Virgin Orbit cria subsidiária no Brasil e obtém licença para operar no Centro de Lançamento de Alcântara

38

A subsidiária e a licença para operações de lançamento devem permitir lançamentos do Brasil para o espaço já em 2023. As operações no Centro Espacial de Alcântara estão estreitamente alinhadas com a missão da Virgin Orbit de abrir espaço para todos, de todos os lugares, já que o local é geograficamente um dos mais lugares vantajosos do mundo para lançar satélites em órbita

LONG BEACH, Califórnia — 27 de junho de 2022 — A Virgin Orbit (Nasdaq: VORB) juntamente com a Agência Espacial Brasileira (AEB) tem o prazer de anunciar que a Virgin Orbit recebeu formalmente uma licença de operadora para permitir as operações de lançamento do LauncherOne em Brasil. A licença é concedida à Virgin Orbit Brasil Ltda. (VOBRA), uma subsidiária brasileira recém-formada e de propriedade integral dedicada a trazer o sistema de lançamento de foguetes LauncherOne para o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

A formação da entidade VOBRA para atividades espaciais brasileiras dedicadas visa trazer uma nova e importante capacidade para o país e valor econômico para a região. O sistema LauncherOne da Virgin Orbit, que usa uma aeronave 747 customizada, Cosmic Girl, como plataforma de lançamento voadora e totalmente reutilizável, realizará lançamentos da base aérea existente no local brasileiro, voando centenas de quilômetros antes de lançar o foguete diretamente acima do equador – um ponto ideal global — ou em outros locais ideais identificados para cada missão individual.

Espera-se que o sistema de lançamento da Virgin Orbit dê a Alcântara a oportunidade de se tornar um dos únicos portos espaciais continentais do mundo funcionalmente capaz de atingir qualquer inclinação orbital. Todo o equipamento necessário para a Virgin Orbit realizar um lançamento em órbita é totalmente transportável, desde o foguete, até os ativos terrestres que o preparam para o voo, bem como a própria aeronave. Essa capacidade permite que a equipe transporte todo o sistema com segurança, realize uma campanha de lançamento e retorne a uma das outras instalações da empresa sem a necessidade de qualquer outra construção além da base aérea brasileira.

O Centro de Lançamento de Alcântara já recebeu vários lançamentos de foguetes suborbitais, mas a instalação ainda não foi utilizada para atingir a órbita terrestre. Ao facilitar a introdução dessa capacidade há muito procurada em Alcântara, a Virgin Orbit, AEB e a Força Aérea Brasileira (FAB) esperam criar uma nova competência significativa para a área.

Centro de Lançamento de Alcântara
Centro de Lançamento de Alcântara
Pista do Centro Espacial de Alcântara

Após o cumprimento de todas as formalidades exigidas pela FAB e a conclusão de todas as diretrizes do CLA, o LauncherOne poderia realizar o primeiro lançamento de classe orbital doméstico para o Brasil já em 2023. “Estamos muito animados para trazer capacidade de lançamento orbital para o Brasil”, disse Dan Hart, CEO da Virgin Orbit. “Nossa pequena área de cobertura e o exclusivo sistema móvel LauncherOne nos permitem trabalhar com o país na realização de seu primeiro lançamento doméstico para a órbita da Terra, ao mesmo tempo em que acessamos uma série de inclinações orbitais a apenas dois graus ao sul do equador e sem a necessidade de nova infraestrutura permanente . Aproveitar as instalações existentes no Centro Espacial de Alcântara é importante para nós em nosso compromisso com a sustentabilidade e esforço para abrir o Space For Good. Estamos ansiosos para trabalhar juntos para assumir as próximas possibilidades.”

