Força Aérea dos EUA realiza teste de míssil nuclear que tinha sido adiado em meio à tensão na China
WASHINGTON – A Força Aérea dos Estados Unidos realizou na terça-feira (16) um teste de um míssil balístico intercontinental desarmado, que já estava atrasado 12 dias para evitar o aumento da tensão com a China.
O Global Strike Command da USAF disse em um comunicado que o míssil Minuteman III foi lançado da Base da Força Espacial Vandenberg, na Califórnia, pelo 576º Esquadrão de Teste de Voo um pouco antes da 1h, horário padrão do Pacífico.
O ICBM foi equipado com um veículo de reentrada de teste, disse o comunicado, que caiu a cerca de 4.200 milhas de seu ponto de lançamento original no atol de Kwajalein, nas Ilhas Marshall, disse o comando. O comando acrescentou que o teste verificou que o Minuteman III é preciso e confiável e produziu dados que ajudarão a garantir que a dissuasão nuclear do país seja segura, protegida e eficaz.
O comandante do esquadrão, coronel Chris Cruise, disse no comunicado que o teste mostra que a tríade nuclear – que também inclui a capacidade de lançar armas nucleares de submarinos e lançá-las de bombardeiros com capacidade nuclear, como o bombardeiro furtivo B-2 Spirit – é o “ pedra angular” da segurança nacional para os EUA e seus aliados.
“Este lançamento de teste programado é demonstrativo de como a frota de ICBMs de nossa nação ilustra nossa prontidão e confiabilidade do sistema de armas”, disse Cruise. “Também é uma ótima plataforma para mostrar os conjuntos de habilidades e a experiência de nosso pessoal de manutenção de armas estratégicas e de nossas equipes de mísseis que mantêm uma vigilância inabalável para defender a pátria.”
O lançamento do teste foi originalmente planejado para ocorrer em 4 de agosto. Mas naquele dia, a Casa Branca anunciou o atraso em meio a uma controversa visita a Taiwan da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi. A China se opôs à visita de Pelosi e, em 4 de agosto, lançou cerca de 11 ataques com mísseis perto da costa de Taiwan, que a China considera uma província rebelde e ameaçou retomar o controle à força, se necessário.
O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse na época que atrasar o lançamento do teste era “a coisa responsável a fazer” e condenou os lançamentos de mísseis da China como irresponsáveis e provocativos.
“Uma potência nuclear forte, confiante e capaz pode se dar ao luxo de esperar algumas semanas por um teste para deixar claro – não apenas em palavras, mas em atos – quão sérios somos quando dizemos que não temos interesse em aumentar as tensões”. Kirby disse em uma coletiva de imprensa em 4 de agosto na Casa Branca.
Foi a segunda vez este ano que um teste do Minuteman III foi adiado. A primeira ocorreu em março, quando o secretário de Defesa Lloyd Austin adiou outro teste para evitar aumentar ainda mais a tensão com a Rússia nos primeiros dias de sua invasão da Ucrânia.
O atraso mais recente atraiu objeções de alguns republicanos, como o deputado Mike Rogers, do Alabama, membro do Partido Republicano no Comitê de Serviços Armados da Câmara.
“Essas tentativas de apaziguamento de joelhos fracos prejudicam nossa prontidão e só convidarão mais agressões de nossos adversários”, disse Rogers em comunicado na época.
O Global Strike Command disse que o lançamento do teste envolveu meses de preparação. Os aviadores da 341ª Ala de Mísseis na Base da Força Aérea de Malmstrom em Montana, a 90ª Ala de Mísseis na Base da Força Aérea de F.E. Warren em Wyoming e a 91ª Ala de Mísseis na Base da Força Aérea de Minot em Dakota do Norte também ajudaram no lançamento como parte de uma força-tarefa.
O 576º normalmente testa quatro ICBMs Minuteman III de Vandenberg a cada ano, e o Global Strike Command disse que mais de 300 desses testes foram realizados anteriormente.
O major Armand Wong, comandante da força-tarefa, disse que os lançamentos de testes estão programados com bastante antecedência e não são realizados em resposta aos recentes eventos mundiais.
Sequência de lançamento de um míssil Minuteman III MIRV:
1. O míssil é ejetado do silo através do empuxo do 1º estágio (A).
2. Aproximadamente 60 segundos após o lançamento, o 1º estágio desengata e o motor do 2º estágio (B) dá partida. O cone do nariz do míssil (E) é ejetado.
3. Aproximadamente 120 segundos após o lançamento, o motor do 3º estágio (C) dá partida e se separa do 2º estágio.
4. Aproximadamente 180 segundos após o lançamento, o 3º estágio termina seu empuxo e o módulo de reentrada principal (D) se separa do foguete para entrar em órbita.
