KC-390 e Rafale, exportações x redução na cadência – histórias parecidas?
Nos últimos dias, uma polêmica se instaurou em relação às encomendas da Força Aérea Brasileira (FAB) para o jato de transporte militar KC-390, fabricado pela Embraer, com a possibilidade de redução do pedido da FAB para apenas 15 aviões. Vamos relembrar alguns fatos e, na sequência, comparar com um programa de avião militar de outro país que sofreu, guardadas as devidas proporções, um problema semelhante: o caça francês Dassault Rafale.
Originariamente, o KC-390 teve 28 aeronaves contratadas em 2014. No “roll out” do primeiro exemplar, naquele mesmo ano, muitas esperanças foram depositadas nas possibilidades de exportação do jato de transporte militar, ainda que a concorrência fosse dura na categoria de capacidade de carga: o C-130 Hercules americano.
Poucos meses atrás, devido a dificuldades orçamentárias, esse número foi renegociado com a empresa para 22 exemplares, com uma cadência de entregas à FAB esticada no tempo e reduzida em alguns anos a apenas um avião por ano. E, na segunda-feira, foram publicadas notícias na grande imprensa e meios especializados em economia de que o objetivo da FAB é renegociar o contrato para 15 unidades. Esse número já havia circulado durante a negociação para 22 aviões, sendo que estudos para redução da encomenda vêm desde 2019, segundo a Força Aérea.
A decisão por reduzir e postergar entregas, por parte da FAB, pode ser considerada uma solução de compromisso para tentar equilibrar duas coisas: a capacidade anual de pagamento (a de hoje, não a da época do contrato original) e a necessidade de manter a linha aberta e o pessoal trabalhando, que é do interesse tanto da Força Aérea quanto da Embraer. A salvação para a cadência originalmente planejada ser retomada é conseguir mais contratos de exportação do avião. Por enquanto, há encomendas de Portugal e da Hungria, embora sejam relativamente poucas aeronaves, cinco e duas, respectivamente. Ainda assim, as sete unidades encomendadas por outros países compensam a redução na capacidade da FAB em pagar e receber seus aviões no curto prazo, e os primeiros exemplares dessas encomendas externas já estão em produção.
A situação é delicada, o problema é complexo, mas está longe de ser inédito no mercado aeronáutico de defesa. A negociação entre FAB e Embraer remete a um caso que ganhou bastante notoriedade na década passada: a decisão que o Ministério da Defesa da França tomou, em acordo com a fabricante Dassault, de reduzir a cadência de produção do Rafale ao mínimo possível para manter a produção do caça, nos anos seguintes à crise de 2008 e dos consequentes cortes no orçamento de defesa da França.
Rafale: de uma série de fracassos a uma coleção de sucessos
O voo do demonstrador de tecnologia do Rafale foi no já distante ano de 1986, e o primeiro protótipo voou em 1991. Cortes orçamentários e suspensões de contrato foram empecilhos para o programa deslanchar e somente em 2001 começaram as entregas, inicialmente da versão naval, para a Marinha Francesa. A Força Aérea Francesa começou a receber o caça em 2004. Os planos eram para encomendar quase 300 caças (1/5 para a Marinha, o restante para a Força Aérea) mas problemas orçamentários reduziram os contratos inicialmente para menos da metade disso, com possibilidades de ampliações posteriores. Elas vieram, e o número foi fechado em 180 caças para a França.
Tanto as autoridades governamentais quanto industriais apostavam que contratos de exportação compensassem os números menores efetivamente contratados. Porém, as encomendas externas não vieram na velocidade esperada para a Dassault, uma empresa acostumada desde a década de 1960 a boas vendas externas de seus caças das famílias Mirage III, F-1 e 2000. Na verdade, demoraram mais de uma década.
Não faltaram tentativas desde o início. E também não faltaram derrotas em concorrências internacionais, algumas esperadas por não haver tradição com alguns potenciais compradores, como o caso das ocorridas em 2002 na Coreia do Sul e em 2005 para Singapura. Outras, porém, foram amargas. A concorrência de 2007 no Marrocos era considerada uma grande chance. Derrotas na Suíça em 2011 e no Brasil em 2013 foram especialmente sentidas, como ficou claro nas notas divulgadas pela Dassault sobre os resultados nesses países. Em 2011, autoridades dos Emirados Árabes Unidos praticamente brecaram negociações nas quais a Dassault apostava alto, chamando a proposta da empresa de “impraticável”. Na Índia, a celebrada vitória declarada em 2012 num grande contrato de 126 aviões (a maior parte a ser fabricada no país asiático) foi seguida de anos de difíceis negociações que enfim estagnaram.
