Sugestão de leitor: em que pé está o MICLA-BR?
Nesta terça-feira, 17 de maio de 2022, surgiu entre as discussões dos leitores do Poder Aéreo uma questão: em que pé está o desenvolvimento do MICLA-BR, míssil de cruzeiro de longo alcance sobre o qual a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Avibras assinaram um memorando de entendimento em novembro de 2020?
Afinal, já se passou mais de um ano e meio, e as notícias desde então são escassas – e o pedido de recuperação jucidial da Avibras, feito há cerca de dois meses, joga mais incertezas na questão. Um caminho é checar o Diário Oficial da União (DOU), e dois extratos, nesse meio-tempo, trazem algumas informações, embora com pouquíssimos detalhes.
O mais recente a aparecer na pesquisa é do final de dezembro do ano passado (cerca de cinco meses atrás) que prorrogou o prazo do Memorando de Entendimento assinado em novembro de 2020. Segue abaixo uma reprodução da página (e do cabeçalho com a data):
Em resumo: há cinco meses, concluiu-se que as discussões sobre a visão estratégica, cenário de emprego e requisitos do míssil de cruzeiro atingiram suas metas, mas foi pedido mais um ano de prazo para atingir outra das metas do memorando, relacionada às alternativas para custear o desenvolvimento. Assim, o prazo foi prorrogado até dezembro deste ano (2022).
Para saber mais sobre o escopo do Memorando de Entendimento original, do final de 2020, segue o extrato do mesmo, também publicado no DOU:
O segundo item “b” do Memorando de novembro de 2020 refere-se, naturalmente, ao fato de que há anos está em desenvolvimento o Míssil Tático de Cruzeiro (MTC) pela Avibras, por contrato com o Exército Brasileiro, para lançamento pelo sistema Astros.
Para saber mais sobre o MTC e o MICLA-BR, clique nos links a seguir:
- Míssil MTC-300 entra em fase final de desenvolvimento
- O míssil tático de cruzeiro MTC-300
- Avibras testará dois mísseis táticos de cruzeiro na Barreira do Inferno
- Míssil Tático de Cruzeiro é empregado em simulação durante a Operação Laçador
- Exército vai construir forte em GO para abrigar mísseis
ótimo!!
Jornalismo de 1º e Informação segura.
Essa empresa Avibras tem um histórico de idas e vindas financeiras e a maioria dos produtos com atrasos ou pouca comunicação pública necessária, devido aos recursos do contribuinte. Do portfólio só se salva o Astros. O restante não foi para frente ou enrolados.
Quero ver você tocar uma empresa em um país onde não se compra nada localmente. E quando compra é pequenas unidades. E para piorar ainda mais o que já é ruim, desenvolver um produto que não pode ser mostrado os resultados e nem prublicado para uma possível exportação. Mas concordo que a empresa peca também. Peça por não apresentar produtos novos, não inovar em produtos que produziu e que ainda tem mercado para eles ( FOG MPM, Foguetes 70 mm guiados, EDT FILA etc etc). E principalmente peca em produzir um produto hiper estratégico para um cliente que compra pouco… Read more »
Desde quando isso é ‘argumento’? Então quando reclamar da corrupção, vá você ser político, se reclamar de algum militar, seja um militar melhor…se a comida estiver ruim, tenha antes um restaurante para reclamar!
Sinto até vergonha quando vejo esse tipo de ‘argumento’.
Cara você está se estressando por nada.
Só estou te mostrando que o que você disse tem sentindo, porém a culpa não é só da empresa, mas a maior culpa é de militares e políticos que não dão a mínima para o desenvolvimento nacional .
Não fui eu que escrevi o primeiro comentario! Mas apenas disse que esse argumento de “faz voce”, é invalido, abaixa todo e qualquer tipo de discussão!
Na minha opinião, empresa de armas no Brasil é suicidio, principalmente as focadas nas FA! E se for publica, tem que fechar as portas!
E esse SS aí no nome, quer dizer o que mesmo?
Pelo argumento não se pode reclamar de nada. Temos que ficar quietos em relação a políticos corruptos por não sermos políticos. Não podemos nos indignar com as mordomias de militares pois não somos militares. Não! Não é assim que funciona. Pois a moralidade, a eficiência e a honestidade devem permear todas as funções públicas e nós, pagadores de impostos, não apenas podemos mas devemos cobrar honestidade e resultados de políticos, de militares e de qualquer empresa que receba recursos públicos.