5. O módulo de reentrada principal começa a descer posicionando-se na trajetória de liberação da plataforma.
6. O veículo, ao descer, libera as ogivas nucleares.
7. Ogivas nucleares se dirigem para atingir alvos programados.
8. Ogivas nucleares detonam no ar ou no solo.
FONTE: Defense News
“O ICBM foi equipado com um veículo de reentrada de teste, disse o comunicado, que caiu a cerca de 4.200 milhas de seu ponto de lançamento original no atol de Kwajalein, nas Ilhas Marshall ”
Só para contextualizar, o mapa:
…
Atravessou 3/4 do Oceano Pacífico, “Logo Ali” como diria um mineiro
Enquanto uns poucos podem ter, a maioria não pode……
Boa tarde
concordo!
VAMOS FAZER O MESMO TESTE NO BRASIL!
SELVA!!!
aaaiiii… que lindo!
EU posso fazer testes…sou limpinho, honestão, cheio de virtudes e bom senso e ótimo “construtor” de argumentos falaciosos (desculpinhas limpinhas) para ludibriar os incultos que se acham cultos.
Como pode um ser humano ficar, ainda, caindo nessas falácias, sofistas desses anglo saxões?!?!
Tem de ter entrado MUITO na fila de colocação do aditivo “idiota” quando Deus estava fazendo esse “ser humano”.
O problema para quem tem é que, se outros também tiverem, você perde o posto de xerife e tem que sentar na mesa de negociação. Não disseminação nuclear = manter o posto e os consequentes os privilégios.
No nosso caso, agradeça aos patifes que que aprovaram a alínea a do inciso XXIII do Art. 21 da CF/88 e aos traidores da Pátria que assinaram acordos totalmente prejudiciais ao interesse nacional.
https://m.youtube.com/watch?v=Mvo54LJcXe8
Animação do lançamento do Minuteman III
(…) “…quão sérios somos quando dizemos que não temos interesse em aumentar as tensões”. Kirby disse em uma coletiva de imprensa em 4 de agosto na Casa Branca. (…) Surreal como o misto de descaramento e arrogância dos EUA parece coisa de cinema. Não só aquela bruxa maligna desceu em Taiwan como poucos dias depois uma comitiva de congressistas dos EUA fez o mesmo. Taiwan que é território chinês reconhecido pela ONU desde 1971, território que os próprios EUA não reconhecem como independente a propósito. Esse povo só vai sossegar quando o território imaculado deles sofrer uma grande desgraça pelo… Read more »
Do jeito que estão as contas deles, dividas gigantescas e o avanço da economia Chinesa botando pressão em outra ponta não sei se o que vai estourar lá é bomba. Por sinal toda essa pirotecnia diplomática é para tirar o foco desses problemas. Se fosse um País aqui da AS com aquele percentual de dívida pública já estaria nas mãos do FMI faz muito tempo. Por sinal não vejo mais falar daquelas agências de risco, que dão nota A isso e B aquilo para países mundo afora, uma turminha feita para roubar dinheiro graças a especulação dessas notas na bolsa.
Exatamente
Teste de um míssil de 1970.
Acho que foram testar de disquete bolachão não daria defeito.
kkkkkk
Vc deveria incluir a parte anterior da frase:”não apenas em palavras, mas em atos “.
Russia ameaçou Finlândia e Suécia e ficou só em palavras.
China ameaçou no caso da congressista e ficou só nisso.
Para os anti só sobra isso: mimimi
ANTI?
temos um vira-latas aqui
Putin falou que não admitiria a Ucrânia na OTAN.
E a OTAN não fez nada.
Ficou com medo.
Pode engolir o choro, Dezinho.
A estratégia russa para esses dois países é a do espelhamento como os próprios russos falaram. São dois países prontos para serem alvos de armas nucleares basicamente. Armas nucleares q impediram a intervenção direta da OTAN na Ucrânia a propósito. Imagine o “mimimi” dos pobre militares ucranianos em números que ultrapassam os 100 mil tendo fontes que dizem mais de 200. Imagine o “mimimi” do governo do palhaço que desde o começo implorou por fechamento do espaço aéreo, ficou chupando o dedo, implorou ao líder chinês e até ao papa e ficou…. Enfim, uma coisa é certa: os atos dos… Read more »
É esse tipo de armamento que faz um país ser respeitado militarmente e evita que seu país seja invadido, o resto é resto, simples assim!
Sim, e muitos que não conhecem o assunto defende termos a bomba. Ter a bomba e não ter ICBM, bombardeiros stealth e submarinos capaz de lançá-las = nada.
O cenário ideal é ter a tríade nuclear e nunca dizer que tem a bomba. Jogador coringa. Não vira um alvo das potências nucleares e ainda pode realizar a jogada se preciso.
É óbvio que o desenvolvimento de um implicaria o desenvolvimento de algum dos demais.
