SUCESSO DE VENDAS

O Freedom Fighter foi o primeiro sistema de armas especialmente desenvolvido nos Estados Unidos para atender às exigências do programa de auxílio militar, conhecido pela sigla em inglês MAP. O caça foi largamente exportado para diversos países.

O primeiro país a receber caças F-5 pelo MAP, no início de 1965, foi o Irã. O país, então governado pelo Xá Reza Parlevi, era na época um grande aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio. Inicialmente os caças ostentaram pintura metálica, que depois foi substituída por uma camuflagem de deserto.

A Força Aérea Imperial do Irã recebeu mais de 120 Freedom Fighters dos modelos A e B. Posteriormente, estas aeronaves foram repassadas para o Vietnã do Sul, Grécia, Turquia, Etiópia e Jordânia.

Outro grande usuário do F-5A foi a Coreia do Sul, que recebeu seus primeiros caças em abril de 1965. O país também operou a versão de reconhecimento RF-5A. O último F-5A sul-coreano foi retirado de serviço em 2005.

Praticamente na mesma época Grécia e Noruega receberam seus primeiros caças F-5A. Diferentemente dos países anteriores, que receberam as aeronaves como ajuda militar, a Noruega financiou parte dos caças adquiridos, ao mesmo tempo em que reduziu pela metade sua encomenda original de caças F-104. Quatro esquadrões noruegueses foram equipados com F-5.

Os F-5 da Noruega possuíam diferenças significativas em relação aos demais, e por isso foram inicialmente identificados como F-5A (G). As aeronaves incorporavam, dentre outras particularidades, um parabrisa com proteção anticongelante, gancho de parada e provisão para decolagem assistida por foguetes.

FABRICAÇÃO SOB LICENÇA

Em 1965, a Espanha assinou um acordo para a aquisição de 70 caças F-5A, B e RF-5A. O acordo incluía a fabricação das aeronaves sob licença nas instalações da CASA – Construcciones Aeronauticas SA. Os primeiros oito exemplares foram fabricados pela Northrop e enviados à Espanha na forma de kits. Os demais foram fabricados em Sevilha.

Para distingui-los dos modelos fabricados nos Estados Unidos, estes caças foram denominados SF-5 pela CASA. Já a Força Aérea Espanhola adotou a designação C-9. O primeiro dos SF-5 espanhóis foi apresentado em junho de 1968.

Atualmente, a Força Aérea Espanhola emprega somente os modelos bipostos na Ala 23, onde são utilizados como jatos de treinamento avançado. Os aviões foram modernizados localmente e deverão voar até 2028.

F-5C APRIMORADO

Em 1965, a Força Aérea Canadense escolheu o projeto da Northrop para ser o próximo caça-bombardeiro do Canadá. O acordo envolvia a construção das aeronaves em solo canadense, onde foram designadas CL-219 pela Canadair, empresa responsável pela fabricação. Já na Força Aérea Canadense, a designação oficial era CF-116. Mundialmente, porém, esses aviões ficaram conhecidos como CF-5.

Os jatos CF-5 foram extensamente modificados em relação aos que operavam na mesma época em outros países. Os caças incorporaram as melhorias do F-5C bem como parte das lições do Programa Skoshi Tiger. A blindagem e o leme com maior curso foram herdados do F-5C. Já a sonda de reabastecimento em voo, adicionada posteriormente, mudou de lado.

A inclusão de uma extensão da bequilha e a adoção de motores J85-CAN-15, mais potentes, reduziu o comprimento de pista necessário para a decolagem. Outros refinamentos incluíam para-brisa reforçado, computador central de voo, e um sistema de aquecimento que evitava o congelamento das tomadas de ar principais.

Assim que o primeiro exemplar deixou a fábrica da Canadair, em maio de 1968, foi enviado para a Base Aérea de Edwards, nos Estados Unidos. O objetivo era a realização de ensaios em voo. Somente o terceiro avião de produção canadense realizou localmente o seu primeiro voo.