Nesse meio-tempo, veio a crise econômica de 2008 e reduções gerais nos orçamentos de defesa europeus, incluindo o da França. Sem contratos de exportação e com uma crise financeira que não dava margem à França comprar toda a produção anual originariamente planejada para o caça, foi preciso negociar uma solução de compromisso entre o MD francês e a Dassault: a cadência anual de produção foi reduzida para um mínimo de 11 a 12 aviões por ano, entregando unicamente para a Força Aérea e Marinha francesas.
Foi um período difícil, especialmente entre 2010 e 2015. A dificuldade de vender o Rafale era assunto corrente. Numa charge de 2010 do Poder Aéreo sobre os três caças finalistas do programa F-X2 da FAB, que ironizava o que cada “torcida” dizia sobre os caças dos torcedores “adversários”, o Rafale aparecia como o avião amado apenas pela sua mãe (a França):
F-X2, uma terapia de grupo
Apertaram-se os cintos no MD francês e na Dassault, enquanto os esforços de exportação ficaram ainda mais difíceis em meio às notícias negativas e às necessidades de continuar o desenvolvimento de versões mais avançadas do caça francês, em busca de mantê-lo competitivo. Mas, enfim, vieram os primeiros contratos efetivos de exportação, para Índia e Egito, em 2015, e isso se deu nada menos que 13 anos após a primeira derrota numa concorrência, em 2002. No caso da Índia, o fato da encomenda se reduzir de 126 aviões para apenas 36 foi parcialmente compensado por mudar de fabricação majoritariamente indiana para totalmente francesa, “de prateleira”. Outros países se seguiram, como Qatar, Grécia, Croácia, os próprios Emirados, a Indonésia, e hoje a carteira de encomendas externas do Rafale supera o total de pedidos da Marinha e Força Aérea francesas.
O resultado? A cadência anual foi ampliada após longos anos operando na cadência mínima e, em boa parte, foi dedicada aos clientes externos, enquanto o MD francês conseguia se readequar em seus orçamentos anuais. O sucesso de vendas externas chegou, mantendo a tradição da Dassault. Por essas e outras o reequipamento francês com o Rafale ainda vai levar muitos anos para terminar, o que continua sendo do interesse do MD francês para atender a outras prioridades orçamentárias. Depois de um período em que os primeiros esquadrões trocaram seus caças Mirage F1 e 2000C por Rafale (embora mais fossem desativados do que reequipados, num processo de grande racionalização), o ritmo de reequipamento foi reduzido e só há poucos anos o jato de ataque Mirage 2000N (de dissuasão nuclear) foi substituído pelo Rafale. Ainda há esquadrões franceses voando caças Mirage 2000-5 e exemplares das versões C e B de geração mais antiga, estes realizando a conversão para a primeira linha. E os jatos de ataque Mirage 2000-D, equipando uma Ala com 4 esquadrões, ainda continuarão na ativa por um bom tempo. Enquanto isso, a linha do Rafale é mantida principalmente pelo sucesso dos contratos internacionais. Bom para todos.
E o que isso tem a ver com o KC-390?
O histórico de produção do KC-390, comparado ao do Rafale, ainda é recente, guardadas as devidas proporções quanto ao tamanho dos programas. A negociação para reduzir cadência de produção e esticar ainda mais as entregas, adequando-as ao que a Força Aérea Brasileira consegue pagar anualmente, em meio a dificuldades orçamentárias, ainda é relativamente recente.
Algumas poucas encomendas externas ainda garantem um mínimo de ocupação da linha de montagem final e de entregas de fornecedores para compensar em parte a redução nas entregas para a FAB. A situação, como vimos acima na comparação com os longos anos de problemas enfrentados pelo Ministério da Defesa da França e pela Dassault em relação ao Rafale, ainda aparenta ser negociável.
O que o KC-390 precisa é de alguns bons contratos de exportação para escrever uma história parecida com a do Rafale francês, que depois de muitos anos angustiantes enfim se transformou de fracasso de vendas externas em sucesso, garantindo a continuidade de sua linha de produção. No momento, a aposta é um tour por 11 países da Europa e Oriente Médio. O Poder Aéreo deseja boa sorte e boas vendas. Histórias como a do Rafale mostram que é preciso persistir.
