Em 22 de maio de 1942, um avião B-25, recém-recebido dos EUA e que estava sendo empregado na adaptação de tripulantes da FAB, efetuou ataque ao submarino italiano Barbarigo. Essa data passou a ser comemorada, oficialmente, como o Dia da Aviação de Patrulha.

Quando o Ministério da Aeronáutica foi criado, em 20 de janeiro de 1941, o Decreto-Lei N° 2.961 já citava a criação da “Forças Aéreas Nacionais”, que deveriam reunir aeronaves e militares das aviações da Marinha e do Exército Brasileiro.

Em 22 de maio daquele ano, um novo Decreto-Lei, N° 3.302, mudou a denominação da arma aérea, que passaria a se chamar “Força Aérea Brasileira”.

Exatamente um ano depois, a FAB já mostraria a sua razão de existir e teria o seu batismo de fogo.

Com 73 metros de comprimento, velocidade de até 30 km/h, dois canhões de 100mm, quatro metralhadoras e oito tubos para lançamento de torpedos, o Barbarigo havia atacado o navio brasileiro Comandante Lyra quatro dias antes.

Vela do submarino Barbarigo com marcações de afundamentos

Era a oitava embarcação do País atingida pelas forças do Eixo, mesmo antes da entrada do Brasil na guerra.

Ao longo de três anos, 71 embarcações foram atacadas em águas brasileiras por submarinos inimigos. No total, o país perdeu mais de 30 navios ao redor do mundo na batalha do Atlântico Sul, a maior parte deles no próprio litoral, a um custo de quase 1.500 vidas. A declaração de guerra veio em agosto de 1942, quando o submarino alemão U-507 afundou seis navios e matou 627 pessoas em apenas três dias.

Com apenas um ano de criação, e em fase de reestruturação, a Força Aérea Brasileira foi convocada para patrulhar o litoral brasileiro. “A guerra submarina, perversa e implacável, prossegue num crescente vertiginoso”, escreveu Ivo Gastaldoni, piloto de patrulha da Força Aérea e veterano da Segunda Guerra.

No esforço de guerra, o Brasil criou novas bases aéreas, recebeu equipamentos e treinamento por meio de convênio firmado com os Estados Unidos. Unidades aéreas americanas foram enviadas ao país. A instrução em voo era feita sobre o mar para que as tripulações já pudessem vigiar as águas brasileiras, com artilheiros com o dedo no gatilho, prontos para atirar. Nascia a aviação de patrulha.

As dificuldades eram de toda ordem: de língua, de auxílios para instrução, além das ordens técnicas e manuais de operação em inglês, ininteligíveis para 90% do pessoal. Some-se a isso a heterogeneidade de pilotos e mecânicos e pode-se ter uma visão do quadro caótico”, escreveu Gastaldoni, ao falar do início dos trabalhos com as tripulações.

Na medida em que a recém-criada aviação de patrulha da FAB aumentava sua eficiência no Nordeste, os submarinos inimigos iam descendo para sul do país. Agora, aeronaves Catalina ajudavam nos combates. Unidades americanas, espalhadas de norte a sul, apoiavam a campanha. No dia 31 de julho de 1943, o então Aspirante Alberto Martins Torres foi o primeiro brasileiro a afundar um submarino, a apenas 87 Km ao sul do Pão de Açúcar, cartão-postal do Rio de Janeiro.

Na guerra contra os submarinos, os pilotos brasileiros realizaram cerca de 15 mil patrulhas. Onze submarinos (veja arte) foram atingidos, mas um número maior de ataques ocorreu, não tendo sido possível a confirmação de avarias. Dos cerca de 3.000 navios mercantes afundados na Segunda Guerra, mais de 50% foram vítimas de submarinos.

NOTA DO EDITOR: Um fato pouquíssimo conhecido é de que o comandante do submarino italiano Barbarigo, Enzo Grossi, era brasileiro, nascido em São Paulo. Informação contida no livro 1942: O Brasil e sua guerra quase desconhecida, de João Barone.

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Yuri Dogkove

E em pleno século 21 continuam maltratando as Forças Armadas brasileiras…

sub urbano

O Capitão Enzo Grossi era um falastrão e um mentiroso. Legítima mistura entre Italia e Brasil, afirmou ter afundado dois Encouraçados americanos, nas duas ocasiões voltou a Italia após as patrulhas, recebeu honrarias, presentes da mão de Mussolini, pegou várias mulheres, deu entrevistas nas radios facistas kkk enganou todo mundo.

Lu Feliphe

Nem tanto, pessoas assim existem em diversos países.

Robert Smith

Sr. Sub urbano, menos né… em seu post o senhor consegue ofender todos Brasileiros e Italianos… tem muita gente horanda nesta turma… como tem malas sim… infelizemnete tem malas em todas as nacionalidades.

