Espanha ficará de fora da próxima etapa do Futuro Caça Europeu?
O Ministério da Defesa alemão enviou na quarta-feira aos parlamentares novos planos de estudo para o Future Combat Air System – FCAS, revelando que a nação parceira Espanha ainda não foi totalmente considerada para a próxima etapa.
O governo quer iniciar cinco estudos a um custo de US $ 85 milhões, com o mesmo valor vindo da França. Autoridades no final do ano passado disseram que Madri deveria contribuir com uma parcela igual. O relatório confidencial para os membros do Bundestag, divulgado pela primeira vez pelo jornal Handelsblatt, estima que a Espanha participará apenas da próxima etapa do estudo no terceiro trimestre deste ano.
O atraso se deve a renegociações do acordo de implementação do projeto, disseram fontes familiarizadas com o documento ao Defense News.
Airbus e Dassault são As principais contratadas da Alemanha e da França, respectivamente. O governo espanhol designou a Indra como sua principal contratada nacional no verão passado, mas um acordo de compartilhamento de trabalho entre as três empresas e seus clusters de subcontratados se mostrou irreal.
A Espanha fez lobby para ser tratada como um parceiro igual no projeto, tanto no nível do governo quanto industrial. Acordos nesse sentido foram assinados entre os três países no ano passado.
Autoridades alemãs planejavam anteriormente obter a aprovação do Bundestag para gastar fundos adicionais para estudos no final do ano passado, com contratos a serem assinados em janeiro.
A indústria de defesa da Alemanha está envolvida nos planos do FCAS para estabelecer o que o documento descreve como uma configuração de “sistema de casa”, destinada a criar um único ponto de contato para o governo. Uma dessas formações, focada nos elementos do sistema de missão do programa, já inclui as empresas Hensoldt, Diehl Defense, ESG e Rohde und Schwarz.
O programa FCAS foi concebido como uma arma aérea futurista que substituirá as frotas dos caças Rafale e Eurofighter na França e na Alemanha a partir de 2040. Consiste em uma aeronave tripulada, o Next-Generation Fighter, acompanhada por drones de capacidades especializadas, como reconhecimento e ataque. Uma chamada “nuvem de combate” fornecerá dados de comando e controle entre todas as plataformas do programa, criando essencialmente uma rede voadora de sensores e armas com o caça de última geração equipado como seu hub.
Os cinco estudos devem cobrir questões fundamentais de projeto sobre o sistema FCAS geral, os recursos do avião principal, sistemas de propulsão e sensor, um ambiente de simulação e considerações iniciais sobre o amadurecimento dos componentes do sistema para eventual produção.
Os legisladores devem debater o plano de programa do Ministério da Defesa na próxima semana, durante uma reunião do comitê de apropriação. O documento, que exige investimentos que excedam € 25 milhões (US $ 28 milhões), fará o caso para prosseguir rapidamente com o projeto trilateral.
Um dos riscos ao programa diz respeito ao projeto de caça europeu concorrente liderado pelo Reino Unido, conhecido como Tempest, no qual a Itália se associou. O governo alemão vê esse desenvolvimento como um impulso para angariar apoio adicional ao FCAS em toda a Europa em breve, disse o Ministério da Defesa aos legisladores.
FONTE: DefenseNews (tradução e adaptação do Poder Aéreo a partir d original em inglês)
Os líderes europeus são bem desprovidos de inteligência, já viram o erro que foi projetar o Eurofighter e o Rafale em vez de um único avião e agora querem repetir a dose com FCAS e Tempest.
Reino Unido esta fora da UE, entao que façam o seu aviao com quem quiserem…
Discordo.
A Inglaterra está saindo da União Européia e não ficar dependente dos humores da França e da Alemanha.
Se não quer depender do humor de ninguem, seja independente e faça tudo sozinho sem apoio de ninguem e arque com tudo.
Esse avião precisa de duas prioridades, tecnologia de ponta e custos baixos, ou será um novo Eurofighter, rainha de hangar.
Ajudaria se toda a Europa mais GB participassem de um único projeto, com especificações simples e comuns a todos, pra não aumentar a complexidade e os custos e tempo de desenvolvimento.
Claro que isso tudo é apenas o ideal, a pratica será muito diferente…
Seu comentário abre espaço para algumas considerações. O que faz um caça ter manutenção cara ou barata? Um aspecto é o consumo de combustível. Outro é a durabilidade da estrutura (no caso do F 22 parece que tem de passar tinta com frequência, o que encarece). Outro é a complexidade da manutenção (lembro do caso famoso do Palio, que para trocar a correia dentada, precisava tirar o motor). Ou seja, não precisa complicar nada. É possível fazer um bom caça a preços razoáveis. E isso tem de ser definido agora. Um exemplo disso é a munição do Zumwalt, que só… Read more »
Realmente a Espanha se equivocou com a visão igualitária. É irreal querer equivaler a Indra com a Dassault e Airbus.
