USAF: Ucrânia precisa de 50 a 80 caças F-16 e entrega não ocorreria antes de 18 a 24 meses
Dois pilotos ucranianos estão atualmente nos Estados Unidos passando por uma avaliação para determinar quanto tempo pode levar para treiná-los para pilotar aeronaves de ataque, incluindo caças F-16, de acordo com dois funcionários do Congresso e um alto funcionário dos EUA.
As habilidades dos ucranianos estão sendo avaliadas em simuladores em uma base militar dos EUA em Tucson, Arizona, disseram as autoridades, e eles podem receber a companhia de outros pilotos em breve.
As autoridades dos EUA aprovaram trazer até 10 pilotos ucranianos para os EUA para uma avaliação mais aprofundada no início deste mês, disseram as autoridades.
A chegada dos dois primeiros pilotos marca a primeira vez que pilotos ucranianos viajam aos EUA para ter suas habilidades avaliadas por treinadores militares americanos. Autoridades disseram que o esforço tem dois objetivos: melhorar as habilidades dos pilotos e avaliar quanto tempo um programa de treinamento adequado pode levar.
“O programa visa avaliar suas habilidades como pilotos para que possamos aconselhá-los melhor sobre como usar as capacidades que eles têm e nós lhes demos”, disse um funcionário do governo.
Dois funcionários do governo enfatizaram que não é um programa de treinamento e disseram que os ucranianos não pilotarão nenhuma aeronave durante seu tempo nos EUA.
Esses funcionários disseram que os pilotos usarão um simulador que pode imitar o vôo de vários tipos de aeronaves e enfatizaram que não há atualizações sobre a decisão dos EUA de fornecer F-16 à Ucrânia além do que o principal funcionário de política do Pentágono disse ao Congresso na semana passada. .
O oficial, Colin Kahl, disse ao Comitê de Serviços Armados da Câmara que os EUA não tomaram a decisão de fornecer F-16 e nem aliados e parceiros dos EUA.
Ele também disse que os EUA “não começaram a treinar nos F-16” e que o cronograma de entrega dos F-16 é “essencialmente o mesmo” que o cronograma de treinamento, cerca de 18 meses.
“Portanto, na verdade, você não economiza tempo iniciando o treinamento no início de nossa avaliação”, disse Kahl, que é o subsecretário de defesa para política. “E como não tomamos a decisão de fornecer F-16 e nem nossos aliados e parceiros, não faz sentido começar a treiná-los em um sistema que talvez nunca consigam.”
Outras autoridades de defesa dos EUA disseram que o treinamento pode ser reduzido para seis a nove meses, dependendo do treinamento prévio dos pilotos e do conhecimento de aeronaves de caça.
Autoridades ucranianas disseram aos EUA e outros aliados que têm menos de 20 pilotos prontos para viajar para os EUA para treinar em F-16 e outros 30 ou mais que poderiam ser treinados em um futuro próximo, de acordo com autoridades americanas e ocidentais.
Questionado sobre a avaliação de dois pilotos ucranianos, um oficial de defesa o descreveu como “evento de familiarização”.
“É uma atividade de rotina como parte de nosso diálogo entre militares com a Ucrânia”, disse o oficial.
“O ‘evento de familiarização’ é essencialmente uma discussão entre o pessoal da Força Aérea e uma observação de como a Força Aérea dos Estados Unidos opera. Este evento nos permite ajudar melhor os pilotos ucranianos a se tornarem pilotos mais eficazes e aconselhá-los melhor sobre como desenvolver suas próprias capacidades”.
O oficial de defesa acrescentou que não há planos imediatos para aumentar o número de pilotos além dos dois atualmente em Tucson, mas disse que “não estamos fechando a porta para oportunidades futuras”.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, pediu repetidamente aos EUA F-16, mas o presidente Joe Biden resistiu aos pedidos até agora. Em entrevista à ABC News no mês passado, Biden disse que a Ucrânia não precisa de F-16 no momento, acrescentando que isso se baseia no conselho dos militares dos EUA.
“Estou descartando isso por enquanto”, disse ele quando perguntado se algum dia enviaria F-16 para a Ucrânia.
Biden também disse a repórteres na semana passada que discutiu os F-16 com Zelenskyy durante sua visita a Kiev em 20 de fevereiro, mas não revelou os detalhes dessa discussão.
Em sua aparição perante o Comitê de Serviços Armados da Câmara, Kahl disse que as autoridades ucranianas pediram aos EUA até 128 aeronaves – uma mistura de F-15, F-16 e F-18.
Kahl disse que a Força Aérea dos EUA estima que a Ucrânia precisará de 50 a 80 caças F-16 para substituir sua atual força aérea. Se os EUA fornecerem aeronaves recém-construídas, levará de três a seis anos para entregá-las à Ucrânia, com um prazo ligeiramente mais curto de 18 a 24 meses se os EUA enviarem modelos F-16 reformados.
