Evento aconteceu em Salvador (BA), durante Encontro do Grupo de Alto Nível em Aeronáutica

A cooperação entre Brasil e Suécia no campo aeronáutico, por meio do Projeto Estudo do Domínio Aéreo (ADS, do inglês, Air Domain Study) contou, entre os dias 7 e 9 de novembro, com mais uma etapa em seu cronograma. O Grupo de Alto Nível em Aeronáutica, formado por militares e pesquisadores da Força Aérea Brasileira (FAB) – que integram os Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) -, de representantes do governo e de empresas do Brasil e da Suécia, estiveram reunidos para um encontro que visa alinhar as principais iniciativas dentro da cooperação bilateral.

Os pesquisadores participaram do 11º Workshop em Aeronáutica Brasil-Suécia, sediado no SENAI-CIMATEC de Salvador (BA). O evento teve a participação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

O Chefe da Sétima Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), Brigadeiro do Ar Roberto da Cunha Follador, mediou os painéis de discussão do workshop e destacou a importância da FAB nesses encontros. “Estarmos aqui para mostrar a sociedade e a comunidade científica a visão de Força Aérea, de Defesa e de como estas tecnologias desenvolvidas têm um impacto positivo no ambiente aeronáutico”, disse o Oficial-General.

Para o Reitor do ITA, Professor Anderson Ribeiro Correia, participar desses encontros proporcionam inúmeros resultados. “Trazem, nesse momento, atores de todos os eixos da hélice tríplice. Essa interação é muito rica e traz grandes resultados para os projetos”, explica.

Projetos do Air Domain Study (ADS)

Os estudos do ADS abordam temas como sistemas tripulados e não tripulados; navegação aérea e aprendizado de máquina. Atualmente, o estudo conta com seis projetos financiados por Brasil e Suécia, que buscam desenvolver conhecimentos e soluções duais envolvendo universidades e empresas.

O projeto chamado Integração Segura de diferentes Aeronaves Não Tripuladas (SIMUA, do inglês Safe Integration of Different Unmanned Aircraft), está sob o gerenciamento do Major Especialista em Controle do Tráfego Aéreo Jorge Alexandre de Almeida Régis, do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II) e do Professor do ITA, Christopher Cerqueira. O objetivo é proporcionar que, dentro de um ambiente até então utilizado apenas por aeronaves tripuladas, seja permitido inserir a nova tecnologia em benefício da sociedade. Além disso, será estudada a capacidade em duas perspectivas, uma do ponto de vista do gerenciamento do tráfego aéreo e, outra, das tecnologias que devem ser embarcadas nas aeronaves.

Outro projeto, é o Interface Homem-Máquina (HMI, do inglês Human-Machine Interface). A Pró-Reitora de Pós-Graduação do ITA e Coordenadora, Professora Doutora Emília Villani, explica. “Ele aborda desafios relacionados aos fatores humanos na interação entre o piloto e a aeronave, incluindo como trabalhar com sistemas com diferentes graus de autonomia, incorporar as tecnologias da era de digitalização como a realidade aumentada na Aviação e, ainda, a interação entre aeronaves tripuladas e não tripuladas”, salienta.

Já o projeto de Sistema de Busca Autônomo (AuSSys, do inglês Autonomous Search System) objetiva o desenvolvimento de uma Inteligência Artificial (IA) para auxiliar nas missões de Busca e Salvamento em alto-mar. “O algoritmo a ser desenvolvido vai construir um modelo de IA que auxiliarão nessas missões diversas, tanto de pessoas, como embarcações, manchas de óleo”, explica o Professor do ITA, Filipe Verri, que executa o estudo.

Navegação baseada em imagem com vários sensores (MSIBN, do inglês Multi Sensor Image-Based Navigation) é outro projeto do Estudo do Domínio Aéreo. De acordo com o Major Engenheiro do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), Tales de Barros Caldas, que integra o projeto, o foco está em permitir que aeronaves façam a navegação olhando o terreno, interpretando as informações via imagem e saindo de um destino ao outro fazendo sua navegação de forma que fique independente do GPS (Global Positioning System).

