Membros do colegiado pediram mais informações sobre a união das duas empresas

Por Xandu Alves/O VALE 

A Comissão Europeia suspendeu pela segunda vez a análise do acordo de joint venture entre a Embraer e a Boeing.

Como ocorreu em novembro do ano passado, membros do colegiado pediram mais informações sobre a união das duas empresas. O novo pedido foi feito no final de janeiro.

Com isso, o prazo estimado para a conclusão do processo de avaliação do acordo, antes previsto para o final de abril deste ano, deverá ser prolongado.

“Uma vez que as informações ausentes são fornecidas pelas partes, o relógio é reiniciado e o prazo final para a decisão da comissão é ajustado de acordo”, informou a Comissão Europeia, em nota.

A posição é semelhante à adotada em novembro, quando houve a primeira paralisação.

Na ocasião, a Comissão Europeia alertou que a saída da Embraer como o terceiro maior concorrente global levaria a preços mais altos e menos opções no mercado.

O negócio entre as duas fabricantes de aviões já foi aprovado por instituições regulatórias nos Estados Unidos, China e Japão.

No final de janeiro, a transação comercial foi aprovada, sem restrições, pela Superintendência Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), no Brasil.

Companhia

Segundo a Embraer, a decisão deve ser finalizada até a metade de fevereiro, a menos que uma revisão seja solicitada pelos comissários do Cade.

“A parceria agora recebeu autorização incondicional de todos os órgãos reguladores, com exceção da Comissão Europeia, que continua a avaliar a joint venture”, informou a fabricante de São José.

Boeing e Embraer formarão a joint venture Boeing Brasil Commercial, que absorverá toda a aviação comercial da Embraer, com 80% do controle nas mãos dos norte-americanos, que pagarão US$ 4,2 bilhões. A Embraer ficará com os 20% restantes.

‘Continuamos a cooperar com a Comissão e aguardamos solução positiva’, diz empresa

A Embraer informou que mantém a atuação junto à Comissão Europeia – que analisa o acordo com a Boeing –, além de outros órgãos reguladores, de forma a prestar todas as informações necessárias, para que o negócio seja devidamente aprovado.

Procurada, a empresa afirmou, por meio de nota, que aguarda um desfecho positivo. “Boeing e Embraer têm atuado junto à Comissão Europeia e outras autoridades regulatórias globais desde o final de 2018, sendo que já recebemos autorização para concluir a transação de quase todas as jurisdições, incluindo Brasil, Estados Unidos, China e Japão. Continuamos a cooperar com a Comissão Europeia em sua avaliação sobre a transação e aguardamos uma solução positiva”.

FONTE: O Vale

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Marcelo Andrade

Interessante que a união Airbus/Bombardier foi analisada a toque de caixa né?
“Quando a farinha é pouca, meu pirão primeiro!”

DOUGLAS TARGINO

O que é bom pra mim, pode. O que é bom para os outro, não pode.

Demolidor

Para o Brasil a compra da Embraer não é bom

Conan

Ta difícil mas parece que tem gente que ainda não entendeu que a EMBRAER não foi comprada!

rui mendes

Não foi??? É só ler, 80% nas mãos dos Norte Americanos e 20% nas da Embraer. Qual é a duvida??

Leonardo Gama

Um dos vários motivos do Reino Unido ter saído da União Europeia.

Kemen

E mesmo? Acho que temos de considerar varios outros aspectos, o primeiro é que o Brexit ganhou na votação por pequena margem de votos e perdeu em algumas regiões. – Muitas industrias britanicas abriram filiais em outros paises, cujo problema é até discutivel, pois poderia até ter beneficiado, os dirigentes e muitos eram britanicos, que foram morar nos outros paises. – Muitos não britanicos pasaram a disputar empregos no Reino Unido, diminuindo os empregos dos locais. – Muitos produtos similares mais baratos que os produtos britanicos pasaram a ser importados, causando perda na economia britanica. – Muitos aposentados britanicos compraram… Read more »

j.leo

A população da Irlanda do Norte já fala em reunificação com a República da Irlanda para permanecer na UE. O Parlamento escocês estuda um plebiscito para declarar sua independência do Reino Unido e assim permanecer na UE. o Brexit referendado em 2016, perdeu nestes 2 países, como a Inglaterra tem maior população, venceu, e o motivo da saída da UE é simples: XENOFOBIA.

rui mendes

E em Londres 87% são a favor de ficar na UE. Vai demorar, mas no futuro o UK, voltará para a UE, porque a maioria dos jovens Britânicos, são a favor da UE, os jovens deslocam-se por toda a UE, como se fosse a sua terra, sem fronteiras e com todos os deveres e direitos.