desculpe editor, nao vejo relaçao de similaridade entre os dois projetos . por isto é complicado uma empresa de alta tecnologia privada e competente trabalhar com visoes (sendo bem sincero ) politicos da época que fazem projeçoes de um futuro que caiba nas suas ideias .. tipo, empurra para governos futuros resolverem … tambem devemos pensar no h225 br, fabrica de submarinos , 2500 guaranis e muito outros , mais que militares é uma questao de grana e politica
Elias, não precisa pedir desculpas para discordar. Queria, porém, discutir esse trecho do seu comentário: ” politicos da época que fazem projeçoes de um futuro que caiba nas suas ideias ” Isso é fato para vários programas, mas no caso do KC-390 é importante lembrar que nasceu de uma iniciativa da própria Embraer, que buscou a FAB para aprimorar as especificações e, eventualmente, se interessar e bancar seu desenvolvimento. Veio então um contrato de desenvolvimento com forte investimento governamental e, em 2014, um contrato negociado entre ambas as partes. Não foi uma ideia de governo apenas. Está sendo complicado aqui,… Read more »
Kc390 é um avião que corresponde a sua função , perfeito. Nao há o que criticar a engenharia que foi construído,, embraer perfeita.(ponto) Expectativa da época política totalmente fora de realidade ( muitos estao na ativa) e nem de longe sao ( e serão) responsabilizados sabendo de como funciona o orçamento militar e dificuldades de muda-lo Para o projeto passar foi “vendido” a ideia de .. 28 aviões fab e um mercado de 700 ,,, e ainda ,,que eu saiba ,,,quem procurou um novo avião de transporte militar para substituir o hercules foi a fab com o momento politico da… Read more »
Não há, mas o objetivo é outro…
Caro Elias, simples assim, o governo não tem dinheiro para compras as 28 unidades que havia se comprometido colocando o projeto do KC em risco. A saída para a Embraer e conseguir contratos com outros países para manter a linha de produção. Foi o que aconteceu com o rafale.
Permita.me discordar e se calhar estarei tambem enganado, quando o governo fez o contrato estava previsto custar x e no fim custou x+y, e agora o governo tem que decidir ou retirar dinheiro de algum lado e bancar os custos totais ou cortar para manter a verba que dispoe
O projeto não está em risco. Não seja alarmista.
O problema é enfrentar o lobby dos norte-americanos.
Sim, mas não é um problema considerado apenas nosso. Na França também reclamavam, no caso do Rafale.
Matéria de dez anos atrás:
https://www.aereo.jor.br/2012/07/27/rafale-e-superior-quando-influencia-dos-eua-nao-e-o-criterio-diz-ceo-da-dassault/
Nunão ;
A dissolução da fusão da Boing com a Embraer antes da Pandemia, também não afetou um pouco esse mercado e a concorrência dessa Aeronave ou será que esse mercado é concorrido mesmo e a Empresa vai ter que ter paciência e que o tempo dita o resto ?!
Com certeza afetou. Mesmo a parceria com a Boeing para campanhas de vendas do KC-390, e que a princípio não fazia parte da fusão que era na área de aviação comercial, visivelmente azedou, embora fosse dito na época da desistência da fusão que essa parceira com o avião de transporte prosseguiria.
A pandemia piorou o que já estava ruim. Já as incertezas no panorama da segurança internacional, após a invasão russa da Ucrânia, tem potencial de tirar planos da gaveta pelo mundo e aquecer a indústria de armamentos e de aviões militares. A conferir.
Sobre a Boeing importante perceber que com o azedamento do novo 737 a Embraer sai ganhando em não ser sugada pelo vórtice financeiro que pode quebrar a Boeing.
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Acredito que o governo americano não deixaria acontecer, mas a empresa certamente diluiria seus ativos/fábricas no exterior para proteger sua estrutura interna.
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Que a Embraer de novo salto em seus projetos como fruto da parceria com a SAAB.
Quando falo do nosso natimorto o povo aqui cai de pau. Bem, mais uma redução… Podem malhar, mas o programa é um fracasso sem uma grande participação da FAB. Vai vender quantos pelo mundo se a FAB nao compra muitos? Fora os lobbys concorrentes fortíssimos mundo afora. Boa aeronave, nada extraordinário. O mundo não precisa do KC390, isso é fato.
O tempo é senhor de todas as verdades e vai mostrar quem está certo mas até o momento, embora respeite sua opinião, penso que escreveu bobagens.
Vai passar mais um ano, depois vários, o fracasso estará estampado e vocês continuarão negando. Parece coisa de religião.
Excelente matéria! Nem tudo é um mar de rosas lá fora e nem tudo é uma tragédia por aqui. Persistamos!
Ah é… Tudo a ver… Rsrs
Forçou a barra… E por conveniência (indiretas, rsrsrs)… Deveria, por exemplo, ter comparado “frutas” semelhantes, com o caso do A400M, por exemplo.
