Concepção artística de dois satélites CSO em órbita. Crédito: DGA

Concepção artística de dois satélites CSO em órbita. Crédito: DGA

A França lançou seu satélite espião CSO 2 ao espaço a partir de seu Centro Espacial da Guiana, na América do Sul, na segunda-feira.

O satélite foi levado ao espaço por um foguete russo Soyuz ST-A. É o segundo da série Composante Spatiale Optique.

O CSO 2 é o segundo satélite a se juntar à série de plataformas de reconhecimento orbital Composante Spatiale Optique, ou CSO, do Exército Francês.

O satélite CSO 1 da França foi lançado em um foguete Soyuz em dezembro de 2018, e o terceiro e último satélite CSO está programado para ser lançado no novo foguete Ariane 6 da Europa em 2022.

Enquanto o CSO 1 foi lançada em uma órbita de cerca de 500 milhas (800 quilômetros) de altitude, o CSO 2 se dirigirá para uma órbita de altitude inferior a aproximadamente 300 milhas (480 quilômetros) acima da Terra.

Sua posição mais próxima da Terra permitirá que o satélite produza imagens mais nítidas para planejadores militares franceses e analistas de inteligência.

Os satélites CSO estão substituindo a família francesa Helios de satélites de vigilância militar, o último dos quais lançado a bordo de um foguete Ariane 5 em 2009.

Os novos satélites CSO apresentam melhores capacidades de imagem global do que seus antecessores Helios e podem tirar mais fotos em uma única passagem aérea do que os satélites espiões Helios, de acordo com o Ministério das Forças Armadas da França.

Os satélites CSO supostamente têm uma resolução de cerca de 14 polegadas, ou 35 centímetros, da órbita de 500 milhas de altura. Da órbita inferior de 300 milhas de altura, a resolução do CSO 2 está prevista para ser melhor do que 8 polegadas, ou cerca de 20 centímetros. Para efeito de comparação, os novos satélites comerciais de imagens Terra WorldView Legion sendo desenvolvidos pela DigitalGlobe têm uma resolução de cerca de 11,4 polegadas ou 29 centímetros.

As capacidades de imagem dos satélites espiões do governo dos EUA são confidenciais.

A frota de satélites espiões CSO de nova geração está custando ao governo francês mais de US$ 1,5 bilhão, incluindo despesas com espaçonaves, lançamento e atualização do sistema terrestre, de acordo com as autoridades francesas. O programa é financiado pela DGA, a agência de aquisição militar francesa, e a agência espacial francesa CNES é responsável pelos testes em órbita, operações de satélite e a compra da espaçonave e serviços de lançamento.

O governo francês tem acordos para compartilhar imagens ópticas dos satélites CSO com os governos da Alemanha, Suécia, Bélgica e Itália, disseram autoridades. Em troca, os militares franceses recebem imagens de satélites de observação por radar alemães e italianos, projetados para vigilância diurna ou noturna em todas as condições meteorológicas.

Os satélites CSO também fornecerão imagens a agências de inteligência e oficiais militares, dia ou noite, em faixas visíveis e infravermelhas. Cada satélite apresenta uma capacidade de apontamento ágil, permitindo um rápido direcionamento de alvo a alvo e possibilitando vistas de diferentes ângulos de visão para produtos de vigilância estéreo tridimensional.

O satélite CSO 2 de 7.852 libras (3.562 quilogramas) foi construído pela Airbus, com um instrumento de imagem óptica produzido pela Thales Alenia Space. Ele foi projetado para uma missão de 10 anos.

FONTE: Spaceflight Now

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Gustavo

Lançador russo?

PACRF

Abandonou o Ariane?

sub urbano

Ariane é usado para cargas maiores. Irá lançar o James Webb em breve.

SmokingSnake ?

Eles tem o foguete Vega também que é mais leve, mas nos últimos lançamentos falhou e os satélites acabaram sendo destruídos.

Carlos Campos

é muito bom até a NASA já usou

PACRF

Parece que esse “fusca” não pára de rodar nunca.

Brunow

O Soyuz-ST-A e ST-B faz parte do programa de cooperação entre a Roscosmos e a ESA que foi lançado em 2007. Inclusive foram construídos em Kourou a infraestrutura para receber e lançar estes foguetes. O Soyuz-ST-A e Soyuz-ST-B é um desenvolvimento dos foguetes Soyuz-Fregat baseados nos estágios Soyuz-2.1a e Soyuz-2.1b, foi lançado a primeira vez em 2011.

Carlos Crispim

São bons, confiáveis, olhem como sobe lindamente, quase sem fumaça por causa do propelente líquido, é simplesmente genial.

