Novas imagens da Boeing mostram como o B-52H ficará após uma série de modificações que a Força Aérea dos EUA disse serem significativas o suficiente para justificar a redesignação da aeronave como B-52J ou K. A imagem do avião foi renderizada a partir de uma prototipagem digital modelo e é provável que se assemelhe à versão final.

Destacam-se na imagem os fans de maior diâmetro dos novos motores F130 a serem produzidos pela Rolls-Royce North America. Também digno de nota é como as naceles dos motores, cada uma contendo dois motores, são colocadas mais altas e mais à frente do que as naceles dos motores Pratt & Whitney TF-33 com os quais o B-52 voa desde 1962, visando fornecer mais distância ao solo. A necessidade de validar como os novos motores/naceles se comportarão em relação ao sistema de asa e flaps é uma parte importante do programa de testes de voo previsto para começar nos próximos dois anos.

O nariz da aeronave também será simplificado, perdendo as bolhas que atualmente abrigam o sistema de visualização infravermelho/eletro-ótico para facilitar o novo radar, uma variante do AN/APG-79 usado no Boeing F/A-18EF Super Hornet. O sistema FLIR/EO foi usado para evitar terreno e avaliação de batalha, mas algumas dessas funções migrarão para o radar ou já mudaram para um pod de mira Litening ou Sniper, que o B-52 pode carregar em um pilone de asa.

Além dos motores e radar, o B-52 está recebendo um cockpit atualizado, um sistema de controle de motor analógico-digital “híbrido”, aprimoramentos de comunicação e navegação e a exclusão de uma estação de tripulante.

Também se destacam nas imagens duas grandes corcovas no topo da fuselagem, próximas às raízes das asas. Um porta-voz da Boeing disse que as corcovas “não são novas e não fazem parte do nosso programa”, mas parecem maiores do que quaisquer carenagens ou bolhas agora naquela área, que abrigam GPS e outros equipamentos de comunicação/navegação. Pressionado, o porta-voz da Boeing disse: “Não tenho nada a dizer sobre isso”, uma frase que às vezes indica uma questão confidencial. A localização e o tamanho das corcovas podem sugerir uma antena GPS maior e anti-jam.

O novo radar é um tipo de matriz de varredura eletrônica ativa, usado pelos caças. Ele ocupará muito menos espaço do que o antigo sistema escaneado mecanicamente, então a mudança criará espaço de crescimento para funções de guerra eletrônica, disse Ruscetta. Pelo menos parte da frota de B-52 estará operacional com novos radares e novos motores até o final da década.

Cockpit do B-52H Stratofortress
O novo cockpit do B-52 Stratofortress
B-52H Stratofortress
O B-52 Stratofortress com os novos motores

FONTE: Air & Space Forces Magazine

Subscribe
Notify of
guest

33 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Lewandowski

Então a configuração de 8 motores permanecerá… Que bom, manterá a configuração clássica… Um B-52 com quatro motores seria ‘estranho’… hehehehe…
.
Sds

Maurício Veiga

Não acredite nisso é coisa de Lobbysta, nunca diga a engenharia que isso é impossível, uma versão quadrijet do B52 seria perfeitamente viável o único problema é que seriam necessários a metade dos motores vendidos e isso incomoda muita gente …

Walsh

Não é impossível, é só mais caro.

Maurício Veiga

Não seria mais caro pelo contrário imagine a economia de manutenção e aquisição que isso iria gerar!!!

AMSS

Imagina ter que projetar e reconstruir toda a estrutura das asas e cargas aerodinâmica de todos os B-52, passar de 8 motores pequenos para 4 motores grandes muda completamente toda estrutura e aerodinâmica da aeronave.

Imagina o custo de recalcular todas as cargas exercidas na estrutura, resistências aerodinâmicas e forças de empuxo, pylons e projetar todos os reforços estruturais necessários, quem sabe seria necessário até refazer todas as asas…

Vc aí da sua casa conseguiu calcular todos os custos do projeto? Poderia compartilhar esses cálculos?

Jefferson Ferreira

Não é tão simples assim, somente remover os motores e pronto. Dependendo teria que fazer um projeto do avião completamente novo.
O que é mais barato, criar um projeto com as especificações do b52 do zero ou um motor ???

Satyricon

Na realidade… Não é nada impossível. Um dos concorrentes do certame de remotorização dos B-52, inclusive, chegou a propor isso (se não me engano, foi a PW) Mas hoje em dia essas concorrências passam por uma seríssima avaliação de risco e, neste caso específico, as variáveis de engenharia (diga-se, incertezas) para tal alteração eram muitas. Portanto, optou-se pela de menor risco, ou seja, com maiores chances de sucesso. É caso semelhante à escolha do F-22 (dizem). Seu concorrente, o F-23, possuía formas e soluções muito avançadas, mas que trariam consigo grande risco de desenvolvimento. Consequentemente, ganhou o mais convencional (e… Read more »

rafael

a pergunta que fica é, pq manter essa carroça ?

Ivo

Em ambientes permissivos carrega grandes cargas e permanece on station por horas. Em ambientes não permissivos pode disparar vários misseis de longo alcance além do alcance das defesas aéreas. São úteis ainda.

MHC

Mais um especialista na área.

Satyricon

Simplesmente porque não há nada no inventário da USAF que chegue perto de sua capacidade. Decolavam da Inglaterra para realizar ataques no Afeganistão. Voam abarrotados de armamentos por 7.000 milhas (sem reabastecimento), até outro continente, lançam sua carga e retornam para fazer o mesmo no dia seguinte.

