A HISTÓRIA DO CAÇA F-5 PARTE 16

TIGRES NO EXTERIOR

Além dos Estados Unidos, outros 33 países receberam caças da família F-5, o que demonstra o enorme sucesso atingido pelo projeto. Além disso, se forem incluídos os antigos usuários do T-38 e países que receberam F-5 de forma clandestina, a lista aumenta para quatro dezenas de nações.

O Irã foi um importante cliente da família Freedom Fighter e um dos primeiros países a adquirir o caça da Northrop. Com a chegada do novo modelo F-5E, os F-5A usados foram transferidos para outros países como Vietnã do Sul, Jordânia, Grécia, Marrocos e Etiópia.
O primeiro acordo para a aquisição do Tiger II pelo Irã foi firmado em fevereiro de 1972, seguido por um contrato adicional assinado em julho do mesmo ano. Ao todo, a Força Aérea Imperial do Irã adquiriu 141 monopostos e 28 bipostos para equipar oito esquadrões.

Outro cliente de peso na região foi a Arábia Saudita. Mais de uma centena de caças F-5, incluindo F-5B, F-5E, F-5F e RF-5F, foram adquiridos em sucessivos lotes. Estas aeronaves possuíam capacidades adicionais como sistemas de navegação INS e integração de mísseis ar-superfície AGM-65 Maverick.

O Iêmen do Norte, com a ajuda da Arábia Saudita, adquiriu um esquadrão de F-5E. Inicialmente as aeronaves iriam para o Egito, mas o acordo com os egípcios foi desfeito. Na década de 1980 o Barein adquiriu 12 jatos Tiger II em dois contratos distintos. Já a Jordânia recebeu um total de 61 monopostos e 12 bipostos entre 1975 e 1980.

Na África, as forças aéreas de Botswana, Etiópia, Marrocos e Líbia operaram o Freedom Fighter. Etiópia e Marrocos também receberam a versão Tiger II. Já Quênia, Tunísia e Sudão operaram apenas o Tiger II.

ÁSIA E EUROPA

A primeira geração da família F-5 teve larga aceitação na Ásia durante os anos de 1960. Nas duas décadas seguintes o Tiger II repetiu o sucesso do antecessor. Taiwan, Coreia do Sul e Tailândia substituíram seus F-5A pelo Tiger II. Indonésia, Malásia e Singapura se integraram ao grupo de usuários do F-5 a partir de 1975.

Na Europa, Suíça e Áustria foram os únicos países que optaram pelo Tiger II. A Áustria foi o último país no mundo a se equipar com o modelo. No ano de 2004 eles adquiriram, por arrendamento, 12 de 47 caças que a Força Aérea Suíça havia aposentado. Os F-5E austríacos atuaram como caça tampão, substituindo aviões Saab Draken e voando até 2008, quando chegaram os Eurofighters definitivos.

PRODUÇÃO EXTERNA

Assim como o Freedom Fighter foi construído sob licença em outros países, o mesmo aconteceu com o Tiger II. Coreia do Sul, Taiwan e Suíça construíram linhas de montagem para a nova geração do F-5. Estes três países juntos produziram mais de 450 aviões do tipo, pouco mais da metade do que a própria Northrop produziu.

O primeiro país a fabricar sob licença a nova geração do F-5 foi Taiwan. A companhia local AIDC iniciou os seus trabalhos em 1974 e entregou o primeiro exemplar três anos depois. Mais de 300 monopostos e bipostos deixaram as instalações da AIDC até 1986, quando a produção foi concluída.

A Coreia do Sul, depois de adquirir os seus primeiros F-5E diretamente da fábrica da Northrop, pediu autorização do governo norte-americano em 1980 para fabricar o Tiger II.

As células dos F-5E coreanos foram construídas pela Hanjin e os motores J85 pela Samsung. Estas aeronaves receberam aprimoramentos como alerta radar, dispersores de chaff e flare, além de um radar com maior alcance.

Em 1974 um dos primeiros F-5 produzidos pela Northrop foi levado para a Suíça. A performance da aeronave convenceu o parlamento local a autorizar a aquisição de 72 caças em 1976. Os primeiros exemplares foram totalmente produzidos pela Northrop sendo os demais montados na linha de produção final na fábrica da F+W, em Emmen.
Uma segunda encomenda foi feita em 1981. A última aeronave deste lote foi recebida pela Força Aérea Suíça no começo de 1985. Ao todo 91 caças foram produzidos no país e outros 19 entregues diretamente pela Northrop.

ATRÁS DA CORTINA DE FERRO

Após a queda de Saigon em 1975, o Vietnã do Norte teve acesso a um número considerável de caças F-5E que foram deixados para trás. Em novembro daquele ano especialistas soviéticos desembarcaram em Da Nang para avaliar os aviões.
Pelo menos um destes caças foi enviado para a União Soviética, juntamente com motores sobressalentes, mísseis Sidewinder, ferramental e documentação. A primeira avaliação da aeronave foi feita na Base Aérea de Chkalovskaya, perto de Moscou. Posteriormente ela foi colocada em condições do voo na base aérea de Akhtubinsk em 1976.

Inicialmente os soviéticos desdenharam o caça da Northrop, que era inferior ao MiG-21 em velocidade máxima, teto de serviço e relação peso-potência. Após alguns voos de familiarização com a aeronave, pilotos de prova soviéticos deram início a combates dissimilares contra caças MiG-21bis.

Para a surpresa dos militares soviéticos o F-5 venceu o MiG-21 em todos os 18 combates simulados realizados. A grande vantagem do caça da Northrop estava na alta manobrabilidade em baixas velocidades, graças ao emprego conjunto dos flapes de bordo de ataque e bordo de fuga.

A Polônia e a então Tchecoslováquia também adquiriram caças F-5E do Vietnã. Ambos foram extensivamente estudados por especialistas aeronáuticos. Com o fim do bloco comunista na Europa, as aeronaves foram repassadas para museus.

O F-5 “polonês” atualmente se encontra no museu de Aviação em Cracóvia. Já o exemplar da atual República Tcheca foi encaminhado para o Museu de Aviação de Kbely, na região de Praga.

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