Mas não podemos deixar de lembrar que outro projeto similar já apresentou conflitos entre os países europeus, que originou o Typhoon e o Rafale, devido a requisitos diferentes.
Realmente, a Espanha não tem o mesmo nível de França e Alemanha.
Muito embora a Airbus não seja alemã…
Por que a Espanha quer ter tanto espaço quanto a Dassault e a Airbus, que é quem vai levar o piano nas costas?
Outras empresas vão mais é fabricar parafusos, rebites, mangueiras, fusíveis, borracha de vedação, pedaço de asa, etc.
Até à OGMA vai participando, à sua maneira, nas empreitadas da Airbus e semelhantes mais pequenas europeias… Ah espaço para toda a gente. Quem sabe Lisboa não consiga enfiar a referida, cujo 65 % pertence a mãos brasileiras, na fabricação de um ou outro componente.
Merlin, devemos considerar que a espanhola Casa faz hoje parte da Airbus, grupo com sede em França mas cuja nacionalidade se pode realmente considerar “europeia”, nomeadamente mas não se restringindo, francesa, alemã e espanhola. O que quero dizer, com os avanços da Airbus os espanhóis já beneficiam de qualquer das formas e considerar os espanhóis menos, embora talvez também não “sejam tanto”, estará talvez incorrecto. Ir com indra é aliás mais uma forma de reforçar o cluster espanhol integrando mais uma num projecto, no caso consórcio, de relevância e de alto potencial. Não sendo do “mesmo nível”, Espanha lá se… Read more »
P99 (com respeito, tomei a liberdade), a visão comunitária da União Europeia ultrapassa, mas não muito, a parceria interestadual (nossa) nacional. A diferença entre a Airbus e a Dassault das demais, no mínimo, se resume ao controle de qualidade. Vamos pegar de exemplo o f-35. Sinceramente, se fosse preparar o plano de projeto de algo similar, já destacaria o alto risco da linha de produção distribuída. Vejam alguns problemas que surgem. Claramente falta de controle de qualidade. Questões contratuais impedem a fabricante principal dar nomes aos bois. Acredito que as principais fabricantes, sabendo das consequências, não querem cometer os mesmos… Read more »
Esse filme já passou algumas vezes. Eles começam cheios de amor pra desenvolver uma aeronave comum pra todos, as divergências começam, o bloco racha e sai mais de um projeto.
Se a Comunidade Europeia não se despertar o F-35 vai comer pelas beiradas. A Inglaterra e a Polônia já foram. A Espanha tá com cara que não quer entrar nesse projeto. Tá bom dos dirigentes da Comunidade Europeia que são alemães se despertarem e correrem atrás do prejuízo.
A Inglaterra e Itália compraram poucas unidades e parece que a Itália não tem mais interesse.
O que importa é que os dois ‘pesos pesados’, Alemanha e França, estão firmes e fortes nesse projeto.
O resto vem a reboque.
Meu caro Antonio, fala-se em 90 unidades para a Itália e umas 180 para o Reino Unido. Acredito que seria necessário reduzir as encomendas, caso queiram conter custos no Programa JSF e redireciona-los ao Tempest.
O grande problema é que o RU é o único parceiro nível 1 do Programa JSF, e a Itália é nível 2 (junto à Holanda). Então, torna-se mais complicado para estes uma saida/redução de encomendas.
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Quanto ao FCAS, estamos a falar de “aliados” que dificilmente se entendem…. 🙁
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Forte abraço
Tamandare, seguindo a filosofia dos conceitos europeus, em especial o Franco-alemão, a presença do F35 nos arsenais europeus, não anula a necessidade, por exemplo, do FCAS. Na teoria, deverão voar até juntos. Tudo depende da abordagem, mas se for a correcta, encaixam se como complemento.
Também em teoria, o f35 será sempre uma geração “abaixo”.
Meu caro Peter, seu raciocínio está corretíssimo!! Não mudo suas palavras em nada. Acrescento apenas dois fatos; os orçamentos europeus de defesa são apertados e projetos internos costumam reacender problemas políticos!
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No mais, FCAS e Tempest vêm para complementar o F-35, não substituí-lo. Resta-nos saber COMO tudo isto será feito… 😉
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Forte abraço
Mesmo porque a parceria no programa f-35 vai além armamento. Não podemos esquecer que, desde a virada do século 19 e 20, a Europa sempre pode contar com os EUA em crises, desde escasses de alimentos. Inclusive na WW. E como o próprio nome já expõem, é um programa. Suas características, com suas devidas proporções, equipara-se ao programa do Gripen NG. Existe o projeto 2020, mas acredito que, as versões E e F se estabilizando, começará um novo NG, com melhorias em vários segmentos, desde estruturais ate eletrônicos, aplicando inclusive novos conceitos industriais referente a UX.