Banana e maçãs são frutas (aviões), mas não são as frutas (aviões) com sabores (funções) semelhantes…
“Forçou a barra… E por conveniência (indiretas, rsrsrs)…” Wellington, é bem melhor para o debate que você seja claro, esse seu joguinho de sempre é muito bobinho. Diga logo, que conveniência? “Deveria, por exemplo, ter comparado “frutas” semelhantes, com o caso do A400M, por exemplo” Comparei os maiores programas recentes de aviões militares projetados, bancados, desenvolvidos e fabricados em cada país, o KC-390 da Embraer, no Brasil, e o Rafale da Dassault, na França, especificamente nos seus desafios que tiveram / têm em comum, atravessar um período de ausência de vendas externas e necessidade de reduzir a cadência de produção.… Read more »
Eu acredito que uma boa opção para FAB que tem como reduzir apenas mais uma aeronave contratualmente ( Limite de 25%) seria amarrar a venda de pelo menos 6 C390 para suecia em compensação ao novo lote que se planeja comprar de gripens fora isso acho difícil a embraer reduzir para as 15 unidades.
Sobre a necessidade ou mesmo o esforço de manter toda a frota contratada, em um programa que durará quase duas décadas o MD deveria priorizar operar aeronaves mais recentes e, em momento oportuno, negociar governo a governo as aeronaves mais antigas.
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Manterá o número de aeronaves contratadas gerando demanda à nossa indústria pela manutenção destes aparelhos.
Sim. Se algum comprador com orçamento menor surgir. Oferece um ou mais usados como forma de manter baixar a idade média da frota e manter a linha aberta por mais tempo. Da mesma forma, quando surgirem compradores, a FAB talvez possa ceder o lugar na fila de produção para que os compradores recebam mais rápido e a FAB melhore o fôlego financeiro.
Índia… Algum dos ricos petroleiros do oriente,Coreia, Suécia e Itália. Acredito ser e ter possibilidades… Com algum poderia ter uma “volta” por parte do Brasil, como Itália e Índia.
Sei não. Se pá a gente compra Centauro II e a Itália vai de C-130 ou A400M, afinal, nós compramos Gripen e a Suécia vai comprar KC-390 não. Nunca duvide da capacidade do brasileiro de ser besta
Talvez não somos bestas…. Não fabricamos tudo, esse é o problema. Mas Suécia seja somente questão de tempo e Itália pode ser “custurado” um acordo envolvendo CENTAURO… FREMM…. Não sei mas deveria ser tentado.
A Itália já tem 25 C-130J.
Pra maioria das forças aéreas caças são mais prioritários do que transportes; o mercado e a demanda são maiores para o primeiro do que para o segundo. Vão ser difícil para a EMBRAER conseguir mais vendas.
Eu acredito que uma das razões para o Rafale ter demorado para começar a vender é que a situação dos caças dos países que são tradicionais clientes da França não estava tão ruim, então eles esperaram, mas uma vez chegando a terceira década do século XXI ficou insustentável manter Mirage 2000 ou F-16 A/B e tiveram que encomendar um substituto.
O projeto do KC390 se encontra numa situação complicadíssima de vendas e segurança financeira. Uma linha de montagem nessa cadencia é prá lá de inviável economicamente. A maior esperança da Embraer seria uma venda para os EUA, usando o KC390 em missões diferentes das do C130, fato que não aconteceu. Fora isso, a fabricante dos motores, a IAE, deverá em breve fechar sua linha de produção do motor V2500 devido a baixíssima saída, já que agora todos os Airbus da família 320 saem equipados com ou com o PW GTF ou com o CFM Leap. Fico pensando se não teria… Read more »
Eu acredito que a EMBRAER não vai perder muito porque esse foi um projeto encomendado e bancado pela FAB, se não vingar eles partem pra o quê sempre deu certo: aviação comercial e executiva.