Wellington Góes

Xiiiii….

Procure mais informações sobre o que, efetivamente, aconteceu no negócio Airbus-Bombardier sobre, SOMENTE, o projeto CSeries e não sobre toda aviação comercial da Bombardier (que foi vendido a outro fabricante, não à Airbus).

O que mais existiu, para encobrir essa compra da Boeing, foi desinformação devidamente paga à mídia brasileira. O negócio Airbus-Bombardier, foi bem diferente do negócio Boeing-Embraer.

Marcelo Andrade

Meu caro, o CSeries é TODA aviação comercial da Bombardier. Se você está se rederindo aqueles jatos executivos esticados até não dar mais chamados CRJ, eles não são mais fabricados a tempos! Então, sim, a divisão comercial da Bombardier foi comprada pela Airbus!

Wellington Góes

É né?! Então tá. Rsrsr

Alan Souza

Dá para ver que o Wellington Góes não conhece bolhufas sobre a Industria Aeroespacial. A Embraer vendeu por 4.3 bilhoes de dolares a aviação comercial, quase 19 bilhoes de reais. A Embraer vai ser uma empresa enxuta, com 1 bilhão em caixa, com produtos certificados, muito deles já atingiram o break even (ou seja, lucro real) e ainda terá participação de 20% dos lucros da Joint Venture. Já a Bombardier vendeu por 1 dolár canadense 50% do programa para que a Airbus pagasse as dividas estratosférica que a Bombardier acumulou. O CRJ e os Dash foram vendidos por bem menos… Read more »

Wellington Góes

Antes de bancar o “enteligente”, aprenda a ler e interpretar um texto.

ADRIANO MADUREIRA

E se a comissão européia for contra o acordo Boeing-Embraer,oque acontece?

Silva

Aí a compra da Embraer pela Boeing será cancelada, se os europeus barrarem, o que espero muito que aconteça. Acordo pra inglês ver. A divisão comercial da Embraer, é a grande geradora de caixa da empresa. Sem ela, a Embraer enfrentará dificuldades. Uma grande potência, jamais vende as suas joias da coroa.

DOUGLAS TARGINO

E eles podem barrar assim? Acredito que não, em?

nonato

Torço para que possam
Mas não entendo como funciona.
Tipo tem que levar esse acordo para todos países do mundo ou pelo menos os principais?
Se a União Européia não concordar, a venda pode existir mas sem poder vender para a Europa?

Fabio Araujo

O fato da Bombardier sair do acordo com a Airbus pode ajudar pois vai diminuir a concentração das grandes empresas.

Junior

A Bombardier vendeu sua divisão de jatos regionais para os japoneses, ela saiu desse mercado

nonato

Ela está saindo da joint venture porque não tem dinheiro para investir no negócio.
Pensou que ia dar lucro, mas tem é que gastar.
Acho que essas empresas maiores fazem de propósito para a outra sair.
Criam despesas para não ter lucro e exigir injeção de capital.
A saída da bombardier ocorreu lá atrás.
Agora só há dois concorrentes.
E os outros que têm pequena fatia não contam.
O bicho só não pega mais porque essas empresas atuam em nichos diferentes entre si.
A concorrência é indireta.
Teoricamente a Embraer poderia vir a concorrer com as grandes.

EDUARDO DE SOUSA PEREIRA

Bem que poderiam não aprovar este negócio, se no caso condicionasse a não concretização da “união” das empresas pois ,creio eu, tomamos uma rasteira da Boeing(ou será do GF (não falo do atual pois esta melda foi costurada lá atrás).

Matheus

Vai demorar MUUUUUUUUUITO ainda pra essa fusão acontecer.
Embraer melhorar achar um nicho rápido pra subir o caixa, senão vai ficar nesse limbo.

