Primeiros pousos e decolagens do treinamento que simula guerra irregular tiveram o objetivo de nivelamento entre esquadrões e integração dos quase 900 militares envolvidos

Em atividades operacionais complexas, como Exercício Conjunto (EXCON) Tápio 2021, é exigido que os participantes sejam capazes de formar consciência situacional a respeito do cenário em que irão operar. As primeiras 200 horas de voo do treinamento promovido pela Força Aérea Brasileira (FAB), alcançadas neste sábado (21), a partir da Base Aérea de Campo Grande (MS), foram marcadas pela sinergia entre os esquadrões de diversas aviações e de Infantaria, além do nivelamento de ações entre os quase 900 militares envolvidos.

As cerca de 30 aeronaves empregadas no EXCON Tápio já se deslocam para missões que simulam um cenário de guerra irregular, quando há um conflito contra forças insurgentes e paramilitares. Os primeiros pousos e decolagens do exercício são voltados para o reconhecimento do cenário e suas evoluções. Assim, os componentes podem analisar as possibilidades de execução da missão designada e verificar as capacidades para explorá-las.

Na Aviação de Caça, aeronaves A-29 Super Tucano fizeram suas primeiras surtidas, por exemplo, em ações de Apoio Aéreo Aproximado e Escolta CSAR. Na primeira, o exercício simula uma situação em que as forças insurgentes tentam impedir a progressão das tropas amigas no terreno, quando então os caças são acionados e auxiliam na neutralização dos inimigos ao solo. Já na segunda ação, as aeronaves atuam como componente de apoio direto aos helicópteros H-36 Caracal e H-60 Black Hawk que resgatam combatentes em território hostil.

Além dessas missões, caças A-1 AMX cumprem, também, aquelas de Controle Aéreo Avançado, que consistem em empregar aeronaves para coordenar o ataque ou o Apoio Aéreo Aproximado contra alvos oponentes, previamente localizados e identificados, a fim de neutralizá-los ou destruí-los. Já as aeronaves E-99 e R-99 demonstram a operacionalidade dos vetores nas missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento.

As aeronaves SC-105 Amazonas são intensamente empregadas no lançamento de homens paraquedistas. Clique aqui para baixar a imagem originalMilitares de Operações Especiais das Forças Armadas estão integrados na execução de diversas Ações de Força Aérea, como Guiamento Aéreo Avançado, Infiltração por meio de salto livre operacional, Exfiltração de ambiente hostil e Ação Direta. As missões envolvem componentes do Grupamento de Mergulhadores de Combate (GRUMEC) e do Batalhão de Operações Especiais dos Fuzileiros Navais (Tonelero) da Marinha do Brasil; do Comando de Operações Especiais (COpEsp) do Exército Brasileiro; e do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR) da FAB.

Elevação operacional

O Comandante de Preparo, Tenente-Brigadeiro do Ar Sérgio Roberto de Almeida, que nesta sexta-feira (20) visitou as instalações do EXCON Tápio, disse que as atividades são importantes para a defesa do País, considerando que são combinadas e conjuntas, uma vez que envolve o trabalho da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e, ainda, da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF). “Ao final, teremos o treinamento de nossas tripulações, a consolidação da nossa doutrina no mais alto padrão internacional de exercícios táticos e que fazem com que a Força Area Brasileira atinja o seu ponto mais alto”, completou.

O Diretor do Exercício e Comandante da Base Aérea de Campo Grande, Brigadeiro do Ar Clauco Fernando Vieira Rossetto, reforça que as missões do EXCON Tápio estão diretamente ligadas à atuação da Organização Militar. “A segunda fase do treinamento é focada justamente no Search and Rescue (SAR, Busca e Salvamento em português), que tem aplicações tanto civis quanto militares. Nas simulações, no local onde há um conflito, buscamos alguém ferido. Essa pessoa tem o primeiro atendimento médico, situação que é um reflexo do que fazemos no dia a dia. Então usamos dessa similaridade de processos para também fazer o nosso treinamento”, completa.

Para quem está sendo treinado, o Exercício refletirá na elevação operacional das tripulações. É o caso do Tenente Aviador Fernando Lima Da Silva Ribeiro, piloto do Esquadrão Falcão (1º/8º GAV). Ele opera o H-36 Caracal e diz que um dos maiores desafios é a coordenação exigida para empregar o vetor em conjunto com as aeronaves de asa fixa no cumprimento das missões. “Essa é uma excelente oportunidade de realizar esse treinamento, que é único e demanda um elevado grau de adestramento das tripulações”, declara.

O Tenente Aviador Danyel Costa Barbosa Abdala, do Esquadrão Centauro (3º/10º GAV), fala que, para as tripulações do A-1, o resultado esperado é o alcance máximo do adestramento das equipagens. “Que estejamos preparados para o pronto emprego para executar essas missões em prol da nossa Pátria”, conclui.

O exercício

A primeira fase do EXCON Tápio ocorreu de 10 a 13 de agosto, no Campo de Provas Brigadeiro Velloso (CPBV), em Novo Progresso (PA), na região conhecida como Serra do Cachimbo. Já a segunda fase, é realizada na capital sul-mato-grossense. As atividades operacionais ocorrem até o dia 3 de setembro e simulam um cenário de guerra. A FAB emprega no Exercício aeronaves das Aviações de Caça, Transporte, Reconhecimento e Asas Rotativas.

São treinadas Ações de Força Aérea em uma possível participação da FAB em missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), contribuindo para a ordem e a paz mundial e compromissos internacionais; garantindo a soberania, integridade territorial e defesa patrimonial; e provendo ajuda humanitária.

Assim como na edição do ano passado, o EXCON Tápio implementa o plano de biossegurança para prevenção de contaminação por COVID-19. Dentre as principais medidas estão a utilização de máscaras, manutenção do distanciamento social e uso de álcool gel. Além desses procedimentos usuais, haverá testes para detecção do novo Coronavírus antes e durante o exercício para os militares que, porventura, não estejam vacinados, como medidas adicionais de controle, dentre outras.

FONTE: Força Aérea Brasileira

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