FASE QUATRO

O Projeto Skoshi Tiger deveria se encerrar no dia 20 de fevereiro de 1966, mas ele foi estendido para que o F-5 fosse avaliado em missões de defesa aérea, uma vez que a moratória dos ataques contra o Vietnã do Norte havia sido suspensa. Começava assim a fase quatro do Projeto.

O esquadrão retornou para Da Nang e a partir do dia 22, executando missões sobre o Laos e sobre o Vietnã do Norte. Aproximadamente um quarto das missões da fase quatro era do tipo patrulha aérea e defesa de caças-bombardeiros ou escolta de aeronaves de inteligência eletrônica.

Nestas missões os tanques das pontas das asas dos F-5 foram substituídos por trilhos para lançamento de mísseis ar-ar. O vice-comandante da Terceira Ala Aérea, coronel Wiltz Segura, participou de algumas das missões ar-ar realizadas pelo esquadrão. Segura era veterano piloto da Segunda Guerra Mundial, onde voou o caça P-40 no famoso Esquadrão Flying Tigers, obtendo seis vitórias aéreas. Porém, nem ele e nem os demais pilotos de F-5 chegaram a encontrar ao menos um único MiG no ar.

Aquele período do ano era bastante desfavorável para ações aéreas. Praticamente metade das missões foi afetada por condições climáticas e os caças eram reorientados para alvos secundários e ate mesmo terciários. De qualquer forma o fim do Projeto Skoshi Tiger se aproximava e não havia tempo para mais testes.

LIÇÕES DA GUERRA

Além dos pilotos e da equipe de manutenção um time composto por 33 pessoas acompanhou o Esquadrão 4503 ao longo do Projeto. Cabia a eles avaliar o F-5 nas questões de desempenho, precisão no lançamento de armas, manutenção, vulnerabilidade e sobrevivência em combate. Os dados foram posteriormente comparados com outras unidades que operavam F-100 e F-104 (este último foi substituído pelo F-4 Phantom II na avaliação).

Cabia ao time de avaliação colher opiniões pessoais dos pilotos, da equipe de apoio e dos controladores aéreos avançados (FAC em inglês). Além disso, eles avaliaram dados de disponibilidade das aeronaves, contabilizavam números de missões, checavam danos sofridos em combate e muito mais.

Segundo o relatório o sistema de armas F-5 foi empregado com sucesso em todas as missões que ele executou. A aeronave tinha alta disponibilidade, exigia menos horas de manutenção por hora de voo e se mostrou uma plataforma estável para o lançamento de armas e disparos de canhões.

CRÍTICAS

Do lado negativo as críticas mais fortes ficaram por conta da baixa autonomia do caça, sua carga bélica reduzida e a necessidade de longas pistas para decolagem. Alguns problemas encontrados durante a execução das missões foram resolvidos rapidamente. Outros, no entanto, dependiam de um programa de modernização mais abrangente.

Logo no início também ocorreram problemas com os cabides ejetáveis. Os tanques de napalm ejetados a partir dos cabides externos ocasionalmente atingiam a parte de baixo da asa.

Detritos provenientes do disparo dos canhões causavam danos no para-brisa e a produção de gases proveniente dos mesmos era ingerida pela tomada de ar dos motores e causava estol de compressor. O problema de estol era agravado quando, ao final de uma passagem com disparos de canhões o piloto reduzia a potência dos motores durante a recuperação da altitude.

Com a ajuda de técnicos da Northrop e da equipe de manutenção da USAF alguns desses problemas foram solucionados durante o Projeto Skoshi Tiger. No entanto, muitos deles só seriam resolvidos através de uma grade modernização da aeronave.

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