Allan, não necessariamente, eu ficaria feliz com o Gripen e algumas centenas das novas B61 americanas ou algumas centenas do míssil francês ASMPA, para início já estaria muito bom, os grandes já nos veriam de outra forma.
A Inglaterra,Paquistão,CN e Israel não têm a tríade nuclear e aí?
Estar em guerras por 70 anos sem ter perdido uma única batalha tbm.
Não concordo, até porque nesses anos os americanos só chutaram cachorro morto, qual potência eles enfrentaram diretamente? O acervo nuclear sim é que impõe respeito, o resto é resto.
Eles enfrentaram a Alemanha nazista….
O Andre falou nos últimos 70 anos, e na segunda guerra eles não estavam sozinhos.
Chutaram cachorro morto que contava com apoio maciço da China e da URSS e venceram fácil. O mesmo não se pode dizer da Rússia na Ucrânia.
Bosco, você é tão previsível, cada vez que eu digo que os americanos só chutaram cachorro morto você sempre se manifesta…rsrsrs.
Entenda, com ou sem apoio da URSS e China, os países invadidos nunca deixaram de ser um cachorro morto, isso é um fato, simples assim, e se a Rússia está sofrendo na Ucrânia, problema é deles, uma coisa não inválida a outra.
São misseis velhos, em grande parte recondicionados ao longo dos anos. ICBMs baseados em silos já sofrem criticas a anos por serem alvos faceis em uma guerra nuclear. Os estados americanos que tem silos receberiam uma chuva de MIRVs ja no primeiro minuto de guerra (ja deixam no meio oeste americano por ser a regiao economicamente menos viavel, buchas de canhão). Russia e China usam lançadores móveis, mais dificeis de detectar. Submarinos são a melhor alternativa, anos atras um submarino russo ficou uma semana no golfo do méxico sem ser detectado.
A função dos mísseis americanos em silos é exatamente a de servir como esponja das ogivas russas. Cada silo precisa de uma ogiva para ser neutralizado e das 1200 que os russos têm implantadas 450 seriam para destruir os silos dos Minutemans e muitos, na verdade , a maioria , estariam vazios por conta de 2/3 estarem sempre em estado de alerta e prontos para serem lançados em menos de 10 minutos do alarme de lançamento de mísseis russos, que levariam 30 minutos pra chegar. *Outra função seria no caso de um primeiro ataque americano. – “São misseis velhos, em… Read more »
“Chuva de mísseis” é por sua conta. Até prova em contrário os russos ainda fazem parte do New START e isso lhes permite terem no máximo 1500 ogivas lançáveis por ICBMs e SLBMs. Atualmente eles estão com menos de 1300 ogivas estratégicas implantadas.
Em 1/3 das lançadas do solo estando fora de prontidão e em as ogivas lançada de SSBNs serem limitadas a dois submarinos em patrulha de cada vez, sinto que sua percepção de “chuva” é um tanto quanto exagerada.
Parece que esse míssil entrou em serviço em 1970.
Enquanto isso, os russos têm o SARMAT.- O Destruidor de Mundos.
Quantos mundos ele já destruiu mesmo?
Nem queira saber, mas, certamente, o dos sonhos americanos.
Já era, meu chapa.
Acostume-se.
Luis,
Não faça da ignorância uma arma porque definitivamente não o é.
Não importa se o Sarmat (que ainda não entrou em operação) pode levar 20 MIRVS , ainda assim os russos estão presos ao New Start e só poderão implementar 1500 ogivas estratégicas. Igual quantidade dos americanos.
Disse o arauto do mundo do sonhos.
Senhores, qual o tamanho de uma ogiva nuclear dessas ?
Pela ilustração do desenho parece ser pequena.
Desde já, excelente matéria.
Só complementando, aos ogivas propriamente ditas estão dentro desses cones , que são os veículos de reentrada balísticos, no caso o Mk-12A. As ogivas são as W78. Onde os veículos de reentrada (RVs) estão montados é o “ônibus” ou mais precisamente , o veículo pós impulso (PBV) . Funciona como um quarto estágio, e utiliza seus foguetes para colocar um RV em direção ao seu alvo de cada vez. O próprio RV logo que se desprende do PBV e antes de entrar na atmosfera usa um sistema de gás comprimido que o faz girar de modo a se estabilizar, como… Read more »
Esta é uma ogiva W80 de 200 Kt utilizada em mísseis de cruzeiro e não a utilizada no ICBM Minuteman III, mas o tamanho não é muito diferente dado que tem rendimento semelhante.
É isso que faz aquele estrago todo que vemos ? Nossa!!!
Alexandre Galante e Bosco, muito obrigado pela explicação, realmente vocês estão em outro patamar, muita riqueza de informação e conteúdo.
Esse míssil é bem danadinho heim!
Depois dos lançamentos de misseis da China sobre Taiwan nada mais que justo esse lançamento de modo à informar que os EUA também podem responder à altura.