Fox. Toco uma empresa relacionada a área de telecomunicações que atende o setor privado. Não nego que a dependência eletrônica que temos mostra a alta fragilidade que nosso país se encontra na área. Praticamente toda suíte eletrônica que a empresa utiliza vem de empresas como Huawei ou Nokia. Mas a AVIBRAS tem vários outro problemas, além dos já conhecidos que são administrativos e financeiros. E estes problemas levam a falhas e atrasos de projetos. Sem concorrência não existe disputa por qualidade, avanço tecnológico e custo de produção. O setor de Segurança e Defesa, no Brasil, carece urgentemente disso. E Nunão,… Read more »
Meu caro, tenho uma micro empresa a 14 anos empregando 4 pessoas. Esse primeiro argumento esquece!
O site da empresa é horrível, com poucas informações sobre seus produtos, nem vídeos institucionais com suas armas em ação eles tem, e sabemos que marketing é tudo…
https://www.avibras.com.br/site/
Não se vende esses produtos via e commerce com entrega pelos correios ou mercado livre. O que consta no site é apenas para informar o que se fabrica. Qdo um comprador se interessa, ele faz uma visita ao fabricante ou pede um road show…
Bah, e eu estava juntando uns trocos, economizando em pescarias e viagens para comprar uns foguetes e quem sabe um MTC, mas para o Correio entregar. Vou ter de cotar com transportadora.
Balela, veja a Raytheon com seu canal no youtube mostrando todo seu portifolio. https://www.youtube.com/watch?v=RrRScxnDfrk As empresas BR de defesa tem o mesmo problema crônico que as FFAA tem, que é não mostrar nada ao publico por algum medo que seja, como se as grandes potencias já não tivessem a mesma tecnologia há pelo menos 40 anos atrás. Outro grande exemplo é a israelense RAFAEL com seu canal mostrando o funcionamento do AEROSPIKE. https://www.youtube.com/watch?v=8SogMA1xMRo Voce vê eles preocupados em mostrar a GRANDE TECNOLOGIA™ pro resto do mundo? Só aqui no Brasil tem esse problema. A unica que se salva é a… Read more »
Diga pra SAAB que eles estão errados.
Pois é, por quê a Avibras não é uma Raytheon da vida, né? Tire bilhões do seu próprio bolso e invista na empresa, garanto que em uns 2 anos o MICLA estará pronto para ser levado para o setor operacional da FAB.
Parabéns à trilogia….Atentar, escutar, atender ao leitor ( eleitor tb) é so selo de qualidade de uma impresnsa profissional e competente… muitos de nós aqui, somos amantes e leigos e reportagens deste naipe, só merece aplausos….
P A R A B É N S !!!
Está no mesmo pé do MT-300.
Envolto em nuvens de dúvidas !
E isso vindo da FAB é preocupante, devido ao histórico da mesma em relação aos produtos e projetos nacionais.
Mas não tá mesmo. O MTC-300 pelo menos já voou (e mais de uma vez). Esse aí nem do papel saiu. Aliás, nem no papel dá pra dizer que está, já que tudo não passa de um MoU para estudo de viabilidade. Ninguém deu a certeza de que vai mesmo sair
Essa é a FAB que tu fica aí batendo palmas pra tudo que ela faz…
Boa!!!
Na minha opiniao nao tem necessariamente uma relacao com a empresa – Avibras – e sim com a falta de seguimento dos projetos pelas FFAA . Muda a administracao , muda a prioridade . Isso é verdade por exemplo para o MSS 1.2 , para o missil anti radar , etc etc .
Como o recurso é publico , se gasta sem o habito de prestar conta aos pagadores de impostos !
Acho que a FAB desistiu de gastar dinheiro no desenvolvimento desse míssil e vai gastar o dinheiro que tem com a comprar e conversão do A-330 !!!
Futuramente caso a FAB resolva comprar o míssil acho que ela vai de míssil Brahmos indiano !!!
Vai… a gente vai comprar míssil russo sim. Só na sua cabeça
Vcs viajam demais kkkk
A indústria desse segmento no Brasil não se mantem sozinha, depende de recursos governamentais, não da para esperar que a empresa vai bancar com o desenvolvimento desse míssil com recursos próprios. Esses projetos não deveriam nem existir, como sempre os projetos militares no Brasil acabam consumindo recursos insuficientes e os projetos são abandonados.
Como não conseguimos custear esses projetos, poderíamos efetuar compras de prateleira, ou usar o modelo da compra de tecnologia, a segunda opção sai bem mais cara para o país, pois pagamos valores altos pelos projetos, e não podemos abanda-los pq as multas são pesadas.