Com a modernização ganharão ainda mais alcance e performance.

Allan Lemos

No começo da Desert Storm, 7 saíram da base de Barksdale na Louisiana, bombardearam o Iraque e voltaram para casa sem pousar, a missão durou mais de 35 horas. É realmente um monstro esse avião.

Luiz Antonio

Apenas uma carroça dessas transforma em poeira radioativa por uns 50 anos a sua cidade, sem sobrevoa-la.

Last edited 2 anos atrás by Luiz Antonio
AMSS

Se brincar faz isso sem sobrevoar nem o estado que ele mora… kkkkkkk

Clésio Luiz

Uma característica curiosa do B-52, é que os pilotos dizem que a aeronave é apertada e desconfortável de voar por longos períodos. Algo curioso em uma aeronave militar americana, que de forma geral, sempre tiveram cockpits mais espaçosos e confortáveis que seus pares europeus.

Jagderv#44

Vi umas fotos internas do Avro Vulcan, mel dels do céu.
Pior que submarino!

Palpiteiro

Não seria por causa dos assentos?

Clésio Luiz

Não, é mais questão de espaço interno, isolamento térmico e acústico.

AMX

Originalmente, o Vulcan era pra levar um piloto em vez dos dois.

gordo

Acho que o pessoal que pilotou os bombardeiros na segunda guerra tinham uma opinião mais amena sobre o conforto dele. Uma coisa é fato, confortável ou não ainda assim vai voar muito, e não duvido que chegue aos 100 anos ou muito perto disso, um feito fantástico para uma aeronave projetada na prancheta e com régua de cálculo.

Clésio Luiz

É uma questão de ponto de vista. O B-52 tem uma autonomia muito maior que um B-17, por exemplo, podendo ficar no ar o dobro do tempo. Se num caça, um voo de 6 horas é suficiente para deixar um piloto exausto, imagine passa o triplo disso numa aeronave muito maior, mas tão apertada quanto? Comparado a aeronaves de porte semelhante, o “BUFF” não tem espaço para a tripulação esticar as pernas, e o sistema de ar-condicionado é considerado deficiente, onde parte da tripulação passa calor e parte fica com frio… Sem falar no péssimo isolamento acústico. Acho que a… Read more »

Leandro Costa

Clésio, não é muito uma questão para os pilotos em si, mas sim para a equipe ofensiva. Num B-52 os tripulantes são chamados de ‘ofensivos’ e ‘defensivos’, fora os dois pilotos. O pessoal que fica no mesmo ‘andar’ que os pilotos, são a equipe defensiva, oficial de guerra eletrônica, antigamente o artilheiro (versão ‘G’ em diante. Anteriores o cara ficava na cauda), etc. Mas o pessoal que fica no andar de baixo, são a equipe ‘ofensiva,’ navegador e bombardeador. Esses dois ficam num compartimento extremamente apertado, se não me engano sem janelas e seus assentos ejetam para baixo. Não é… Read more »

Rodrigo Martins Ferreira

Século XXIV – Cerimônia de retirada de serviço da Classe Galaxy.

Paulo Cardoso

Muito Boa essa rsrsrsr

Tutor

Eu gostaria muito de um dia ver um desses voando. O barulho deve ser fantástico.

Wellington Góes

Daqui a pouco o B-52 será chamado de Pterodátilo. Um verdadeiro dinossauro voador.

regis

quanto mais motores maior é a capacidade de transportar armas, simples assim

Nei

Bom dia.

Eu sempre achava que 4 motores do B737 MAX (exemplo), atuais (com uma carenagem reformulada), não afetariam na performace de voos, gerando redução de custos e mais potência.

Nei

Imagina erguerem esse bombardeiro um pouco mais do chão e colocar 4 GE-90 do B777!
Seria uma potência tremenda.

Ivan

Assistindo House of The Dragon, na primeira cena onde o maior Dragão da série aparece, Vhagar – uma criatura de 180 anos, tive a forte impressão que já conhecia uma imagem parecida com ela. . A velha Vhagar é como um velho B-52: Velha, enorme, poderosa e mortal (se deixarem trabalhar). . Essa criatura do século passado, o B-52, pode transportar e lançar até 20 mísseis de cruzeiro (8 em um lançador rotativo tipo revolver internamente, mais 6 em cada asa). Ok, é menos que um B-1B, que transporta e lança até 24 mísseis de cruzeiro, porém com um custo… Read more »

Ivan

Olha só o inventário fotográfico das armas que o BUFF pode levar atualmente:
comment image

Mirão

Mehh… prefiro o Tupolev Tu 95

Adriano Madureira

Por quê não usar somente quatro motores ao invés de oito? Numerosos motores foram propostos para o B-52 ao longo dos anos, como o Pratt & Whitney J75, Rolls-Royce RB211-535 e o CFM International CFM56, com diferentes designações aplicadas à aeronave re-motorizada, incluindo B-52I, B-52R e B-53RE. (Fotografia de Erik Simonsen) Em 2003, o custo de revisão dos antigos motores TF33 havia triplicado e outro estudo da Força Aérea dos EUA/Boeing sobre a reengenharia da frota determinou que custaria aproximadamente US$ 4,5 bilhões para ser concluído, mas geraria uma economia de quase US$ 15 bilhões ao longo da vida. do bombardeiro,… Read more »

Last edited 2 anos atrás by Adriano Madureira