Um acordo estabelecido entre Airbus Helicopters e Saab Grintek Defence gerou um novo negócio para a Saab no Brasil.

O laboratório de sensores da empresa, em São Bernardo do Campo (SP), será o responsável pela manutenção, reparo e operações do IDAS (Integrated Defence Aid Suite) dos helicópteros militares fabricados no país pela Helibras, subsidiária da Airbus Helicopters.

O IDAS é um sistema de autoproteção de guerra eletrônica produzido pela Saab que integra sensores capazes de alertar a tripulação de uma aeronave sobre ameaças e acionar, de maneira automática, contramedidas defensivas como os lançadores Chaff & Flare. O sistema é instalado pela Helibras nas aeronaves militares que operam na Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira. Com o acordo, os sensores terão a manutenção da fabricante, em território nacional.

Este é o primeiro grande projeto do novo laboratório de sensores e serviços da Saab, construído para manutenção dos radares AESA e dos sistemas de guerra eletrônica dos
caças Gripen no Brasil. Para Gustavo Alves, gerente de operações da unidade de Sensores e Serviços, o novo negócio é um desdobramento direto do Programa Gripen Brasileiro e de todo o conhecimento adquirido por meio de um extenso processo de transferência de tecnologia.

“O contrato de manutenção consolida nosso compromisso em preservar competências e talentos de alto nível no Brasil. Além da manutenção dos radares das aeronaves que fabricamos, nosso laboratório tem capacidade total para outros projetos, apoiando operadores de sistemas de radar e guerra eletrônica da Saab no Brasil e na América Latina”, disse Alves.

“Estamos orgulhosos deste movimento de negócios porque isso garantirá que a Saab aprimore sua oferta de suporte ao nosso usuário final. A satisfação de nossos clientes continua sendo uma parte vital de nossa intenção estratégica”, afirma o Dr. Nivan Moodley, vice-presidente, chefe de estratégia e desenvolvimento de negócios da Saab Grintek Defence.

O acordo foi firmado globalmente fortalecendo a posição da Saab Brasil como uma instalação de suporte de equipamentos de autoproteção e guerra eletrônica.

Sobre a Saab

A Saab é uma empresa líder no segmento de defesa e segurança com a contínua missão de ajudar nações a manter a segurança da população e da sociedade. Com a força de 18.000 funcionários, a Saab está em constante expansão das fronteiras tecnológicas para criar um mundo mais seguro, sustentável e igualitário. A Saab desenvolve, produz e mantém sistemas avançados em aeronáutica, armamentos, comando e controle, além de sensores e sistemas subaquáticos. A Saab tem sua sede na Suécia, tem operações de grande porte em todo o mundo e faz parte dos recursos de defesa de diversas nações.

No Brasil, a Saab mantém uma parceria de longo prazo e fornece diversas soluções avançadas, tanto civis quanto militares. Com o Programa Gripen, a empresa estabeleceu uma ampla transferência de tecnologia que está beneficiando a indústria de defesa nacional.

DIVULGAÇÃO: Saab / Publicis Consultants

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Bueno

ToT de SAAB para SAAB…

Leandro Costa

Se não há no Brasil quem queira investir na área e montar uma empresa para assumir essa tarefa e receber a tecnologia, a SAAB, por contrato, foi obrigada à se virar para fazer esse serviço aqui. Pelo menos emprega mão de obra Brasileira aqui no Brasil.

bit_lascado

Não é que não há interessados. ToT é falácia, paga-se mais caro por uma mentira.

