FILE PHOTO: An air-to-air left front view of an F-111 aircraft during a refueling mission over the North Sea. (Photo by USAF)

O General Dynamics F-111 Aardvark foi um caça-bombardeiro norte-americano supersônico de médio alcance e aeronave de ataque tático que também desempenhou as funções de bombardeiro nuclear estratégico, reconhecimento aéreo e aeronave de guerra eletrônica em suas várias versões.

Desenvolvido na década de 1960 pela General Dynamics, ele entrou em serviço em 1967 na Força Aérea dos Estados Unidos (USAF). A Royal Australian Air Force (RAAF) também encomendou o tipo e começou a operá-los na versão F-111C em 1973.

Foram cogitadas versões para a Inglaterra (F-111K) e uma versão navalizada (F-111B) para a Marinha dos EUA (US Navy). Ambos os projetos foram cancelados. O F-111 operou pela Força Aérea dos Estados Unidos até 1996. Já os australianos operaram seus F-111 até 2010.

O primeiro dos seis F-111A de produção inicial foi entregue em 17 de julho de 1967 aos esquadrões de caça da Base Aérea de Nellis. Essas aeronaves foram utilizadas para o treinamento da tripulação. O 428th TFW (“Esquadrão de Caça Tático”) alcançou capacidade operacional inicial em 28 de abril de 1968.

Para o Vietnã: Combat Lancer

Após os primeiros testes, um destacamento de seis aeronaves do 474th Tactical Fighter Wing (474th TFW “Roadrunners”) foi enviado em março de 1968 ao sudeste da Ásia para os testes denominados “Combat Lancer” em totais condições reais de combate na Guerra do Vietnã.

Durante a implantação, 55 missões noturnas foram realizadas contra alvos no Vietnã do Norte, muitas em tão péssimo tempo que somente o F-111 conseguia voar na região, mas duas aeronaves foram perdidas. O 66-0022 foi perdido em 28 de março e o 66-0017 em 30 de março. Uma aeronave substituta deixou Nellis, mas a perda de um terceiro F-111A (66-0024) em 22 de abril interrompeu as operações de combate do F-111A. O esquadrão voltou aos Estados Unidos em novembro.

A causa das duas primeiras perdas é desconhecida, pois os destroços nunca foram recuperados. Descobriu-se que a terceira perda foi atribuída a uma falha de uma haste da válvula de controle hidráulico para o estabilizador horizontal, que fazia com que a aeronave se inclinasse incontrolavelmente. Uma inspeção mais aprofundada da frota restante de F-111A já operacional revelou 42 aeronaves com as mesmas falhas potenciais. Especula-se que essa falha também poderia ter contribuído para as duas perdas anteriores, caso a falha tivesse causado um “pitch down” (nariz para baixo) em baixa altitude. Somente em 1971 o 474th TFW estava totalmente operacional.

A palavra “Aardvark”, o nome oficial do F-111, é um termo em africâner (uma das línguas oficiais da África do Sul) que significa “porco-da-terra” e reflete a aparência do nariz comprido da aeronave que pode lembrar o nariz do referido animal. O nome é atribuído ao instrutor norte-americano, mas de origem sul-africana de F-111A, Al Mateczun em 1969, já que a aeronave não havia recebido um nome oficial da Força Aérea.

Segunda Missão: agora de Takhli

Setembro de 1972 viu o F-111 de volta ao Sudeste Asiático, plenamente operacionais e agora estacionados na Base Aérea Real de Takhli, Tailândia. Os F-111A de Nellis participaram do último mês da Operação Linebacker e depois voaram 154 missões de baixo nível e péssimo tempo na ofensiva aérea da Operação Linebacker II contra os norte-vietnamitas, que chamaram a aeronave de “Morte Sussurrante”. Eles também apoiaram operações aéreas regionais contra outras forças comunistas, como a Operação Phou Phiang III durante a Guerra Civil do Laos no Laos.

As tripulações descreveram seu voo no Vietnã como “velocidade é vida”, “uma passagem, puxa o traseiro” e “você faz mais de uma passagem em uma área alvo, você morre”. A habilidade do F-111A consistia em usar o seu poderoso radar de ataque AN/APQ-113 e o seu radar TFW – Terrain-Following Radar – AN/APQ-110, conectado ao radar principal (“O melhor no mundo dos caças!”, de acordo com o piloto de F-111 Richard Crandall) fazendo-o voar tão baixo como a 30 metros acima do nível do solo e a Mach 0.9 ou até mais veloz na maioria das condições meteorológicas; as missões não exigiam tanques de combustível extra ou apoio de ECM (devido a sua sofisticada suíte EW) e podiam operar em condições meteorológicas proibitivas à maioria das outras aeronaves da época.

Um F-111A poderia carregar a mesma carga de bombas de quatro McDonnell Douglas F-4C/D Phantom II! O nível de precisão era excelente, e devido a sua suíte EW, muitas vezes o inimigo só sabia que estava sendo atacado quando as bombas começavam a cair! O valor da nova aeronave estava começando a aparecer; os F-111A voaram mais de 4.000 missões de combate no Vietnã, com apenas seis baixas em combate. Uma aeronave sensacional!

A partir de 30 de julho de 1973, quando do fim das hostilidades dos EUA no Vietnã, os F-111A da 347th Tactical Fighter Wing (347th TFW) estavam estacionados na Base Aérea Real de Takhli.

A 347th TFW conduziu missões de bombardeio no Camboja em apoio às forças da República do Khmer até 15 de agosto de 1973, quando o apoio de combate dos EUA cessou de acordo com a “Emenda Case-Church”, que proibiu o apoio militar.

O 347th TFW esteve estacionado na Base Aérea Real de Korat, Tailândia, de 12 de julho de 1974 até 30 de junho de 1975. Em maio de 1975, o 347th TFW com seus F-111A forneceram apoio aéreo durante o incidente de Mayaguez, considerada a última batalha da Guerra do Vietnã.

FONTE: Wikipedia / FOTOS: USAF


Luiz Reis é professor de História da Rede Oficial de Ensino do Estado do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza, Historiador Militar, entusiasta da Aviação Civil e Militar, fotógrafo amador. Brasiliense com alma paulista, reside em Fortaleza-CE. Atualmente é o Editor-Chefe do Canal Militarizando. Luiz também colaborou com o Canal Arte da Guerra e no Blog Velho General e atua esporadicamente nos blogs da Trilogia Forças de Defesa, também fazendo parte da equipe de articulistas e do conselho editorial do blog GBN Defense. Presta consultoria sobre Aviação Civil e Militar. Contato: luiz.reis@prof.ce.gov.br ou @canalmilitarizando no Facebook.

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