“O Virgin Orbit é um excelente provedor de transporte espacial, muito adequado para lançamentos rápidos e dedicados de pequenos satélites”, disse Carlos Moura, presidente da Agência Espacial Brasileira. “Acreditamos que a Virgin Orbit pode melhorar suas capacidades decolando do Espaçoporto de Alcantara. Clima agradável, aeródromo maravilhoso, espaço aéreo livre e sistemas de rastreamento proficientes. Juntos, podemos fazer muito mais”.

Sobre Virgin Orbit

A Virgin Orbit (Nasdaq: VORB) opera um dos sistemas de lançamento espacial mais flexíveis e responsivos já construídos. Fundada por Sir Richard Branson em 2017, a empresa iniciou o serviço comercial em 2021 e já colocou em órbita satélites comerciais, civis, de segurança nacional e internacionais. Os foguetes LauncherOne da Virgin Orbit são projetados e fabricados em Long Beach, Califórnia, e são lançados do ar a partir de uma aeronave transportadora 747-400 modificada que permite que a Virgin Orbit opere a partir de locais em todo o mundo para melhor atender às necessidades de cada cliente. Saiba mais em www.virginorbit.com e visite-nos no LinkedIn, no Twitter @virginorbit e no Instagram @virgin.orbit.

DIVULGAÇÃO: Virgin Orbit

Subscribe
Notify of
guest

38 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Rui Chapéu

Finalmente algo bom que sai de Alcantara??

Teve que entrar a iniciativa privada pra finalmente produzirem algo?

Que venham mais empresas, mais parcerias e mais projetos para usarem toda capacidade que a base de Alcantara merece!

MMerlin

Seja no mercado de drones, seja no setor espacial, o Brasil só cresce devido ao investimento, em sua maior parte, do setor privado. Principalmente, o agronegócio.

Welington S.

E foi justamente o agro que impulsionou a XMobots. E hoje a XMobots é reconhecida e entrará com força na área militar de drones.

Willber Rodrigues

Ótimo.
Entrega aquilo pra quem tem grana e sabe gerencia-la.
Se depender do Brasil ter um programa espacialpra usar Alcântara, aquilo vai continuar entregue ao mato e as baratas ad eternum.

Danieljr

Excelente, que tenham mais clientes e lançamentos para usar a base ao máximo.

Marcelo

Quem vai ter coragem de colocar o satelite desenvolvimento de 5 anos numa gambiarra dessa se pode contratar (carona) um Angara russo ou foguete indiano ou longa marcha chines ou Ariane europeu que é 99 % garantia de entrega da carga no espaço !!!
O país que respeita o dinheiro do contribuinte contrata a empresa com menos risco !!!!

Danieljr

O que tem a ver país que respeita dinheiro do contribuinte com essa salada de foguetes que você mencionou e tudo isso com Alcântara?

Sequim

Que a FAB use o dinheiro do uso da base de Alcântara por essas empresas privadas e reative e finalize, com sucesso, o projeto do VLS.

Luiz Antonio

O projeto do VLS está definitivamente enterrado. Seria o mesmo que voltar a fabricar um Corcel II, completamente inviável. Para voltar a sonhar com desenvolvimento próprio em primeiro lugar seria necessário formar pessoas e isso não se faz em menos de 15 anos. Em paralelo, elaborar PROJETO e suas etapas que não são comuns no Brasil: Análise de Viabilidade, incluindo as Partes Interessadas, Levantamento de Necessidades, Obtenção de Recursos, Execução, Monitoramento, Validação e Operações. Isso para ser bem básico. Fora disso é Delírio e queima de dinheiro público.

Allan Lemos

Ai você acorda e se lembra que mora no Brasil.

Projeto totalmente defasado, não há nenhum interesse governamental e a prioridade da AEB é o lançamento do tal Veículo Lançador de Microssatélites, que dificilmente vai para a frente.

Faça um favor a si mesmo e não perca tempo sonhando com VLS, isso é coisa para países sérios e comprometidos, não para repúblicas de bananas.

Luiz Antonio

Pior é que tenho que concordar com você.