Nunão

Mas aí que precisa verificar: o laboratório de radares é ToT ou compensação? Ou os dois? Para a ToT há pagamento do país comprador e cláusulas para cumprir e verificar se houve ou não a transferência do conhecimento. Quem paga a ToT é quem compra. A ToT resulta geralmente em treinamento de pessoas e absorção/ desenvolvimento de processos. Ou seja, treinou-se a mão de obra para fazer manutenção de radares do Gripen, na ToT do programa, e isso também está resultando na capacidade de manter sistemas de outra aeronave (Caracal) que não tinha nada a ver com o Gripen. Já… Read more »

Last edited 1 ano atrás by Nunão
LucianoSR71

Amigo Leandro, como vai? O problema é que se já não é fácil ser empresário no Brasil, c/ tantos obstáculos popularmente resumidos como Custo Brasil, investir na área de Defesa é pior ainda, de pronto lembro daquela empresa em MG que se preparou p/ dar manutenção aos helicópteros russos da FAB e logo depois esta simplesmente aposentou sua frota. Então neste caso da Saab pelo menos teremos suporte local prestado pelo próprio fabricante, não vou discutir os custos, mas tecnicamente é a melhor assistência possível. Abraço.

Vitor

preciso nas palavras. Os demais ainda não entendem do negócio ou são pagos pra falar besteira… famoso socialistas de iphone

Mauro Cambuquira

Ser empresário no Brasil, é como um profissional do Circo du Soleil.Ele tem que tudo no estado da arte, em ser malabarista, dançarino, coreografo, diretor de arte, diretor artístico, produtor, diretor geral, psicólogo, financeiro e financiador…

Camargoer.

Pois é. Tido depende do tipo de contrato assinado. Quando a Embraer assinou o contrato para a fabricação local do Xavante, foi um tipo de ToT. Quando a mesma Embraer assinou o contrato para desenvolver o AMX, foi outro tipo de ToT. Quando a MB assinou a fabricação dos Tupis no AMRJ, foi outro tipo de contrato. O ProSub, as FCT, F39… cada contrato tem as suas particularidades. É preciso atenção para não confundir OffSet com ToT, ainda que as duas coisas possam estar misturadas.

Bueno

Se fosse o caso de ToT A EMBRAER que desenvolve sensores e radares não teria condições de absorver para fazer esta manutenção?
E no Gripen Também ?

Last edited 1 ano atrás by Bueno
Camargoer.

Caro Bueno. E se a Embraer fosse vendida para a Boeing, faria diferença? Então o governo brasileiro teria pago a ToT para a Embraer, que teria sido comprada pela Boeing, que levaria este conhecimento para os EUA, talvez fechando a unidade no Brasil e obrigado o envio dos sensores para Seatle?

Bueno

Camargoer , a EMBRAER Defesa Não seria vendida para a Boeing , vc este tema foi discutidua aqui

Nunão

Vale lembrar que a Embraer já participa do programa do Gripen com montagem final e integração (além de toda a ToT de desenvolvimento conjunto) em Gavião Peixoto e também via subsidiária Atech para simuladores e sistemas de treinamento. A Atmos era a empresa já selecionada lá nos contratos pra participar do programa na manutenção de radares e sistemas eletrônicos. Por diversas circunstâncias foi adquirida pela Saab. Mas até onde sei os engenheiros e técnicos brasileiros da Atmos foram para a nova empresa, e as atividades não se restringem a essa manutenção de radares e sistemas do Gripen, prosseguindo o trabalho… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Mas não é improvável que, durante o tempo em que foi planejada a compra da Atmos pela Saab, toda a questão envolvida nas negociações de venda da parte de aviões comerciais da Embraer à Boeing ainda estivesse um tanto nebulosa, coisas que só encontrariam desfecho em 2020, sendo que os anos anteriores foram de muita especulação. Assim como tudo que resultou das movimentações para a Embraer Defesa incorporar de vez a Bradar, separadamente da area de aviação comercial, por exemplo, em 2018. O mesmo ano em que a Saab apresentava as novas instalações em São Bernardo do Campo, ainda sem… Read more »

Bueno

Verdade… Estou convencido que temos é de agradecer e de pé, lembrei dos MI-35 que teriam de ser enviados para Rússia para uma manutenção geral.
 Nossa indústria de defesa e o parque tecnológico do Brasil ainda é uma criança que cresceu, mas não tem maturidade, falta de investimento e de pessoal.
Vamos torcer para fechar contrato de manutenção nos C725 do Mexico  

Camargoer.