Jean Jardino

Quem comanda a agencia de lancamento de foquetes Soyus para esses fins, ah a Arianespace.em contrato afirmado a anos atras….

Junior

A FAB comprou um satélite de sensoriamento remoto, alguém saberia dizer se foi o ICEYE-X2 ou o ICEYE-X3 Harbinger

Página 26 do Diário Oficial da União – Seção 3, número 244, de 22/12/2020 – Imprensa Nacional

Gustavo

No site Brazilian Space há mais detalhes dos tipos. O mais provável é que seja o X3 para aplicações militares. É um satélite de até 150 Kg. Uma pena que empresas nacionais (Visiona) não invistam nesse mercado.

Yuri Dogkove

Aqui quase nada é levado a sério!

MMerlin

No lado político realmente, mas quem acompanha o segmente aeroespacial nacional (o BS é uma boa referência e bem confiável) sabe que apenas agora o AEB está se abrindo (mesmo que muito pouco mas já é um começo) para pequenas empresas e startups.
Ainda assim, o mercado nacional ainda é extremamente fechado e bastante dependente da AVIBRÁS, o que torna o avanço de produtos aquém do que era esperado. Um dos motivos do pequeno mercado obviamente é o baixo investimento por parte do Estado em pesquisas e desenvolvimento de tecnologia no setor.

Thiago

Pq não comprou da visiona?

Carlos Campos

E o nosso Satélite de obervação como ficou?

Barak MX para o Brasil

Ficou caolho

João Adaime

Caro Carlos Campos Não tem aplicação militar (não pelo menos oficialmente), mas dia 22 passado seguiu para a Índia o Amazônia 1, o primeiro satélite de observação da Terra inteiramente projetado, construído e a ser operado pelo Brasil, obra do INPE. Seu lançamento está previsto para fevereiro do próximo ano. Ele tem quatro metros de comprimento, pesa 639 kg e ficará a uma altitude de 752 quilômetros. Sua órbita será de polo a polo e passará sobre o Brasil cinco vezes por dia. Foi desmontado e exigiu o uso de 52 containers especiais. Oficialmente ele fará imagens em alta resolução… Read more »

João Adaime

Amazônia 1

Carlos Campos

Nossa João muito legal, não é o melhor, mas poderíamos tirar fotos outros pontos do planeta ou do oceano Atlântico? ele serviria como geo estacionário sobre o Atlântico?

João Adaime

Carlos Ele não será geoestacionário. Para isto ele precisaria girar na mesma velocidade da terra e serviria para comunicações ou vigilância fixa, o que não é o caso do Amazônia 1. A órbita deste novo satélite será de polo a polo, com cinco passagens sobre o Brasil por dia. Como a largura do País é de pouco mais de 4 mil km e ele capta uma faixa de pouco mais de 800 km, a cada passagem precisa ajustar as lentes para nova faixa. Não sei se fará isso a cada passagem ou por dia. A órbita será sobre o Brasil… Read more »

João Adaime

Esta arte mostra como é a órbita de polo a polo de um satélite.

Rinaldo Nery

Estamos adquirindo satélites de aplicação militar. Já postei numa matéria do Naval.

Rafa_Positronn

Cara

Se não for pedir muito

Você poderia colocar aqui o link ?

Seriam aqueles satélites que estamos adquirindo da Finlândia ?

Plinio Carvalho

Em quanto nossa possível futura inimiga se prepara, o Brasil continua dormindo em seu berço esplendido.

Rinaldo Nery

Não está dormindo porcaria nenhuma! O CN aprovou o PLN 29, que destina orçamento para assinatura do Projeto Lessonia. Dois satélites SAR com resolução de 3 metros, que serão controlados pelo Centro de Operações Espaciais (COPE), da FAB, em 2021.
Vá se informar!

MMerlin

O satélite Lessônia permite gerar imagem através de radar. Ultrapassa nuvens e vegetação. Um grande equipamento. No ano passado vi uma apresentação do CCISE referente aos sistemas espaciais. O programa é bem coerente.

A última vez que ouvi falar do projeto do Lessônia, Cel. Nery, infelizmente a notícia não foi boa, referente a suspensão da compra do satélite temporariamente. Depois disso nunca mais li sobre ele.

Junior

Não seria esse satélite do Link do DO que postei ontem que a FAB acabou de comprar de uma startup finlandesa? Pelo menos na descrição ele tem essas característica que você postou em seu comentário

MMerlin

Sim, é. Mudaram apenas o caminho da compra.