Compartilho o ânimo e a perspectiva otimista do mestre Nunão e espero de verdade nesse revés, mas a comparação é difícil até de imaginar. França e Brasil são países muito diferentes, sem contar que as situações peculiares que favoreceram a aeronave francês não creio possam ser aplicadas e replicadas em favor da Embraer. Nesse período aconteceram muitas coisas, entre elas a intervenção na Libia que deu a chance ao Rafale de se exibir, depois a anexação da Criméia( 2014) e consequentes sanções a Russia. Isso prejudicou a cadeia de produção russa e abriu oportunidade para os concorrentes ( FRANÇA!). Em… Read more »
A única chance do Gripen é no quesito preço, como foi pro F-5. Não acredito em grandes vendas individuais de Gripen para os países ricos, o negócio pro Gripen são encomendas de 12 a 18 aeronaves para países da AS, Ásia e África. Talvez os operadores atuais do Gripen C/D encomendem novas aeronaves. A SAAB deveria criar alguma maneira de baratear muito o custo unitário do Gripen em relação aos seus concorrentes e/ou conseguir acelerar a produção de maneira que entregas rápidas sejam um diferencial. Não acredito que esses países estarão interessados em parceiras tecnológicas como nós, eles vão querer… Read more »
Tem mais, o fator político “Brasil”. Nos últimos anos criamos situações embaraçosas do ponto de vista diplomático e político que nos custou caro. Nos distanciamos políticamente dos EUA e da Europa sem porém ter procurado e encontrado uma alternativa, um contrapeso . Então, nossas autoridades aqui xingavam e tiravam sarro com a RPC, insultavam com elegância a première dame francês, o nosso ridículo ministério da defesa soltando relatório onde a França é colocada como ameaça, o nosso exímio presidente que atordoado teve quase um AVC antes de reconhecer Biden como legítimo presidente dos EUA. Um show dos horrores … Agora… Read more »
Ah, já fixaram sabendo da última ? Mais uma tapa na cara do Brasil, são tantas que nem dói mais …
Não apenas deixam de fora a principal economia da AL mas convidam a falida Argentina. Convidada pela Alemanha a reunião do G-7 e o gigante latino-americano ficou mais uma vez a ver navios.
A diplomacia brasileira sempre conseguiu o privilégio de ter o próprio lugar para debater em diferentes mesas..hoje nem o banquinho nos sobrou para sentar.
O KC-390 falhou pois não havia lógica de existir, ponto. O C-130/KC-130 e suas versões modernizadas são muito mais em conta em termos de preço e custo benefício, pois nenhum país quer aumentar suas capacidades aquém do necessário pra uma aeronave que não esta homologada pras diversas funções que o C-130/KC-130 está. Só na cabeça da FAB e da Embraer, embebedados pelo sonho do “Basiu Putenfia” que esse projeto era viável. Fizeram estudos falando em 200-300 unidades vendidas. A administração pública deveria ter um pouco mais de inteligência e saber se não estávamos em mais um voo de galinha e… Read more »
Em nenhum momento afirmei que a responsabilidade é apenas do ”bozonaru malvadu”, você que na tentativa e impossibilidade de refutar os fatos tenta simplificar
e criar um espantalho. A questão não é só ele, a questão não é ser bonzinho ou malvado. A questão é dessa administração ser limitada, burra e reduzir as relações internacionais a brigas ideológicas ou confrontos pessoais. Muitos dos pontos que você relatou são reais e certamente a atual conjectura do país não facilita . Porém não tente tapar o sol com a peneira.
Eu mencionei diversos fatores acima e você esta ai me imputando uma falácia do espantalho. Não neguei os erros do governo Bolsonaro, esta claramente no meu texto que são um conjunto de fatores, mencionados posteriormente por mim, que provam que o fracasso nas vendas vão muito além de apenas isso. Se fosse APENAS por isso outros produtos não teriam sido vendidos no governo dele.
Como eu disse: São um conjunto de fatores. E não disse que você afirmou que a culpa é apenas do Bolsonaro, mas que de fato não é apenas dele.
“Não existe diplomacia e força política que faça um jaburu como o H225M ASW por exemplo ser vendido, não existe” Se eu tivesse começado acompanhar o setor de defesa a partir de ontem poderia concorda com você, mas como não é esse o meu caso então considero sua afirmação bastante erronea. Não se trata de vender soja, acordos diplomáticos, poder político e econômico contam e muito. Enfiaram o AH-2 SABRE na FAB sem necessidade nenhuma, não foi certamente pelas qualidades da aeronave ou alguma lógica operacional e industrial. # O Brasil não pode oferecer independência/alternativa estrategica . Não oferece apoio… Read more »
Estamos longe de enteder o que é política de Estado, política industrial e de defesa .