O custo para enviar os F-16 chegaria a US$ 11 bilhões, dependendo do modelo e do número entregue.
“Isso consumiria uma grande parte da assistência de segurança restante que temos para este ano fiscal”, disse Kahl.
No domingo, o deputado Michael McCaul, R-Texas, disse que oficiais militares dos EUA lhe disseram que apoiam o fornecimento de F-16 para a Ucrânia.
“Eu estava na Conferência de Segurança de Munique, me reuni com muitos oficiais militares de alto escalão, incluindo nosso comandante aliado supremo”, disse McCaul no programa “ This Week ” da ABC News.
“Eles são todos a favor de colocarmos não apenas F-16s, mas artilharia de longo alcance, para eliminar os drones iranianos na Crimeia.”
Mas com o longo prazo para entrega e treinamento dos F-16, o alto preço e a grande Força Aérea Russa já reunindo aeronaves na fronteira da Ucrânia, alguns líderes militares dos EUA recomendam focar em armas e equipamentos que a Ucrânia possa usar imediatamente como sistemas de defesa.
“Mesmo em nosso esforço mais sério, levará meses para que os ucranianos voem F-16. Eles estão derrotando a Força Aérea Russa com defesas aéreas, por que mudaríamos de tática agora?” disse um oficial de defesa dos EUA.
A Força Aérea Russa tem cerca de 500 aeronaves, disse o oficial, o que supera a força ucraniana.
“Simplesmente não é a maneira de lutar contra a Força Aérea Russa”, acrescentou o oficial. “Mesmo que gastemos todo o dinheiro e enviemos todas as aeronaves que pudermos, é apenas uma gota no balde em comparação com a Força Aérea Russa.”
FONTE: NBC
Pelo que ele fala o prazo seria de 18-24 meses para os americanos poderem enviar os F-16, mas se falar dos europeus esse prazo pode ser menor, por exemplo os holandeses e dinamarqueses estão retirando alguns F-16 de serviço e poderiam ser enviados num prazo menor! A questão é quanto tempo para preparar os pilotos e a equipe de terra ucranianos para trabalhar com o F-16!
Fabio, Em tese, até é possível entregar as aeronaves “no estado”. Mas na prática não funciona bem assim… Os F-16 retirados de serviço teriam de passar por uma revisão em instalações apropriadas para uma nova certificação e posterior entrega. Há a necessidade da retirada de sistemas da OTAN, além da troca de componentes vitais para se garantir a segurança da operação. Qualquer das opções exigirá meses para apenas começar a entrega. Uma outra possibilidade seria a cessão por parte de algum comprador, de aeronaves (de qualquer modelo) que estejam em fase final de construção na linha de montagem direto para… Read more »
O tempo de revisão nas aeronaves usadas poderia coincidir com o tempo de treinamento de equipes e pilotos , acho muito difícil parar por aquelas bandas neste momento aeronaves novas ..
Concordo, acredito que tenham pilotos em treinamento nos EUA e, possivelmente, alguns na Europa.
Concordo que tem que passar por revisão, mas a revisão de caças que estão em operação ou retirados a pouco tempo é mais simples que a revisão dos caças armazenados dos EUA que não voam faz tempo, não falei que seriam entregues de imediato, mas em menor tempo!
Eu duvido que a CIA tenha dormido nesse ponto, já devem existir pilotos prontos ou quase isso, se bobear já começaram o treinamento lá no início da guerra quando viram que a operação especial de 3 dias virou uma guerra de atrito sem fim no horizonte. A gente lê essas notícias e pensa que as coisas são assim do nada, quando chega na manchete do jornal é pq já estão trabalhando há muito tempo, faz parte da guerra de informação, imaginem se no segundo mês de guerra a OTAN estivesse falando em F-16, seria um favor para a retórica do… Read more »
Não sei se é verdade, mas fala-se que faz meses que pilotos ucranianos tem sido treinados em simuladores de F-16, se for verdade o tempo de preparo pode ser reduzido, mas não basta treinar pilotos tem o pessoal de terra que prepara o caça para a missão e faz a manutenção.
O pessoal de terra fica “relativamente” seguro, a doutrina operacional vai ser de muita cautela, da pra usar mercenários em um primeiro momento!
Daqui a pouco os americanos falam pra Ucrania aguardar só mais 72h.
72 horas são 3 dias exatos, que, aliás, era o tempo da operação especial do Putin que já completou 1 ano. Ou 8.760 horas, se prefere assim…
Diferente do que acontece em terra, onde blindados e outras armas rapidamente consegue se operar e estabelecer doutrina , no ar a história é outra, vai levar muito tempo para treinar pilotos e equipes de solo.
