O novo turboélice da Embraer, se for levado adiante, deverá concorrer com os ATR

Por Jay Singh

A Embraer revelou detalhes adicionais sobre seu novo projeto de turboélice. Rodrigo Silva e Souza, diretor de marketing e estratégia da Embraer Commercial Aviation, traçou hoje (21.07) uma visão para a nova aeronave, além de detalhar que a aeronave deve atingir o mercado nesta década.

Em uma apresentação virtual do Farnborough Airshow Connect visualizada pela Simple Flying, Rodrigo Silva e Souza afirmou que o projeto está avançando devido à versatilidade da aeronave. Ele acredita que o avião poderia ser aplicado em mercados com pouca demanda e em locais onde é difícil voar em um jato comercial.

Além disso, ele observou que a aeronave ambientalmente correta para voos de curta distância, juntamente com os motivos acima mencionados, significa que há muito espaço para a Embraer introduzir um novo avião — mesmo quando o setor enfrenta uma desaceleração significativa.

A estratégia da Embraer, no futuro, é criar um turboélice que reduz as emissões de carbono e se encaixe na categoria de grandes turboélices. O avião acomodaria entre 70 e 100 passageiros. A Embraer acredita que a tecnologia existe para levar o avião ao mercado. Nos bastidores, o projeto está avançando com a equipe conduzindo uma extensa pesquisa de mercado e conversando com fornecedores de motores.

Se você deseja visualizar onde esse turboélice caberia no tamanho, ele competirá com o Dash 8-400 e o ATR 72-600. O Dash 8-400 atinge o máximo de 90 passageiros, de acordo com a De Havilland Aircraft do Canadá, enquanto o 72-600, na parte alta, acomoda 78 passageiros, de acordo com a ATR.

O turboélice da Embraer também teria capacidade semelhante à atual linha de E-Jet, com o E175 acomodando cerca de 70 a 80 passageiros, enquanto os E190 têm cerca de 90 anos ou mais. A partir disso, podemos ver que a Embraer não está necessariamente buscando voltar ao passado com pequenos turboélices e jatos regionais, mas sim criar um turboélice eficiente que possa suportar uma variedade de missões.

Como o projeto está em seus estágios iniciais de desenvolvimento, ainda há muito o que o fabricante precisa fazer. Não há projetos finais, clientes de lançamento e, mais importante, nenhuma grande parceria para avançar o turboélice. Anteriormente, isso era algo que o fabricante procurava desenvolver com o apoio da gigante americana Boeing.

Rodrigo Silva e Souza acredita que poderia estar no mercado até 2025. Seria um desenvolvimento rápido para a aeronave. Mas, se a Embraer descobrir que toda a tecnologia e soluções estão disponíveis para construção no avião, não seria surpreendente ver a Embraer avançar no desenvolvimento.

EMB-120 Brasilia

O último turboélice da Embraer

Um dos turboélices mais emblemáticos foi o Embraer EMB 120 Brasília. Faz mais de vinte anos que a Embraer projetou e comercializou a aeronave, que podia acomodar cerca de 30 passageiros.

O próximo turboélice será definitivamente um grande avanço em comparação com o EMB 120 Brasília. No entanto, é bom ver a Embraer avançando com uma nova aeronave para trazer ao mercado um consumo de combustível mais eficiente e uma experiência aprimorada para os passageiros. No entanto, antes disso, o fabricante ainda tem muito trabalho a fazer.

FONTE: Simple Flying

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