PAMA-SP 2022: a volta dos rasantes de F-5 à capital paulista
Os paulistanos ficaram 2 anos sem ouvir um dos mais tradicionais ruídos dos eventos de Domingo Aéreo no Campo de Marte: o som de trovão das passagens baixas de caças F-5 na Zona Norte de São Paulo. Interrompido desde 2020 pela pandemia de Covid-19, o show aéreo voltou a ser realizado neste domingo, dia 16 de outubro de 2022, com direito a duas sessões de rasantes de um jato F-5EM da Força Aérea Brasileira – FAB. E, falando em trovejar, a meteorologia ajudou nesta volta do evento, que devido a tantas edições realizadas sob chuva, por vezes é jocosamente chamado de Trovões Abertos, ao invés de Portões Abertos. Foi um domingo de forte sol pela manhã, com mais nebulosidade à tarde, mas sem chuva para atrapalhar as exibições aéreas.
Além de ensolarado, o dia teve bastante calor e muita, muita, muita gente nas dependências do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP), no Campo de Marte, Zona Norte da cidade. Tanta gente que a proposta inicial, de permitir a entrada apenas com ingresso gratuito baixado em site, teve que ser abandonada logo na primeira meia hora de abertura do portão. A fila andava devagar demais e, com a impaciência se avolumando, “abriu-se a porteira” completamente e uma multidão adentrou o Parque, sem necessidade de conferir ingresso por ingresso.
Por volta das 10h, esse público que chegou mais cedo e se acotovelou no pátio do PAMA-SP conferiu a chegada da Esquadrilha da Fumaça (que se apresentou efetivamente às 15h, conforme o cronograma seguido com boa pontualidade). Meia hora depois, as pessoas foram surpreendidas com o primeiro “trovejar” dos motores J85, indicando que o caça propelido por eles tinha acabado de passar sobre a pista, precedendo em alguns instantes o seu próprio som.
Não houve economia de querosene de aviação na participação do principal jato de combate da FAB. Foram vários rasantes nos dois sentidos da pista do Campo de Marte, incluindo passagens mais lentas com o trem de pouso abaixado, até a partida do caça, balançando as asas. Mas essa despedida era “fake news”, ou melhor, uma pegadinha: alguns minutos depois a aeronave voltou de surpresa para mais uma sequência de rasantes, para aí sim fazer um intervalo maior e retornar apenas à tarde (por volta das 13h30) para mais uma série de passagens baixas sobre o PAMA-SP.
Os editores do Poder Aéreo e Poder Naval, Guilherme Poggio e Fernando “Nunão” De Martini, que estiveram no evento pela manhã (com direito a experimentarem as mesmas agruras da fila dos demais presentes) gravaram alguns momentos da exibição do F-5EM, selecionando três trechos para o vídeo acima. As primeiras duas cenas são entre 10h30 e 10h45 no PAMA-SP. Como tanto um editor quanto outro tinham compromissos à tarde, não puderam conferir a exibição das 13h30 no Campo de Marte, mas, no meu caso específico, uma oportunidade diferente foi aproveitada: presenciar as passagens vespertinas do F-5EM na tranquilidade do estacionamento de um centro comercial (Lar Center), também na Zona Norte de São Paulo, praticamente na mesma proa da pista do Campo de Marte.
A última cena do vídeo, já com o céu cinzento, é de uma das manobras realizadas à tarde. Uma experiência bem diferente e interessante, comparada à mais comum, de ver o caça em meio à multidão: ali, numa parte praticamente vazia do estacionamento do centro comercial, parecia que o F-5EM se exibia apenas para mim. Deu até para brincar de “esconder” o avião atrás de um poste de luz, com a tranquilidade de apontar a câmera no momento certo, sem cotovelos e celulares em volta disputando o espaço aéreo.
Nas próximas matérias sobre o Domingo Aéreo 2022 no PAMA-SP, mostraremos mais imagens de caças F-5EM/FM da FAB, porém no solo e na oficina de manutenção do parque.
