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Ofuturo avião de combate europeu está avançando, mas as tensões persistem em Paris e Berlim. A Alemanha exige livre acesso aos segredos industriais da Dassault.

A França e a Alemanha pretendem validar “até a primavera” o acordo industrial que levará em 2026 à produção de um demonstrador de voo do Sistema de Combate Aéreo do Futuro (SCAF – Système de combat aérien du futur).

Mas até lá, novas disputas terão que ser resolvidas. Em primeiro lugar, a Alemanha gostaria de colocar as mãos em certas tecnologias desenvolvidas pela Dassault para uso em outros programas. Para a Dassault Aviation e a Airbus, isso está fora de questão.

O chefe do Estado-Maior da Força Aérea Alemã, Ingo Gerhartz, chegou a mencionar a recusa de Berlim em lidar com “caixas pretas” tecnológicas sobre as quais não poderia ter controle por falta de propriedade intelectual.

Outro ponto a acertar, a distribuição de tarefas. Angela Merkel acredita que esse compartilhamento é a favor da França.

“Sabemos que é um projeto de direção francesa mas deve ser um projeto onde os dois países jogam em pé de igualdade e ainda há muitas questões a esclarecer”, declarou a chanceler em videoconferência com Emmanuel Macron durante o conselho franco-alemão de defesa na semana passada.

Confiante, o presidente francês explicou que um acordo poderá ser alcançado nos próximos dias.

“Nas próximas semanas, teremos levantado os últimos pontos restantes e tenho esperança de que, na primavera, possamos chegar às validações administrativas e políticas que devem manter o calendário e nossas ambições”, disse o presidente francês Emmanuel Macron depois da conversa com a Angela Merkel.

Os dois países, associados à Espanha, esperam validar antes das eleições alemãs de setembro e da eleição presidencial na França na primavera de 2022 os contratos de estudo industrial (fase 1B) para a realização de um demonstrador de voo do SCAF. No entanto, isso pressupõe um acordo entre executivos, a votação do orçamento no Bundestag e a assinatura de contratos com os fabricantes.

A validação do acordo complicaria sobremaneira qualquer eventual inclinação futura de abandono do projeto, pelo montante então investido: um bilhão de euros para a fase 1B de um total de 6 bilhões para levar ao demonstrador, segundo fonte próxima do pasta. Nesta fase, os dois países comprometeram igualmente 150 milhões de euros em fevereiro de 2020 para os primeiros estudos de demonstrador (fase 1A) programados ao longo de 18 meses.

FONTE: BFM Business

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