A USAF e outros países até tem F-16s para pronta entrega , o problema e desafio é justamente treinamento que vai demandar um certo tempo.
Como a guerra vai se arrastando , seria interessante já iniciar este processo…
Plínio, acredito que o processo já foi iniciado. Essas notícias agora servem para análise de como os russos vão reagir. Claro que não haverá F-16 para Ucrânia em 72 horas, mas em alguns meses acredito que começaram a aparecer notícias de ataques. Já devem estar treinando alguns pilotos a meses.
E qual seria a utilidade de 50 a 80 F-16 contra os 1.200 aviões da VKS?
A possibilidade de sobrevivência desses jatos é a mesma de seu equivalente Su-27, cujos ucranianos foram todos derrubados.
Sem contar que a Rússia pode bombardear as bases aéreas inimigas quando e onde bem entender.
A Ucrânia e a OTAN continuam no perigoso joguinho do ‘engana que eu gosto’.
A Ucrânia está sendo usada como ferro velho para realimentar a indústria armamentista ocidental.
O ideal seriam os Gripens suecos, mas isso não vai acontecer.
O F-16 nas versões mais antigas ainda dá um caldo, ainda mais como plataforma de lançamento de mísseis de cruzeiro e antirradiação.
Se forem as versões mais modernas, é um caça de quarta geração, assim como o SU-30. Dá briga boa!
A Suécia já declarou que poderia fornecer até 4 Gripens C. Não que estejam prontos para serem enviados. A declaração foi de que essa quantidade não afetaria as defesas suecas. Se houverem pilotos ucranianos treinando em F-16s nos EUA e na Europa, por quê não poderiam estar treinando alguns em Gripens na Suécia?
Se esses F-16 forem entregues, é provável que sejam células novas de fábrica, como o Abrams.
A LM abriu uma fábrica nova em folha de F-16, eles devem ser capazes de produzir uma grande quantidade de caças em pouco tempo.
Na primeira semana já alegavam que os Su-27 e toda Força Aérea Ucraniana estavam todos destruídos, acontece que um ano depois eles ainda estão voando (com dificuldade evidente mas ainda voando e os proprios russos reconhecem esse fato).
Além disso a Rússia não “pode bombardear as bases aéreas inimigas quando e onde bem entender”, existe inúmeras baterias antiaéreas que praticamente impedem tal fato, os proprios russos afirmam voar apenas dentro de seus espaço aéreo para diminuir os riscos, e se tivessem essa capacidade já teriam feito algo…
E será que realmente a guerra durará tudo isso? Talvez um dos lados se exaurirá antes disso.
Eu acho que essa frota é pensada para o pós guerra. Após um acordo de paz, a Ucrânia provavelmente fará parte da Otan e terá esses 50 ou 80 F-16.
Até lá não acho fazer sentido gastar tanto dinheiro com isso sendo que não fará grande diferença pois os russos possuem uma frota muito maior de caças.
Muito mais útil do que 80 F-16 são sistemas antiaereos de curto, médio e longo alcance, mais HIMARS, mais obuseiros, mais MBT, mais blindados, etc.
Não creio que a Ucrânia fará parte da OTAN.
A possibilidade dela entrar para essa Organização é um dos motivos dessa guerra.
Na verdade, o maior.
Dessa forma, sendo derrotada, a Ucrânia perderá muitos territórios e se verá obrigada a assinar termos em que seja proibida de ingressar na OTAN.
Se o ocidente se pusesse no lugar dos russos essa guerra nunca teria iniciado. EUA nunca iria aceitar como não aceitou no passado os russos implantar armas em Cuba ou qualquer país próximo as suas fronteiras. Ainda tem os laboratórios descobertos pelos russos na Ucrânia. Os vários batalhões neonazistas matando cidadãos de etnia russa no leste da Ucrânia. Chego a conclusão que diplomacia nunca foi o forte do governo dos EUA. Agora é um caminho sem volta. Os russos não vão desistir do objetivo deles de impedir a Ucrânia ingressar na OTAN. Biden e Zelenski estão num beco sem saída.
Num cenário ideal russos e americanos seriam obrigados a, no mínimo, pagar reparações, mas o Ocidente (que se diz “livre” e “democrático”) usa dois pesos e duas medidas, quando os EUA fazem suas atrocidades eles fingem protestar mas no final não fazem nada, como quando inventaram que o Iraque estava produzindo armas de destruição em massa, invadiram e desestabilizaram o país.
Na verdade, essa guerra tem aspectos muito mais profundos.
Trata-se do início do fim da hegemonia ocidental.
Representada pela confrontação militar direta da Rússia contra seus oponentes ocidentais.
Até pouco tempo atrás, a Rússia obrigada a aceitar a expansão da OTAN nas ex-Repúblicas soviéticas.