Já o Professor do ITA, Davi Santos, coordena o projeto Engajamento Cooperativo de Ameaças usando Enxames de Drones (CTEDS, do inglês Cooperative Threat Engagement using Drone Swarms). Ele explica que é analisado um cenário que envolve drones autônomos e pilotados, com objetivo de fazer a vigilância de uma área protegida contra ameaças aéreas por drones camicases.

Por fim, o projeto encabeçado pelo Vice-Diretor do Instituto de Aplicações Operacionais (IAOp), Tenente-Coronel Aviador Alexandre Dias Irigon, é o Demonstrador Virtual (VD, do inglês Virtual Demonstrator). “É um projeto integrador dos demais projetos do Air Domain Study. Vamos criar uma arena comum para simulação das aplicações dos demais projetos. Com isso, vamos entregar resultados, métricas e medidas que possam aprimorar no trabalho e nas entregas futuros do ADS”, finaliza o Oficial.

FONTE: Força Aérea Brasileira

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Willber Rodrigues

Essa parceria Brasil/Suécia tem tudo pra ser extremamente benéfica pra ambos.
Parece que a FAB concluiu que drones + IA é o futuro, e que está trabalhando pesado pra isso.

Nei

Deus te ouça.

Filipe Prestes

Não sou otimista quanto á isso, por que se bem me lembro a FAB cancelou a cooperação que tinha com a Embraer em seu drone e além disso nunca demonstrou interesse nos produtos nacionais de outras empresas do setor.

Allan Lemos

Exato. Tudo que as forças armadas fazem são estudos disso e daquilo, mas nada de equipamentos que sejam realmente relevantes para a defesa nacional salvo raríssimas exceções.

Foxtrot

“Parece que a FAB concluiu que drones + IA é o futuro”.
Nossa ela deve estar repleta de gênios para chegar a essa conclusão agora.
Ainda mais após a guerra da Ucrânia, os projetos de Ala aérea avançada baseada em drones de alto desempenho, ter cancelado a parceria com Embraer no drone nacional de alta performance, ter cancelado a compra inicial do Falcão Avibras.
Gente estamos perdendo um “celeiro” de super dotados.

Marcelo

Nao resolveu ate hoje a defesa antiaérea de medio alcance e me vem com essas palestras cheio de ideias futuristas !!!!
Acho que esta na hora da fab dar um passo atras e resolver o problema da defesa antiaérea de medio alcance que ja enrolaram demais e a parti dai começar a desenvolver drones e tirar o maximo possivel de aprendizados da guerra da ucrania !!!
Na ucrania está a mostrar que nao tem defesa antiaerea de curto-medio e longo alcance e muitos drones esta fadado ao fracasso !!!

Willber Rodrigues

Mas defesa AA não é tarefa do EB?

Marcos Borges

Não exatamente, sozinho o EB não tem condições de realizar uma defesa AAe minimamente eficaz, inclusive eu defendo a criação da arma da DefAAe dentro do exército, separando da Artilharia tradicional, só assim teremos uma DefAAe relevante no país, sonhar não custa nada.

BVR

Olá Marcelo !!
Acho que uma coisa não invalida a outra. O Brasil pode e deve estar olhando na frente ainda que na atualidade não tenha sanado essa questão da defesa antiaérea de médio e longo alcance.
Comungo contigo dessa aflição que essa deficiência na defesa do território provoca. Mas dá pra fazer e já começamos o processo.

Forte abraço.

Marcelo

Na guerra da ucrania tem mostrado que a defesa antiaerea ucraniana de curto e medio alcance tem dificultado a supremacia da força aerea russa !!!
Que isso sirva de lição para fab,sem defesa anti aerea boa a força aerea se torna uma uma preza facil para o inimigo !!!

Allan Lemos

O Brasil pode e deve estar olhando na frente ainda que na atualidade não tenha sanado essa questão da defesa antiaérea de médio e longo alcance.