Foi-se a época em que se voava baixo na FAB…
Desaprenderam…
Já tem um bom tempo que voam alto assim…saberia dizer o motvo cel Rinaldo ? Ordens para não executar manobras em altitudes mais baixas ou apenas uma questão de segurança de voo ?
Os dois.
Obrigado pela informação cel . Abs.
Tem que ver que hoje em dia se um caça da FAB voa baixo e incomoda algum mimizento, basta uma ligação telefônica para o gabinete certo e fim de papo, e ainda obrigam o Cmt da FAB emitir nota cheio de desculpas. Lembra da faina da Marinha?? é uma tradição mundial, tem Marinha que as marinheiras vão para o deck dos navios, ficam de peitos de fora balançando umas para as outras e de fio dental, é todo tipo de baderna que a gente vê, mas isso é uma tradição de muitas marinhas ao redor do mundo, neste caso específico,… Read more »
BOA TARDE, concordo com você…, hoje em dia é muito “MIMI”, lembro da década de 80 e 90, aqui no Vale do Paraíba, sempre passava caças fazendo rasantes a baixa altura, tinha até um piloto que é Tio de um amigo, sempre avisava ele quando ia passar pelo Vale do Paraíba em especial Pindamonhangaba e fazia uns rasantes, era muito da hora…, acho que depois que estouraram as vidraças do Supremo Tribunal, eles devem ter dado ordem para os pilotos não voarem mais baixo…
INFELIZMENTE…!!!
Abraço a todos, Fiquem com DEUS…>>>
Não se trata de mimimi.
O direito e nossos gostos terminam quando outrem se torna prejudicado.
Adoro, como vocês, ouvir o som estridente dos motores dos caças, porém não é todo mundo que gosta. Lembrando que o som alto, fazendo aqui um paralelo com o som dos fogos de artifícios, podem incomodar idosos, pessoas com deficiências e os animais.
Na época do Calazans os rasantes dos F-5 sobre os céus aqui de Santana eram mais emocionantes.
Concordo amplamente. Quero ver a reação mimimi do sujeito acima com a igreja com altos falantes no domingo, e funk alto nos sábados. Deve bradar até com arma em punho!
-“O direito e nossos gostos terminam quando outrem se torna prejudicado.”
Isso acontece 1 vez ao ano, tem o resto ano para se conformar. Duas, três passagens não são motivos de reclamações. Geração leite com pera da vovó.
Tive a sorte de ver um Xavante no Domingo Aéreo em SP, esse só não voou mais baixo porque já era o asfalto da pista (não estou exagerando, ele ficou a uns 80cm do asfalto)
Já vi aqui no Domingo Aéreo em SP que nunca mais verei, mas ficará lembrado:
Pouso e decolagem dos antigos Xavantes;
Rasantes de A4;
Rasantes de um par de F-5 (se não me engano em 2003);
Rasantes de A1 (devido ao número reduzido de aeronaves, talvez não voltem mais pra SP para apresentação).
Ansioso para ver o Gripen.
Não ficou pra ver a apresentação da esquadrilha da fumaça?
Teve horas que passaram a quase 30m do publico abaixo.
Concordo. Nem sei se dá pra chamar de passagem baixa ou rasante, tá mais pra sobrevoo mesmo.
Não sei se é só impressão minha, mas tais passagens também estão mais lentas. Fica melhor pra ver e tirar foto, mas falta um pouco de “emoção”. Lembro no Portões Abertos da Pampulha de um rasante de um AMX, arrepiei todo!
(Acho que o vídeo abaixo foi gravado no exato momento)
https://youtu.be/zIP8gfsQDqs
Eu cheguei a presenciar junto com a família em um portões abertos na Pampulha, salto paraquedistas, Mirage M-2000, F-5, A-1, Super Tucano, sobrevoo AF-1, KC-130, C-105 e outras aeronaves menores. Para fechar com chave de ouro a exibição da esquadrilha da fumaça.
O mais marcante foi o som do motor Snecma M53. Coisa linda de presenciar. Na época o Mirage estacionou a menos de 15 metros onde estávamos.