Hoje, isso já não é possível.
A Rússia deu um basta.
E olha que o termo mais pesado dessa equação ainda não entrou em campo.
E se necessário, ela entrará.
Refiro-me à China.
Claro claro a China vai largar seus principais mercados EUA e Europa pra apoiar um regime falido com um mercado minúsculo ?
O máximo que vai acontecer é o apoio ambíguo feito até agora é uma rápida tomada do que sobrar de valioso no mercado russo apreço de banana pelos chineses (algo que já fazem afinal compram o petróleo por metade do valor de mercado) .
Exato!
Hoje, não há mais espaço para a expansão ocidental do jeito que era antes.
O ‘lado de lá’ já tem poder militar, econômico e político para confrontar o Ocidente.
Vivemos novos tempos.
Bom, se eles precisariam de 50 a 80 caças para se defender, quantos que o Brasil precisaria? “Ah, não dá pra comparar”. “São situações diferentes”. “O cenário é outro”. Blá blá blá blá blá fucking blá… Estou até ouvindo o coro… Pois é, mas nosso PIB é 7 vezes maior que o deles, nossa população é 5 vezes maior e nossa área 12 vezes a deles. Somos uma presa muito mais interessante que a Ucrânia. Pra nossa sorte não há uma China nem uma Rússia por perto. Até quando vamos contar com a sorte?
O Brasil possui cerca de 370 mil militares + cerca de 350 mil policiais militares que pela legislação seriam incorporados nas forças armadas em caso de guerra. Só aí teríamos 720 mil homens. O que é mais ou menos o que a Ucrânia tem hoje. Alguns dizem que a Ucrânia tinha 750 mil soldados mas que esse número já pode ter chegado em cerca de 1 milhão. Devido ao serviço militar obrigatório o Brasil tem uma das maiores reservas do mundo com mais de 1,5 milhões de soldados que cumpriram o serviço militar e estão dentro da idade para serem… Read more »
Esses 2,2 milhões vão comer e beber o que, quando tudo tiver debaixo de escombros? Historicamente as ameaças ao Brasil sempre foram dos grandes, é contra eles que o Brasil deveria se preparar.
Acha mesmo que, caso fossemos atacados, iriam invadir a gente, igual o dia D?
Meia dúzia de minas navais na frente da Baia de Guanabara e Itaguaí, e 90% da MB não sai do lugar.
Alguns mísseis de cruzeiro nos paióis e nas fábricas da Imbel, Taurus e CBC, e lá seu vai as armas leves.
Não temos defesa AA nenhuma a médio e longo alcance.
Nesse cenário, iriamos combater com o quê? Meia dúzia de Trezoitão e Mosquefal?
Pro pessoal mais bem informado, nos jogos de guerra feitos pelas nossas Forças Armadas nos últimos anos, quantos caças e belonaves seriam necessários pra repelirmos um ataque de um inimigo vindo pelo mar que, com essa audácia e capacidade logística, só poderia ser uma super-potência?
150 aeronaves, 20 fragatas e 12 submarinos? Mais? Menos?
Sinto falta dessas informações à respeito do nosso cenário.
https://www.naval.com.br/blog/2020/12/11/simulacao-operacao-polvora-fab-e-mb-enfrentam-o-uss-nimitz/
Poggio, tem até um comentário meu nessa matéria. Acompanhei a simulação na época e foi muito bacana!
Sugeri até pro Galante que a refizesse com nossos meios atualizados!
E digo mais: quando vocês tiverem tempo, poderiam refazê-la com a quantidade de meios necessária para parar o CSG. Como as Tamandarés não vão estar disponíveis no simulador, poderiam utilizar a Classe Formidable, de Singapura, baseada nas La Fayette, que são similares em dimensões e armamento às FCT.
🙂
E a novela mexicana de caças para a Ucrânia continua…
Precisa de F-35 ou no mínimo vários EA-18G Growler, fora isso vai ser jogar dinheiro fora em um teatro com fortes defesas antiaéreas.
Pode mandar até a Enterprise, não vai alterar o atual quadro no conflito, a Rússia tem todas condições de impor restrição e até mesmo abater esses teco tecos.
Acho que o último parágrafo simplifica e “diz” tudo
“Mesmo em nosso esforço mais sério, levará meses para que os ucranianos voem F-16. Eles estão derrotando a Força Aérea Russa com defesas aéreas, por que mudaríamos de tática agora?” Acredito que os F-16 não são para defesa aérea e sim para atacar radares e posições russas, principalmente depósitos de combustível e munição que estão longe da área de combate atualmente. Eventualmente podem realizar defesa aérea, mas não é o ponto principal.
Se esta vencendo a guerra , por que a necessidade de aviões novos ? acho que todos, já sabemos a resposta