Carlos Campos

o VLM é um bom sucessor, antigamente satélites precisavam ser enormes, hoje eles diminuíram bastantes.

MMerlin

Infelizmente, correm boatos na AEB e no setor, que o VLS também está enterrado.
Outros boatos expõem a possibilidade de uma parceria da FAB (que é quem definitivamente investe no PEB) com empresas de lançamento coreanas (CS antes que pensem ser a do Norte).

Se for para chegarmos à algum lugar (como o espaço) finalmente…

Dilbert_SC

A FAB já tem um histórico negativo de parcerias que não levaram a lugar nenhum: “Uma parceria entre Brasil e Ucrânia consumiu quase R$ 1 bilhão dos dois países, com o objetivo de lançar foguetes da série ucraniana Cyclone-4 a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. O projeto resultou na criação de uma empresa binacional, a Alcântara Cyclone Space (ACS), sediada no país e sepultada em 2019, por inviabilidade comercial, sem jamais ter cumprido seu objetivo de concluir um lançamento e contribuir para a inclusão do Brasil no hall de países que dominam a tecnologia.” Fonte:… Read more »

Thiago Vinícius

Olhe a qualidade dos parceiros que o Brasil escolhe para projetos dessa magnitude: Ucrânia, África do Sul…

Aí fica difícil!

Rodrigo Maçolla

Na foto principal que ilustra notícia a “cosmic Girl” alem do LauncherOne sob a asas tem também um outro “veiculo” em vermelho na asa esquerda alguém sabe o que é ?

Luiz Antonio

Vou chutar: Pode tratar-se de uma baia de instrumentos de monitoramento e lançamento do míssil..

Dario

Aquilo é o suporte de onde se desprendeu o foguete na foto.

Luiz Antonio

Exatamente, aliás que suporte!

Allan Lemos

Um lugar que tinha o potencial para se tornar o nosso Cabo Canaveral, mas é subutilizado. O povo brasileiro não merece o território que tem.

Luiz Antonio

A AEB nada mais é que um “clubinho” cabide para alguns mamarem de alguma forma. Se fecharem a AEB ninguém perceberá, a não ser os sanguessugas de plantão, Simples.

Allan Lemos

Exatamente. É a triste realidade.

gordo

Chutando por baixo, desde 1960 estamos tentando desenvolver um meio próprio para chegarmos ao espaço e sempre ficamos na mesma. O dito miserável Irã e a dita miserável Coreia do Norte já conseguiram e nós aqui bajulando falsos amigos. Agora que a OTAN resolveu se incomodar com o clima quero ver para onde nossa oligarquia (militar, judiciária e bancária) vai correr.

Carlos Campos

Isso é muito bom, pq o aluguel cai para ser investido nas nossas pesquisas espaciais, inclusive tecnologia de foguetes, que a FAB saiba gerenciar bem esse dinheiro

Dilbert_SC

Quais pesquisas espaciais? Quanto a FAB (AEB) já está mais do que comprovado que eles NÃO sabem gerenciar bem o dinheiro que é (e principalmente foi) destinado a eles. Acidente com o VLS, “astronauta” marcos pontes (em minúsculo mesmo), participação na ISS (International Space Station), parceria com a Ucrânia, etc. O histórico da AEB é simplesmente vergonhoso. Nota: minha opinião é sempre favorável ao desenvolvimento de tecnologia nacional. Todos sabemos que é caro e leva tempo, mas se um dia o Brasil quer ser uma grande nação (e não um grande bobalhão) esse é o único caminho. Mas se colocou… Read more »

Frederick

Quais pesquisas espaciais? Propulsores, Lançadores de microssatélites, sistemas de navegação, metereologia, et caetera. o VLS 1 terminou. Há outras tecnologias críticas que dominamos e nossos laboratórios de ensaios são úteis e de ponta. Quanto a FAB (AEB) já está mais do que comprovado que eles NÃO sabem gerenciar bem o dinheiro que é (e principalmente foi) destinado a eles. FAB e AEB são dois órgãos diferentes. Mostre a comprovação de que esses dos órgãos não sabem gerir recursos. Lembrando que gestão de recursos é a racional e eficiente aplicação deles, o que difere de plano político governamental. Que, acho, está confundindo. Aliás,… Read more »

Rinaldo Nery

Muito bom, Fred.