Só mais uma versão do Surion…
Se não há capilaridade de recursos, só vamos viver mais surtos industriais de BID, nada além disso… Temos uns 25 bi de dólares e 80% vai pra salário e pensão. Vale mais a pena comprar helicópteros de fora. Engraçado você usar, novamente, esse helicóptero e a HELIBRAS como exemplo pra algo. Sério, desculpe mas vou te abrir os olhos querido. A Helibras monta kits CKD’s da hoje (hoje porque já foi chamada de Eurocopter …) Airbus Helicopter. Tira as peças principais de um container, monta, pinta e entrega.Vou abrir pela 2a vez seus olhos. A Helibras funciona pelo Lobby da… Read more »
Nascimento, apenas para complemento de informação, até temos projeto de Turbina Nacional, inclusive um primo meu (Homero Santiago Maciel) trabalhou na coordenação desse projeto, onde seria utilizado em drones militares, porém a última vez que vi algo sobre esse projeto datava de 2020, projeto da turbina TR-5000 (Turborreator de 5000N). Em conversa com esse primo, ele me falou que estava trabalhando na época no motor que hoje está em testes com o AV-TM 300, motor do segundo estágio (300 km de alcance e que tem matéria recente do PA, mais um projeto que parece não ter a atenção devida pelo… Read more »
“Sério, desculpe mas vou te abrir os olhos querido. A Helibras monta kits CKD’s da hoje (hoje porque já foi chamada de Eurocopter …) ” Estavo aguardando afirmaçoes genéricas, levianas, sem embasamento e de senso comum para abrir meus olhos. Você diz conhecer a história da Helibras mas pelo que você escreve não parece. Tive o prazer de ler esse PDF , e em que suporta as suas afirmações ? “Projeto AH-X (FAB): contrato publicado no DOU18 cujo objeto foi denominado genericamente de “aquisição de material de defesa”, no valor de US$ 363.932.922,79 (aproximadamente R$ 756.289.006,85),19 mas que diz respeito… Read more »
Onde isto prova alguma coisa? Proves que houve ”entubamento” como tu dizes… Simples. E se a FAB não fizeste nada então foste conivente com corrupção? Então não existe uma agencia de tribunal e de prestação de contas no Brasil?
Ignorou as fontes e tirou uma conclusão vinda dos santos? E os documentos da Força Aérea Brasileira colocados pelo gajo? Erro grave da FAB, igual ao KC-390, simples. Havia o requisito dos militares, logo não tens do que reclamar.
Se fosse outro vetor seria desativado da mesma forma.
Sobre a Helibras, como estou sem vontade de repetir as mesmas coisas vou simplesmente respostar e assim que tiver tempo alego um PDF com a bibliografia, fontes e datas para melhorar compreensão da história por trás da Helibras.
#”A Helibras não detém o monopolio do mercado cívil, tem mais relevância no setor militar e governamental, mas isso é normal. Aquisições de meios militares apresentam um conjunto de particularidades e necessidades de forma que a escolha recai sobre o equipamento com maior conteúdo nacional ou que pelo menos realiza os serviços de manutenção e adaptação no país possibilitando reduzir custos de operação, manutenção e treinamento.” #”A Helibras monta, modifica, atualiza presta serviços de suporte, manutenção/assistência . Fora da Europa é uma das 3 subsidiárias que fazem isso.” #”O H-XBR, que muitos criticam, entre outras coisas visava proprio ampliar as… Read more »
Concordo contigo no caso do AH-2. Entubação pura e simples!
Quanto ao H225M, o problema em si não é ela, a Helibras, mas o helicóptero em questão. Tenho uma dissertação de um militar brasileiro sobre essa aeronave, mas o arquivo está no meu iPad e não estou com ele aqui comigo, agora.
O nome-fantasia é HELIBRAS e o verdadeiro é AIRBUS HELICOPTERS DU BRÉSIL. Não dá pra chamar de Nacional porque é de outro(s) País(es) mas também não dá para chamar de estrangeira porque produz helicópteros de desenho Francês no Brasil, ou seja, forma, especializa e emprega mão de obra Brasileira altamente qualificada. Apesar da promessa dos anos 80 (recriação da AvEx) de desenvolver aqui o substituto do Écureuil/Esquilo, renovada várias vezes (a última que vi foi nos tempos do 725/225), continua na mesma, mas sem dúvida continua a ter lá sua serventia (mas não vejo gente promovendo adversários Nacionais para ela).… Read more »
Tu é velho conhecido aqui Rui. Tudo aquilo que é “europeu” é bom, não precisa nem ter a bandeira de Portugal que automáticamente tu defendes. O ATLAS como vai ? Ótimo dizem, sobretudo econômico e sem problemas. Gozado…
Se algo for mal eu direi, independente de vós que se prendes ao ufanismo louco e sem argumentos!
Onde provaste que o KC-390 era rentável? Falaste de MI35M, HELIBRAS e NADA mais de KC-390… O ponto do Nascimento estava certo então…
???
Parece que bom mesmo foi o período de 2000 a 2015 quando tudo era maravilhoso. Acho que entenderam…..
“E o p##T? ”
A ) “Putin è um criminal”
B ) “E os EUA , e a invasão do Iraque?!”
Vocês se parecem e nem imaginam o quanto .
Farinha do mesmo saco.
Logo no início da invasão da Ucrânia, algum gênio inventou de fazer um entrevista a D#lma, como se ele fosse capa de fazer alguma análise sobre os acontecimentos.