Pedro

Boa noite. Pergunta de leigo. A França sempre optou por ser mais “independente” desde a sua saída com de Gaulle e seu retorno com Sarkozy, sempre investindo na indústria local, acho que é um dos poucos países do mundo que tem um indústria forte em todos os eixos. Podemos dizer que a França é um potência militar única no mundo, muito em razão de suas ideologias políticas/partidárias e de geopolítica também. É um belo estudo de mercado, consegui entre os anos 60/90 caminhar bem entre o mundo bipolar, até melhor que o Reino Unido acho eu.

Carlos Campos

Na Europa é a maior potência militar na minha opinião, tem a melhor industria bélica da Europa também.

Joanderson

A Rússia também é na Europa

Carlos Campos

vdd então fica em segundo lugar.

Bosco

Só dos Urais pra cá.

Pedro

Obs: Esqueci a pergunta.

A França em poder de indústria bélica nacional é comparável ao RU ou ultrapassa este?

Gabriel BR

Depois dos EUA a França é o país com a indústria bélica mais avançada e autônoma do Ocidente.

Carlos Ribeiro

Apesar de usar alguns componentes norte americanos em seus equipamentos passíveis de embargo também acredito q seja a indústria mais independente no ocidente. E os embargos são aplicados mais qdo vão vender para terceiros, como no caso dos mísseis de cruzeiro para um país do Oriente médio q não me lembro agora…

Pablo

se não me engano, também teve um embargo de venda do Rafale, mas nao tenho certeza.

sub urbano

Lançando o Soyuz da Guyana, a França consegue competir com a India e China em custos de lançamento. Reserva o Ariane para cargas maiores. É um mercado bilionário que o Brasil perdeu o bonde ao ter o VLS sabotado pelos americanos em 2003 matando os engenheiros do projeto.

João Adaime

Prezado sub urbano
Eu sabia da suspeita sobre os franceses, mas não sobre os norte-americanos. Será mesmo que houve sabotagem? Vou mostrar a seguir algumas fotos de acidentes do programa espacial de outros países. Começando com a China:

Claudio

Tem no YouTube vídeo do ariane 5 explodindo
https://m.youtube.com/watch?v=A1gGGDG580E

Last edited 3 anos atrás by Claudio
MMerlin

Se alguém sabota os projetos nacionais, são os próprios brasileiros.
O que os EUA fizeram com nosso projetos nacionais foram embargar tecnologias que não temos acesso. Eles tem esse direito e o usaram também para pressionar a Ucrânia.

E outra. Alcântara tem sim uma posição estratégica para lançamentos. Mas é apenas boa, e só. Não será com ela que transformaremos o setor espacial.

João Adaime

Índia:

João Adaime

Japão:

João Adaime

Rússia:

Reis

Esse Russo seria o prótom noacidente impressionante

João Adaime

USA:
Nem estou mostrando a foto da explosão do ônibus espacial.

João Adaime

Estranhamente, não achei fotos de acidentes envolvendo a França.
Ficam as fotos para a gente pensar.
Abraço

Claudio

Os Estados Unidos sabotaram nosso negócio com a Ucrânia revelado na própria WikiLeaks
O negócio firmado entre os dois países era que a Ucrânia utilizasse a Base de Alcântara para lançar o seu Satélite Cyclone-4, e em troca daria transferência de tecnologias para o desenvolvimento de Míssil Balístico Intercontinental. Ele não ocorreu pois além dos Estados Unidos pressionar a Ucrânia, o Departamento enviou um Telegrama em Brasília a pedido que reformassem a política

João Adaime

Prezado Cláudio.
Perfeita a observação, mas os tais telegramas foram trocados entre a embaixada deles em Brasília e Washington e não com o governo brasileiro.
Eles aceitavam o uso de Alcântara pelos ucranianos, mas não a transferência de tecnologia.
Porém, minha observação é que acho muito difícil ter havido sabotagem em forma de ataque terrorista. Acidentes acontecem, principalmente com um cilindro cheio de combustível pegando fogo.
Abraço

PS: Investigação feita pela Força Aérea concluiu que não houve sabotagem.