É tipo um cara querendo comprar uma Maybach S580 sendo que não pode bancar nem um celtinha 1.0.

Que sem noção kkk

BVR

Allan Lemos,…”tipo um cara que quer comprar” NAO pode ser comparado a um país. Isso sem falar no contexto do assunto tratado na matéria. Seguindo esse “raciocínio” que vc apresenta para TENTAR desqualificar minha opinião, o Brasil deveria abandonar o seu programa espacial porque ele sequer resolveu problemas básicos de saneamento entre a sua população. Ou seja, o Brasil mal fornece esgoto tratado e já pensa em lançar satélites?? Coisa feia e deseducada que vc fez. Este espaço sempre primou pelo respeito à opinião do outro. Aliás, desde a época qdo só existia o blog naval (Poder Naval) SEMPRE foi… Read more »

Allan Lemos

o Brasil deveria abandonar o seu programa espacial

Que programa espacial? Kkkkk agora sei que Brasil ao qual você está se referindo é o de alguma outra dimensão, não o desta.

Vou falar de uma outra forma para ver se você entende, um cara que não consegue nem a gorda desdentada da esquina não pode ficar sonhando com a Paola Oliveira.

Você é muito sem noção, camarada, saia da ilha da fantasia e venha para o mundo real.

“programa espacial” kkkkkkk pelo amor de Deus…

BVR

Allan Lemos, vc continua sem apresentar argumentos plausíveis para tentar refutar minha opinião.
Vc também continua focado na tentativa de desqualificar o emissor e não a mensagem.
Faça uma contra argumentacao seria, tecnica e embasada em informacoes de fonte verificavel e reconhecidamente seria, e aí sim começarei a levar em consideracao sua opinião.
“Mulher gorda…Paola Oliveira”.
Continua raso.

BVR

Evento com a cara do Cel. Nohra. Aliás, quem estiver com ele transmita o meu forte abraço.
A capacidade da navegação aérea por imagem (dispensando GPS) pode ser adicionada ao Gripen E, o que – ao menos sobre o território nacional – garantirá um ganho significativo.

Tutor

Podem estudar muito, trocar experiências com suecos, russos, franceses, americanos etc, mas, avisem a FAB, ou melhor, avisem nosso governo, que domínio aéreo de 8,5 milhões de Km² (fora o mar territorial), com apenas 36 gripens, será sempre um faz de conta.

Rinaldo Nery

A FAB sabe. Dá mais dinheiro e ela compra os 108. Ah, já sei! Pensões, efetivo, folha de pagamento… Lagosta, vinho, caviar… E não são 36: são 40.

Elintoor-_

Infelizmente, agora com o “novo guvêrnu” e seus “pojétus” mega-assistencialistas a fundo perdido, nossos programas militares, juntamente com o país, vão todos a bancarrota. E pela terceira vez, pasmem, deste “guvêrnu” quando ele sair, deixará para trás um mar de ruínas. Decerto que voltaremos a idade da pedra e do fogão a lenha…

Rinaldo Nery

Cuidado q tem editor q votou nele…

Heinz

Vai ser um mensalão 2.0, e agora turbinado pegando o “orçamento secreto” e mudando só o nome.
Deus no proteja.

JBS

Ué, mas os 40 gripens foram comprados por quem mesmo?

Será que foi nos últimos 4 anos???

Tutor

Verdade; acabei esquecendo dos aditivo no contrato, para mais 4 unidades. De qualquer, não muda muita coisa.

Foxtrot

Aí ai, senta que lá vem história , e história para boi dormir !

Carlos Campos

Gostei muito, principalmente se pudermos no futuro trocar os Tucanos por EVEs Militares, e até deixar eles atuarem sozinhos para destruir inimigos

Mario José

A parte que fala “de forma que fique independente do GPS” isso é muito interessante. Showw

Everton Gonçalves

Por conhecidencia eu tive uma ideia de drones de vigilância hoje. Porém com uma aplicação um pouco diferente. E um modelo totalmente diferente do que as pessoas conhece.