A argumentação dela era tão maluca quanto a maioria quanto a de vocês. Só falava da “OTAN “, em nenhum momento abordou a Rússia e seus objetivos .
Farinha do mesmo saco.
Assino onde?
Quem sabe nossos diplomatas e os bananinhas da vida conseguem boas relações comerciais com o Zimbabue e aí sim o troço pega.
Só um aparte, a Croácia quando encomendou os Rafales, não precisava do apoio Francês, pois já pertencia á UE e NATO.
E a França não suportou a Croacia nesses processos?
“In January 2013, Croatia’s EU Treaty was ratified by the French Parliament. French Minister Delegate for European Affairs Thierry Repentin visited Zagreb in 2013 in support of its membership in the EU.”
Nato idem, a França acompanha e auxilia a Croacia em todo processo de adequação
Vcs querem comparar o governo frances que faz guerra para abrir mercado e para proteger as empresas francesas e interesse do governo frances pelo mundo com o governo brasileiro que é um esculhambação !!! A diminuição de entregas do rafale foi pontual pelo governo em momento de crise mundial,mais mesmo assim manteve a linha aberta entregando 12 avioes por ano !!!! Já a Embraer vai manter a linha aberta em 2025 para entregar 1 aeronave pra fab se a embraer nao conseguir novos contratos !!! Estou vendo a linha de produção do kc-390 fechando em um futuro bem próximo (em… Read more »
O governo francês meramente alongou as entregas mas continuou comprando em quantidades que pra nossa realidade são grandes (equivalente a um esquadrão por ano de Rafale) enquanto no nosso caso vai ser na prática uma produção artesanal já que um por ano não dá pra se chamar de produção em escala industrial, além do que as quantidades previstas finais são bem diminutas (22 aeronaves e um punhado para exportação não vão dar retorno financeiro ao investido e talvez nem mesmo sejam capazes de manter a linha de produção aberta).
Muito bom. Pena que o Brasil não é a França, que o governo brasileiro não tem o mesmo comprometimento que o governo francês tem… essas coisas. torço pra que no fim tudo dê certo, embora não tenha muita fé.
E tem outra. A FAB já bateu o martelo e, pelo que entendi, vão querer um segundo lote de Gripen de qualquer jeito (e isso é muito bom). Só que o mais lógico a fazer (pelo menos é o que eu e boa parte dos amigos foristas e entusiastas sempre comentamos é de que esse pedido deveria ser condicionado a uma compra do KC-390 pela Suécia. Ao que parece, no entanto, é que isso não vai rolar, pois aparentemente a Suécia vai modernizar os seus C-130. Eu não sei como está acontecendo essa negociação e não quero afirmar coisas das… Read more »
A contrapartida oferecida peça Suécia ao Brasil foi a montagem local do modelo biposto F, sendo que até isso já foi descartado, ou seja, mais um processo onde a transferência de tecnologia será pouco ou nada aproveitada (talvez alguma coisa seja aproveitada nas aeronaves civis da EMBRAER) e mais uma vez veremos o nosso dinheiro, dinheiro do pagador de impostos brasileiro, indo pro ralo, sem que nenhuma investigação seja aberta, isso já é praxe nos processos das três forças, programas encerrados sem qualquer explicação. Só posso acreditar que tem muita gente colocando dinheiro no bolso em troca da falência da… Read more »
Só para elogiar o cartum. Muito bom.
Olá à todos! Por mais que possa realmente existir algum tipo de comparação KC-390 e Rafale, ainda assim, suas funções originais não justificam nenhum tipo de comportamento semelhante por parte do cargueiro da Embraer. Diferente do Rafale, o KC-390 não tem nenhuma característica que o torna singular em sua categoria, não há nada que ele faça que seus pares não façam o mesmo e em alguns casos, até melhor. Minha opinião é que, o avião se especializasse em algo e então seguisse na tentativa de ser o melhor nisso, e então focasse no público de forças aéreas mundiais que fossem… Read more »
Bingo! Excelente matéria.
Ainda não tive tempo para ler toda a matéria, mas pela primeira “passada de olho” já percebi que é bem interessante. Essa charge da época do angustiante FX2.. ficou um barato, me lembro bem. Ahaha
Só tem uma diferença, a França mesmo com dificuldades financeiras sempre tenta comprar o que tem de melhor, já no Brasil isso nem sempre é verdade, já que o orçamento é mais para folha de pagamento de pessoal, quase uns 90%, fora que a Dassault e o governo francês são muito mais agressivos no intuito de vender seus produtos, o lobby francês é muito maior que o brasileiro, lembro de um pessoal de mi mi mi nos comentários porque a Dassault estava oferecendo o Rafale por fora da concorrência formal belga.