Nesse meio tempo, houve uma mudança no governo canadense e severos cortes orçamentários foram promovidos nas forças armadas daquele país. A expectativa de equipar a Força Aérea com seis esquadrões de CF-116 caiu para apenas três, sendo dois operacionais e um de treinamento.

Ainda assim, todas as aeronaves foram construídas, e aproximadamente metade foi armazenada para operar em forma de rodízio.

Uma pequena parte dos CF-5 estocados foi revendida para a Venezuela em 1971. Na década de 1990, Botswana adquiriu um esquadrão de CF-5A usados.

FREEDOM FIGHTER DEFINITIVO

Quando os Países Baixos escolheram o F-5, a intenção inicial era construí-los na fábrica da Fokker-VFW. Mas esta opção se mostrou muito custosa e um acordo foi firmado com a Canadair: parte da estrutura dos caças era feita localmente e enviada para o Canadá para a montagem final.

O F-5 holandês, chamado de NF-5, era semelhante ao CF-5 do Canadá, com alguns aprimoramentos que fez da aeronave a variante mais avançada do Freedom Fighter. A estrutura da asa era mais robusta para levar mais carga. Os flaps nos bordos de ataque e de fuga eram operados em conjunto, eletricamente. Havia aviônicos modernos, como um radar Doppler para navegação mais precisa, e os motores eram os potentes J85-CAN-15, com tomadas de ar auxiliares para melhor desempenho em baixas velocidades.

Cento e cinco NF-5A e B foram construídos, sendo o primeiro recebido em 1969. Na década de 1980, os jatos em serviço receberam alerta radar e dispersores de chaff e flare. As últimas aeronaves deram baixa em 1991, e alguns desses exemplares seguiram para a Grécia, Turquia e Venezuela.

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Clésio Luiz

Poggio, os youtubers mais experientes costumam convidar os usuários a dar joinha e se inscrever no canal logo no começo do vídeo. Tem muitos que garantem ter observado uma aceleração considerável no número de inscritos após essa mudança.

O algorítimo do YT também valoriza muito número de joinhas no vídeo e o número de comentários.

Joao Moita Jr

Essa é a única assinatura com a qual estou 100% satisfeito. Raramente leio a Trilogia e não aprendo alguma coisa. Parabéns!!!

Clésio Luiz

A compra de F-5 do Canadá me faz lembrar do projeto do Avro Arrow. Este era um projeto por demais ambicioso, caríssimo, que acabou cancelado pelo governo canadense. Os entusiastas canadenses adoram botar a culpa nos americanos, fazendo coro com os britânicos. Pressão diplomática para evitar ter um rival no mercado de aeronaves e outras conspirações. Para mim, esses argumentos não se sustentam após uma simples análise. Se o Canadá tinha esse dinheiro todo para comprar, e principalmente operar, um interceptador que seria maior e com o dobro da potência do mais avançado e caro modelo operado pela USAF, o… Read more »

sj1

Quantas matérias do F-5 já saiu aqui, mas de mil ?

Guilherme Poggio

Você está se referindo às matérias em vídeo?

Joao Moita Jr

Aí está talvez a maior oportunidade de produzir os seus próprios caças nativos que o Brasil já teve. Em plena era da decolagem da Embraer e com relações muito amistosas com Washington os planos e licença do F-5 e seu motor poderiam ter sido comprados pelo Brasil, o qual hoje poderia ter resultado em algo semelhante ao Tejas da Índia.
Talvez não um caça de superioridade aérea total, mas teria sido uma boa plataforma para ir mais adiante, e conquistar mercados na América Latina.
Mas como sempre, faltou a visão.

Last edited 3 anos atrás by Joao Moita Jr
João Fernando

Xará, a Embraer chegou a fabricar partes do F5. E sim, só gostamos de programas caros, longos e quer não vamos levar até o fim. Nada de pragmatismo.