Rui Chapéu

Enquanto isso a Airbus vai pagar Bilhões em acordo para não ser multada por corrupção em contratos com diversos países.

Não tem nenhum santo nesse setor e a europa só não quer um concorrente pro seu produto.

Joel Robinson

Os hipócritas Europeus sempre tratando a América Latina como “colônia “.

rui mendes

Tu és o maior hipócrita, e a Boeing,que eu saiba é Norte Americana, e não da América Latina. Os USA, esses sim tratam-vos como colónia ou pior, e muitos de vocês adoram.

JuggerBR

Por um lado o lobby indireto da Airbus retardando o processo, do outro lado uma chance pra quem tem dúvidas sobre essa fusão ganhar tempo pra tentar mudar o acordo.
Os valores já estão assegurados no balanço da Boeing?
A Embraer já tem claro o que será feito deste valor, o quanto será pago de dividendos extraordinários aos acionistas?

nonato

Até agora não explicaram quem vai embolsar os 20 bilhões de reais.
E acho que não é a empresa.

Carlos Miguez - BH

Podem ter certeza que um dos beneficiados será o “vizinho”; vai levar um bololozão.

Silva

“Na ocasião, a Comissão Europeia alertou que a saída da Embraer como o terceiro maior concorrente global levaria a preços mais altos e menos opções no mercado.”

Nesse aspecto, eles estão cobertos de razão e faz sentido sim. Também é fato, de que os europeus são extremamente protecionistas, especialmente os franceses. Não vão querer ajudar a Boeing, em detrimento da Airbus. Eu, pelo menos, estou torcendo e muuuito, para os europeus barrarem a COMPRA (não há nada de parceria nisso aí) da Embraer pela Boeing.

EDUARDO DE SOUSA PEREIRA

Somos 2 contra a “fusão” muchacho!!!

André Sávio Craveiro Bueno

O que acontece se a Comissão vetar?

Junior

O acordo é desfeito, não é por nada que em assinaturas de tais fusões e aquisições sempre esta lá a famosa frase “Condicionado a aprovação das autoridades de competência”

André Sávio Craveiro Bueno

Correto, obrigado.

Os europeus tem em suas mãos, neste momento, poder de vida e morte, quase literalmente. Se o acordo é chancelado, a briga continuará grande entre Airbus e Boeing. Se não, a mesma briga continuará grande porém com uma Boeing enfraquecida [considerando o “grau de jovialidade que os ‘brasileiros’ injetariam na empresa americana”] e a Embraer perderia, em tese, um poder de alavancagem de seus produtos, principalmente do ponto de vista financeiro [vendas e financiamento de projetos], a maior capilaridade de pós venda e o “apoio político” do governo americano.

Valdez Oliveira de Araujo

Se os europeus vetarem ESSE acordo é desfeito….Nada impede da Boeing e Embraer redesenhar outro e tentar novamente.

Zorann

Não sei em que mundo que esses caras vivem. Vocês já viram por cima os últimos balanços da Embraer? São sequências de prejuízos alternados com um ou outro resultado positivo. Ações caindo! As encomendas, carteira de pedidos firmes e entregas de jatos regionais vem caindo já a alguns anos. Não temos sequer um mercado interno, aviação regional que seja minimamente capaz de sustentar a Embraer, ela só vende jatos regionais aqui para a Azul. Menos de 4% das ações estavam nas mãos de brasileiros antes do acordo com a Boeing (sem contar os 5% em mãos do BNDES oque garantia… Read more »

Nelson Daher Junior

Importante destacar que o segmento de fabricantes de aeronaves civis e militares requer altos investimentos em tecnologia, materiais, recursos humanos, grande volume de recursos financeiros e desenvolvimento constante de engenharia. Nas últimas décadas se caracterizou pela concentração de poucos fabricantes, bem como as mudanças das necessidades dos mercados fez também surgir novos “players” (fabricantes) principalmente no continente asiático, estes disputando mercado em diferentes nichos da aviação comercial e de defesa em várias regiões do mundo. Muito semelhante com o que aconteceu na indústria automobilística na América, Europa e Asia.