As vendas não dependem só da qualidade do projeto das necessidades das forças armadas, mas também de influencia politica e força diplomática; coisas que o Brasil está muito carente no momento!
Já que a FAB quer abrir mão de 13 KC-390 tenho uma solução que vai deixar todo mundo feliz e que passou da hora da FAB largar a mão do queijo… seria 15 unidades do KC-390 para a FAB, 8 unidades para O Exército Brasileiro, que passou da hora de ter um vetor aero de transporte próprio e 5 unidades para a Marinha do Brasil, que também precisa do mesmo! Inclusive para reabastecer os A4 Skywalk, fazendo isso todo mundo ganha…
Até a parte do EB estava indo bem. Já pra MB, não acho que faça sentido qualquer outra coisa que não seja Bandeirinha, Orion ou Vant
A marinha precisa por causa dos Fuzileiros Navais pra transportar tropas, helicópteros e blindados, nos EUA os Fuzileiros tem ate caça! só aqui que é assim!
Nos EUA muita coisa é diferente. Tipo a Marinha ter 11 porta aviões nucleares. Aqui, não temos nem mesmo 11 fragatas. Não se inicia a construção de uma casa pelo telhado. Do jeito que está a MB hoje, não deveriam pensar em nada novo acima de um Esquilo antes que tivessem navio decente pra cumprir adequadamente a missão básica dela. Skyhawkz Trader e KC então….
EB e MB com KC-390? Hehehehehehe…ótima! Agora, conta aquela do papagaio e da loira….
Caro Flanker. Acho improvável que o EB adquira o KC390. Eles preferem os Sherpa.
Essa comparação, levando em conta as díspares funções de ambos ,bem como a mentalidade que reina em ambas as forças, é meio sem sentido. Cabe mais ver as razões nacionais(nossas), que vão desde sublevação dos salários dos militares até as razões operacionais. Dizem,por exemplo ,que a FAB precisa ter mais meios de defesa aérea. Seria para enfrentar as forças aérea de quem? Uruguai ? AT 37 Argentina? A 4 Bolívia? T 33 Peru? SU 20/22 e MIG 29? Colômbia? KFIR e F 16 mais antigos Venezuela? SU 30 ( esses em breve estarão mais tempo ainda Hangarados, se é que… Read more »
Se um dia você entender a dimensão da importância geopolítica do Brasil (O quinto maior país do planeta com uma população de mais de 210 milhões de habitantes) nossa localização geografia, recursos energéticos etc.
Você vai entender que a importância das Forças Armadas não se resume a esses tipos de comparações pueris com vizinhos da América do Sul.
olá sou militar da legião estrangeira e já saiu por aqui que o Brasil não vai mais comprar os KC 390 porque não é o tudo aquilo que se pensava ser a aeronave, estão usando ate imagens do kc390 que sofreu acidente quando parou fora da pista para falar isso… a Airbus e a Locke…. agradecem pela parceria com o comandante da FAB, que ajudou o projeto ir pro saco…
Eu tambem sou da Legião, participei em 50 missões e tenho mais de 300 mortes confirmadas.
qual seu regimento? Estou no 2º REI em Nîmes, onde você esta?
Olá, eu sou um espião da legião infiltrado no FBI com contatos na NASA.
Participei de missões especiais no Afeganistão,Iraque, Líbia, Síria e agora estou encarregado de coordenar as operações russas no mar báltico pela 465° Division Commands de Fort Collins, Massachusetts-Ohio.
Mês que vem participarei com a frota americana/australiana de treinamentos com submarinos nucleares no mar da China setentrional.
Parabéns Nunão…
Matéria que agrega !
Sds.
Excelente reportagem Nunão.
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Mesmo tendo muito ruído acerca do contrato vigente, essa correlação exposta na reportagem oportuniza um esperança no programa.
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Que o governo cesse, quem sabe nessa eleição, a ideologização capenga de nosso política externa e procure oportunizar os interesses da nação, aqui na figura do KC, da FAB e da Embraer. Que novos contratos apareçam.
Se para os grandes fabricantes de equipamento de defesa, como a Dassault, a coisa está difícil, imagina para a Embraer.
Mercado de defesa é muito competitivo e se o fabricante não conta nem com o apoio do governo local, com compras expressivas, fica difícil.
As empresas brasileiras de defesa sempre sofreram pelo fato de o governo brasileiro comprar pouco e ainda por cima ter que competir com gigantes internacionais.
Temos exemplos aos montes, como a Avibras, a Engesa, e agora a própria Embraer.