Yuri Dogkove

“Eles aceitavam o uso de Alcântara pelos ucranianos, mas não a transferência de tecnologia.” kkkkk E Ainda tem gente que insiste com essa tolice de que somos um país SOBERANO! Acho que NUNCA fomos! Quem é o EUA na fila do pão para “aceitar” ou não as decisões de um país soberano? Ops, esqueci que não somos soberanos e quem manda nessa pocilga são eles…

João Adaime

Caro Yuri
O Brasil não é uma pocilga. É um País maravilhoso, pena que governado por corruptos que sabem que o povo deve ser mantido ignorante para não questionar nada.
O primeiro e único brasileiro que tentou levar o Brasil rumo ao primeiro mundo foi Mauá, ainda no século XIX, mas foi sabotado interna e externamente.
E até hoje pagamos o preço por isso.
Abraço

Conan

Essa historia de sabotagem parece que não desgruda da cabeça de algumas pessoas mesmo depois de a FAB junto com uma empresa russa contratada para refazer toda arvore de natal (sistema elétrico de ignição de estágios) terem cansado de explicarem que a causa foi eletricidade estática e não os diabólicos americanos que morrem de medo que o nosso rojão Caramuru seja bem sucedido!

Cristiano de Aquino Campos

Somos tào toscos, que nem quisemos pensar na possibilidade de lançar datelites de alcantara em foguetes Russos. Podiamos lançar satelites nacionais em figuetes Russos, e compartilhar o lucro do lançamento de satelites estrangeiros, investindo em um foguete nacional.

SmokingSnake ?

De novo essa história, nenhum estrangeiro pode lançar foguete de Alcântara porque é entreguismo e viola a soberania.

Bosco

Cristiano, Você sabe o custo de trazer foguetes russos pra lançar daqui do Brasil? Você sabe se os russos estão interessados? Os russos detém tecnologia para colocar 80 toneladas em órbita e sequer usam bases próximas ao Equador. Esqueça tudo que você sabe sobre colocar cargas em órbita. Lança-las próximas ao Equador só compensa para pequenos foguetes com cargas de até 2t ou pouco mais. Além disso tanto faz como tanto fez. Foguetes médios e pesados (acima de 2 t para uma órbita baixa) não se beneficiam com a posição de lançamento em relação ao equador. Por exemplo, um foguete… Read more »

Bosco

O custo do combustível de foguetes equivale a 1% do valor do lançamento. Um foguete pode ser lançado e colocar cargas em órbita em qualquer ponto da Terra, até no polos. Lançá-los próximos ao Equador é bom se eles forem lançados em direção ao leste, que aí somam à velocidade deles a velocidade da Terra na linha do Equador devido à rotação. A economia de combustível é irrisória no caso de foguetes médios. Um foguete entra em órbita geralmente com velocidades acima de 27.000 km por hora. A velocidade no Equador é de cera de 1500 km/h. Mesmo lançado do… Read more »

Carlos Campos

Eu acredito que o que houve Alcântara é culpa justamente dos Franceses e Israelenses, talvez os EUA estivessem envolvidos, mas nunca saberemos.

ADRIANO MADUREIRA

É outra coisa de vital importância que falta a nossa defesa!

Não nós falta somente os dentes,nós falta também o olfato( sistemas de detecção litorânea) e bons olhos para o monitoramento de nosso território e a margem dele.

Pensamos em adquirir muitos armamentos,mas essa arma eficiente e de grande valor,parece que não há tal interesse.

E essa arma vale cada dolar ou euro investido.

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Rinaldo Nery

Resolução fantástica! Porém ao operar na faixa do visível (e mesmo do infravermelho), vai sofrer a interferência da cobertura de nuvens. A OTAN sempre proveu toda a base de imagens para a inteligência operacional da OTAN. E a França nunca gostou disso, buscando sua independência na área.

Carlos Campos

melhor que assim eles olha para onde querer, quando querem

Kemen

Mais um satelite nosso, este esta a caminho da India. O Amazonia 1 se destina a monitorar a região da amazonia, um projeto (desenho, integração, testado e sera operado por nós) fabricação inteiramente nacional, com 14.000 conexões elétricas, é um satelite solar sincrono, com uma camera ótica operando em 3 faixas de frequência e uma faixa no infra vermelho, no seu alcance de 850 Km sua resolução sera de 64 metros. Também pode monitorar regiões costeiras. Seu lançamento em órbita pela India esta previsto para fevereiro. Parabéns ao INPE e ao MCTI, provando que investir em tecnologia tem retôrno. Só… Read more »

Last edited 3 anos atrás by Kemen
Bosco

Vivendo e aprendendo. Pra mim é novidade satélite de reconhecimento por imagem ficar em órbita de 800 km de altura. Achava que só ficavam em órbita na faixa de 400 km pra baixo.

CRSOV

Olá amigos !! Existe algum satélite que possa detectar e acompanhar aviões, mísseis ou drones voando em direção a um determinado local que esteja sob sua vigilância ?? Por conta de o satélite estar a algumas centenas ou talvez milhares de km do solo ele poderia detectar com mais facilidade aeronaves furtivas do que um radar baseado em terra ?