Caro B. Ao longo daquele processo horroroso surgiram coisas do arco da velha. Teve a questão do KC390, teve a questão da avião executiva e a questão da aviação comercial. No fim, a Embraer está com um papagaio de US$ 600 milhões que a Boeing pendurou no pescoço da empresa brasileira. Aina assim, o caso é emblemático. Outro exemplo são as baterias para os submarinos Tupi e Scorpenes. A MB homologou uma empresa brasileira para produzir as baterias para os Tupis, mas esta empresa foi vendida e o novo proprietário fechou a unidade, deixando a MB sem as baterias nacionais.… Read more »

Curiango

Atech não é da
Embraer? Essa não demonstrou interesse

Fernando "Nunão" De Martini

A Atech já faz parte do programa do Gripen, em outras atividades.

Marcos

Nem a Airbus faz esse serviço, teve que contratar, adivinhe, a própria fabricante do sistema para fazer a manutenção. Deixe de ser chato

Nunão

Mas o IDAS foi adquirido com transferência de tecnologia? A matéria não é sobre transferência de tecnologia. Que eu me lembre (teria que verificar em detalhe matérias anteriores, de visita que fiz ao local do laboratório da Saab, em São Bernardo do Campo, pois estou escrevendo baseado só na memória) o investimento da Saab num laboratório para manutenção de radares no Brasil tem mais a ver com a compensação industrial / contrapartida de investimento local ao que o Brasil investiu na compra do Gripen. E não tem nada a ver com o contrato da Helibras. O laboratório que absorveu pessoal… Read more »

Jadson Cabral

Estamos falando sobre a parte do texto que fala que o centro da saab foi aberto para a manutenção nos sensores do Gripen como parte do acordo de transferência de tecnologia. Ora! Que transferência de tecnologia é essa onde os principais sensores da aeronave recebem a manutenção da própria saab? Pata nós, restou de fato apertar os parafusos de algumas seções da fuselagem e a manutenção de sistemas não críticos.

Nunão

Jadson, De fato, a empresa que deveria fazer isso seria uma brasileira, a Atmos, que acabou sendo adquirida pela Saab – investimento que até onde sei entra na conta das compensações que o vendedor é obrigado por contrato a fazer ao comprador. Mas um dos pontos principais nessa questão é que a manutenção passa a ser feita aqui, e não na Suécia. A tecnologia envolvida nessa manutenção teve que ser dominada pelos engenheiros e técnicos brasileiros (capacitação que não tinham para sistemas desse nível tecnológico) que trabalham numa empresa, mesmo sendo subsidiária da Saab, instalada no Brasil. Recebem em reais,… Read more »

Bueno

Entendi…

Camargoer.

Caro Bueno. Vocẽ confunde ToT com OffSet. São coisas parecidas mas fundamentalmente diferentes. Já expliquei antes, mas vou explicar de novo. Quando um governo faz uma grande importação, geralmente de material militar, mas pode também ocorrer em importação de sistemas civis, o governo importador precisa captar dólares para fazer os pagamentos. Dependendo do tamanho da economia do país importador, isso pode causar um problema interno de escassez temporária de divisas, prejudicando outras importações e no limite, até interferindo no câmbio. Por isso, governos importadores assinam contratos adicionais de OffSet, ou de compensação. Estes contratos garantem a entrada de divisas no… Read more »

Bueno

Correto Camargoer, agora entendi, este Marketing de ToT confundi d+, e muita das vezes parace muito com um Offset… um exemplo pode ser este programa dos Heli EC725. Se tratando de ToT em si, hoje entendo que é bem limitado também, na realidade nenhuma empresa ira passar sua propriedade intelectual de graça, que é um gerador de riqueza (a Turquia no programa F-35), a mina de ouro… cada pais deve cava a sua mina, tem que procurar desenvolver tecnologicamente e se capacitar, ter pelo menos condições de absolver uma ToT. Mesmo que seja limitado a ToT já é o caminho mais curto… Read more »

Last edited 1 ano atrás by Bueno
Camargoer.

