A HISTÓRIA DO CAÇA F-5 PARTE 13

NO CARIBE

No final de 1971 o governo venezuelano fechou um acordo com o Canadá para adquirir 16 caças CF-5A e dois CF-5D dos estoques da Força Aérea Canadense. Porém, a negociação direta da Canadair com a Venezuela foi contestada pela Northrop. O caso foi parar nos tribunais e só foi resolvido em 1974.

No acordo final, o Governo Canadense foi obrigado a ressarcir a empresa norte-americana, mas a Canadair adquiriu o direito de produzir mais dois CF-5D para a Venezuela.

Militares venezuelanos foram enviados ao Esquadrão 434 em Cold Lake, Canadá, para treinamento. Logo no começo de 1972 os primeiros caças foram transladados para a Venezuela. Estas foram as primeiras aeronaves supersônicas daquele país caribenho.

Os últimos aviões da encomenda chegaram à Venezuela em 1974. Localmente, receberam as designações VF-5A e B e permitiram a aposentadoria de caças F-86F, Venom e Vampire que ainda serviam no país.

Inicialmente os VF-5 ficaram baseados em Maracaibo. Pouco tempo depois seguiram para a sua base definitiva, em Barquisimeto, equipando o Grupo Aéreo de Caça 12.

USADOS E MODERNIZADOS

Em 1992 o Grupo 12 sofria com as perdas ocorridas ao longo dos anos, situação mais agravada no modelo biposto, do qual apenas um exemplar ainda constava no inventário. As aeronaves também estavam apresentando baixa disponibilidade. Um acordo foi firmado com os Países Baixos para a aquisição de sete NF-5 usados, seis deles do tipo biposto, e um monoposto.

Mas a situação dos Freedom Fighters venezuelanos, que já não era boa, acabou piorando no final daquele mesmo ano, por outro motivo: em novembro de 1992 ocorreu uma tentativa de Golpe de Estado que dividiu as Forças Armadas Venezuelanas. O antagonismo entre diferentes grupos dentro da Força Aérea terminou em ações bélicas no ar e em terra.

Devido à sua quase inatividade o papel dos VF-5 foi marginal. Há informações de que um CF-5 foi acionado para defender a base de Barquisimeto. No entanto, aviões de ataque OV-10 Bronco, pilotados por rebeldes, bombardearam a base do Grupo 12. O resultado foi a destruição de três jatos VF-5 no solo.

A perda das aeronaves reduziu o número de células disponíveis para um desejado programa de modernização. Assim, apenas nove exemplares foram modernizados pela Singapore Aerospace, dentro do “Projeto Grifo”.
Com a aposentadoria dos Rockwell Buckeye, três VF-5B foram recuperados em 2003, com a ajuda da Elbit Systems, para atuarem como treinadores a jato.

Em função de divergências políticas com os Estados Unidos, o envio de peças de reposição foi suspenso no ano de 2005. Um acordo com o Irã para a manutenção e modernização dos jatos VF-5 foi anunciado em 2007. Mas, pelo que se sabe, nunca foi colocado em prática.
Dois VF-5A vieram ao Brasil em 2006 para participar da Operação Cruzex III, mas já estavam no final da vida operacional. Quatro anos depois, o último VF-5 realizou o voo de despedida.

BAIXO CUSTO, ALTO SUCESSO

Outros países que utilizaram o F-5A, e que não foram citados nesta parte e nas anteriores, incluem Taiwan, Filipinas, Líbia, Marrocos, Tailândia e Paquistão.

Ao todo, 847 Freedom Fighters foram construídos em três diferentes países. A produção encerrou-se no início da década de 1970, mas não por falta de encomendas e sim porque o F-5 evoluiu. Uma nova geração de tigres havia nascido e estava pronta para repetir o sucesso inicial.

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