aérea Brasileira

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Nilo

O artigo não menciona mais interessante notar a presença do Ex-ComandanteBaptista Júnior.
Instituição Estado, céu de brigadeiro.

Last edited 1 ano atrás by Nilo
Rodrigo

“Também participaram do evento ex-Comandantes da Aeronáutica..”

Não foram citados quais, mas ele estando presente foi mencionado indiretamente.

Miguel Felicio

Muito bom não ter mencionado o ex-comandante baptista junior (tudo com letra minúscula mesmo, pela traíção à pátria que aquele praticou, BEM RECENTEMENTE).

Camargoer.

A FAB é mais velha que a USAF.

Santamariense

A USAF é de 1947.

737-800RJ

Na visita que fiz ao mockup do Gripen no ano passado, o oficial aviador do Jambock que estava fazendo a apresentação da aeronave, quando perguntei sobre a possibilidade de termos Gripens na Base Aérea de Santa Cruz ainda com o primeiro lote, me respondeu confiante dizendo que sim. Claro que ele não podia falar muito sobre isso, mas deve ser questão de tempo até vermos alguns por lá.

109F-4

Pena que não coloquem o P-47 para voar. Os EUA fazem isso até com aviões dos antigos adversários…

Camargoer.

Caro. Ele é muito valioso para ser colocado voo e arriscar um acidente, como aconteceu com aquela B29 há alguns anos. Deixa ele conservado para que nossos netos e bisnetos possam vê-lo e que isso sirva de referência sobre a importância do país combater o fascismo. Neste contexto , é sempre bom lembrar do que disse Brecht, “a cadela do fascismo está sempre no cio”. Podemos ver a campanha na Itália como uma decisão oportunista do Brasil de tirar vantagem do lado que venceria a II Guerra, como uma oportunidade (jogada fora pelo EB) de elevar a experiência de combate… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Roberto,
Acho que esse risco diminuiu a não ser em caso de atraso no primeiro lote de Gripen, já que esse primeiro lote permitirá dar baixa em pelo menos metade dos F-5M ainda em serviço, servindo de fonte de peças para manter a outra metade por mais alguns anos em Santa Cruz e / ou Canoas.
Por mais que tenham esticado muito o tempo de serviço do F-5, acredito que manter uns 20 por mais uns anos não seria tão difícil quanto se imaginava há dez anos, quando ainda se aguardava uma decisão do F-X2.

Santamariense

Pois é, isso é uma discussão meio controversa, pois a FAB já falou em reativar o Adelphi na BAAN, equipando-o com o F-39, mas não ouvi mais nada sobre isso. Outros também falaram que os F-39 do primeiro lote iriam ficar em Anápolis, no GDA e no Adelphi, com 18 células em cada. Também poderiam ser 12 células por esquadrão e, sem reativar o Adelphi, teríamos 12 no GDA, 12 no Grupo de Caça e 12 no Pampa. Um segundo lote serviria para substituir os A-1 e aumentar a dotação de cada um dos 3 esquadrões citados. Ou ainda, como… Read more »

Last edited 1 ano atrás by Santamariense
Santamariense

Concordo que esse exemplar específico poderia ser guardado dentro do hangar do Zeppelin, o invés de exposto ao tempo. A BAAN mantém hangarados os primeiros F-103E e F-2000C recebidos. Não sei se esse exemplar do P-47 é um dos que lutaram na Itália ou se é um dos recebidos depois. Mas, independente disso, é um aeronave histórica. Paralelo à isso, tem ao menos 2 exemplares no MUSAL, ambos em excelentes condições, sendo que um deles gira seu motor de tempos em tempos. Optaram por não voá-lo para não correr risco de perda.

Leandro Costa

Só um pequeno adendo. O P-47 que está em exposição estática no MUSAL não está lá nas melhores condições. Vira e mexe ele é desmontado e colocado em exposição em outros lugares dependendo da data à ser comemorada. Já o vi na Cinelândia para celebrar o Dia da Vitória em maio, como também já o vi dentro do Hangar do Zeppelin para um dos dias da caça. Ele literalmente está praticamente sem painel e no lugar do manche tinha um cabo de vassoura e acho que o motor está beeeeem incompleto. Mas para exposição estática está ótimo. Já o que… Read more »

Santamariense

Olá, Leandro. Uma pena saber disso. Aeronave de museu deveria ser impecável. Ao menos o que gira o motor deve estar 100%…é o que espero, agora que fiquei sabendo o que você colocou.