Luiz Antonio

colega sub urbano: “…Legítima mistura entre Italia e Brasil…”. Sou descendente de italianos e tenho orgulho disso, da terra natal de meus antepassados e de ter nascido no Brasil. Todos os países produzem cidadãos bons e ruins e a mistura deles mantém a regra. Certamente que a “legitima mistura entre Italia e Brasil” fez com que muitos fossem más pessoas, porém tambem fez muitos e em mais quantidades de pessoas de bom caráter, que formaram boa parte da população de um novo país, com suas características próprias. Dentre esses cidadãos de bom caráter, me incluo, assim como muitos deste forum… Read more »

Lu Feliphe

Não tem nada que a necessidade não crie.
Parabéns aos profissionais da área que desde a segunda guerra com os clássicos Catalina patrulham o mar.

Luiz Antonio

Tive enorme satisfação em ter conhecido e convivido com o Brigadeiro Ivo Gastaldoni na década de 80. Eu trabalhei em uma empresa do ramo de equipamentos para gás (GLP, Biogás e GNV) por mais de doze anos, empresa essa onde um dos fundadores foi o Brigadeiro Ivo. Na época ele era também inspetor do antigo DAC, atual ANAC. O Brigadeiro Ivo era um grande ser humano, um gentleman, além de escancaradas humildade e capacidade intelectual, serenidade ímpar, um profissional que influenciou demais minha carreira profissional. Aprendi muito com ele. Éra irmão do Tenente Isidoro Gastaldoni, morto durante os preparativos da… Read more »

Audax

Sim. Trabalhou na Minas Gás junto com o Belmiro Badaró Braga. Duas ótimas pessoas.

Fabio Araujo

Apesar de antigos os P3 depois de modernizados ainda seguem desempenhando a função e ainda tem muito a oferecer.

ADRIANO MADUREIRA

ao menos receberam algum armamento ,quantidade grande(08) de sofisticadíssimos misseis harpoon AGM-84L block II

Antes muito tarde do que nunca…

Renan

Que bom ver que o blog lembrou o dia se pautando por bases cientificas, que é o livro do Barone. Aliás, na proliferação desenfreada de páginas com essa temática, especialmente nas redes sociais, a pesquisa em documentos e livros conceituados está deixando de existir. O ápice da vergonha foi a FAB divulgar na página fab.mil.br/musal que o ataque do B-25 levou o submarino a pique imediatamente. Esse tipo de mentira deslavada vindo de uma força aérea é tão crítico que deixa explícito que daquilo que a FAB faz de forma pública é imediatamente visto como sendo um amadorismo colossal sob… Read more »

Clésio Luiz

Acrescentando o que você disse, outro erro muito comum é a forma como os sites das forças aéreas como USAF e FAB, tratam a questão da velocidade das aeronaves.
Se um caça possui velocidade, digamos Mach 2, o estagiário vai no Google, pergunta quanto é aquilo em km/h e alegremente coloca lá na página que tal caça chega a 2.450 km/h. Acho que já vi por aí alguém falando do F-16 atingir 2.600 km/h …

Obviamente tais meliantes desconhecem completamente a teoria da velocidade do som e nem coragem tem de ir na Wikipedia ler um pouco.

Régis Athayde

Só por curiosidade, dei uma olhada em uma página de estudos científicos e achei estes valores: Velocidade média do som em Mach=340m/s, o que dá 1.224Km/h. Portanto, um caça viajando em Mach 2 alcança até 2.448Km/h.

Clésio Luiz

O que você escreveu é justamente o tipo de mal entendido a que me refiro. Como o Galante apontou acima, a velocidade do som varia de acordo com a altitude. E como 99.9 % das aeronaves a jato atingem a velocidade máxima em torno de 9 até 11 km de altitude, Mach 2 nesse contexto representa algo em torno de 2.100 km/h, não 2.448 como você escreveu. Quando se coloca valores num site, deve-se levar em conta o público que estará vendo aquilo. O leitor típico só sabe o que velocidade relativa ao solo, ele nunca ouviu falar de Mach… Read more »

Jota Ká

Os sites devem ser mantidos por oficiais temporários convocados, formados em comunicação social em alguma faculdade. Quer conhecimento técnico zero, pior que muitos de nós deste fórum. ?

