Alunos da USP São Carlos vencem competição internacional de drones
O prêmio do grupo ganhador será uma viagem para conhecer o ecossistema de inovação da Suécia
O Centro Sueco de Pesquisa Aeroespacial (SARC, na sigla em inglês) e a Rede Brasileira de Pesquisa e Inovação Aeroespacial (BARINet, também em sigla na língua inglesa) acabam de anunciar o resultado da 2ª Competição Aeroespacial SARC-BARINet e os vencedores são alunos de graduação da USP de São Carlos, no interior de São Paulo.
“Desta vez o alvo eram graduandos e mestrandos, ao invés de pesquisadores e startups (como na primeira vez)”, explica o Prof. Raffaello Mariani, do Royal Institute of Technology, um dos organizadores pelo lado sueco. E o desafio proposto nesta edição era criar sistemas voltados à detecção e combate a incêndios em florestas, utilizando Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), que são mais conhecidos como drones. Participaram da disputa alunos de universidades brasileiras e suecas.
“O tema do combate a incêndios em florestas usando múltiplas aeronaves autônomas não é trivial”, destaca o Prof. Glauco Marin, da Escola de Engenharia da USP-São Carlos (EESC-USP) e um dos organizadores do desafio, que foi de responsabilidade do SARC e BARINet, com suporte do CISB (Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro) dentre outros.
E, assim como na primeira edição da competição, a vitória veio para o Brasil. A proposta ganhadora foi da Equipe Atena, formada por alunos participantes do Grupo SEMEAR da EESC-USP, em especial, do Núcleo de Robótica Aérea. E essa conquista precisa ser destacada, pois segundo o Prof. Rafaello, todas as propostas foram “de nível muito alto”.
Lucas Cavalcante, aluno de engenharia e um dos membros da equipe premiada, explica que antes da competição nenhum dos membros do time tinha conhecimento de estratégias de combate a incêndio. Então, para entender o problema mais profundamente, buscaram apoio do Corpo de Bombeiros de São Carlos. Lá, puderam entender os desafios e riscos enfrentados, podendo levantar ideias de como a utilização de drones poderia diminuir os riscos de acidentes e tornar as operações mais efetivas.
A ideia
O projeto ganhador, chamado NoFire Squad, consiste no desenvolvimento conceitual, testado em simulador, de um enxame de nove quadricópteros autônomos que atuam de forma cooperativa para auxiliar no combate a incêndios florestais. “A ideia é que os drones sejam lançados da aeronave militar brasileira, KC 390, em uma área próxima ao foco do incêndio. O swarm (enxame) é capaz de fazer uma busca pelo terreno, encontrar a região do fogo e iniciar uma estratégia para retardar a propagação das chamas”, explica Lucas.
“Na nossa abordagem, um dos drones do swarm lidera os demais, auxiliando-os a se posicionarem para lançar substâncias anti-fogo nas regiões periféricas às chamas, evitando, assim, que o fogo se propague rapidamente para regiões ainda não atingidas”, diz o estudante de engenharia. Esta estratégia de combate a incêndios executada pelos drones e programada pela Equipe Atena tem como base a forma como os bombeiros atuam.
Próximos passos
A equipe vencedora irá, em 2023, para a Suécia. O foco da viagem é conhecer o rico ecossistema de inovação aeroespacial daquele país, visitando indústrias e universidades. “A ideia é reforçar o intercâmbio que já é forte entre Brasil e Suécia quando o assunto é tecnologia, pesquisa e desenvolvimento”, indica Alessandra Holmo, Managing Director do CISB.
E já está confirmada para o próximo ano uma nova edição da competição. A proposta é avançar ainda mais com a integração de profissionais e estudantes do Brasil e da Suécia, aumentar o número de equipes, estimular e motivar o compartilhamento de experiências. “Uma primeira proposta a ser apresentada ao Conselho Consultivo da Competição é a criação de equipes mistas compostas por alunos de ambos os países”, empolga-se o prof. Glauco. Já prof. Rafaello ressalta que as futuras competições devem focar em problemas reais e as equipes serem multidisciplinares.
“Temos certeza de que esse tipo de competição é extremamente benéfico porque dá oportunidade aos estudantes de superar barreiras reais, que serão encontradas no mercado, e também estimulam o surgimento de soluções práticas, que podem auxiliar o mundo todo – como a proposta vencedora do grupo brasileiro”, finaliza Alessandra.
Sobre a Saab
A Saab apoia a 2ª Competição Aeroespacial SARC-BARINet.
A Saab é uma empresa líder no segmento de defesa e segurança com a contínua missão de ajudar nações a manter a segurança da população e da sociedade. Com a força de 18.000 funcionários, a Saab está em constante expansão das fronteiras tecnológicas para criar um mundo mais seguro, sustentável e igualitário. A Saab desenvolve, produz e mantém sistemas avançados em aeronáutica, armamentos, comando e controle, além de sensores e sistemas subaquáticos. A Saab tem sua sede na Suécia, tem operações de grande porte em todo o mundo e faz parte dos recursos de defesa de diversas nações.
No Brasil, a Saab mantém uma parceria de longo prazo e fornece diversas soluções avançadas, tanto civis quanto militares. Com o Programa Gripen, a empresa estabeleceu uma ampla transferência de tecnologia que está beneficiando a indústria de defesa nacional como um todo.
DIVULGAÇÃO: Saab / Publicis Consultants
São Carlos possui campus da UFSCar e da USP, é uma situação ímpar no cenário nacional. Creio que é a cidade com maior número de doutores per capita do país. Não é à toa que há muitas empresas de alta tecnologia nessa cidade. A região também colabora: está a 35 km de Araraquara, 100km de Ribeirão Preto, cerca de 150 km de Bauru, 15o km de campinas e 250 km da capital paulista. Ambas universidades possuem graduações [e consequentemente programas de pós-graduação] em matemática, física, química, computação, estatística e diversas engenharias. Um oásis acadêmico, em que pese os anos sombrios… Read more »
A USP-São Carlos apesar de ter um campus pequeno é um celeiro de tecnologia para os padrões brasileiros. Por exemplo, construíram um relógio atômico e uma máquina de ressonância magnética, dentre outros produtos tecnológicos.
Já tive a oportunidade de trabalhar com “n” engenheiros de São Carlos (tanto da USP quanto da Federal)., todos excelentes (quase tanto quanto os da capital (rsrsrsrsrssr).Esse é um dos motivos que levaram à EMBRAER também se estabelecer bem próximo (Gavião Peixoto…). Parabéns aos meninos!!!
O barbudo do “BRAFÍL PUTÊNFIA” precisa investir aí também. Os projetos assistenciais para as pessoas que mais precisam são ações eleitoreiras, mas também são nobres. E não se pode errar a mão. A fiscalização precisa ser eficiente para evitar as possíveis fraudes. O setor tecnológico brasileiro precisa de mais investimentos, e precisa muito.
Agora que “Dom Jair” entregou a faixa presidencial, lavada, passada e engomada ao barbudo, chamando nordestinos de jumentos na reta final da eleição, precisamos torcer para o nonedáctilo investir em tecnologia no Brasil. Porém acho bem difícil, com os “pojétos” assistencialistas a rodo, dificilmente sobrará algo para outras áreas. Com a adição de 150 LULO-REAIS para cada criança, a coisa do orçamento ficou quase impossível…