Se uk com 138 f35 encomendados não é peso pesado, imagino o que seria a Rússia com 72 su57….
Acredito que seja uma questão de recursos Andre. Além da Russia estar para lá de comprometida com diversos projetos, inclusive de corrupção, Putin esta vendendo a alma para os deputados da Duma, tentando garantir o poder uma vez que não pode mais ser reeleito.
Senhor, que bobagem.
Todo o contrato existente para o Su-57 foi projetado até 2028. E incluído no programa de armas, até 2028. O fato de que em 2029, ou mesmo antes, um novo programa de armas será adotado e, como resultado, um novo contrato, inclusive em caças, é aparentemente impossível de se realizar.
Tenho minhas duvidas se a frança ira conseguir ficar ate o fim do projeto ou se vai acabar abandonando
A Espanha, baseada no que aconteceu no passado e originou Rafale e Typhoon, está é esperando França e Alemanha “lavarem a roupa suja” antes de entrar no projeto.
Qualquer “cooperação” entre os europeus é sempre muito delicada; os principais players do velho continente têm visões de mundo e estratégias normalmente distintas. Sempre acabam emergindo divergências sérias, seja no início ou no fim dos projetos! – Ao meu ver, o Programa Tempest possui mais “chances de dar certo”, visto que a Itália recentemente juntou-se ao Reino Unido e ambos anunciaram ampliação dos esforços de trabalho mês passado! Penso que, com a entrada de mais algum estado-nação médio/grande (como Holanda, Portugal, Países Nórdicos, ou quem sabe fora da Europa), a viabilidade já se torne mais certa! – O Programa FCAS,… Read more »
A União Europeia é uma Torre de Babel. Tem tudo certo pra dar errado. A argamassa é a classe burocrata plurinacional que se avolumou e enriqueceu nesse esquema, vão empurrar com a barriga até o limite, quem tenta por luz sobre as rachaduras é perseguido e punido. Lembra até um certo país ao sul do equador.
Por mais que os europeus tentem agir como um grupo único na hora do vamos ver cada um quer puxar a corda para o seu lado, e agora com a saída da Grã Bretanha da União Européia é que a coisa vai complicar! Sem dúvida se juntassem os dois projetos FCAS e Tempest teria muito mais vantagens que as vantagens que eles enxergam seguindo com os projetos separados.
As parcerias européias resultaram em custos extratofericos, atrasos e orçamentos estourados, exemplos A400 e Typhoon. Principalmente quando o titubiante governo alemão está envolvido. Pior para Dassault que foi obrigada a entrar nesta fria pelo globalista Macron. Melhor para os ingleses que se liberaram dos alemães.
Tipo kc46, f35 e f22.
Não me refiro aos americanos, mas parcerias exclusivamente européias.
Não entendo o porque, em manter a deriva do avião, em um projeto com pretensão de ser Stealth, tendo em vista a tecnologia dos dias atuais…
Eu duvido muito que a Alemanha vai levar a frente esse projeto. Quando as cifras subirem para a casa dos bilhões de euros, os deputados alemães vão deixar os franceses “a ver navios”, como D. João e a família real fizeram, em novembro de 1807. 🙂
O problema da Espanha está em Gibraltar!
Vira e mexe a Espanha cutuca o UK aí dá nisso!
é vdd, o UK dificilmente aceitaria a Espanha no caça dela
O FCAS vai acontecer. Alemanha e França não tem condições de projetar caças 5G isoladamente, e tampouco querem depender de terceiros. Então não há outra opção.
A Espanha talvez esteja balançando pq precisa de caças VTOL para seu porta-aviões, e só há o F-35B disponível.
Lógico que tem condições, principalmente a França que sempre fez seus caças sozinha. O que não existe é vontade política, visto que o Macron é um globalista fanático e quer a todo custo integrar a industria de defesa francesa com outros europeus.
Claro, para melhor lutar com os não Europeus, isso é contribuir para o bem da Europa.
Seguindo a doutrina gramscista, Macron, Merkell, e outros como Espanha, Suécia, etc. estão entregando a Europa para o Islã. Conhece a Europa? Caso contrário corra antes que vire “Europistão”.
A Comunidade Econômica Europeia foi uma ótima ideia, mas depois que virou União Europeia, os burocratas socialistas estragaram tudo.
Não acredito. Entre o TEMPEST com 3 paises e o FCAS com 2 paises, a Espanha com certeza não teria outra saida, FCAS ou nenhum deles. Vem se comentando a respeito da Polonia, muito a gosto do nervosinho dirigente frances, mas a Polonia foi agora de F-35, teria cacife para bancar um projeto que ficaria pronto, ainda com seus F-35 operacionais?