O que é irritante neste país é isto, temos capacidade. Já provamos em diversas maneiras. Não sei como ninguém acha estranho, apenas o Brasil ter postos vendendo etanol. Foi uma revolução que fizemos e ao menos desenvolveu-se no país, mas ficou nisto, nem nossos vizinhos adotaram. Foi uma compainha italiana que desenvolveu o motor flex. Olha a usina nuclear de Angra 3 !!!!!! Já vai para 40 anos, qua-ren-ta anos e não terminou. O sujeito tem que fazer planejamento secular aqui de tão lento que os projetos são. Não é querer defender, mas me ocorreu aqui que as grandes empresas… Read more »
OFF
Os americanos fizeram o primeiro teste bem-sucedido do AGM-183 (míssil ar-terra hipersônico, HGV).
https://www.airforcemag.com/arrw-flies-at-hypersonic-speeds-in-first-successful-test/
Outro que nunca fica pronto é o FOG-MPM, esse acho até que já cancelaram por completo, já que é lá do início dos anos 80 e até agora nada.
Produto hiper interessante para armar helicópteros, drones, barcos, aviões nacionais.
Mais uma vez temos que agradecer nossos militares por não mostrarem o devido interesse pelo produto.
Aí o EB vai lá e compra o Spike (que tem mais ou menos a mesma tecnologia ).
Verdade amigo, acho que estamos a um passo de virar compradores de prateleira e do pior tipo, que compra a conta-gotas. Tecnologia só vamos investir para saber como operar, validar o produto comprado e talvez fabricar sob-licença.
Obs. Quando fabricar sob- licença o será também a conta-gotas más e para dar uma moral para uns esquemas dos padrinhos políticos.
Exatamente!
Se o projeto é dos anos 80, melhor já terem esquecido mesmo, pois tenho certeza que já existem armas do segmento muito mais capazes e com tecnologias bem mais atuais.
Era só o que me faltava as forças armadas resolverem gastar dinheiro com algo de tecnologia de 40 anos atrás ao invés de desenvolver algo novo ou até comprar de prateleira algo muito mais moderno e barato.
Existe time pra tudo. Se você passa décadas desenvolvendo algo, essa tecnologia, quando estiver pronta, estará totalmente obsoleta. Sem falar na perda de recursos
Muito bom!
Talvez pudessem citar o leitor que sugeriu…
O nome é Vitor. Tem comentário dele logo mais acima.
O nome não está citado na matéria porque foi a discussão a respeito que motivou a pesquisa desta, e não exatamente uma dica / link / informação dada pelo do leitor.
Normalmente quando o leitor dá uma dica de informação nova ou notícia que não vimos e vira matéria, citamos ao final.
A discussão que motivou esta matéria está na postagem vizinha, começa logo no primeiro comentário.
”… mas foi pedido mais um ano de prazo para atingir outra das metas do memorando, relacionada às alternativas para custear o desenvolvimento.”
Vamos todos dar as mãos e pedir para que missir marvado se manifeste.
Gostaria muito de ver uma matéria sobre os principais jatos de treinamento fabricados atualmente.
Bate uma tristeza prévia,pq todo projeto com algum futuro termina abandonado, missil antiradiação,missil ar-ar de curto alcance,gastasse muito no desenvolvimento,mas na hora de comprar para nos lotes pré produção.
Melhor não criar expectativas com o projeto pois pode “seguir a tradição” e acabar sendo mais um desperdício de recursos e tempo terminando sendo cancelado! Nossos oficiais estão mais empenhados em manter suas mamatas e aumentar suas regalias de marajás.
Uma coisa que é importante mencionar é que a cadeia de produção mundial está com prazos mais alargados de entrega, o que pode afetar custos e prazos de entrega de material que ira compor o sistema. Toda a industria está afetada.
No caso da defesa, o problema é ainda maior sem fluxo de caixa e falta de escala…
Li que o disparo do Astros foi feito com sucesso este ano, mas ainda precisam lançar mais pra validar certificação , correto?
Aparentemente sim. Não se divulgam muitas informações dobre o MTC-300. Nos primeiros disparos comentou-se que estavam com problema na ignição do motor de cruzeiro, que é nacional, fabricada pela turbomachine. Espero que tenham resolvido o problema em todo esse tempo e que o ultimo disparo tenha sido satisfatório, pois o míssil já deveria estar em fase de industrialização.
Xi… Essa fala de “cadeia de produção mundial”, especialmente no setor da defesa, não é assim tudo isso…
Não confunda com o mercado da indústria automobilística.
Tomara que não seja por vaidade, a FAB tem um programa o EB tem outro só falta a MB ter pra chamar de seu.
Qual seria o empecilho pra ficar em uma das forças??