Adriano RA

Se tentarem melar o acordo, pra valer, o lobby da Boeing no governo e congresso americano logo vai sair em socorro e vão criar uma ameaça de retaliação pesada para algum produto/produtor Europeu. Nada de anormal. É assim que funciona desde que o mundo é mundo. Os Europeus podem, a mando da Airbus, adiar esse acordo, mas nem de longe tem a força para barrá-lo. Sem o acordo, Embraer e Boeing ficam em posição bastante vulnerável… ainda que muitos aqui acreditem que tudo continuaria como no passado. Incapacidade de perceber que o jogo mudou.

Adriano RA

Perfeito o seu comentário, meu caro Zorann.

Matheus

Todo mundo fala que o négocio com a Boeing tem que acabar, mas ninguem fala o que é que a EMBRAER vai fazer depois?
Competir cara-a-cara com a Airbus (e subsequentemente a Boeing)?
Depender das FFAA Brasileiras para contratos de defesa (me contrata Carlos Alberto, olha essa piada!)

A unica linha de montagem onde a EMBRAER terá sucesso garantido é na área Executiva, mas não é nem metade do lucro que a companhia toda faz anualmente.

Halley

Essa é a verdade. Basta ver como notícias da venda do E2 são raras, enquanto do A220 acontecem com certa frequência. Se não houver esta compra pela Boeing, adeus Embraer, empregos, etc. vai ser vendida a preço de banana sem qualquer poder de barganha.
Se depender das forças armadas, a embraer defesa e segurança pode pedir arrego. Somos um país sem visão, sem escala, sem demanda e sem dinheiro.

Wellington Góes

A questão não é fazer negócios, mas como ele foi costurado e quais os objetivos. Noutro ponto é o uso incorreto dos dados contábeis, nem sempre o prejuízo registrado num exercício, ou em mais de um, quer dizer coisa ruim. Tu interpretação é imprecisa e rasa.

heitor

Parece que a Europa não esta entendendo se é joint venture ou aquisição….
parece que a Europa é difícil de ser feita de trouxa ate nos negócios dos outros, mas os acionista da EMBRAER , os da boeing seus donos e nosso governo patriótico USA estão gostando $$$$ NSA agradesse
Se assinarem essa joint-venture de aquisição a EMBRAER vai seguir o sucesso da MacDonnell Douglas que tem produtor vendíveis e ainda espinha dorsal da usa f15,f18,c17 e não existe mais e Brasil vai ter uma boa oficina de montagem e manutenção dos produtos da boeing.

Carlos

Estou orando a Deus para que essa entrega da embraer seja cancelada, Eua, inteligentemente não vende um grampo onde se afetem a sua soberania.
A Embraer tem projetos militares muito promissores que não agrada em nada aos americanos, não querem perder mercado, não querem que o Brasil domine a tecnologia de caça e se o interesse era só os aviões comercias, porque querem o kc 390 ?
Querem tudo, e acabar com o desenvolvimento tecnológico do Brasil na área da defesa.
Agora quem diria….um militar entregando a maior arma de defesa para outra nação.

Matheus

E aonde ta escrito que a Embraer Defesa está sendo vendida?
Vai tomar seus remedios filho, respira calma.

Carlos

Bebê!
A Embraer defesa não irá subsistir sem a área comercial…Engenheiros do ITA já estiveram relatando isso em audiência publica no STF, agora a sua ingenuidade não me espanta.
Só em querer criarem uma joint venture também para o Kc 390 já deixa claro a intenção, todas as grandes potencias preservaram as suas indústrias de defesa, mas existem muitos ingênuos como vc.

Delfim

Não duvido que a Airbus use de lobby para melar o negócio.

Alan Souza

O que me desanima as vezes ler os comentários aqui é que muitas pessoas opinam sem o devido conhecimento. Se a união européia barra o negocio entre a Embraer e Boeing, a parceria/venda pode sim acontencer, isso não é impeditivo. O que aconteceria se uma pissivel negativa da união europeia viesse seria algumas sanções, como sobrepreço nos produtos ou até mesmo não poder ter atuação comercial dentro do bloco. Obvio que para Embraer/Boeing isso é péssimo, porém a situação também ficaria ruim para os países da União Europeia, pois os EUA e até mesmo o Brasil poderia colocar também sanções… Read more »