Evento realmente marcante. Apesar de ser muito jovem na época, tenho boas lembranças. Entrei num C130, vi de perto uma Harley Davidson Police, fiquei triste por não termos um F-18 (meu preferido à época, e ainda uma paixão proibida hehehe), etc. Quase tive um treco quando a fumaça começou a escrever no céu. Provavelmente por causa desse dia que escrevo aqui hoje.
Eu não queria dizer Nery, mas já dizendo… os argentinos até hoje fazem rasantes de cair o queixo. É triste (para mim) ver as apresentações dos caças da FAB em eventos aéreos. É sempre a mesma coisa. Maioria das passagens é em baixa velocidade. Raro é ver aquelas passagens realmente rápidas. Além disso, entra em questão a altitude também. Em suma. Eu espero que a FAB, á partir do recebimento dos Gripens, reveja suas apresentações aéreas e nos traga mais emoções. Exemplos, não faltam. Por exemplo, a FAB poderia fazer uma bela simulação de combate aéreo em baixa altitude. Imagine… Read more »
Concordo. Lembro duma exibição na Praia dos Artistas, em Natal, com tiro terrestre, lançamento de foguetes e bombardeio de AT-26 e AT-27, em alvos sobre o mar. Podiam repetir algo semelhante.
Teme um filme famoso com esse tipo de demonstração só que na praia de Copacabana. Tem rasante de aviões militares e civis, tem aviões passando com motores embandeirados, tem demonstração de tiro em “COPACABANA”… muito bom, se não me engano tem até janelas quebradas em alguns prédios. Caravele, F-80, Gloster Meteor. e uns rasos de aviões civis impressionantes… hoje seria 30 anos de cadeia.
Segue o link, é um clássico da aviação.
https://www.youtube.com/watch?v=P6a8KPSdrz4
Quando eu era aluno da EPCAr, houve oportunidades em que, “do nada”, ouvíamos um estrondo e corríamos para a janela da sala de aula. Era algum F-5 passando pela região, que descia, fornecia um “vibraer” pra garotada do corpo de alunos e depois seguia seu caminho… No dia da formatura no terceiro ano então, nem se fala. Os F-5 acordavam a cidade. Hoje em dia está tudo proibido. Recentemente alguns colegas em missão em BQ pediram autorização para fazer umas passagens na Escola e simplesmente não autorizaram. Nada, zero. Voa, pousa lá no aeroporto (pra quem não conhece BQ, fica… Read more »
Eu também.
Quando houveram as festividades dos 80 anos da Base Aerea de Florianopolis, o comandante da Base era o Cel. Paiva Vidual. Teve de tudo, desde a presenca de um Mirage III, que nunca tinha ido num Eventim de portoes abertos em Floripa, ate o Cel. Braga, com o seu T-6. Mas o que “arrepiou” foi a demonstracao do F-5 do 14. O na época Ten. Fischer fez o que tudo o que podia (e acho que o que não podia também). Foi a unica vez que vi a condensacao esconder o aviao todo das curvas (normalmente so se via na… Read more »
Quem foi na Expoaer nestes anos tem saudades…muitas saudades.
Lembro de passagens do Kc-137 com 6 ( seis ) F-5 na ala e mangueiras estendidas.
Lembro da altitude baixíssima das demonstrações dos T-27 ( vermelhinhos ) da Fumaça.
Lembro dos caças ( todos ) fazendo todo tipo de manobras, e que ficávamos de pescoço doendo de tanto olhar pra cima, porque sempre tinha aeronave evoluindo no céu.
Quem viu, viu.
Paiva Vidual foi meu instrutor no 2°/5° GAV, em 1987. O Fischer comandou recentemente a BAPV.
Estive lá, lotado , muita gente e realmente foram boas as passagens do F-5s, fazia tempo que não via com tanta frequencia nos céus da capital , o tempo dirá se serão as ultimas exibições de F-5s que veremos nos próximos anos, pois eles estão chegando ao final de sua vida útil e não ficaria surpreso em serem poupados de exibições para evitar maiores fadigas até serem devidamente complementados pelos Gripens efetivamente …
Com relação a apresentação dos F-5 haviam duas aeronaves, elas decolavam de Guarulhos. Assim que a primeira terminava sua apresentação a outra já estava decolando. Mas o PAMA poderia ter feito uma programação de shows aéreos melhor.