Rinaldo Nery

Amigo, AEB e FAB são coisas bem distintas…

Marcelo

Se essas empresas que estão vindo pra cá achando que vão fechar grandes contratos com o governo para lançamentos estão bem enganados !!!
Esse mercado de lançamento é só cobra engolindo cobra !!!

Nemo do Nautilus

Que bom, que seja apenas o principio do envolvimento de brasileiros (e não do parasitismo estatal) com a economia espacial! 😉

Aéreo

Alcantara é uma espécie de mini Brasil. Trata-se de uma vantagem apenas geográfica, não apresenta nenhum desenvolvimento tecnológico em nível mundial ou inovação, é apenas geografia. Nosso agronegócio é mais ou menos a mesma coisa. Aproveita a quantidade enorme de terras férteis que temos, sol e chuva. Uma parte enorme da cadeia de valor do agronegócio brasileiro está nas mãos de empresas estrangeiras na forma de patentes sobre tecnologias genéticas e químicas, além de itens como softwares de agricultura de precisão, drones e maquinário de maior valor agregado. Itens que são montados no Brasil algumas vezes, mas que a propriedade… Read more »

João Adaime

Prezado Aéreo
Aprendi mais uma contigo. Não sabia sobre a Holanda. Fui pesquisar e encontrei que a Holanda é o segundo maior exportador de alimentos do mundo e não primeiro. Pelo menos nas fontes que encontrei. Em valor de exportação e não em quantidade/tonelagem.
Graças ao tal do valor agregado. Além de exportar legumes, fornece um terço do comércio mundial de sementes de legumes. Aí está o pulo do gato. Como você comentou. E este é só um exemplo.
Abraço

Aéreo

Oi João

Eu puxei os dados de memória, achava que a Holanda seria a primeira colocada em exportação de alimentos, Achei uns dados mais recentes (2021) que seriam os seguintes;

1. Estados Unidos – U$ 118.3 bilhões
2. Holanda – U$ 79 bilhões
3. Alemanha – U$ 70.8 bilhões
4. França – U$ 68 bilhões
5. Brasil – U$ 55.4 bilhões

Fonte: https://blog.equipacenter.com.br/maiores-exportadores-agricolas-do-mundo/

João Adaime

Obrigado.
Foi essa uma das fontes que vi.
Nós temos muito que aprender com os quatro primeiros colocados.
Abraço

Alessandro

Iniciativa privada essa é a solução para os nossos problemas, pois Estado não gera riqueza.

Não é o centro de lançamento dos nossos sonhos, mas é oq dá pra fazer hoje devido o descaso e o ESTRAGO que fizeram nesse setor, aos poucos quem sabe iremos consertando isso.

Last edited 2 anos atrás by Alessandro
Cristiano de Aquino Campos

Se quisermos cortar etapas, podiamos comprar um projeto antigo que seja e dai evoluir. Russos, indianos, Chineses vendem. O Iran, coreia do Norte e a Arábia Saudita compraram.
Acho que até se fizermos uma proposta para os EUA eles talvez vendam algo e investimos no que interessa, os satelites.

Jose Pereira

Há algum porto próximo de Alcântara para criar uma logística integrada de embarque e desembarque de equipamentos ?
Pelas fotos parece que não…

Last edited 2 anos atrás by Jose Pereira
João Adaime

Caro José
Utiliza o porto de Itaqui, em São Luís, na baía de São Marcos. Depois leva via rodoviária, contornando a baía.
Abraço