Jota Ká

Quer dizer, …

Rinaldo Nery

Não concordo com sua soberba ao afirmar que o inglês do oficial na Suécia equivalia ao de ¨um adolescente¨. Participando de algumas CRUZEX da vida e de missões no exterior, percebi que vários militares de várias nacionalidades também usam ¨inglês de adolescente¨. Não é nossa língua mãe. Hoje, a AFA provê aos cadetes um conhecimento muito bom da língua inglesa, diferentemente da minha época. Para adquirir fluência, em qualquer língua, há que se viver no exterior. Ou ser filho de pais estrangeiros e falar outra língua dentro de casa. Há vários casos assim na FAB. By the way, o Major… Read more »

Clésio Luiz

Tem um canal do YouTube com um capitão de 737 que é sueco (Mentor Pilot). Ele apresenta falando em inglês e aparentemente, Y por aquelas bandas tem som de J. Em um dos videos dele o mesmo repetidamente pronunciava “Yoke” (manche) como “Joke” (piada). Note que o cara é piloto-instrutor de 737 e o ensino de inglês na Suécia é supostamente muito bom. Em outros canais do Youtube, eu vejo europeus de outros países falando inglês e a maioria deles não é nenhuma Brastemp, mesmo sendo residentes na Inglaterra. Então é comum mesmo que quem não é nativo dar uma… Read more »

Rinaldo Nery

Estive na Suécia em 2008 a convite da SAAB. E lá a faculdade é cursada na língua inglesa!

Robert Smith

Este individuo, Sr. Enzo deveria, após a guerra, ter sido preso e julgado por traição, claro com direito a defesa, e caso condenado…. punido exemplarmente, como os aliados fizeram com diversos de seus nacionais que traíram sua pátria….

Jota Ká

Negativo. Se renunciou à cidadania brasileira ao adquirir a italiana, deixa de existir qualquer vínculo.
Ademais, para se julgado por traição o fato tem que se enquadrar ao respectivo tipo penal. Princípio da legalidade estrita. O Brasil, desde sempre, é um Estado de direito.

Luiz Galvão

Com todo o respeito a FAB e seus aviadores, acho que a aviação de patrulha deveria ser atribuição da MB.

Acho que é uma distorção, como era a aviação embarcada, mas felizmente corrigida há tempos.

Jota Ká

Concordo. Uma caça a submarino na atualidade envolve coordenação estreita de aeronaves, asa fixa e helicóptero, embarcações e outros dispositivos . Uma única instituição coordena melhor.

Luiz Galvão

JK,

Foi isso mesmo o que eu quis dizer, mas vc explicou mais claramente.

Clésio Luiz

Essa é uma posição da qual compartilho. Quem opera os meios navais obviamente também sabe a melhor forma de caçá-los e combate-los.

Porém, já foi dito que a FAB tentou repassar os P-3 para a MB e esta recusou, supostamente por falta de verbas. O sínico em mim acha que foi para manter os recursos para operar a sonhada aviação de caça naval, por mais fora da realidade que esta seja no momento.

Johnny

Essa opcao da marinha atuar com exclusividade no combate a embarcacoes custou caro a Argentina na guerra contra os ingleses.

PACRF

Pergunta: aviação de patrulha se restringe apenas ao nosso mar territorial?

Luiz Galvão

PACRF,

Sim.

É realizada com os P95 Bandeirulhas e com o P3 Neptune.

Luiz Antonio

Luiz Galvão
Os Neptune é como eram chamados os P15 que operaram na FAB até 1976. Hoje a FAB opera o P3 ORION, também da Lockheed.

Luiz Galvão

Luiz Antônio, bom dia.

Sim , tem razão. Eu me enganei.

Obrigado!

Johnny

Creio que o correto e ORION, tendo o NEPTUNE ha muito sido aposentado.

Luiz Galvão

Johnny,

Correto. Me enganei.
Obrigado!

Johnny

Li uma matéria, não me recordo bem a fonte, que a Argentina dispunha de “NEPTUNES” EM 1982, mas eles estavam com fissuras nas asas e não puderam ser utilizados na guerra contra os ingleses.

paulop

Também penso nessa possibilidade. Quem vive no mar, conhece-o melhor.
De toda a forma, a AvNaval da MB deveria reorientar suas prioridades. Cito o caso do 1 Esq.Ataq.Inter.
Atualmente equipado com os A-1 modernizados, a médio prazo eles estarão em vias de serem substituídos. Daí cabe a MB pensar: teremos um NAe ou não(mas talvez tenhamos algum PHM novo).
Será que investimos em um caça embarcado tipo CATOBAR ou STOL?
Creio que os almirante devem estar se fazendo estas perguntas, mas aguardaremos o futuro.
Abraço

Rinaldo Nery

Já foi oferecido há anos. Não só os P-3 como postado abaixo. A MB recusou. Até entendo: mal consegue possuir e manter meios de superfície.

Luiz Galvão

A verba para operação e manutenção deveria ir junto também.

Marcelo Andrade

Não ocorre somente aqui. A RAF é responsável pela patrulha marítima no RU, as Forças Aéreas do Canadá, Austrália, Portugal, Espanha, Itália, etc, também fazem a Patrulha ao invés de suas Marinhas. Mas também acho que a MB faria um belo trabalho caso fosse de sua responsabilidade. Pode ser que futuramente….

Paulo Sípoli