Então. Tudo depende de tudo. Por exemplo, os chineses adquiriam a fábrica da Ford na Bahia, extremamente moderna, para produzirem um veículo elétrico e outro híbrido. Como parte das peças serão produzidas por empresas brasileiras, será preciso repassar para elas tecnologia para produzirem as peças no padrão aceito pela empresa. Geralmente, as montadoras habilitam duas ou trẽs empresas para produzir o mesmo componente para ter segurança de demanda. Mas dezenas ou centenas de milhares de unidades produzidas por ano. No caso de aviões comerciais ou militares, também existem fornecedores locais e estrangeiros. O desenvolvimento de determinados componentes pode ser feito… Read more »

Bueno

Acho que tem mais um item a acrescentar ai, se a tecnologia for estratégica o projeto não será vendido, temos o 5G  , semicondutores/chips (nano chips)e tantos outros, cada um desenvolve o seu ou compra de prateleira e seja dependente.


Camargoer.

Olá Bueno. Vocẽ tem razão. Por isso é tão importante analisar caso a caso. Veja que os EUA têm boicotado a tecnologia 5G da China por razoes comerciais. Outro exemplo curioso é o padrão da tv digital brasileira, que foi desenvolvido aqui e que estaria disponível para outros países que queiram adota-la livre de custos. Outro problema śão os sensores adotados em veículos. A pandemia mostrou como esta cadeia de fornecimento é crítica.

Carlos Crispim

Exatamente, pagou-se um caminhão cheio de ouro pela kombi voadora , para justificar a transferência tecnológica, ou seja, tudo construído aqui, por empresas nacionais, 100% sem segredo, é tudo nosso, então se é construído aqui, por que contratar uma empresa estrangeira para fazer manutenção, mesmo que usando mão-de-obra nacional?????? Se os caras fecham a empresa voltamos a depender dos estrangeiros…só trouxa para acreditar em ToT…tantas vezes caímos nesse conto do vigário, que precisam inventar um termo novo.

Camargoer.

Caro Crispim. Cada coisa em seu lugar. Todos os principais programas militares em andamento hoje (KC390, F39, HXBR, HXT, Astros 2020, FCT, ProSub, F39, Guarani e outros Ivecos…) utilizam componentes importados. No caso dos F39, os radares e sensores são importado (os radares do F5M, A1M e A4M também são). A despeito do fato dos radares e sensores do F39 serem importados, eles receberão manutenção no Brasil. Isso reduz custos e prazos e aumenta a disponibilidade dos caças É preciso lembrar que foram adquiridos 36 caças no primeiro lote. Ainda não tenho certeza sobre os quatro adicionais, mas sabemos que… Read more »

Jadson Cabral

Transferência de tecnologia da saab para a saab, já que ela é quem vai fazer a manutenção dos radares e sensores mais importantes do Gripen. Se fosse transferência de verdade, seriam empresas brasileiras fazendo isso.

Camargoer.

Caro Jadson. São coisas diferentes. Uma vez, o Brasil comprou uma frota de aviões de caça ingleses e pagou com algodão. Como o país não tinha divisas para fazer o pagamento da importação, o governo federal comprou uma quantidade equivalente de algodão produzido por fazendeiros brasileiros e fez uma exportação para a Inglaterra. O banco inglês que coordenou o negócio recebeu as libras dos importadores de algodão e fez e pagamento (em libras) para o exportador dos aviões. De certo modo, foi uma negociação de offset que viabilizou a importação das armas. Durante as décadas de 70 e 80, o… Read more »

Nunão

Complementando, para mais informações sobre a compra da Atmos, o treinamento de pessoal, tem uma matéria bem extensa feita pelo Poder Aéreo em visita às instalações em São Bernardo do Campo:

https://www.aereo.jor.br/2021/12/16/voltamos-a-fabrica-da-saab-no-brasil-para-ver-a-montagem-de-aeroestruturas-do-gripen/

Camargoer.

A Atmos é Ótima. (trocadinho para quem tem mais de 45 anos)

Fernando "Nunão" De Martini

Hahaha
Mas parafraseando a dona Jura, Atmos não é brinquedo não!

carvalho2008

Essses veios me fazem lembrar quando era criança….rzrzrzrz

Camargoer.

Não esqueça da minha Caloi.