Dentro do hangar havia um F-5M para “visitação”, porém a fila estava quilométrica, ou assistia aos shows aéreos ou ficava na fila para uma foto na cabine do F-5M, dei preferência para assistir aos shows. Com tantos aviões estacionados para manutenção, poderiam disponibilizar pelo menos duas aeronaves para “visitação” e fotos. No mais, realmente já fui em outros “Portões Abertos” onde as passagens tanto do F-5 como de AMX aconteciam muito mais próximas do solo, assim como a apresentação da Esquadrilha da Fumaça parecia mais completa e com manobras mais empolgantes. Acredito que a quantidade de nuvens no momento da… Read more »
A título de curiosidade, fiz o registro de alguns AMX, possivelmente desativados na parte direita do Hangar principal do PAMASP. Desculpem a qualidade, estavam um pouco distante, porém um tenente da FAB autorizou os retratos e disse que também ficava com dor no coração de vê-los assim. rs
Bem reparado, Afonso.
Nós também vimos e fotografamos de um ângulo parecido. Vão aparecer numa das próximas matérias.
Vocês são excelentes Nunão, desculpe o spoiler. rs Aguardo ansioso pela matéria.
Relaxa, estava lá para todo mundo (pelo menos os mais reparadores) olhar e fotografar. Quanto à matéria, segure a ansiedade que o tempo anda curto por aqui rsrsrsrs. Mas a gente vai publicar sobre isso sim.
E alguns F-5 atrás dos AMX.
Se atualmente tivermos 30 F-5 em condições se voo acho que é muito.
No pátio de exposições tinha o 4871 que estava sem canhão e com uma pintura semi brilho. Esse não voa mais.
Achei que os f-5 que estavam na linha se testes estavam muito feios, motores sujos… acho que ninguém aguenta mais dar manutenção neles.
30 de 47 não é tão ruim…
Esse ano o Domingo Aéreo do PAMASP felizmente não foi ‘Trovões Abertos’.
São Pedro deu uma boa trégua e o que deu pra ver animou bastante. Longe dos eventos do passado, mas deu pra lavar bem a alma. A organização se rendeu e literalmente abriu os portões para o público, pois o controle de acesso não foi bem – esperemos que a lição tenha sido aprendida…
Que venham mais eventos nos próximos anos e com muito mais emoção!
Parabéns FAB, parabéns Aviadores brasileiros – 23/10 – Santos Dumont!
De todas os Domingos Aéreos este foi o melhor em termos de exibição do F5.
Mas acho que o PAMA-SP esta sem moral, porque não tivemos uma apresentação do KC-390, do Gripen, (eu sei que ele ainda não pertence a FAB), mas poderiam ter tentado.
Agora o KC390 foi lamentável a falta dele no Domingo Aéreo
Gripen só daqui a pelo menos uns 2 anos.
Com sorte o veremos no Portões Abertos de 2024, isso se não for “Trovões Abertos”.
Pessoal uma curiosidade:
Nunca vi (mesmo que em foto) e nunca ouvi falar que os aposentados Mirage III chegaram a sobrevoar a cidade de São Paulo.
Alguém poderia confirmar se já houve apresentação deles em algum Domingo Aéreo distante ou se tem registro se já estiveram, por algum motivo, na BASP em Guarulhos?
Em 1990 num domingo aéreo no Pama SP, cheguei a ver 2 Mirage III EBR fazerem passagens em formação. Estavam com aquela pintura fosca, cinza escura, recém pintada. Haviam passado pelo progrma de modernizacao leve, que incluiu a insptalacao de canards. Foi a única vez que vi eles em SP.
Estive nesse Domingo Aéreo de 1990 …tenho duas ou três imagens desses Mirage III.