Nilton,
Acho que está claro que o objetivo da colaboração entre FAB e Avibras é especificar um derivado do míssil em final de desenvolvimento pelo Exército para lançamento por terra, o MTC-300, e assim gerar uma versão lançada do ar, como mostra a cláusula de que o MICLA-BR deverá ser derivado de um existente.
Para versão aerolançada a FAB tem mais capacidade de ajudar a especificar que o EB.
Mas Nunão se o programa fosse concentrado em uma área de qualquer uma forças o gerenciamento do projeto estaria em tese administrado com mais celeridade, evitando linhas cruzadas.
Entendo sua preocupação, Nilton, mas acho que não é o caso nessa fase de estudo de viabilidade e especificações. Embora na minha opinião a MB e o EB também devessem participar das discussões de próximos desenvolvimentos do míssil de cruzeiro, de alguma forma. Mas num contrato efetivo de desenvolvimento isso a meu ver teria que ser discutido ou concentrado, já que o desenvolvimento da arma até agora, em sua versão terrestre, esteve ligado ao EB. Há exemplos de concentração de um contrato numa das forças, para equipamento de interesse às três. O contrato de aquisição dos helicópteros H225M, por exemplo,… Read more »
( … Não haverá repasses de recursos financeiros …)
A AVIBRAS trabalha de graça como na época antes da privatização da EMBRAER, a FAB ia lá e pegava o AMX o EMB 312 e enviava pra AM, SC, etc sem pagar as aeronaves novas ou as manutenções. Isso mudou muito depois da privatização, mas desenvolvimento e máquinas novas custam e custam muito dinheiro, por isso a importância de repasse financeiro considerável. Não há empresa que sobreviva trabalhando de graça na fase mais onerosa que é o desenvolvimento de um novo produto com novas tecnologias de ponta.
Exatamente
Helio, a fase atual está mais para especificações e requisitos do que para desenvolvimento de um protótipo ou produto.
A observação sobre não haver repasse financeiro é em relação a esta fase atual. Nem a FAB está recebendo da Avibras para ajudar a especificar uma nova versão de um produto da empresa, nem a Avibras está recebendo da FAB para isso.
O que estão discutindo desde a extensão do prazo, conforme os extratos pubicados no Diário Oficial, é justamente as formas para custear o desenvolvimento daqui pra frente.
meu ponto de vista sobre empresas nacionais no ramo de armamentos é que deveriam focar primeiramente em produtos de menor complexidade, baixo custo de produção e onde possam competir globalmente. Dessa forma conseguiriam alguma saúde financeira antes de projetos mais ambiciosos. E no que diz respeito aos últimos, creio que um bom serviço prestado por produtos simples e baratos traria confiança suficiente para que países sérios (brasil excluído obviamente) financiassem projetos mais tecnológicos, visto não ser esse o interesse das forças armadas nacionais.
Basicamente a FAB não sabe de onde vai tirar dinheiro pra isso, o governo não tá nem aí e a AVIBRAS não vai fazer nada de graça, sem ao menos receber o famoso “sinal”.
Enquanto pensávamos que o projeto já poderia estar em desenvolvimento, com protótipo prestes a ser lançado até o próximo ano, quem sabe, na verdade ele nem começou. Nem saiu do papel e eu nem estou surpreso
Se demorar muito vamos perder o time e podemos certamente perder muitas oportunidades de venda, assim como aconteceu com o KC-390, que se tivesse saído uns 5 anos antes teria ganhado contratos em pelo menos uns 2 países importantes.
A mesma coisa acontece com o MTC-300, que é inclusive a versão de exportação. Me parece um produto muito interessante para exportação por ser itar free, mas se demorar muito pra sair é capaz de surgir outros competidores na frente e vender primeiro.
Até 3022 fica pronto…calma….
Triste os projetos mais importates da defesa do Brasil ou estã parado ou estão a passos de tartaruga, se esses dois projetos estivesse em andamento correto a Avibras estaria melhor.
E o MAR-1 ?????
Morreu…
Parabéns pelo trabalho, de fato, jornalístico… Investigar os motivos, a situação, etc… e não somente como releases de notícias oficiais… Uma pena não aconteceu o mesmo quando de outros sistemas racionais abandonados pelos comandos nos últimos 16 anos…
No mais, se fosse uma aquisição de um artefato estrangeiro, ou o fomento de uma empresas nacionalizada (especialmente de origem israelense), esse memorando de entendimento, muito provavelmente, não haveria essa última cláusula “Não haverá recursos financeiros…”
É só com esse Aeroclube se acha que o desenvolvimento autóctone se consegue através do altruísmo das empresas nacionais de defesa, então se banca empresas estrangeiras…