Leandro Costa

Santamariense, o B4 está impecável sim. Até onde eu sei a manutenção é feita nele periódicamente, e até bem pouco tempo atrás ele poderia simplesmente voar numa boa não fosse o receio de perder a aeronave em algum acidente. Sei que algum tempo atrás passou por outro grande ‘overhaul’ para chegar nesse status mesmo e o vejo girando o motor regularmente. Tudo nele funcionava, inclusive o colimador com a mira, etc. Não duvido que se colocassem as .50 funcionais municiadas ele poderia voar em combate tranquilamente hehehehehe Mas em relação ao P-47 estático, não é exatamente culpa do MUSAL. A… Read more »

Camargoer.

Caro. Pelo que entendi da declaração do Ministro na LAAD, este aditivo ainda está em negociação.

Santamariense

Segundo o CEO da SAAB, a negociação para esses 4 exemplares está em andamento.

Santamariense

Obrigado pelas informações, Roberto. Mais um motivo para deixá-lo hangarado. Por mais bem cuidado que seja, como o Leandro colocou, as intempéries como sol, chuva, poeira, calor, umidade, ….tudo colabora para o desgaste de uma peça histórica tão importante como esta.

Leandro Costa

Eu entendo e concordo com vocês. Mas é necessário que se pense em uma solução. No caso de Santa Cruz, a praça do Thunderbolt já faz parte da História da Base em si. Foi ali que recebemos a Presidential Unit Citation em 1986, é ali que são feitas cerimônias diversas, etc. Então como salvar esses aviões? Na minha opinião, e isso sem saber se aquele avião em particular é novamente apenas uma casca, é que ele poderia ser retirado de lá e preservado em local fechado numa boa, mas que uma escultura em escala 1/1 poderia ocupar seu lugar no… Read more »

Camargoer.

Caro Bob. Lembre que Anápolis operou Xavantes antes de receber os Mirage2000 e depois passou a operar F5M. Quero dizer, que a FAB operou os T33 porque usou de modo incorreto os Gloster Meteor, levando a uma precoce deterioração dos aviões e porque os EUA vetaram a compra de caças de desempenho superior, o que levou à FAB a escolher os MIrage III para Anápolis e depois disso, obter o sinal verde dos EUA para adquirir os F5E. Penso que por pouco Santa Cruz poderia ter recebido um esquadrão de MirageIII novos. Já pensou que legal? Bem, a FAB planejava… Read more »

Rinaldo Nery

Quando fui fazer minha qualificação do mestrado, na UNIFA, fui de Brasília pra lá num Xavante do 1° GDA, com o Fabrício, que nunca tinha pousado nos Afonsos. A decolagem de lá foi meio complicada.

Camargoer.

OI. Você diz sobre a decolagem em Anápolis? O que aconteceu? Sobre o mestrado, que legal. Fiquei sabendo agora. Parabéns. Qual foi tema?

Rinaldo Nery

“Processo de seleção de alvos na FAB: uma análise crítica”. A decolagem de Afonsos. Quase enchemos os subalarares sem verificar os limites de comprimento de pista pra decolagem. Me veio uma luz e mandei parar o abastecimento pra checarmos os gráficos.

Rinaldo Nery

E decolei de Brasília. Não de Anápolis.

Camargoer.

Parabéns. Minha impressão é que o Mestrado é a etapa mais difícil. Esta é a conquista mais sofrida. Parabéns mesmo.

Rinaldo Nery

O orientador era da turma de baixo da minha. Aviador iteano, cursamos a ECEMAR juntos. Doutorado em Berkley. A banca era do IEAV, com o criador da urna eletrônica.

Camargoer.

Legal.

Camargoer.

Encontrei o Resumo publicado pela Unifa.

Rinaldo Nery

Coincidentemente, o TB Almeida, Flexa 01, é ex integrante do 1° GAVCa. Meu veterano na EPCAR, servimos juntos na III FAE em 2006.

Michael

A data certa é 22 de Abril, sempre foi, fui Militar da Década de 80, e honrava as datas, não importando se fosse feriado, sábado ou domingo! e a comemoração ano passado foi mais completa…. sinto vergonha das forças armadas agora… qdo o militar chega a alto postos, esquecem o que é ser militar e viram políticos!

Alex Faulhaber

Alguém sabe se o major Gusttavo Freitas de Souza é parente do Cel Viriato de Freitas piloto de Mirage que esteve presente na “noite dos ovnis”?

Rinaldo Nery

Eu não sei.